7 research outputs found
A Ă©tica do silĂȘncio racial no contexto urbano: polĂticas pĂșblicas e desigualdade social no Recife, 1900-1940
Mais de meio sĂ©culo apĂłs o preconceito racial ter se tornado o principal alvo dos movimentos urbanos pelos direitos civis nos Estados Unidos e na Ăfrica do Sul, e dĂ©cadas depois do surgimento dos movimentos negros contemporĂąneos no Brasil, o conjunto de ferramentas legislativas criado no Brasil para promover o direito Ă cidade ainda adere Ă longa tradição brasileira de silĂȘncio acerca da questĂŁo racial. Este artigo propĂ”e iniciar uma exploração das raĂzes histĂłricas desse fenĂŽmeno, remontando ao surgimento do silĂȘncio sobre a questĂŁo racial na polĂtica urbana do Recife, Brasil, durante a primeira metade do sĂ©culo XX. O Recife foi eĂ© um exemplo paradigmĂĄtico do processo pelo qual uma cidade amplamente marcada por traços negros e africanos chegou a ser definida polĂtica e legalmente como um espaço pobre, subdesenvolvido e racialmente neutro, onde as desigualdades sociais originaram na exclusĂŁo capitalista, e nĂŁo na escravidĂŁo e nas ideologias do racismo cientĂfico. Neste sentido, Recife lança luzes sobre a polĂtica urbana que se gerou sob a sombra do silĂȘncio racial.More than half a century after racial prejudice became central to urban civil rights movements in the United States and South Africa, and decades after the emergence of Brazilâs contemporary Black movements, Brazil's internationally recognized body of rights-to-the-city legislation still adheres to the country's long historical tradition of racial silence. This article explores the historical roots of this phenomenon by focusing on the emergence of racial silence in Recife, Brazil during the first half of the 20th Century. Recife was and remains a paradigmatic example of the process through which a city marked by its Black and African roots came to be legally and politically defined as a poor, underdeveloped and racially neutral space, where social inequalities derived from capitalist exclusion rather than from slavery and scientific racism. As such, Recife'sexperience sheds light on the urban policies that were generated in the shadow of racial silence
PERCORRENDING MEMORIES, I SELECTED THE NEW STATE.
The daily life of Recife suffered severe interventions in the 30s and 40s, in the sense of disciplining space and urban coexistence. Taking into account the control that the State exercised over the records of the events of that time, oral testimonies combined with written materials facilitate us to understand those moments in our history. This article seeks to express the importance of oral sources for the writing of contemporary history
Cidade vermelha: a experiĂȘncia democrĂĄtica no pĂłs-Estado Novo Recife, 1945-1955
Esta tese se baseia no estudo de variadas fontes histĂłricas e obras bibliogrĂĄficas para
falar da experiĂȘncia democrĂĄtica no Recife no intervalo de tempo entre o fim do Estado Novo,
1945, atĂ© a conquista da autonomia do municĂpio em 1955; todavia, ressalta a imprensa como
uma das fontes privilegiadas. Nesse percurso, localizamos a experiĂȘncia democrĂĄtica em
diversas instancias, mais especificamente: na cultura, na polĂtica, no trabalho e no cotidiano.
Este esforço foi subdividido em quatro capĂtulos: o primeiro trata da modernidade, a moda,
novas tecnologias e novos lazeres em meio a tradiçÔes culturais; a presença norte-americana;
modos de democratização de acesso a bens culturais e a percepção do ser democråtico na
sensibilidade em relação ao outro, particularmente a mulher. O segundo capĂtulo estuda a
liberdade de expressĂŁo, tĂŁo cara Ă democracia: a imprensa e seus publicistas, o movimento
partidĂĄrio e feminino, a charge e a propaganda sĂŁo os pontos destacados. O terceiro capĂtulo
se refere Ă movimentação sĂłciopolĂtica no Recife em campanha pela democracia, contra a
ditadura e a favor de grupos partidĂĄrios: estudantes, trabalhadores e comunistas. No quarto e
Ășltimo capĂtulo tratamos do Recife Comunista e Base Militar, da CĂąmara Municipal do Recife
enfrentando as problemĂĄticas urbanas, bem como sua luta pela autonomi