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    KANT E A METAFÍSICA "CRÍTICA" DA NATUREZA

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    O objetivo do artigo é examinar os Primeiros Princípios Metafísicos da Ciência da Natureza de Kant, obra-chave para a interpretação das filosofias da natureza do idealismo alemão, no interior d’“A Arquitetônica da Razão Pura”, a saber, como uma metafísica aplicada da substância corporal. Para tanto será inicialmente discutida a distinção, feita no prefácio à obra, entre uma parte transcendental e outra metafísico-específica da metafísica da natureza, surgindo aqui a concepção de matéria enquanto movente no espaço como conceito empírico mínimo para a constituição do objeto de uma metafísica da substância corporal. Na sequência, a oposição entre princípios transcendentais e princípios metafísicos será abordada como crucial para compreender como os princípios transcendentais da Crítica da Razão Pura se transformam nos princípios da física newtoniana. Por fim, analisa-se como a metafísica da natureza exemplifica a ideia de uma realização dos princípios transcendentais como passagem para a empiria

    Sentidos de metafísica na filosofia crítica de Kant

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    O artigo tem por objetivo contribuir para a já antiga discussão sobre a relação de Kant com a metafísica expondo os diversos sentidos que esta disciplina assume na filosofia crítica. Orientada por um interesse sistemático e tendo por base o capítulo sobre a Arquitetônica da Razão Pura da Crítica da razão pura, a presente investigação procura esclarecer a reformulação por que passam na filosofia crítica kantiana as disciplinas tradicionais da metafísica racionalista, mais precisamente a metaphysica generalis e a metaphysica specialis, reconfiguradas em uma analítica do entendimento e em uma fisiologia da razão, respectivamente, e ancoradas no projeto propriamente kantiano de uma Metafísica dos Costumes e uma Metafísica da Natureza

    DISCIPLINA COMO EDUCAÇÃO NEGATIVA DA RAZÃO PURA. SOBRE UMA POSSÍVEL INFLUÊNCIA DE ROUSSEAU NA FORMAÇÃO DA FILOSOFIA CRÍTICA DE KANT

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    Contra certa leitura que interpreta o conceito de disciplina na Crítica da Razão Pura meramente à luz da recepção kantiana da tradição lógica alemã do século 18 (Reimarus, Baumgarten, Wolff e Meier), defende-se neste artigo que a concepçãode disciplina como educação negativa, preventiva e preparatória para o uso positivo, autônomo e emancipado da razão remonta àrecepção de Rousseau por parte de Kant nas décadas de 1760 e sobretudo 1770, momento em que a ideia de uma Crítica da Razão Pura começava a se consolidar no desenvolvimento intelectual de Kant

    Introdução à tradução: sobre a formulação do conceito crítico de liberdade e de autonomia da vontade

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    O que o leitor terá na sequência é a tradução de uma pequena seleção de reflexões de Immanuel Kant sobre filosofia moral redigidas, em sua grande maioria, ao longo “década silenciosa” de 1770. A escolha dos fragmentos, retirados dos volumes XVII, XVIII (Reflexões sobre Metafísica) e XIX (Reflexões sobre Filosofia Moral) da edição da Academia,1 foi motivada por um interesse interpretativo de fundo: a defesa de uma descontinuidade da filosofia moral kantiana na passagem do período pré-crítico para o crítico. Com isso se sugere que a existência de uma concepção crítica da liberdade e a formulação do princípio da autonomia da vontade como um princípio supremo da moralidade apenas se tornaram possíveis após a Dissertação de 1770. O princípio norteador para a escolha das reflexões traduzidas para este volume dos Cadernos de Filosofia Alemã foi o de mostrar, ainda que de modo rudimentar, o despontar conceitual mais bem acabado desses dois elementos conceituais centrais da filosofia prática crítica ao longo da década de 1770

    Volonté générale e a autonomia da vontade. A presença de Rousseau na origem político-jurídica da filosofia moral de Kant

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    O presente artigo explora a influência do pensamento político de Rousseau na formulação do conceito de autonomia da vontade na filosofia moral de Kant. Tomando como recorte cronológico a década de 1770 no desenvolvimento do pensamento kantiano, será argumentado que a noção de um princípio moral absolutamente vinculante toma como modelo – de origem jurídica e nítida matriz rousseauísta – uma comunidade de seres racionais regidos por leis autônomas que harmonizam a liberdade e o arbítrio de cada indivíduo envolvido.This paper explores the influence of Rousseau’s political philosophy in the emergence of the concept of autonomy of the will in Kant’s moral philosophy. Taking the decade of 1770 as the chronological basis in the development of Kant's thought, it will be argued that the notion of an absolutely binding moral principle takes as a model – whose origin is a juridical and rousseauist one – a community of rational beings governed by autonomous laws which harmonize the freedom and the will of each individual

    "E nada resta senão a defesa". é possível ler a GMS III à luz da Disciplina da Razão Pura?

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    O presente artigo propõee analisar a terceira seção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes à luz do capítulo sobre a Disciplina da Razão Pura, da Crítica da Razão Pura. O objetivo é mostrar como a filosofia teórico-especulativa cumpre um papel central nesse momento da Fundamentação, a saber, defender, contra o fatalismo, a possibilidade ou admissibilidade da hipótese transcendental da ideia da liberdade sob uma perspectiva teórico-especulativa

    O caminho para uma leitura política do projeto crítico

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    O presente artigo expõee aquela por nós denominada "leitura política" da Crítica da Razão Pura. Em um primeiro momento se defende um possível valor político da Crítica no cenário do Esclarecimento alemão. Na sequência, apresentam-se três grandes correntes interpretativas da Crítica que, ao lado da recente reabilitação da filosofia jurídica de Kant, preparam as condições para o surgimento da atual leitura política do projeto crítico. Por fim, analisam-se os contornos de tal leitura e apresentam-se seus principais proponentes

    Uma interpretação jurídica sobre a suposta circularidade na fundamentação da filosofia transcendental de Kant

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    O presente artigo discute o modo de prova em atuação na dedução transcendental das categorias a partir do modelo jurídico de dedução, segundo o qual direitos ou competências são legitimados ou justificados (quaestio iuris) a partir de argumentos jurídicos e de dados históricos, fatuais ou simplesmente genéticos (quaestio facti). Ao reconhecer aqui um problema histórica e juridicamente bem definido, a saber, a circularidade da constituição do caso jurídico, pretende-se, assim, lançar nova luz à antiga objeção pós-kantiana sobre a suposta circularidade ou insuficiência da fundamentação da filosofia transcendental

    Christian Thomasius and the Redesign of the Universities in the Aufklärung

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    This paper aims to explore the meaning of Christian Thomasius (1655-1728) for the first period of the German Enlightenment (Aufklärung) by focusing specially on his institutional role for the redesign of university curricula with the introduction or reformulation of subjects such as the Policey and the Kameralwissenschaften. These disciplines had an eminently practical purpose of forming a group of civil servants committed to the efficient administration of the government, what corresponds to the specificity of German Enlightenment in the broader European Enlightenment scenario.O artigo tem por objetivo explorar o significado de Christian Thomasius (1655-1728) para o primeiro período do Esclarecimento alemão (Aufklärung), apontando sobretudo a relevância institucional da atuação de Thomasius na reformulação dos currículos universitários com a introdução ou reformulação de disciplinas como a Policey e as Kameralwissenschaften. Essas disciplinas tinham um propósito eminentemente prático de formar um grupo de funcionários públicos comprometidos com a administração eficiente do governo, de acordo com a especificidade do Esclarecimento alemão no cenário mais amplo do Iluminismo europeu
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