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    A interdisciplinaridade no trabalho em saúde para o preparo da alta hospitalar da criança com doença crônica e segmento da assistência pela atenção primária de saúde – relato de caso / An interdisciplinarity in health work to prepare hospital discharge for children with chronic diseases and the health care segment in health care - case report

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    A criança com doença crônica necessita de cuidados específicos como alimentação, medicação, acompanhamento do estado clínico e reorganização familiar em função da cronicidade, dependendo de uma atenção permanente por equipe interdisciplinar, tanto no hospital para o preparo da alta, como pela Unidade Básica de Saúde (UBS) no acompanhamento regular e diário por sua família/responsáveis. A articulação multiprofissional faz-se necessária para assistir integralmente ao binômio mãe-filho, tendo em vista que as crianças demandam cuidados cotidianos indispensáveis à vida. O objetivo desse estudo foi identificar a relevância do trabalho multi e interprofissional, tanto a nível hospitalar quanto o segmento da assistência na UBS. Trata-se de um paciente internado no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), acompanhando pelo Projeto de Extensão “Preparo para alta e segmento domiciliar de crianças e adolescentes portadores de condições crônicas” na clínica pediátrica do referido hospital. Paciente do sexo masculino, 10 meses, acompanhado pela mãe, admitido em 31/07/2017, com diagnóstico de neuropatia crônica. Faz uso de próteses de correção em membro superior esquerdo e membros inferiores prescritas pela terapia ocupacional antes desse internamento, devido a alterações ósseas e hipotonia severa. A mãe relata que, por não obter assistência adequada na UBS buscou atendimento hospitalar, no qual a criança foi admitida devido à disfagia que evoluiu para uma desnutrição severa. Inicialmente, foi realizada a inserção de uma sonda nasogástrica (SNG), e após exames, foi constatada a necessidade de gastrostomia (GTT). De início a mãe recusou o procedimento, alegando estar acostumada com a alimentação pela SNG e por receio ao procedimento cirúrgico para inserção da GTT. Mediante ao caso e as necessidades do lactente, as extensionistas de enfermagem e fisioterapia buscaram uma aproximação com a mãe por meio de escuta qualificada, criando vínculo não só com a mãe, mas com a criança também, possibilitando, em seguida, o início das ações. As atividades realizadas foram voltadas para a instrumentalização prática a fim de promover o cuidado adequado com a SNG que estava sendo utilizada, além de conversar sobre a necessidade e os cuidados referentes ao uso da GTT, além da necessidade do uso constante das próteses, contribuindo para a aceitação da mãe no que tange a realização do procedimento. Além das dúvidas sobre o cuidado, a mãe relatou dúvidas sobre a possibilidade de recebimento de um auxílio-doença para seu filho, sendo orientada a procurar a assistente social do serviço. Embora a cirurgia fosse necessária, o binômio recebeu alta hospitalar no dia 18/08/2017, devido falta de vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no momento, ficando o serviço responsável de informar a mãe uma nova data. Durante o preparo para a alta, a mãe foi orientada pela nutricionista do hospital sobre o preparo e administração da dieta ainda em uso da SNG, além de, posteriormente, realizar esses procedimentos com apoio das extensionistas até sentir-se segura durante a realização. Antes do retorno ao domicílio, as extensionistas desenvolveram e entregaram a mãe uma ficha de seguimento domiciliar que deveria ser levada a UBS com intuito de apresentar aos profissionais todo o processo ocorrido durante o período de hospitalização, além de buscar estabelecer um vínculo entre a família e a UBS. Reafirmamos, portanto a importância e a necessidade de um acompanhamento multiprofissional para o atendimento integral a criança que convive com uma condição crônica e sua família, ultrapassando o ambiente hospitalar e alcançando a Atenção Primária de Saúde (APS), garantindo a continuidade da assistência, buscando qualidade de vida, bem como favorecendo autonomia para o cuidado cotidiano, de maneira que a família possa atuar como coparticipante do cuidado efetivo e humanizado
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