Base Nacional Comum Curricular: algumas reflexões a partir da Pedagogia Histórico-crítica

O presente artigo objetiva analisar a versão da Base Nacional Comum Curricular aprovada pelo bloco no poder durante o governo Temer, e continuada pelo governo Bolsonaro. Defende-se a tese de que a BNCC incorpora os interesses de uma fração da classe empresarial, a “direita para o social” (DPS), e, dessa forma, consolida mais uma etapa do processo de rebaixamento do nível de ensino destinado às camadas populares. Para tanto, explicita-se o processo de organização política da DPS para consolidar, na política educacional, o projeto empresarial de educação. Recupera-se quatro pilares que fundamentam tal projeto em curso, a saber: privatização, divisão técnica do trabalho, responsabilização pelo desempenho dos estudantes nas avaliações externas e patamar minimalista de formação escolar. Na sequência, aponta-se como o projeto empresarial de educação está expresso na BNCC, que centra a formação no desenvolvimento de competências e habilidades. Nas considerações finais, conclui-se que a aprovação da BNCC compõe o conjunto de iniciativas aprovadas pelo bloco no poder para administrar a crise do capital, que necessita fazer avançar os processos de precarização da força de trabalho, o que perpassa pelo rebaixamento da formação da classe trabalhadora, pelo ataque à educação pública e pela retirada de direitos sociais. Além disso, identifica-se nas elaborações da pedagogia histórico-crítica elementos fundamentais não apenas para tecer a crítica ao projeto empresarial de educação básica, mas, sobretudo, para fazer proposições que indicam possibilidades para enfrentá-lo nas condições históricas atuais. Em termos curriculares, isso significa oposição radical ao rebaixamento do processo de formação promovido pela BNCC

O EIXO ESTATÍSTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PERSPECTIVAS A PARTIR DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

 Este artículo es el resultado de nuestra investigación de maestría que analizó el eje estadístico en la colección del libro de texto Buriti Mais Mathematica (2017) para los primeros años de la Enseñanza Primaria. Presentamos, en este momento, un extracto de la disertación, con el objetivo de discutir las contribuciones de la enseñanza de la estadística en los primeros años de la Enseñanza Fundamental, desde la concepción pedagógica histórico-crítica. (2017); CAZORLA (2002); CAZORLA y CASTRO (2008); ORSO (2021); GALVÃO, LAVOURA, MARTINS (2019); GIARDINETO (2012); CASCAVEL (2008), etc. Concluimos que la enseñanza de la estadística no debe restringirse a fórmulas matemáticas y niveles de lectura, sino que debe contribuir a la transformación social. Desde esta perspectiva, es necesario superar la idea de que no es cualquier contenido lo que hará que el estudiante se desarrolle al máximo de sus posibilidades, ya que solo conocimientos ricos en oportunidades de desarrollo pueden, de alguna manera, ampliar la formación del individuo en su forma más elaborada.This article is the result of our master's research that analyzed the statistical axis in the collection of the textbook Buriti Mais Mathematica (2017) for the early years of Elementary School. We present, at this moment, an excerpt from the dissertation, aiming to discuss the contributions of teaching statistics in the early years of Elementary School, from the historical-critical pedagogical conception. (2017); CAZORLA (2002); CAZORLA and CASTRO (2008); ORSO (2021); GALVÃO, LAVOURA, MARTINS (2019); GIARDINETTO (2012); CASCAVEL (2008), etc. We conclude that teaching statistics should not be restricted to mathematical formulas and reading levels, but should contribute to social transformation. From this perspective, it is necessary to overcome the idea that it is not just any content that will make the student develop to their maximum possibilities, since only knowledge rich in development opportunities can somehow expand the individual's formation in its most elaborate form.Este artigo é resultado da nossa pesquisa de mestrado que analisou o eixo estatística na coleção do livro didático Buriti Mais Matemática (2017) para os anos iniciais do Ensino Fundamental.  Apresentamos neste momento um recorte da dissertação, visando discutir as contribuições do ensino de estatística nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a partir da concepção pedagógica histórica-crítica.O trabalho bibliográfico valeu-se dos estudos de  Cazorla et al. (2017); CAZORLA (2002); CAZORLA e CASTRO (2008); ORSO (2021); GALVÃO, LAVOURA, MARTINS (2019); GIARDINETTO (2012); CASCAVEL (2008), etc. Concluímos que o ensino de estatística não deve estar restrito a fórmulas matemáticas e a níveis de leitura, mas, deve contribuir para a transformação social. Nessa perspectiva, é preciso superar a ideia de que não é qualquer conteúdo que fará com que o estudante se desenvolva nas suas máximas possibilidades, pois só os conhecimentos ricos em oportunidades de desenvolvimento podem de alguma maneira ampliar a formação do indivíduo em sua forma mais elaborada.&nbsp

TROTSKY, Leon. Programa de transição. In: MARX, Karl et al. O Programa da Revolução. Brasília, DF: Nova Palavra, 2008

O Programa de transição, aprovado como o programa político da 4ª Internacional em 1938, foi escrito após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Revolução Russa (1917) e nos anos precedentes à Segunda Guerra Mundial (1945), portanto, período de crise do capitalismo que culminou com a Segunda Guerra mundial enquanto estratégia para se recuperar da crise. O texto foi organizado em vinte e um tópicos. As questões teóricas e programáticas apresentadas por Trotsky precisam ser retomadas. Atualizadas naquilo que, porventura, tenha envelhecido. A classe trabalhadora continua necessitando de uma direção revolucionária, de um programa de ações para se balizar

AS CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA CTSA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PEDAGOGOS(AS) PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

A partir da convergência de ideias de autores que defendem, avidamente, a necessidade de se repensar as relações estabelecidas entre o ensino de Ciências e o contexto sociopolítico econômico, no qual se inserem, invariavelmente, os sujeitos participantes do processo educativo, este artigo apresenta seu objetivo, o qual seja abordar, à luz da Pedagogia Libertadora, algumas contribuições da perspectiva CTSA para o processo de formação continuada de pedagogos(as). Para tanto, aborda conceitos fundamentais dessa perspectiva e aponta para sua necessária aproximação com a prática docente, lançando mão de autores como Chrispino (2017), Costa de Lucena (2019), Freire (1996), Martins (2020) e Teixeira (2003). Tais contribuições apontam para a necessidade de que a formação continuada de pedagogos considere as relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente, compreendendo os fenômenos da natureza em seu processo de permanência e mudança, gênese e desenvolvimento, enquanto produção humana na relação de transformação da natureza

Escola publica e privada : como se ensina matematica?

Por meio de um estudo da maneira como se estrutura o ensino de matemática em escolas reservadas aos grupos populares e às classes médias, buscamos problematizar a maneira como a escola contribui para construir não apenas uma competência específica, no caso a matemática, mas também a maneira como as crianças de diferentes grupos sociais vão moldando sua visão de mundo e do lugar que nele ocupam. Estudos como o de Hoadley (2007) mostram-nos que um dos mecanismos de reprodução das desigualdades sociais de classe e a variação das práticas pedagógicas adotadas no interior das escolas. Mais especificamente, a pesquisa demonstra que a escola e as práticas de ensino ai adotadas potencializam as diferenças entre os estudantes, deixando em desvantagem os grupos populares. Esse trabalho se insere nesse campo de estudos.Seu objetivo principal foi estudar, por meio da análise de documentos e materiais escolares, além de entrevistas com professoras e observações de ituações de ensino, a maneira como o ensino da matemática é proposto em duas escolas de ensino fundamental do município de Campinas (SP), urna pública e uma privada