50 research outputs found
Variations on Hunting and Care: Ownership, Kinship and Other Interspecific Relationships in the Eastern Amazon
This article is based on fieldwork among the Guajá people, a small indigenous group of Tupí-Guaraní speakers inhabiting the eastern portion of Brazil’s Amazon region. Aiming for an ethnographic definition of kinship, this article engages in issues related to the figure of the “owner/masterin the Amazon, proposing a dialogue with a seldom discussed aspect of this subject—namely, its relation to conjugality. I argue that relationships included in the universe of “familiarity” and “mastery” are not only coextensive with the field of kinship; they also reveal a very particular conception of humanity. The process of Awá-Guajá kinship, where the spouse is transformed through a very particular system of actions, can only be understood if we move beyond the issue of Amazonian affinity and articulate it with certain aspects of the familiarity and mastery theme. This article is an attempt to think inclusively about kinship, the mastery/ownershiptheme, and some ecological questions, in an ethnographic way
Caça
verbete sobre caça indígena sul-americana a ser incluído no Dossiê Humanos-Animai
O funeral do caçador: caça e perigo na Amazônia
O artigo a seguir discute o paralelismo entre caça, guerra e saúde, enfatizando as atividades de um pequeno grupo de caçadores, habitantes da porção noroeste do estado do Maranhão, os Awá-Guajá. Partindo de um episódio ocorrido no ano de 2008 na aldeia Juriti – que revelou aspectos importantes para a presente discussão – a caça e suas implicações guerreiras serão exploradas aqui segundo a etiologia das doenças e através das noções de ha’aera e pãnẽmũhũm, elementos que regem boa parte da relação entre caçadores e presas. Apresento um universo de agressões morais sofridas por caçadores e discuto uma sintomatologia particular só passível de entendimento quando são reveladas as concepções awá-guajá sobre a pessoa humana e as relacionamos com o universo da floresta, em geral, e a zoologia das presas, em particular. Argumento que as agressões físicas e morais dos animais à vida humana são centrais para o entendimento do que se configura como a “caça awá-guajá”, sendo o conhecimento sobre a origem de tais agressões (que acarretam sorte e azar; saúde e doença) parte importante do conjunto de saberes que regem a relação entre humanos e animais.The following article discusses the parallels that exist between hunting, war and health among a small group of hunters, the Awá-Guajá, currently residing in the state of Maranhão (Brazil). Based on an episode that occurred in 2008 in their village of Juriti – revealing important aspects of the current discussion – hunting and its warrior implications will be explored from the etiology of disease, namely, through the notions of ha’aera and pãnẽmũhũm, elements governing a large part of the relationship between hunters and their prey. Thus, I present a scenario whereby hunters suffer a moral aggression, and discuss a particular symptomatology, which is only understood when we embrace Awá-Guajá conceptions of human personhood, relating these with their views of the natural world, and zoological prey in particular. I argue that the physical and moral aggression of animals directed at human life is central to understanding of what constitutes “Awá-Guajá hunting”. Comprehending the origin of such attacks (which lead to fortune and misfortune, health and disease) comprises an important part of their body of knowledge governing the relationship between humans and animals
Weeping monkeys, or outline of an Amerindian concept of species
This article explores part of the Guajá knowledge practices related to animals and to the hunting of howler monkeys, considering the ongoing process of their territory destruction. The article puts forward the connections, constantly done and undone, in a regime that relates humans and animals in many ways. There is no intention, however, to appeal to the idea that hunting and nurturing would be complementary ways of relating to animals. The challenge of understanding revealed by the ways that humans and monkeys live together, may point to an alternative form to think the very concept of “species”. The extra challenge of this article is to explore, from this “notion of species”, how could we think other phenomena, such as, for instance, the yellow fever burst experienced in the southeast Brazil in 2017.Este artigo discute parte das práticas de conhecimento relativas aos animais e à caça de macacos entre os Guajá, considerando o processo de destruição de seus territórios. O artigo explicita conexões feitas e refeitas continuamente, em um regime que relaciona humanos e animais, sem, no entanto, recorrer à ideia de que caça e criação seriam formas complementares de relação com os animais. Sugiro que as maneiras como humanos e bugios vivem juntos talvez encontre aqui outra forma de pensar a própria ideia de “espécie”. O desafio a mais do artigo está em refletir, a partir dessa “noção indígena de espécie”, como poderíamos pensar outros fenômenos, por exemplo, o surto de febre amarela experimentado no Sudeste brasileiro no ano de 2017
O funeral do caçador
O artigo a seguir discute o paralelismo entre caça, guerra e saúde, enfatizando as atividades de um pequeno grupo de caçadores, habitantes da porção noroeste do estado do Maranhão, os Awá-Guajá. Partindo de um episódio ocorrido no ano de 2008 na aldeia Juriti ”“ que revelou aspectos importantes para a presente discussão ”“ a caça e suas implicações guerreiras serão exploradas aqui segundo a etiologia das doenças e através das noções de ha’aera e pãnéƒmũhũm, elementos que regem boa parte da relação entre caçadores e presas. Apresento um universo de agressões morais sofridas por caçadores e discuto uma sintomatologia particular só passível de entendimento quando são reveladas as concepções awá-guajá sobre a pessoa humana e as relacionamos com o universo da floresta, em geral, e a zoologia das presas, em particular. Argumento que as agressões físicas e morais dos animais à vida humana são centrais para o entendimento do que se configura como a “caça awá-guajá”, sendo o conhecimento sobre a origem de tais agressões (que acarretam sorte e azar; saúde e doença) parte importante do conjunto de saberes que regem a relação entre humanos e animais
O funeral do caçador: caça e perigo na Amazônia
The following article discusses the parallels that exist between hunting, war and health among a small group of hunters, the Awá-Guajá, currently residing in the state of Maranhão (Brazil). Based on an episode that occurred in 2008 in their village of Juriti ”“ revealing important aspects of the current discussion ”“ hunting and its warrior implications will be explored from the etiology of disease, namely, through the notions of ha’aera and pãnéƒmũhũm, elements governing a large part of the relationship between hunters and their prey. Thus, I present a scenario whereby hunters suffer a moral aggression, and discuss a particular symptomatology, which is only understood when we embrace Awá-Guajá conceptions of human personhood, relating these with their views of the natural world, and zoological prey in particular. I argue that the physical and moral aggression of animals directed at human life is central to understanding of what constitutes “Awá-Guajá hunting”. Comprehending the origin of such attacks (which lead to fortune and misfortune, health and disease) comprises an important part of their body of knowledge governing the relationship between humans and animals.O artigo a seguir discute o paralelismo entre caça, guerra e saúde, enfatizando as atividades de um pequeno grupo de caçadores, habitantes da porção noroeste do estado do Maranhão, os Awá-Guajá. Partindo de um episódio ocorrido no ano de 2008 na aldeia Juriti ”“ que revelou aspectos importantes para a presente discussão ”“ a caça e suas implicações guerreiras serão exploradas aqui segundo a etiologia das doenças e através das noções de ha’aera e pãnéƒmũhũm, elementos que regem boa parte da relação entre caçadores e presas. Apresento um universo de agressões morais sofridas por caçadores e discuto uma sintomatologia particular só passível de entendimento quando são reveladas as concepções awá-guajá sobre a pessoa humana e as relacionamos com o universo da floresta, em geral, e a zoologia das presas, em particular. Argumento que as agressões físicas e morais dos animais à vida humana são centrais para o entendimento do que se configura como a “caça awá-guajá”, sendo o conhecimento sobre a origem de tais agressões (que acarretam sorte e azar; saúde e doença) parte importante do conjunto de saberes que regem a relação entre humanos e animais