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Desafios da geoconservação nos Campos Gerais do Paraná
The Campos Gerais do Paraná earth heritage is represented mainly by geomorphologic features, past glacial evidences, type localities of geological units, and classic fossiliferous outcrops. The region has special significance in terms of its research and educational values, with a number of teaching institutions using it as a type of practical laboratory for activities in the Earth Sciences. The establishment of a coordenated earth heritage conservation strategy in the region will require the adoption of sequential actions: inventorying, quantification, classification, protection, valuing, divulgation, and monitoring. The implementation of this geoconservation plan of actions responds to the exceptional values and threats to the regional geodiversity. These threats include engineering works, predatory collecting of geological samples and inadequate land management, mainly linked to agriculture and forestry practices. Some of the next challenges to the geoscientific community in the Campos Gerais are: a) to bring scientific support to an increasing natural tourism sector, respecting limits and integrating it with the other touristic activities (cultural, historical, gastronomical etc.); b) to determine criteria for the rational use of mineral, soil and water resources; c) to increase the presence of earth science knowledge in the daily activities of the society through formal and informal programs; d) to effectively participate in the management of conservation units; e) to act in harmony with biodiversity conservation professionals, building natural conservation strategies that address both the biotic and abiotic aspects; and f) to set up the scientific foundations to the implementation of a geopark in the region of the Campos Gerais.O patrimônio geológico dos Campos Gerais do Paraná está representado principalmente por atrativos geomorfológicos, evidências de antigas glaciações, seções-tipo de unidades geológicas e jazigos fossilíferos clássicos. A região é especial em termos didáticos e científicos, permitindo que instituições de ensino a elejam como uma espécie de laboratório prático para atividades das Geociências. O estabelecimento de uma estratégia coordenada de conservação do patrimônio geológico dos Campos Gerais exigirá a adoção de ações sequenciais, como inventariação, quantificação, enquadramento legal, conservação, valorização, divulgação e monitoramento deste patrimônio. A implantação deste plano integrado de geoconservação representa uma resposta ao caráter excepcional da geodiversidade da região, bem como às ameaças de descaracterização e/ou depredação a que o patrimônio geológico encontra-se exposto. Estas ameaças incluem a execução de obras civis, coleta predatória de amostras e práticas agrossilvopastoris inadequadas. Alguns dos desafios para a comunidade geocientífica durante os próximos anos nos Campos Gerais são: a) interferir cientificamente no processo de expansão do turismo em áreas naturais, respeitando suas limitações e integrando-o aos demais atrativos existentes (culturais, históricos, gastronômicos etc.); b) definir critérios para o uso racional de recursos minerais, pedológicos e hídricos; c) ampliar a penetração do conhecimento geocientífico na sociedade, através de programas educativos formais e informais; d) participar efetivamente na gestão de unidades de conservação; e) atuar em harmonia com os profissionais que trabalham na defesa da biodiversidade, construindo estratégias de conservação da natureza que contemplem tanto os aspectos bióticos como abióticos; f) estabelecer cientificamente as bases para a implantação de um geoparque nos Campos Gerais
OS VALORES DA GEODIVERSIDADE DA REGIÃO DE PIRAÍ DA SERRA, PARANÁ
A denominação “Piraí da Serra” foi dada a um polígono localizado no reverso imediato da Escarpa Devoniana compreendendo segmentos dos municípios de Castro, Piraí do Sul e Tibagi, na região dos Campos Gerais do Paraná. Possui um rico patrimônio natural, principalmente no que se refere aos elementos geológicos. Sua geodiversidade inclui afloramentos das formações Iapó, Furnas e Ponta Grossa e intrusões correlatas à Formação Serra Geral, além de solos relacionados a estas rochas. Escarpamentos, canyons, cachoeiras e diversas feições típicas de um relevo ruiniforme completam um cenário singular. Dezoito dos mais de trinta subvalores da geodiversidade
reunidos na obra de Murray Gray, “Geodiversity” do ano de 2004, nas grandes categorias de valor intrínseco, cultural, estético, econômico, funcional, científico e didático, foram identificados na região de Piraí da Serra, com especial destaque para os valores cultural,
científico, estético e funcional. O trabalho de reconhecimento e classificação dos valores da geodiversidade pretende ser uma fonte de dados que subsidie a implantação de futuras medidas de geoconservação nesta área.
Palavras-chave: Valores da geodiversidade, Geoconservação, Piraí da Serra, Campos Gerais
The Devonian Escarpment Environmental Protection Area reduction bill: threats to protection of the natural grasslands and caves in the Campos Gerais Region, Paraná State, Brazil
This study aims to synthesize the events involving Bill n. 527/2016 proposed by the Paraná State Legislative Assembly, which intends to reduce two-thirds of the Devonian Escarpment Environmental Protection Area. This protected area holds the last remnants of natural grasslands of the Campos Gerais region, a phytophysiognomy that has undergone a fast conversion to croplands and intensive forestry in the last 25 years and one-third of the known caves in the State. The panorama presented highlighted the negligence of the environmental agencies and the partiality of the Paraná State Executive. The Bill is discussed as unconstitutional and we present errors and inconsistencies that underpin the proposal
Os valores da geodiversidade: geossítios do Geopark Araripe/CE
In July 2010 researchers from the State University of Ponta Grossa visited the Araripe Geopark (AG), the only national representative in the Global Network of Geoparks. Accompanied by staff members of the AG, the group looked for knowing the geopark territory, administrative and physical infrastructure, public and private partners, daily work and the whole process of its establishment, with the main objective to build a similar proposal in the Campos Gerais region, State of Paraná. All selected geosites from the AG were visited, and intrinsic, cultural, aesthetic, economic, functional, educational and scientific values of geodiversity, as proposed by Murray Gray in his seminal work, were identified too. Considering the implicit subjectivity, it is assumed that all geosites have an intrinsic value. In relation to the other values, the more easily recognizable to each geosite were: the cultural value for the Colina do Horto Geosite, mainly associated with religious concerns and the figure of Cícero Priest, and the Batateiras and Missão Velha Waterfall geosites, by the strong connection with the Kariri People settlements, their history and legends and their relation with water resources; the aesthetic value for geosites with favorable topographical location and privileged views of Araripe Cuesta and the extension of the sedimentary basin (Colina do Horto and Pontal da Santa Cruz geosites), waterfalls composing an impressive landscape (Batateiras and Missão Velha Waterfall geosites) and exceptional processes of erosion (Ponte de Pedra Geosite); the economic value for Pedra Cariri Geosite, with the mining of laminated limestone, and in the former Ipubi Geosite, with a closed mine of gypsum; the functional value is significant in Batateiras and Riacho do Meio geosites, where springs of major rivers of the region are harbored; and, the whole set of geosites shows scientific and didactic values, but they are prominent in the Cariri Petrified Forest and Pterosaurs Park, with an outstanding paleontological record. The identification of these values reinforces and contextualizes the importance of geoconservation actions that have been conducted in this territory and puts a holistic sight on the geodiversity, strengthening its linkage with the local population and with all life that is supported by this geodiversity.Em visita ao Geopark Araripe (GA), único representante nacional na Rede Global de Geoparques, realizada em julho de 2010 por pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa, acompanhados por membros da equipe do GA, buscou-se conhecer seu território, estrutura física e administrativa, entidades parceiras e colher impressões sobre seu processo de criação e funcionamento, tendo em vista a construção de proposta semelhante para a região dos Campos Gerais do Paraná. No GA foram visitados todos seus geossítios e para eles identificados valores da geodiversidade sensu Murray Gray (intrínseco, cultural, estético, econômico, funcional, didático e científico). Pela subjetividade do valor intrínseco, assume-se que toda a geodiversidade em questão o tem. Em relação aos demais valores, os mais facilmente reconhecíveis para cada geossítio foram: o valor cultural para o Geossítio Colina do Horto, associado principalmente a aspectos religiosos e à figura do Padre Cícero e nos geossítios Batateiras e Cachoeira de Missão Velha pela forte ligação com os aldeamentos dos índios Kariris, suas histórias e lendas e seu vínculo com os recursos hídricos; o valor estético para os geossítios que por questões topográficas permitem uma visão privilegiada da Chapada e da Bacia do Araripe (Colina do Horto e Pontal da Santa Cruz), de cachoeiras que compõem uma paisagem exuberante (Batateiras e Cachoeira de Missão Velha) e por processos singulares de erosão (Ponte de Pedra). O valor econômico tem seu reconhecimento no Geossítio Pedra Cariri, com a lavra de calcário laminado e no antigo Geossítio Ipubi, com extração desativada de gipsita. O valor funcional é expressivo nos geossítios Batateiras e Riacho do Meio por abrigarem as nascentes de importantes rios da região. Os valores científico e didático podem ser constatados no conjunto total de geossítios, no entanto, os geossítios Floresta Petrificada do Cariri e Parque dos Pterossauros tornam estes valores mais evidentes, pois possuem um registro paleontológico riquíssimo. A identificação destes valores só reforça e contextualiza a importância das ações de geoconservação que vêm sendo realizadas neste território e lança um olhar holístico sobre a geodiversidade, estreitando seus laços com a população local e com toda a vida que lhe tem como suporte
As jazidas de talco no contexto da história metamórfica dos metadolomitos do grupo Itaiacoca, PR
Four main types of talc occurrences have been recognized in the Proterozoic metadolomites of the Itaiacoca Group, Paraná State, southern Brazil: a) talc schists along transcurrent shear zones; b) incipient talc formation along fractures and bedding planes; c) irregular pockets of fine-grained, massive talc; d) retrometamorphic talc associated with lenses of olivine, diopside, tremolite, calcite and quartz in the contact zone with the neighbouring granites. Of these, only types (a) and (c) form ore deposits. The Itaiacoca Group underwent four metamorphic episodes: 1) greenschist facies regional metamorphism during the Neoproterozoic Brasiliano orogeny; 2) thermal metamorphism along the contact with the Neoproterozoic Cunhaporanga granite batholith; 3) hydrothermalism related to transcurrent shear zones, that formed large volumes of talc schists and irregular pockets of fine-grained massive talc; 4) small-scale thermal metamorphism related to Mesozoic diabase dikes. The Itapirapuã transcurrent shear zone marks the contact between the Itaiacoca Group and the Proterozoic Três Córregos granite batholith, and the main talc deposits are aligned along its branches. Enhanced permeability due to shearing provided channels for percolation of the silica-rich aqueous solutions that reacted with the metadolomite to form the talc deposits. Minor amounts of talc occur along fractures and sedimentary layering. The massive pockets of talc (type c) that replaced the metadolomite probably formed statically at lower temperatures by the activity of hydrothermal fluids introduced through a network of microfractures.Quatro formas de ocorrência do talco foram reconhecidas nos metadolomitos proterozóicos do Grupo Itaiacoca, PR: a) talco xisto em zonas de cisalhamento transcorrentes; b) fraturas e planos de acamamento incipientemente talcificados; c) bolsões irregulares de talco maciço fino, pulverulento; d) talco retrometamórfico associado a olivina, diopsídio, tremolita, calcita e quartzo na zona de contato com granitos vizinhos. Dentre estes, apenas os tipos (a) e (c) formam jazidas de importância econômica. O Grupo Itaiacoca passou por quatro episódios metamórficos: 1) metamorfismo regional facies xisto-verde durante o Ciclo Brasiliano no Neoproterozóico; 2) metamorfismo termal ao longo do contato com o Complexo Granítico Cunhaporanga; 3) hidrotermalismo relacionado a zonas de cisalhamento transcorrentes, que levou à formação de grandes volumes de talco xisto e bolsões de talco maciço; 4) metamorfismo termal de pequena abrangência espacial relacionado a diques de diabásio mesozóicos. As principais jazidas de talco encontram-se alinhadas segundo as ramificações da zona de cisalhamento transcorrente Itapirapuã, que marca o contato entre o Grupo Itaiacoca e o Complexo Granítico Três Córregos. O aumento da permeabilidade devido ao cisalhamento permitiu a percolação de soluções aquosas ricas em sílica, que reagiram com o metadolomito para formar as jazidas de talco. Quantidades subordinadas de talco ocorrem ao longo de planos de estratificação e fraturas. Os bolsões de talco maciço (tipo c) substituíram o metadolomito de modo estático e provavelmente formaram-se a temperaturas mais baixas pela atividade de fluidos hidrotermais introduzidos através de uma rede de microfraturas
Levantamentos Gamaespectrométricos em Granitos Diferenciados. I: Revisão da Metodologia e do Comportamento Geoquímico dos Elementos K, Th e U
Este trabalho é parte do projeto de estudo detalhado do Complexo Granítico Cunhaporanga (CGC), neoproterozoico, aflorante na região do Arco de Ponta Grossa (estado do Paraná, SE do Brazil). Inicialmente, foram utilizados os arquivos dos dados gamaespectrométricos do Projeto Aerogeofísico Serra do Mar Sul, da década de 70, em levantamento realizado para a CPRM. A seguir, foi realizado levantamento gamaespetrométrico terrestre, concentrado nas áreas do Granito Joaquim Murtinho (GJM), à NW, e do Granito Serra do Carambeí, à SW. Os estudos geofísicos sobre o GJM são apresentados como duas contribuições: nesta primeira, são discutidas a metodologia e a representação dos dados gamaespectrométricos em mapas color-scale, indicando que as respostas em granitos dependem fortemente de um fator climático, devido à mobilidade do K durante intemperismo em ambientes de clima subtropical com fortes chuvas, fator que também controla a migração mais acentuada do U. São citados os minerais portadores de U e Th, documentados em granitoides, e inventariados os processos que controlam a mobilidade de K, U e Th em solos. Nestes climas, sinais fortes do K sobre granitoides indicam preservação de rocha fresca e/ou alteração hidrotermal, enquanto que sinais diminuídos ou nulos evidenciam sua lixiviação por intemperismo. U e Th devem ficar retidos no solo residual, em minerais resistentes, com possibilidade de enriquecimento seletivo, com possível transporte coluvial para níveis topográficos inferiores. A solubilidade maior de U (como íon uranila) facilita a sua liberação, com migração, limitada pela retenção total ou parcial em fases minerais e orgânicas pedogênicas. O Th deve ficar retido na sua quase totalidade nas fases de resistatos e, quando liberado, incorporado nas substâncias pedogênicas orgânicas e inorgânicasThis contribution is part of a research project on the Neoproterozoic Cunhaporanga Granitic Complex (CGC), cropping out in the Ponta Grossa Arch (Paraná state, SE Brazil). An initial study used the gamma-spectrometric data of the Serra do Mar Sul Aerogeophysical Project, performed during the 70s for CPRM. Later, terrestrial gamma-spectrometric surveys focused on the study of the differentiated Joaquim Murtinho Granite (JMG) in the NW corner of CGC, and the Serra do Carambeí Granite, to the SW. In this paper, the results obtained for JMG are presented in two parts. The first deals with methodology and the presentation of several gamma-spectrometric color-scale maps, indicating that results obtained in granites depend strongly on a climatic factor, given the mobility of K during weathering in subtropical climates with strong rainfalls, also favoring a greater mobility of U. Minerals that are U and Th hosts, documented in granites, are reviewed, together with the weathering processes that control the mobility of K, U and Th in soils. Strong K signals in granitic areas submitted to these climates document the presence of fresh rock and/or effects of hydrothermal alteration, while weak or nil signals are evidence of strong leaching of K during weathering. U and Th will be retained in the residual soils, in part leading to their selective enrichment, also coupled with soil migration to lower topographic levels by colluvial transport. The larger solubility of U (as uranyl ion) allows its liberation under oxidizing conditions, and its migration, limited by the possibility of absorption in newly formed mineral and organic soil phases. Th should be retained almost totally in resistant phases and, when liberated in solution, will mostly be fixed in organic and inorganic soil substance
Gamma-spectrometric Surveys in Differentiated Granites. II: the Joaquim Murtinho Granite in the Cunhaporanga Granitic Complex, Paraná, SE Brazil
Mapeamento detalhado na região de Joaquim Murtinho, no Complexo Granítico Cunhaporanga (CGC), Neoproterozoico, no estado do Paraná, SE do Brasil, permitiu redefinir o Granito Joaquim Murtinho (GJM), uma intrusão tardia no CGC, composta inteiramente por alasquitos, álcali-feldspato leucogranitos, com área de exposição em torno de 10 km². A unidade está em contato tectônico para W com o Grupo Castro, Neoproterozoico a Eocambriano, com rochas sedimentares e vulcânicas, e é intrusivo em unidades menos evoluídas do CGC, mais para E. Petrograficamente, o GJM é composto por mesopertita e quartzo, com micas alteradas subordinadas e minerais acessórios, principalmente zircão; os granitos constituintes, equi a inequigranulares, estão em geral deformados (com texturas cataclásticas), frequentemente brechados, e podem mostrar estruturas miarolíticas. Atividades hidrotermal e deutérica são geradoras de minerais tardios como albita, sericita, carbonatos e hematita. Um estudo gamaespectrométrico terrestre (canais de contagem total, K, eU, eTh; 231 estações) coletou dados para a construção de vários mapas (CT-Ueq, K%, eU-ppm, eTh-ppm, e derivados), o GJM mostrando anomalias nos respectivos canais de CT e dos elementos K, eTh e eU (menos evidentes em vários mapas derivados), em comparação com outras unidades vizinhas do CGC, por estar enriquecido nestes três elementos. O comportamento geoquímico do K, do U e do Th é usado como base para avaliação dos mapas. Forte intemperismo (clima subtropical, temperaturas médias moderadas a elevadas, fortes precipitações) afeta em especial os feldspatos e biotita, lixiviando deles o K, e pode desestabilizar também fases acessórias portadoras de U e Th. O Th, pouco solúvel como cátion, deve acumular-se no solo residual retido em minerais restíticos, enquanto parte do U pode migrar (em ambiente oxidante como íon uranila). O feldspato potássico, em particular, converte-se nesta situação completamente em argilominerais sem K (caulinita). Métodos gamaespectrométricos são claramente eficientes para identificar fácies em rochas granitoides, em especial quando aplicados ao estudo daqueles enriquecidos em K, Th e U.Detailed mapping at the NW corner of the large Neoproterozoic Cunhaporanga Granitic Complex (CGC), Paraná state, SE Brazil, redefined the Joaquim Murtinho Granite (JMG), a late intrusion in CGC with an exposed area of about 10 km², made up mainly by evolved"alaskites" (alkali-feldspar leucogranites). This unit is in tectonic contact with the Neoproterozoic-Eocambrian volcano-sedimentary Castro Group, to the W, and is intrusive into other less evolved granitic units of the CGC to the E. Petrographically, JMG shows mainly mesoperthite and quartz, with subordinate amounts of altered micas and some accessory phases, mainly zircon. The equi to inequigranular granites are usually deformed with cataclastic textures, are often brecciated, and may have miarolitic structures. Formation of late albite, sericite, carbonate and hematite was caused by deuteric and hydrothermal alteration. A gamma-ray spectrometric survey at 231 stations which measured total counts (TC), Ueq K%, eU ppm and eTh ppm was used to construct several direct and derived maps. Compared to neighboring units the JMG has significant anomalies, especially in the TC, %K, eTh and eU maps, although the differences are less obvious in some derived maps. These evolved granites are enriched in these three elements. Geochemical behavior of K, Th and U is used to analyse the results observed in maps. Enhanced weathering under a subtropical climate with moderate to high average temperatures and heavy rainfall affects mainly feldspars and biotite, and may also destabilize most U and Th-bearing accessory phases. Th is most likely retained in restite minerals in soils, being relatively immobile, while part of U may migrate as uranyl ion in oxidizing media. K is especially affected by feldspar alteration to K-free clays (mainly kaolinite), and may be completely leached. Gamma-ray spectrometric methods are valid tools to study facies in granitic rocks, especially in those that are enriched in K, Th and U
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A área representada na Folha Geológica Joaquim Murtinho (CCGP, 1970 a) como sendo ocupada pelo \"Granito intrusivo Joaquim Murtinho\" e também suas vizinhanças imediatas, foram objeto de mapeamento geológico na escala 1:50.000. As rochas granitoides foram separadas em 13 fácies e agrupadas em 5 Associações de Fácies. A Associação de Fácies I é formada por monzogranitos (e granodioritos, quartzomonzonitos e quartzomonzodioritos) equigranulares médios (fácies Ia) e monzogranitos e granodioritos porfiríticos, de matriz média a grossa (fácies Ib e Ic). A Associação II é constituída por monzogranitos (e granodioritos e quartzomonzonitos) finos a médios, cinzentos e levemente foliados (fácies IIa) e por monzogranitos e granodioritos finos a médios, róseos (fácies IIb). A Associação III mostra granitos a granodioritos inequigranulares a porfiríticos (matriz afanítica a grossa), vermelhos, com estrutura cataclástica (fácies IIIa). A Associação IV apresenta álcali-feldspato granitos médios a grossos, avermelhados (fácies IVa e IVb) ou cinzentos (fácies IVc e IVd), com estrutura cataclástica (IVa e IVc) e cavidades miarolíticas (principalmente IVb); a fácies IVe ocorre como diques de granitóides porfiríticos com matriz fina a média e cor rósea. Na Associação V, ocorrem álcali-feldspato granitos alaranjados (fácies Va) e sienitos a quartzo sienitos inequigranulares a porfiríticos (matriz afanítica a média), amarelo-rosados (fácies Vb). Identificaram-se ainda meta-arenitos do \"Quartzito Serra das Pedras\", milonitos, rochas do Grupo Castro, arenitos da Formação Furnas, diabásios relacionados à Formação Serra Geral e sedimentos cenozoicos. A sequência de colocação dos granitóides iniciou-se com as rochas da Associação I, seguidas pela Associação II (fácies IIb contemporânea a posterior à fácies IIa), culminando com o posicionamento do conjunto formado pelas Associações IV e V (exceto a fácies IVe, posterior). A Associação III deve ser anterior (ou contemporânea) às Associações IV e V e posterior às Associações I e II. A proposta de criação da unidade estratigráfica \"Granito Joaquim Murtinho\" por parte da Comissão da Carta Geológica do Paraná foi deficiente. Os maiores problemas foram a falta de controle de campo e o uso do mesmo nome para duas áreas diferentes, distantes 35 km uma da outra. Sugere-se aqui denominar de Granito Joaquim Murtinho apenas as Associações IV e V, por apresentarem estas rochas composição \'alasquítica\', conforme a definição original da unidade. o conjunto formado pelas cinco Associações de Fácies Granitóides pertence ao Complexo Granítico Cunhaporanga. É possível que as Associações IV e V representem os equivalentes intrusivos das rochas vulcânicas ácidas do Grupo Castro. A falta de dados químicos e isotópicos inibiu o enquadramento dos granitoides nas diferentes classificações tipológicas apresentadas na literatura. Entretanto, considerando-se aspectos petrográficos e geológicos, as Associações IV e V assemelham-se a granitos tipo A, enquanto que a Associação I equivaleria a granitos tipo L As áreas potencialmente mais promissoras de encontrar mineralizações são as ocupadas pelas Associações IV e V e os contatos entre as diferentes Associações (principalmente entre as Associações I e II).The \"Joaquim Murtinho alaskitic granite\", as represented in the Joaquim Murtinho Geologìcal Sheet (CCGP, 1970a), was mapped at a 1:50.000 scale, together with neighboring areas. The granitoid rocks were separated into 13 facies, grouped into 5 mappable Facies Associations. The Facies Association I is formed by facies Ia (mainly monzogranites), Ib and Ic (both porphyritic monzogranites and granodiorites). Association lI is constituted by facies IIa (mainly monzogranites, slightly foliated) and facies IIb (monzogranites and granodiorites). Association III shows cataclastic granites to granodiorites (facies IIIa). Association IV is formed by alkali-feldspar granites (facies IVa, IVb, IVc and IVd) and dikes of porphyritic granitoids (facies IVe). Association V is composed by facies Va (alkali-feldspar granites) and Vb (syenites to quartz syenites). Other identified stratigraphic units were the \"Serra das Pedras Quartzite\", mylonites, rocks of the Castro Group, sandstones of the Furnas Formation, diabases related to the Serra Geral Formation, and Cenozoic sediments. The granitoid sequence of emplacement begins with the intrusion of Association l, followed by Association II (facies IIa prior to or contemporary to facies IIb), ending with the intrusion of rocks of the associations IV and V; facies IVe, however, is the latest intrusion. Association III is probably later than Associations I and II, and earlier than, or contemporary with, rocks of the Associations IV and V. The definition of the stratigraphic \"Joaquim Murtinho Granite\" unit by the Committee for the Geological Chart of Paraná is considered deficient, mainly because Iittle or no field control was exercised, and the same unit name was used, in different reports, for granites lying 35 km apart. It is here suggested to apply the name \"Joaquim Murtinho Granite\" only to the Facies Association IV and V, that is, rocks showing \"alaskitic\" compositions. The five Facies Associations are an integral part of the large and still poorly defined \"Cunhaporanga Granitic Complex\". It may also be possible that Associations IV and V represent the intrusive counterparts of the acid volcanic rocks belonging to the Castro Group. So far, chemical and isotopic data are missing for these granitoids. Taking into consideration only petrographic and geological aspects, Facies Associations IV and V are similar to A-type granites, while Association I are equivalent to I-type granites. The areas with larger potential for mineralizations are the ones occupied by Associations IV and V, and the contact zones between the different Associations
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As rochas granitóides do Complexo Granítico Cunhaporanga, uma unidade litoestratigráfica neoproterozóica do Cinturão Ribeira no estado do Paraná, foram estudadas através de diversas ferramentas: mapeamento geológico, caracterização petrográfica, interpretação de mapas aerogeofísicos (gamaespectrometria e magnetometria), geoquímica de rochas (elementos maiores, menores e alguns traços) e química mineral (principalmente feldspatos, anfibólios e micas), além de uma avaliação crítica de trabalhos anteriores a respeito do Complexo. Apesar das limitações do Projeto Aerogeofísico Serra do Mar Sul, os padrões geofísicos revelados após o tratamento de seus dados permitiram reconhecer com relativa segurança os grandes traços geológicos da região em que se insere o Complexo Cunhaporanga. Os trabalhos petrográficos e de campo conduziram à delimitação de áreas de maior ocorrência de certos tipos granitóides no Complexo. Estas áreas englobam em parte unidades já formalmente definidas (por exemplo, os Granitos Joaquim Murtinho e Serra do Carambeí) e, principalmente, unidades aqui denominadas informalmente de Domínios Petrográficos. Foram reconhecidas duas linhagens \"cálcio-alcalinas\" de alto potássio, em parte com afinidades shoshoníticas, formadas principalmente por monzogranitos a granodioritos com titanita-hornblenda-biotita, titanita-biotita ou apenas biotita (similares aos tipos \"l\" da literatura). Uma outra linhagem, \"alasquítica\",seria representada pelos Granitos Serra do Carambeí e Joaquim Murtinho, corpos tardios constituídos por álcali-feldspato granitos muito semelhantes a granitos do ripo \"A\". Granitóides com muscovita primária localizados próximos ao contato com o Grupo Itaiacoca provavelmente seriam resultantes da assimilação parcial dos metassedimentos encaixantes. O contato entre as rochas granitóides do Complexo e o Grupo Itaiacoca, ao longo de toda sua extensão, é de natureza intrusiva. Cálculos com geotermobarometria, além de evidências geológicas, definem baixas pressões de colocação para estes granitóides, da ordem de 2 a 4 kbar para os tipos \"cálcio-alcalinos\" e de menos de 2 kbar para os tipos alasquíticos. Este nível de colocação próximo à superfície proporcionou moderada a intensa atividade deutérico-hidrotermal sobre as rochas granitóides, exemplificado no caso das linhagens \"cálcio-alcalinas\" pelo desenvolvimento marcante de Ca-Al silicatos secundários (prehnita, hidrogranada, epidoto, pumpellyita).The granitoid rocks of the Cunhaporanga Granitic Complex, a Neoproterozoic lithostratigraphic unit of the Ribeira Fold Belt in Paraná state (southern Brazil), was studied by means of several tools: geological mapping, petrographic characterization, interpretation of airbone gamma-ray spectrometric and magnetometric maps, lithogeochemical data (major, minor, and some trace elements) and mineral chemistry (mainly feldspars, amphiloboles, and micas), besides a critical evaluation of previous work related to the Complex. Despite the limitations of the Aerogeophysical Project Serra do Mar Sul, the geophysical patterns outline with relative confidence the main geological features of the Cunhaporanga Complex. The petrographic and field work defined areas of predominance of certain granitoid types in the Complex. These areas include some formally defined units (for example, the Joaquim Murtinho and Serra do Carambeí Granites), but mainly informal units here denominated Petrographic Domains. Two hight-K \"calc-alkaline\" series, partly with shoshonitc affinities, were recognized. These are made up mainly by monzogranites and granodiorites with sphene-hornblende-biotite, sphene-biotite or only biotite (similar to the \"I\" type of the literature). Another magmatic series (\"alaskitic\") is represented by the Serra do Carambeí and Joaquim Murtinho Granites, late intrusions constituted by alkali-feldspar granites similar to A-type rocks. Granitoid rocks with primary muscovite, located close to the contact with the Itaiacoca Group, are probably the result of partial assimilation of the contry-rock metasediments. The contact between the granitoid rocks of the Complex and the Itaiacoca Group is always intrusive. Calculations with geothermobarometry, besides geological evidence, point to a shallow level of emplacement for these granitoids (2-4 kbar for the \"calc-alkaline\" types and < 2 kbar for the alaskitic types). This near-surface level of emplacement provided moderate to intense deuteric-hydrotermal activity on the granitoids rocks, exemplified in the \"calc-alkaline\" series by pronounced development of secondary Ca-Al silicates (prehnite, hydrogarnet, epidote, pumpellyite)