17 research outputs found

    A Cidade do Pensamento Único: Desmanchando Consenso

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    Mito da cidade-global: o papel da ideologia na produção do espaço terciário em São Paulo

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    Throughout the world the global-city has been considered the only urban model able to guarantee the survival of the city within the new context of economic globalization, and the city of São Paulo is no exception. However, empirical data demonstrate that this city has none of the typical "global-city" attributes: it does not take an active part in world economic flows, it does not suffer from a structural de-industrialization, it lacks an advanced service industry leading other economic activities, and so forth. Nonetheless, the prevailing dialogue dominating single neo-liberal thought imposes an ideological discourse according to which this model would be the only acceptable option for the urbanization of São Paulo. Based on this false reality, urban developers successfully channel public investments to support the construction, for example, of a "total business district" in the area of the Pinheiros river, thus directing urgent public priority policies away from widening social inequalities. In a city where nearly half of the population is deprived of the basic rights of citizenship and is not even able to take part in formal urban dynamics, some groups of developers associated with public authorities are able to create a "city within the city": a veritable "First World" island built within an urban matrix comprised of the traditional, archaic social relations of the urban underdevelopment of a country that still has to overcome the difficulties of its colonial heritage.A "cidade-global" vem sendo difundida como o único modelo urbano capaz de garantir a sobrevida das cidades no "novo" contexto da "globalização da economia". A cidade de São Paulo não foge desse rótulo. Entretanto, os dados empíricos mostram que ela não apresenta nenhum dos atributos típicos da "cidade-global". Isso não impede que o discurso dominante do pensamento único neoliberal, que tem como paralelos urbanos as teorias da "cidade-global", do "planejamento estratégico" e do "marketing de cidades", imponha uma visão - mais ideológica do que real - segundo a qual esses modelos seriam as únicas opções de urbanização aceitáveis. Apoiando-se nessa falsa realidade, os empreendedores urbanos da cidade conseguem canalizar os recursos públicos, de forma a sustentar a construção de supostas "centralidades globais terciárias", desviando, assim, as políticas públicas das prioridades prementes ligadas a uma demanda social cada vez mais dramática. Uma análise mais pormenorizada mostra que a dinâmica de produção do espaço em São Paulo é baseada em coalizões entre as elites urbanas locais e o poder público, nada tendo, de "moderna", e muito menos de "global", sendo, na verdade, a expressão urbana das tradicionais e arcaicas relações sociais típicas do "patrimonialismo" brasileiro

    A forma urbana patrimonialista: limites da ação estatal na produção do espaço urbano no Brasil

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    Urban public policies in Brazil are based on an exaggerated belief in the transformative potential of the state apparatus and urban planning. This is because the State model, which is used, is the model structured within the context of the regulated economies of the welfare state, where the production of urban space is the result of action by a strong State. The problem with this is that this model does not correspond to Brazilian sociability, nor to our urban form. It is therefore necessary to create a theory of the State for the urban, which is capable of covering the specificities of our patrimonialist society. Using the theory of State derivation, it may be inferred that the urban form derives from this specific sociability, defining a process that is not the social production of space, but a patrimonialist production of space, a pattern of domination through space that sustains the elite society.As políticas públicas urbanas no Brasil se apoiam em uma crença exagerada quanto ao potencial transformador do aparato estatal e do planejamento urbano. Isso porque o modelo de Estado que se utiliza é aquele que se estrutura no contexto das economias reguladas do Estado do bem-estar social, no qual a produção do espaço urbano é decorrente da ação de um Estado forte. O problema é que esse modelo não corresponde à sociabilidade brasileira nem à nossa forma urbana. É necessário elaborar uma teoria do Estado no urbano que seja capaz de abarcar as especificidades da nossa sociedade patrimonialista. Usando a teoria da derivação do Estado, depreendemos que a forma urbana deriva dessa sociabilidade específica, definindo um processo que não é o da produção social do espaço, mas sim da produção patrimonialista do espaço – um padrão de dominação por meio do espaço que sustenta a sociedade de elite

    Dossiê gestão e cidade: metrópoles no século XXI: Da necessária simbiose entre teoria e prática

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    Governança, um novo paradigma de gestão? Sobre a Conferência de Pierre Calame

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    Este artigo apresenta uma análise crítica da palestra proferida em maio de 2001, por Pierre Caíame, presidente da Fondation Charles Leopold Mayer Pour le Progrès de l’Homme (França), no programa de pósgraduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, sobre o seu livro A questão do estado no coração do futuro, recentemente lançado no Brasil. O livro propõe uma reflexão em torno do tema da governança, do qual o autor é um conhecido defensor em seu país. Para ele, trata-se de uma resposta à necessidade de reestruturação dos mecanismos de funcionamento da administração pública em face dos novos paradigmas do pósfordismo. As dinâmicas de diversidade e interdependência das sociedades mundializadas impõem novas esferas de administração, que se aproximem da realidade e permitam a tomada de decisão co-responsável por parte de todos os atores sociais, dando-lhes a possibilidade de autodeterminação do destino de sua sociedade. Apesar do aspecto universal e internacional que o autor dá a essas idéias, este texto propõe uma reflexão cautelosa acerca da eficácia de sua transposição para a realidade específica brasileira e suas formas particulares de estruturação de uma sociedade desigual, na qual o Estado serve, antes de tudo, como instrumento histórico de hegemonia das classes dominantes. Ainda assim, o artigo busca ressaltar os aspectos positivos dessas idéias, que podem ser úteis para aqueles que se vêem à frente de governos populares e têm que lidar com um aparato estatal corrompido e desvirtuado de suas funçõesThis paper presents a critical analysis of the seminar given in may 2001 by Pierre Caíame at USP Post-Graduation Program of the Faculty of Architecture and Urbanism, based on his book “L’état au coeur” co-written with André Talmant and recently launched in Brazil. Pierre Caíame is the president of the Fondation Charles Leopold Mayer pour le Progrès de l’Homme. The book deals with the theme of urban governance, particularising the case of France. According to Caíame, governance implies the need for a reorganization of state operation and management mechanisms when faced by the new paradigms posed by the post-fordism transformations of society. These new dynamics impose the creation of new co-responsibility spheres for all social actors concerned with the control of society's destiny. In spite of the “universal” and international aspect that Caíame wants to express in his ideas, this text is a reflection about the efficacy of their transposition for the specific reality of Brazil with its particularly unequal social structure and where the State is the historical instrument of the dominant classes’ hegemony. However, his reflection also tries to draw on the positive aspects of the ideas discussed, which may be useful for those heading popular governments in Brazil, and for those who must “deal with” a corrupt and eroded stat

    Governança, um novo paradigma de gestão? Sobre a Conferência de Pierre Calame

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    This paper presents a critical analysis of the seminar given in may 2001 by Pierre Caíame at USP Post-Graduation Program of the Faculty of Architecture and Urbanism, based on his book “L’état au coeur” co-written with André Talmant and recently launched in Brazil. Pierre Caíame is the president of the Fondation Charles Leopold Mayer pour le Progrès de l’Homme. The book deals with the theme of urban governance, particularising the case of France. According to Caíame, governance implies the need for a reorganization of state operation and management mechanisms when faced by the new paradigms posed by the post-fordism transformations of society. These new dynamics impose the creation of new co-responsibility spheres for all social actors concerned with the control of society's destiny. In spite of the “universal” and international aspect that Caíame wants to express in his ideas, this text is a reflection about the efficacy of their transposition for the specific reality of Brazil with its particularly unequal social structure and where the State is the historical instrument of the dominant classes’ hegemony. However, his reflection also tries to draw on the positive aspects of the ideas discussed, which may be useful for those heading popular governments in Brazil, and for those who must “deal with” a corrupt and eroded stat

    A Cidade do Pensamento Único: Desmanchando Consenso

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    A \"cidade-global\" vem sendo difundida pelo mundo como o único modelo urbano capaz de garantir a sobrevida das cidades no \"novo\" contexto da \"globalização da economia\". Se esse modelo pode até mostrar-se de alguma eficácia no contexto das grandes cidades desenvolvidas, isso não ocorre entretanto nas grandes metrópoles periféricas, como no caso de São Paulo. A observação de dados empíricos da cidade mostra que ela não apresenta nenhum dos atributos típicos da \"cidade-global\": ela não se situa na rota dos grandes fluxos da economia global, não sofre de um processo de desindustrialização estrutural nas mesmas proporções do que as cidades desenvolvidas, não vê o \"terciário avançado\" se sobrepor aos outros setores da economia, etc. Entretanto, o discurso dominante do pensamento único neoliberal, que tem como paralelos urbanos as teorias da \"Cidade-Global\", do \"Planejamento Estratégico\" e do \"Marketing de cidades\", impõe um discurso ideológico pelo qual esses modelos seriam as únicas opções de urbanização aceitáveis para São Paulo. Apoiando-se nessa falsa realidade, os empreendedores urbanos da cidade conseguem canalizar os recursos públicos de forma a sustentar a construção, na região da Marginal do Rio Pinheiros, uma \"centralidade global de negócios\", desviando assim as políticas públicas das prioridades prementes ligadas à uma fratura sócio-espacial que não pára de crescer.|) Assim, em uma cidade em que quase 50% da população é privada dos direitos de|cidadania mais básicos e não consegue sequer a incluir-se na dinâmica urbana da cidade formal, alguns grupos de empreendedores, associados ao Poder Público, conseguem criar uma \"cidade dentro da cidade\", verdadeira ilha de Primeiro-Mundo, pousada sobre uma matriz urbana na qual sobrevivem ainda as relações sociais arcaicas típicas do sub-desenvolvimento urbano de um país que ainda nem conseguiu vencer as dificuldades impostas por sua herança colonial. Uma análise mais pormenorizada mostrará que se trata de uma dinâmica de produção do espaço urbano muito próxima do modelo da \"máquina de crescimento urbano\" baseada em coalizões entre as elites urbanas locais e o Poder Público, e que não tem nada de \"moderno\", e muito menos de \"global\". São na verdade as tradicionais e arcaicas relações sociais típicas do \"patrimonialismo\" brasileiro que se reproduzem na escala urbana para garantir a hegemonia das elites sobre o processo de produção da cidade.Not availabl

    “Em busca das categorias da produção do espaço”, uma resenha.

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