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    Prevenção da migrânea com propranolol, amitriptilina ou sinvastatina : correlação com a produção do óxido nítrico

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    A migrânea é uma cefaléia primária comum, sendo a queixa mais freqüente nos serviços de atendimento em Neurologia. A fisiopatologia da migrânea ainda não foi completamente elucidada e as principais estruturas envolvidas podem ser o sistema trigeminovascular, fibras autonômicas e os vários agentes vasoativos locais. Aspectos peculiares do óxido nítrico (NO) e a presença da sintase do óxido nítrico (NOS) tanto a nível periférico (endotélio, fibras nervosas ao redor dos grandes vasos cerebrais e dura-máter), como no tronco cerebral e áreas hipotalâmicas, tornam esse composto um bom candidato a mediador dos mecanismos das crises de cefaléias vasculares, especialmente a migrânea. O NO provavelmente participa da inflamação neurogênica e da ativação das fibras perivasculares que conduzem os impulsos nociceptivos para o gânglio trigeminal. Terapias com estatinas melhoram a viabilidade do NO e possuem propriedades antiinflamatórias. O presente estudo é um ensaio clínico, aberto, prospectivo e comparativo, cujos objetivos foram avaliar a ação preventiva do propranolol, amitriptilina ou sinvastatina no controle dos ataques de migrânea; e correlacionar a produção plasmática de NO com a redução do índice de cefaléia (obtido através do cálculo do produto da freqüência de crises por mês X duração da dor em horas X intensidade da dor). Um total de 357 pacientes com diagnóstico de migrânea participou do estudo no período de novembro de 2004 a março de 2006. As pacientes receberam propranolol, amitriptilina ou sinvastatina por três meses e amostras de sangue foram coletadas para a determinação plasmática do NO. Em relação ao índice de cefaléia e número de dias com migrânea, as pacientes que usaram propranolol (60 mg; 80 mg; 120 mg), amitriptilina (12,5 mg; 25 mg; 50 mg) ou sinvastatina (10 mg; 20 mg; 40 mg) apresentaram redução significativa desde o segundo mês de tratamento (p<0,001), com exceção das usuárias de amitriptilina, que apresentaram redução a partir do primeiro mês (p<0,001). Aumento significativo no nitrato plasmático (p<0,001) foi detectado nas pacientes com dor (31 ± 1 &#956;M, n=357) quando comparadas no período sem dor (28 ± 1&#956;M, n=357). A redução &#8805;50% no número de dias com migrânea ao final do terceiro mês foi significativa para os três tratamentos instituídos, porém não houve diferença na eficácia entre os mesmos. Os nitratos plasmáticos analisados na fase livre de migrânea diminuiram significativamente entre as avaliações no controle e no terceiro mês, para as pacientes tratadas com propranolol 60 mg/dia (28,1 ± 1,0 vs 20,3 ± 1,0 &#956;M, p<0,01), 80 mg/dia (28,1 ± 1,0 vs 22,3 ±1,2 &#956;M, p<0,05) e 120 mg/dia (28,1 ± 1,0 vs, 21,5 ± 1,5 &#956;M, p<0,01); para as pacientes que utilizaram a amitriptilina 12,5 mg/dia (30,1 ± 1,7 vs 22,3 ± 1,2 &#956;M, p<0,05), 25 mg/dia (30,1 ± 1,7 vs 23,0 ± 1,3 &#956;M, p<0,05) e 50 mg/dia (30,1 ± 1,7 vs 21,3 ± 1,0 &#956;M; p<0,01); e para as migranosas tratadas com sinvastatina 10mg/dia (24,82 ± 1,0 vs 16,5 ± 1,0 &#956;M, p<0,01), 20 mg/dia (24,82 ± 1,0 vs 19,9 ±1,0 &#956;M, p<0,05) e 40 mg/dia (24,82 ± 1,0 vs 20,0 ±1,0 &#956;M, p<0,05). Concluimos que a sinvastatina foi eficaz como medicação profilática na migrânea, assim como o propranolol e a amitriptilina e a redução no índice de cefaléia ocorreu paralelamente com a diminuição da produção do N

    Tratamento da síndrome da Tensão Pré-Menstrual com vitamina B6 : resposta terapêutica e avaliação de risco da neurotoxicidade periférica

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    A síndrome da tensão pré-menstrual é uma situação que atinge grande parte da população feminina. De acordo com o CID-10, requer a história de poucos sintomas físicos ou comportamentais que ocorram de forma cíclica durante a fase lútea do ciclo menstrual, desaparecendo dentro de poucos dias a partir do início da menstruação. A despeito de inúmeras drogas para o tratamento da tensão pré-menstrual, continua um desafio para a classe médica saber qual a medicação apropriada para abolir os desagradáveis sintomas dessa síndrome. A vitamina B6 vem sendo usada como uma das opções terapêuticas; porém a dose ideal ainda não foi estabelecida. Neste estudo, o objetivo foi avaliar as respostas clínicas e eletromiográficas na síndrome da tensão pré-menstrual após o uso da vitamina B6, como monoterapia. Esse estudo foi do tipo descritivo, série de casos, com uma amostra de 35 mulheres, atendidas no ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Pernambuco, entre novembro de 2002 a maio de 2003. A resposta à vitamina B6 foi avaliada através da observação da melhora dos sintomas pesquisados como desânimo, dificuldade de concentração, depressão, ansiedade, irritabilidade, insônia, sonolência, desconforto e distensão abdominais, lombalgia, oligúria, edema das mamas, mastodínea e edema e dores em membros inferiores, os quais foram comparados mensalmente com os valores antes do tratamento, pelo teste de McNemar, durante quatro ciclos menstruais consecutivos. A satisfação das pacientes quanto a utilização da vitamina B6 foi relatada como melhora dos sintomas a partir do 2º ciclo menstrual, comprovada por estatística significativa (p &#8804; 0,05) nos 3º e 4º ciclos menstruais de tratamento. A associação da idade de início da tensão pré-menstrual e idade da menarca apresentaram diferença estatística com p < 0,001 e pela correlação de Pearson não se verificou qualquer associação. As pacientes com a cefaléia da síndrome da tensão pré-menstrual obtiveram melhora significativa após o uso da vitamina B6. Os valores da amplitude do potencial de nervo sensitivo e da velocidade de condução sensitiva surais direito e esquerdo, antes e após o uso da vitamina B6, foram avaliados quanto a neurotoxicidade periférica. Não observamos diferenças significativas nos parâmetros medidos, nenhuma das paciente apresentou alteração eletromiográfica. Concluímos que a vitamina B6 na dose de 600 mg/dia, do 14º dia ao primeiro dia do ciclo menstrual, por quatro ciclos consecutivos, é eficaz e segura no tratamento dos sintomas e sinais da síndrome da tensão pré-menstrual e não induz neuropatia periférica sendo sugerida como uma importante alternativa terapêutica para essa síndrom
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