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PÊNFIGO VULGAR MUCOCUTÂNEO COM REPERCUSSÃO ORAL: TRATAMENTO ODONTOLÓGICO COM USO ADJUVANTE DE LASERTERAPIA.
Pênfigo define um grupo de doenças auto-imunes mucocutâneas, onde o pênfigo vulgar é o mais comum. A etiologia e patogênese não estão totalmente esclarecidas, sabe-se que existe uma provável correlação genética havendo alteração da resposta auto-imune relacionada a anticorpos específicos. Lesões orais muitas vezes são o primeiro sinal da doença, inicialmente se apresentam como vesículas que se rompem formando úlceras. O envolvimento de outras regiões com a evolução da doença pode ser potencialmente fatal. O diagnóstico é feito através do exame clínico e biópsia. O tratamento de escolha é a imunossupressão sistêmica com corticosteroides. O paciente A.B.S., leucoderma, sexo masculino, 43 anos, com diagnóstico de pênfigo vulgar mucocutâneo extenso. Em uso de prednisona e micofenolato. Retornou ao ambulatório do Hospital das Clínicas de São Paulo após perda de seguimento ambulatorial com piora importante das lesões, sendo optado por internação do mesmo pela equipe médica. Durante internação foi encaminhado a Odontologia com queixas álgicas orais. Ao exame intraoral foram observadas em mucosas erosões e úlceras generalizadas, condição periodontal deficiente e redução de dimensão vertical. Foram realizadas exodontias e laserterapia de baixa potencia 2J/cm², associado com orientação de higiene oral sendo observado melhora significativa do quadro clínico e da sintomatologia álgica. O Pênfigo Vulgar é uma doença de grande interesse para a odontologia, uma vez que as manifestações orais geralmente precedem à sistêmica. Assim, o conhecimento do cirurgião-dentista sobre a doença, medicamentos, tratamento e condutas de orientação de higiene bucal são de grande importância na prevenção do surgimento de lesões orais, colaborando assim na manutenção da saúde bucal e qualidade de vida
PP16 - Recomendações para assistência odontológica hospitalar a paciente com infecção por microrganismo multirresistente (MMRs)
INTRODUÇÃO: A seleção de MMRs não é um tema novo para a medicina e, devido à sua crescente amplitude e à sua alta velocidade de desenvolvimento, vem se tornando alvo de grande preocupação global. Essas infecções estão diretamente associadas às práticas de cuidados de saúde, tal como o serviço odontológico, e podem afetar o atendimento do paciente aumentando sua morbimortalidade e os custos gerados ao Sistema de Saúde. O serviço odontológico ambulatorial em âmbito hospitalar, por prestar atendimento a um grande número de pacientes imunologicamente comprometidos, está cada vez mais suscetível a participar da transmissão dessas infecções
LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES EM PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA: RELATO DE CASO.
Este relato de caso descreve uma lesão periférica de células gigantes (LPCG) em uma paciente do sexo feminino, 28 anos, com doença renal crônica que compareceu à Divisão de Odontologia do HCFMUSP para adequação de meio bucal previamente ao seu 30 transplante renal, evoluindo com uma lesão exofítica, nodular, de 1cm de diâmetro, assintomática, de coloração rósea com pontos avermelhados/ acastanhados, em rebordo alveolar, após 1 meses da exodontia. Analisando os exames laboratoriais foi constado hiperparatireoidismo, sem alteração do fósforo, cálcio e fosfatase alcalina séricos. As hipóteses diagnósticas foram de granuloma piogênico ou Tumor Marrom do Hiperparatireoidismo, pois é bem descrito na literatura em paciente com doença renal crônica e hiperparatireoidismo. Durante o trans-operatório da biópsia excisional sangramento abundante foi controlado com medidas hemostáticas locais. No exame anatomopatológico identificou-se tecido conjuntivo com grande quantidade de células gigantes difusamente espalhadas entre células ovoides e fusiformes, vasos sanguíneos com tecido hemorrágico, tendo o diagnóstico de LPCG, ou seja, um processo proliferativo não neoplásico reativo à irritação local ou trauma, de etiologia incerta, podendo estar relacionada ao aumento do paratormônio. Neste caso a paciente realizou logo a seguir o transplante renal, e não houve recidiva das LPCG, até o momento. Ressalta-se neste estudo o quadro sistêmico da doença renal crônica, os aspectos do diagnóstico diferencial da lesão periférica de células gigantes e a evolução clínica desta paciente. Assim, é importante que o cirurgião-dentista tenha o conhecimento da patologia sistêmica e sua relação nos processos proliferativos da mucosa oral que facilitam o diagnóstico e tratamento
USO DE PROTETOR BUCAL EM PACIENTE COM DOENÇA NEURODEGENERATIVA DEVIDO A LESÃO ORAL POR AUTOMUTILAÇÃO: RELATO DE CASO.
A distonia muscular generalizada é uma doença neurodegenerativa que gera contrações involuntárias e espasmos musculares. Esta alteração apresenta implicações bucais como desordens mastigatórias, mialgia, desvios mandibulares, disfagia, disartria, bem como mordedura das mucosas orais. Paciente A.C.T.A. 14 anos, iniciou com distonia muscular periférica e evoluiu para generalizada, acompanhada por algia em região braquial, sendo constatada degeneração neuromuscular progressiva. Durante as crises espásticas ocorreram eventos de mordedura involuntária da cavidade oral, o que ocasionou ulcerações em regiões de mucosa e língua. A paciente foi submetida a instalação de protetor bucal de acetato após moldagem das arcadas superiores e inferiores com silicona de adição, e aplicação de LASER de baixa intensidade (LBI) para reparo e analgesia das úlceras orais, o qual foi aplicado semanalmente de forma pontual (660nm; 880nm; 60mW; 2J/cm2) até a cicatrização completa das lesões orais. As lesões traumáticas podem levar à desnutrição, sangramentos importantes e infecção, sendo o seu manejo um grande desafio clínico. Uma medida eficaz no tratamento e prevenção das lesões traumáticas é a instalação de protetores bucais, bem como aplicação de LBI, hidratação das mucosas e medicação de uso tópico. O protetor bucal atua como barreira física na proteção dos tecidos por afastá-los da linha de oclusão diminuindo o trauma sobre as lesões já instaladas e na prevenção de futuros traumas, sendo utilizado em pacientes neurológicos ou em Unidade de Terapia Intensiva. O emprego do protetor bucal foi importante para o tratamento e prevenção de novos eventos traumáticos a cavidade oral, e o uso de novas tecnologias estimulam o reparo e a analgesia, trazendo conforto e qualidade de vida
ANÁLISE DO PERFIL E DA CONDIÇÃO BUCAL DO PACIENTE DOMICILIAR ASSISTIDO POR EQUIPE INTERDISCIPLINAR DE HOSPITAL TERCIÁRIO
INTRODUÇÃO: A assistência domiciliar é definida como um conjunto de medidas desenvolvidas para uma estratégia assistencial de saúde, com objetivo preventivo, curativo e/ou paliativo, apresentando abordagem interdisciplinar. É de grande relevância para a desospitalização, redução de custos hospitalares, reinserção social e familiar, e promoção de qualidade de vida ao paciente. OBJETIVO: Determinar o perfil, condição bucal dos pacientes e os procedimentos odontológicos realizados no domicílio. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 94 prontuários odontológicos de pacientes assistidos pela Divisão de Odontologia do ICHCFMUSP inserida no Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (NADI), do período de maio de 2014 a dezembro de 2015. RESULTADOS: Predominância do sexo feminino (60,64%), com média de idade de 81,11 anos, sendo que 49,01% dos pacientes apresentavam patologias neurológicas, e 77,05% tinham o diagnóstico de doenças crônicas como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia ou diabetes mellitus. Foi avaliado índice CPOD médio de 22,59. As queixas odontológicas mais frequentes foram relacionadas a desadaptação das próteses dentárias, boca seca e dificuldade de higiene bucal. Foram realizados 70 procedimentos dentários como raspagem corono radicular, exodontias, reembasamento de prótese dentária e restaurações. CONCLUSÃO: O acesso a assistência odontológica domiciliar proporciona remoção de focos bucais e resolução da queixa odontológica, proporcionando conforto e menor estresse ao paciente que necessita deste tipo de assistência, assim como o treinamento e orientação do cuidador sobre higiene bucal, o qual é fundamental para controle das infecções bucais, conforto bucal e qualidade de vida
PP8 - Avaliação do perfil e do impacto da saúde bucal sobre a qualidade de vida de gestantes de alto risco
INTRODUÇÃO: A gestação é caracterizada por diversas alterações físicas e fisiológicas que ocorrem para adaptação do organismo feminino, sendo o tratamento odontológico ainda motivo de insegurança para muitos cirurgiões-dentistas. As doenças bucais que mais acometem as gestantes são a cárie dentária, erosão ácida e alterações periodontais, podendo comprometer qualidade de vida, bem como comprometer a saúde da mãe e do feto
USO DE INFUSÃO DE PLAQUETAS E SELANTE DE FIBRINA PARA EXODONTIA EM PACIENTE COM ANEMIA APLÁSTICA: DESCRIÇÃO DE PROTOCOLO.
A aplasia medular é uma desordem rara e grave caracterizada pela deficiência de produção de células sanguíneas e plaquetas, ocasionando pancitopenia, o que predispõe a sangramentos, petéquias, equimose e/ou hematomas em pele e mucosas, além do risco de infecção. Os principais tratamentos propostos são imunossupressão, transfusões sanguíneas e transplante de células tronco hematopoiéticas. Diante deste fato é de extrema importância manter a cavidade bucal sem focos infecciosos, porém a remoção dos mesmos pode provocar consequências graves, como sangramento intenso. O presente estudo tem como objetivo relatar o caso clínico de uma paciente portadora de aplasia medular com necessidade de tratamento odontológico cruento, bem como destacar as principais condutas interdisciplinares para a assistência odontológica segura. Paciente LLA, 18 anos, em preparo para transplante de células tronco hematopoiéticas, com necessidade de exodontia do dente 36 devido à grande destruição coronária e sintomatologia dolorosa. Devido ao número reduzido de plaquetas (5,2 mil/mm³), optou-se pela infusão de plaquetas prévias ao procedimento e utilização de selante de fibrina, intra alveolar, após exodontia. O selante de fibrina é derivado de sangue ou plasma humano e reproduz a última fase da coagulação fisiológica do sangue. Diversos estudos publicados revelam a eficácia do selante de fibrina, uma vez que o mesmo auxilia na coaptação dos tecidos, vedamento de feridas e no estabelecimento da hemostasia. Com base na literatura apresentada neste estudo, conclui-se que pacientes portadores de aplasia medular podem ser submetidos a tratamentos odontológicos cruentos com segurança, utilizando um bom planejamento interdisciplinar que garantam medidas hemostáticas sistêmicas e locais
UTILIZAÇÃO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DA OSTEORRADIONECROSE DOS MAXILARES: DESCRIÇÃO DE PROTOCOLO CLÍNICO.
A osteorradionecrose (ORN) é a complicação mais severa da radioterapia (RT) de cabeça e pescoço, sendo definida por uma exposição de osso necrótico que persiste por período superior a 3 meses. A ORN pode estar associada a dor, sequestro ósseo, fratura patológica, fístula orocutânea e deformidades. Atualmente, a teoria mais aceita afirma que após a realização da RT os tecidos tornam-se hipovascularizados, hipocelulares e hipóxicos dificultando sua cicatrização. O tratamento da ORN é realizado através da limpeza cirúrgica associada a antibiótico terapia, higiene oral e ao uso de clorexidina 0,12%. A terapia fotodinâmica (PDT), técnica que associa o uso de um corante fotossensibilizador a uma fonte de luz como um comprimento de onda específico do LASER, pode ser usada objetivando-se a desinfecção da ORN. Será relatado um protocolo clínico de PDT aplicado em 2 pacientes com ORN em mandíbula. Ambos do sexo masculino, submetidos a RT de cabeça e pescoço devido a CEC em cavidade oral, com exposição de osso necrótico após 4 meses da exodontia do 36 (±0,4cm por lingual, no 1º paciente; ±2,0cm em rebordo, no 2º). Foi realizada limpeza local com clorexidina 0,12%, aplicação do corante azul de metileno 0,01% por 5 minutos e aplicação de LASER de baixa potência (660nm, 120J/cm2, 3,6J, 100mW, 36s) recobrindo toda a área comprometida. As aplicações foram realizadas semanalmente, por 4 semanas consecutivas. Observou-se proliferação epitelial sobre o osso tratado com a PDT, com resolução completa no 1º caso e parcial no 2º, mas com melhora da dor. O uso da PDT no tratamento da ORN mostrou-se importante por promover a desinfecção do osso necrótico favorecendo a reparação tecidual que permitiu menor deformidade quando comparada ao tratamento cirúrgico convencional
Evaluation of post-exodontic bleeding on liver pretransplant patients
A realização de procedimentos odontológicos cruentos em pacientes cirróticos sempre causou muito receio ao cirurgião-dentista pelo risco de sangramento no intra e pósoperatório. Devido a falta de compreensão sobre cirrose, hemostasia, e correlação entre exames laboratoriais muitas exodontias deixaram de ser realizadas e outras foram realizadas com a infusão de hemoderivados profilaticamente. Com novos estudos sobre hemostasia em pacientes cirróticos, nos quais ocorre a diminuição dos fatores de coagulação e anticoagulação, e o melhor entendimento sobre hemostasia rebalanceada, a comunidade odontológica começou a avaliar a necessidade real de infusão de hemoderivados para a realização de exodontias. O objetivo deste trabalho foi identificar a existência de eventos hemorrágicos durante e após exodontias de pacientes cirróticos, em fila de transplante de fígado, correlacionando o sangramento com exames de coagulação e quantificando o sangramento intra-operatório. Para isso foi realizado um estudo observacional, de caso-controle e de caráter quantitativo. A amostra foi composta por um grupo de estudo (GE), com 74 de pacientes cirróticos em fila de transplante de fígado e um grupo controle (GC), com 74 pacientes normorreativos. Todos os pacientes foram submetidos a exames pré-operatórios de coagulação imediatamente antes dos procedimentos cirúrgicos. Foram estabelecidos os critérios propostos por Lockhart et al. (2003), para a definição de eventos hemorrágicos pós-operatórios e foi considerado sangramento anormal no intraoperatório perdas acima de 0,6 mL/min, de acordo com o trabalho de Buhatem Medeiros et al. (2017). Durante as exodontias o sangue perdido pelos pacientes era aspirado para posterior mensuração. Também foi contabilizado o tempo de duração do procedimento cirúrgico. O GE apresentou alterações em quase todos os exames de coagulação realizados (TP/INR, TTPa, TT, contagem de plaquetas, fator e atividade de von Willebrand, fibrinogênio, proteína C, antitrombina III). As médias do volume de sangramento intra-operatório e de sangramento por minuto no GE (5,36mL e 0,19mL/min, respectivamente) foram maiores do que as do GC (3,054mL e 0,11mL/min, respectivamente) (p<0,05). O sangramento no GE foi correlacionado com características clínicas e com os exames laboratoriais de coagulação. Com relação às características clínicas a ascite (p=0,012) e a presença de lesão periapical (p=0,034) se correlacionaram positivamente com o sangramento (mL/min). Com relação aos exames de coagulação, além de uma correlação positiva moderada no teste de agregação plaquetária com ácido araquidônico, não observamos correlação com o sangramento intra-operatório. Ainda que os pacientes do GE tenham apresentado uma quantidade maior de sangramento que o GC, esse sangramento não foi considerado anormal. Nenhum paciente apresentou eventos hemorrágicos intra ou pós-operatórios e não foi possível correlacionar o maior sangramento do GE com os exames de coagulação.The performance of crude dental procedures in cirrhotic patients has always caused great concern for dentists in terms of intra and post-operative bleeding risks. Due to the lack of understanding about cirrhosis, hemostasis and the correlation between bleeding and laboratory exams, a number of tooth extractions have not been performed or performed with the infusion of prophylactic hemoderivatives. With new studies about hemostasis on cirrhotic patients - in which there is a decrease in coagulation and anticoagulation factors - and a better understanding of rebalanced hemostasis, the dental community started to evaluate the real need for infusion of hemoderivatives to perform exodontia. The objective of this study was to identify the existence of hemorrhagic events during and after tooth extraction on cirrhotic patients in a liver transplant list, correlating the bleeding with coagulation tests and quantifying intraoperative bleeding. For this, observational, case-controlled and quantitative analysis were performed. The sample consisted of a study group (SG) with 74 cirrhotic patients in the liver transplant waiting list and a control group (CG) with 74 normoreactive patients. All patients underwent preoperative coagulation exams immediately before the surgical procedures. The criteria adopted for the definition of postoperative bleeding events was based on the criteria proposed by Lockhart et al. (2003). The abnormal bleeding in the intraoperative period was considered for losses above 0.6 mL/min - based on the work of Buhatem Medeiros et al. (2017). During the tooth extractions, the blood lost by the patients was aspirated for subsequent measurement. The duration of the surgical procedure was also taken into consideration. The SG presented alterations in almost all coagulation tests performed (TP/INR, TTPa, TT, platelet count, von Willebrand factor and activity, fibrinogen, protein C, protein S, antithrombin III, platelet aggregation). The average volume of intraoperative bleeding and bleeding per minute in the SG (5.36 mL and 0.19 mL/min, respectively) was greater than in the CG (3.054 mL and 0.11 mL/min, respectively) (p<0.05). Bleeding in the SG was correlated with clinical characteristics and with laboratory coagulation tests. Regarding clinical characteristics, only ascites (p=0.012) and the presence of periapical lesion (p=0.034) correlated positively with bleeding (mL/min). Regarding the coagulation tests, besides a moderate positive correlation in the platelet aggregation test with arachidonic acid, we did not observe any correlation with intraoperative bleeding. Although the patients of the SG presented a greater amount of bleeding than the CG, this bleeding was not considered abnormal. None of the patients presented intra or postoperative bleeding events and it was not possible to correlate the higher amount of bleeding from the SG with the coagulation tests