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Características da oferta de contracepção de emergência na rede básica de saúde do Recife, Nordeste do Brasil
The aim of the study was to describe the use of emergency contraception (EC) in Family Health Units in Recife between March and September, 2011. The questionnaire was answered by 234 professionals, 154 nurses and 80 physicians selected by random sampling in 117 USF. Almost all professionals (90.6%) reported availability of EC in Family Health Unit; physicians and/or nurse were the main prescribers (73.9%); 27.4% knew the distribution strategy by “women’s health kit”. Although 85.0% of professionals have already prescribed the EC, only 8.5% considered the EC as a woman’s right. The majority (80.7%) understand the Family Planning manual of the Ministry of Health and about half (51.2%) understand the Reproductive Rights manual of the municipality’s manual. 51.3% knew the EC action mechanism and 77.4% usually inform women about EC. Among those who do not explain about EC, the main reasons were: “lack of opportunity” (10.0%) for physicians and “to avoid becoming routine” (6.5%) for nurses. Half of the professionals (50.0%) reported prescribing in three recommended situations (unprotected intercourse, rape and failure of contraceptive methodin use) and 65.8% agree that religion interfere in the decision of the prescription/advice. Health professionals have demonstrated sufficient technical knowledge to prescribe EC, but do not recognize it as a right of women. Also, they consider that the influence of religion may interfere with the decision of prescribing and with the use of EC by women.O objetivo do estudo foi descrever as características da utilização da contracepção de emergência (CE) em unidades de saúde da família (USF) da cidade do Recife entre março e setembro de 2011. O questionário foi respondido por 234 profissionais, 154 enfermeiros e 80 médicos selecionados por amostragem aleatória em 117 USF. Quase todos os profissionais (90,6%) informaram disponibilidade da CE na USF; médico e/ou enfermeiro foram os principais dispensadores (73,9%) e 27,4% conheciam a estratégia de distribuição através do “kit saúde da mulher”. Apesar de 85,0% dos profissionais já terem prescrito a CE, apenas 8,5% a consideram como direito da mulher. A maioria (80,7%) conhecia o manual de Planejamento Familiar do Ministério da Saúde e cerca de metade (51,2%) conhecia o manual de Direitos Reprodutivos do município. Entre os entrevistados, 51,3% conheciam o correto mecanismo de ação e 77,4% costumam informar às mulheres sobre CE. Os principais motivos para não informar foram: “falta de oportunidade” (10,0%) para os médicos e “para evitar que se tornem rotina” (6,5%) para os enfermeiros. Metade dos profissionais (50,0%) informaram prescrever nas três situações preconizadas (relação desprotegida, estupro e falha do método contraceptivo em uso) e 65,8% concordam que a religião interfere na decisão da prescrição/orientação. Os profissionais de saúde demonstraram ter conhecimento técnico suficiente para prescrever a CE, porém não a reconhecem como um direito das mulheres. Além disso, consideram que a influência religiosa pode interferir na decisão da prescrição e no uso da CE pelas mulheres
Violência sexual contra mulheres no Brasil: conquistas e desafios do setor saúde na década de 2000
O artigo traz uma revisão sobre as políticas públicas
para o enfrentamento da violência sexual contra
mulheres desenvolvidas ao longo da década de 2000.
Analisa o embate sobre os avanços, retrocessos e
desafios do tema à luz das proposições do setor
saúde. Foram analisados documentos institucionais
e artigos selecionados sobre o assunto, apontando
variadas estratégias para intervenções propostas
e realizadas pelo Sistema Único de Saúde. O texto
apresenta ainda questões emblemáticas que nos
fazem refletir sobre os desafios a serem superados
pelos gestores de saúde na década atual, tais como
a cobertura e continuidade dos serviços de atenção
e capacitação permanente dos profissionais, bem
como o atendimento para a interrupção da gravidez,
prevista em lei.The article brings a revision on the public politics
for the confronting of the sexual violence against
women developed along the decade of 2000s. It
analyzes the collision on the progress, retreats and
challenges of the theme to the light of the proposi-tions of the section health. Institutional documents
and articles were analyzed selected on the subject,
pointing varied strategies for intervention proposed
and accomplished by the Brazilian National Health
System. The text still presents emblematic ques-tions that send us to think on the challenges to be
overcome by the managers of health in the current
decade, such as the covering and continuity of the
services of attention, the professionals’ permanent
training, as well as the service to the legal abortion