11 research outputs found
Omega-3 supplementation from pregnancy to postpartum to prevent depressive symptoms: a randomized placebo-controlled trial
Background:
Low n-3 polyunsaturated fatty acids (PUFAs) has been linked to depression, but the preventive effect of n-3PUFAs supplementation on maternal depression needs further investigation. We aimed to evaluate the efficacy of a daily dose of n-3 PUFAs supplementation (fish oil) on the prevention of postpartum depression (PPD).
Methods:
A randomized, placebo-controlled, double blind trial was designed and nested into a cohort study conducted in Rio de Janeiro, Brazil. Sixty pregnant women identified as being at risk for PPD were invited and randomly assigned to receive fish oil capsules [1.8 g (1.08 g of Eicosapentaenoic (EPA) and 0.72 g of Docosapentaenoic (DHA) acids)] or placebo (control). The Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) was scored at 5–13 (T0, baseline), 22–24 (T1), 30–32 weeks of gestation (T2) and 4–6 weeks’ postpartum (T3). Supplementation started at week 22–24 of gestation (T1) and lasted for 16 weeks. Serum fatty acids were assayed to evaluate compliance. Prevalence of EPDS ≥11 was the primary outcome, and mean and changes in EPDS score, length of gestation, and birth weight the secondary outcomes. Linear mixed-effect (LME) and random-intercept logistic regression models were performed to test the effect of fish oil supplementation on prevalence of EPDS ≥11 and EPDS scores variation.
Results:
In intention-to-treat (ITT) analysis, at 30–32 weeks’ gestation women in the fish oil presented higher serum concentration of EPA, DHA and lower n-6/n-3 ratio comparing to the control group. There were no differences between intervention and control groups in the prevalence of EPDS ≥11, EPDS scores over time, or in changes in EPDS scores from pregnancy to postpartum in either the ITT or per-protocol analyses. Women in the fish oil group with previous history of depression presented a higher reduction on the EPDS score from the second to the third trimester in the fish oil comparing to the control group in the ITT analyses [−1.0 (−3.0–0.0) vs. -0.0 (−1.0–3.0), P = 0.038). These results were confirmed on the LME model (β = −3.441; 95%CI: -6.532– -0.350, P = 0.029).
Conclusion:
Daily supplementation of 1.8 g of n-3 PUFAs during 16 weeks did not prevent maternal depressive symptoms in a sample of Brazilian women
A mãe em sofrimento psÃquico: objeto da ciência ou sujeito da clÃnica? La madre en sufrimiento psÃquico: ¿objeto de la ciencia o sujeto de la clÃnica? Mother in psychic suffering: object of science or subject of the clinic?
A vivência da maternidade é abordada no modelo médico cientÃfico do ponto de vista orgânico. Porém, para algumas mulheres, isso se dá como uma experiência de intenso sofrimento psÃquico. Desenvolvemos uma reflexão teórica visando refletir acerca das possibilidades de abordagem dessa questão na perspectiva de uma clÃnica do sujeito, conforme delimitado na abordagem psicanalÃtica, contrapondo-a à visão do modelo médico cientÃfico. A ciência moderna institui-se como práxis pela exclusão do sujeito, e é esta racionalidade que subsidia a abordagem dos sintomas psÃquicos no modelo médico, percebidos como algo a ser eliminado. A psicanálise surge a partir da descoberta do inconsciente e do sintoma como portando uma verdade sobre o sujeito que sofre. Consideramos que os conceitos apontados pela perspectiva psicanalÃtica podem nos apoiar na construção de uma clÃnica menos objetificadora, que permita ao próprio sujeito se interrogar sobre o sentido daquilo que o faz sofrer.<br>La experiencia de la maternidad es mirada en el modelo médico cientÃfico y discutida bajo la perspectiva orgánica. Sin embargo, para algunas mujeres, esto se realiza como una experiencia de gran sufrimiento psÃquico. Desarrollamos una reflexión teórica con el fin de reflexionar sobre las posibilidades de abordar esta cuestión desde la perspectiva de una clÃnica del sujeto, definida en el abordaje psicoanalÃtico, en contraste con la visión del modelo médico cientÃfico. La ciencia moderna se ha establecido como práctica para la exclusión del sujeto, y es esta racionalidad que subsidia el abordaje de los sÃntomas psicológicos en el modelo médico, que se percibe como algo que debe eliminarse. El psicoanálisis surge a través del descubrimiento del inconsciente y del sÃntoma como una verdad sobre el sujeto que sufre. Creemos que los conceptos subrayados por la perspectiva psicoanalÃtica nos pueden ayudar en la construcción de una clÃnica menos objetiva, que permita al propio sujeto la pregunta sobre el significado de lo que le hace sufrir.<br>The maternity experience is seen in the medical scientific model and approached under the organic point of view. However, for some women this is an experience of intense psychic suffering. We developed a theoretical reflection aiming to reflect on the possibilities of approaching this matter in the perspective of a clinic of subject as delimited in the psychoanalytic approach, opposing it to the medical scientific model view. The modern science institutes the exclusion of the subject as praxis, and it is this rationality that supports the approach of psychic symptoms in the medical model, seen as something to be eliminated. Psychoanalysis comes from the discovery of the unconscious and the symptom as a truth on the subject in suffering. We consider that the concepts pointed by the psychoanalytic perspective can support us on the construction of a less objectifying clinic that allows the subject to interrogate himself on the meaning of what makes him suffer
Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo para triagem no sistema público de saúde Escala de Depresión Post-natal de Edimburgo para tamizage en el sistema público de salud Edinburgh Postnatal Depression Scale for screening in the public health system
OBJETIVO: Avaliar a utilização da Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo como instrumento de triagem no sistema público de saúde. MÉTODOS: A Escala foi administrada entre o 40º e 90º dia do pós-parto, a 245 mulheres que tiveram parto em uma maternidade privada no municÃpio de Belo Horizonte (MG), entre 2005 e 2006. As participantes foram submetidas a uma entrevista psiquiátrica estruturada (Mini-Plus 5.0) utilizada como padrão-ouro para diagnóstico de depressão. Foram calculadas sensibilidade e especificidade da escala e utilizou-se a curva ROC para achar o melhor ponto de corte. Foi utilizado o teste t de Student para comparação das variáveis numéricas e o qui-quadrado para as variáveis categóricas. A confiabilidade foi aferida pelo coeficiente de consistência interna á de Cronbach. RESULTADOS: Foram diagnosticadas 66 mulheres com o quadro depressivo pós-parto (26,9% da amostra). Não houve diferença entre as mulheres com e sem depressão pós-parto em relação à idade, escolaridade, número de partos anteriores e estado civil. Utilizando-se o ponto de corte de 10, a sensibilidade da escala foi 86,4, a especificidade 91,1 e o valor preditivo positivo 0,78. CONCLUSÕES: As propriedades psicométricas da Escala a caracterizam como um bom instrumento de triagem da depressão pós-parto e seu uso disseminado no Sistema Único de Saúde poderia repercutir positivamente com aumento significativo na taxa de reconhecimento, diagnóstico, e tratamento da depressão pós parto.<br>OBJETIVO: Evaluar la utilización de la Escala de Depresión Post-natal de Edimburgo como instrumento de tamizage en el sistema público de salud. MÉTODOS: La Escala fue administrada entre el 40º y 90º dÃa de post-parto, a 245 mujeres que tuvieron parto en una maternidad privada en el municipio de Bello Horizonte (MG), entre 2005 y 2006. Las participantes fueron sometidas a una entrevista psiquiátrica estructurada (Mini-Plus 5.0) utilizada como patrón-oro para diagnóstico de depresión. Fueron calculadas sensibilidad y especificidad de la escala y se utilizó la curva ROC para encontrar el mejor punto de corte. Fue utilizada la prueba t de Stuident para comparación de las variables numéricas y el chi-cuadrado para las variables categóricas. La confiabilidad fue confirmada por el cociente de consistencia interna a de Cronbach. RESULTADOS: Fueron diagnosticadas 66 mujeres con el cuadro depresivo post-parto (26,9% de las muestras). No hubo diferencia entre las mujeres con y sin depresión post-parto con relación a la edad, escolaridad, número de partos anteriores y estado civil. Utilizándose el punto de corte de 10, la sensibilidad de la escala fue 86,4, la especificidad 91,1 y el valor predictivo positivo 0,78. CONCLUSIONES: Las propiedades psicométricas de la Escala la caracterizan como un buen instrumento de tamizage de la depresión post-parto y su uso diseminado en el Sistema Único de Salud podrÃa repercutir positivamente con el aumento significativo en la tasa de reconocimiento, diagnóstico y tratamiento de la depresión post-parto.<br>OBJECTIVE: To evaluate the utilization of the Edinburgh Postnatal Depression Scale as a screening tool in the public health system. METHODS: The Scale was administered between the 40th and 90th day after delivery to 245 mothers whose delivery occurred at a private maternity hospital located in the municipality of Belo Horizonte, Southeastern Brazil, from 2005 to 2006. All participants were submitted to a structured psychiatric interview (Mini-Plus 5.0), used as gold standard for postpartum depression diagnosis. The scale's sensitivity and specificity were calculated, and the receiver operating characteristic (ROC) curve was used to find the best cut-off point. Student's t test was employed to compare numeric variables and chi-square was used for the categorical variables. Reliability was calculated by Cronbach's coefficient á of internal consistency. RESULTS: Postpartum depression was diagnosed in 66 women (26.9% of the total sample). No differences were found between women with and without postpartum depression concerning age, level of schooling, number of prior deliveries, and marital status. Using 10 as the cut-off point, the scale's sensibility was 86.4, the specificity was 91.1, and the positive predictive value, 0.78. CONCLUSIONS: The psychometric properties of the Scale characterize it as a good screening tool for postpartum depression and its disseminated use in Sistema Único de Saúde (SUS - National Health System) could have positive impacts, with a significant increase in the recognition, diagnosis and treatment of postpartum depression
Depressão em mulheres climatéricas: análise de mulheres atendidas ambulatorialmente em um hospital universitário no Maranhão Depression in climacteric women: analysis of a sample receiving care at a university hospital in Maranhão, Brazil
Introdução: O climatério, perÃodo de transição entre a fase reprodutiva e não-reprodutiva, ocasiona mudanças biopsicossociais nas mulheres que o vivenciam. A associação entre a maior prevalência de depressão nesse perÃodo é, no entanto, ainda controversa. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de depressão em mulheres climatéricas atendidas em um hospital universitário numa cidade da Região Nordeste do Brasil e identificar fatores associados. Método: Foi realizado um estudo prospectivo e analÃtico de 70 mulheres climatéricas. O diagnóstico de depressão foi dado segundo critérios diagnósticos da Classificação Internacional de Doenças em um perÃodo de seguimento mÃnimo de 3 meses. Foram investigadas as seguintes variáveis: escolaridade, situação conjugal, renda pessoal, gravidade da depressão segundo escala de Hamilton, presença e intensidade de sintomas climatéricos, menopausa (natural ou cirúrgica), dependência econômica do parceiro, antecedentes familiares de depressão, história prévia de depressão pós-parto, episódios depressivos e transtorno disfórico pré-menstrual, alterações da função sexual e visão positiva ou negativa da menopausa. Resultados: Um percentual de 34,3% das pacientes apresentou depressão, sendo 70,8% destas na categoria leve da escala de Hamilton. Não houve associação estatisticamente significante entre variáveis socioeconômicas, diminuição da libido e antecedentes familiares de depressão com a presença de depressão. Houve associação entre a presença de depressão e pacientes com sintomas vasomotores (p = 0,03), insônia (p < 0,001), menopausa (p = 0,05), com histórico de depressão pós-parto (p = 0,04) e transtorno disfórico pré-menstrual (p = 0,05) e visão negativa da menopausa (p = 0,001). Conclusões: Foi encontrada uma alta prevalência de depressão nas pacientes estudadas. Múltiplos fatores (impacto da menopausa, antecedentes psiquiátricos e visão pessoal sobre a menopausa) foram associados ao seu surgimento.<br>Introduction: The climacteric is a transition period between reproductive and non-reproductive ages that leads to biopsychossocial changes in women who experience it. However, association between a larger prevalence of depression in this period is still controversial. The objective of this study was to assess the prevalence of depression in climacteric women receiving care at a university hospital in a Northeastern Brazilian municipality and to identify associated factors. Method: A prospective, analytic study of 70 climacteric women was performed. Diagnosis of depression was performed according to the International Classification of Diseases diagnostic criteria through a minimal 3-month follow-up period. The following variables were investigated: educational level, marital status, personal income, Hamilton Depression Rating Scale, presence and intensity of climacteric symptoms, menopause (natural or surgical), financial dependence on the partner, family history of depression, previous history of postpartum depression, depressive episodes, premenstrual dysphoric disorder, sexual function disorders, and positive or negative attitudes toward menopause. Results: A percentage of 34.3% of the patients had depression, and 70.8% were classified as mild intensity according to Hamilton scale. There was no statistically significant association between socioeconomic variables, reduced sex drive and family history of depression and presence of depression. Conversely, presence of vasomotor symptoms (p = 0.03), insomnia (p < 0.001), menopause (p = 0.05), history of postpartum depression (p = 0.04), premenstrual dysphoric disorder (p = 0.05), and negative attitude toward menopause (p = 0.001) were statistically associated with depression. Conclusions: There was a high prevalence of depression in assessed women. Multiple factors (impact of menopause, psychiatric history and personal impressions of menopause) are responsible for its occurrence
Magnitude da depressão pós-parto no Brasil: uma revisão sistemática The extent of post-partum depression in Brazil: a systematic review
OBJETIVOS: realizar uma revisão sistemática dos estudos sobre a magnitude da depressão pós-parto (DPP) no Brasil. MÉTODOS: a busca e seleção da literatura baseouse em artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, nas bases de dados eletrônicas Lilacs, SciELO e Medline. RESULTADOS: foram selecionados 14 estudos, sendo que 13 deles reportavam a prevalência de DPP e apenas um estudo de seguimento com limitada casuÃstica (n=21) trazia estimativa da incidência do agravo (42,8%). A grande heterogeneidade em relação à população de estudo, método diagnóstico utilizado e perÃodo pós-parto focalizado dificultou a obtenção de uma estimativa agregada da prevalência de DPP no Brasil. Contudo, estudos conduzidos em unidades básicas de saúde, no âmbito da Estratégia de Saúde da FamÃlia ou em populações carentes apontaram uma prevalência entre 30 e 40% de DPP, enquanto pesquisas que incluÃram amostras de base populacional e populações de unidades hospitalares terciárias revelaram uma prevalência de cerca de 20%. CONCLUSÕES: embora novos estudos sejam necessários para melhor caracterizar as peculiaridades que envolvem a magnitude da DPP no Brasil, as evidências disponÃveis justificam uma atenção prioritária para os agravos à saúde mental materna no âmbito da saúde pública no paÃs.<br>OBJECTIVES: to carry out a systematic review of studies of the extent of post-partum depression (PPD) in Brazil. METHODS: articles were searched for and selected from national and international periodicals included in the Lilacs, SciELO and Medline electronic databases. RESULTS: fourteen studies were selected, thirteen of which reported the prevalence of PPD and one, which followed up a limited number of cases (n=21) estimated the incidence of the disorder at 42.8%. The wide range of different populations studied, diagnostic methods used, and post-partum period monitored made it difficult to obtain an aggregate estimate for the prevalence of PPD in Brazil. Nevertheless, studies conducted at Family Health Program basic health units and among underprivileged populations suggest a prevalence of around 30 to 40%, although studies that are based on population-wide samples and tertiary hospital units reveal a prevalence of around 20%. CONCLUSIONS: although further studies are needed to characterize the specific features of the extent of PPD in Brazil, the available evidence provides sufficient justification for prioritizing treatment of mental health disorders in mothers attending the public health services