4 research outputs found

    A leitura girardiana do endemoninhado geraseno

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    O fator violência é uma obscura constante antropológica. Ele se manifesta sob diversas tipologias, com múltiplos matizes e valendo-se de diversos mecanismos. René Girard constatou tal universalidade e intuiu uma presença ritualística naquilo que denomina o mecanismo do bode expiatório. A revelação judaico-cristã apresenta os efeitos nocivos desse círculo vicioso, que exige sempre um novo sacrifício para restabelecer o equilíbrio de uma coletividade, e o Novo Testamento propõe a superação desse mecanismo perverso, por meio da oferta que Jesus faz de si. As vítimas tornam-se proclamadores da boa nova sobre a violência superada. Nesse sentido, esta pesquisa apresentará a hermenêutica aplicada por Girard à perícope neotestamentária, comumente intitulada “O endemoninhado geraseno”, presente na tríplice tradição sinótica (Mc 5,1-20; Mt 8, 28-9,1a; Lc 8,26-39). O contraponto estabelecido, com o auxílio de alguns comentários exegéticos, tem por escopo trazer à luz as importantes contribuições desse estudioso, que se aventurou pela seara bíblica e favoreceu, com sua teoria, o diálogo e o mútuo enriquecimento entre exegese e antropologia

    PRÁXIS DE JESUS E PRÁXIS DA LIBERTAÇÃO À LUZ DO ANTICRISTO DE NIETZSCHE

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    O artigo procura resgatar o sentido da práxis no pensamento nietzschiano e demonstrar como ele se associa à compreensão socrática de não submeter a práxis à teoria, segundo o pensamento desenvolvido por Hannah Arendt, à luz do estudo desenvolvido por Jacques Taminiaux. Procuramos associar esta reflexão a um momento particular da história latino-americana, em que milhares de pessoas foram perseguidas, torturadas e assassinadas por quererem realizar na prática um projeto de libertação. Neste sentido, apresentamos a práxis da libertação como uma forma concreta de liberação da alienação e como ação concreta de autoformação do sujeito em seu combate às ditaduras militares, defensoras incontestes da violência inescrupulosa do capital. Numa atitude de provocação, queremos demonstrar que a Teologia e práxis da libertação, inspiradas na práxis de Jesus, não se manifestaram como forças contrárias à vida e instrumentos de alienação, mas instrumentos incontestes de libertação

    José Comblin: um teólogo contemporâneo e parresiasta

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    Este texto versa sobre Ontologia Crítica do presente, contemporaneidade e exercício do franco-falar (parresía) na vida e nos escritos do teólogo belga radicado no Brasil, José Comblin. Tem por objetivo jogar um facho de luz sobre as questões suscitadas pela disseminação da teologia da prosperidade. As noções de Ontologia Crítica do presente e franco-falar (parresía) em Michel Foucault e a do contemporâneo do filósofo Giorgio Agamben nos levam a ver em Comblin uma referência no seguimento de Jesus e a constituição de um modo próprio de resistência às teologias que nos querem bons, dóceis e úteis à veridicção do mercado.
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