46 research outputs found
Eficácia do fenbendazole (Hoe 881) em doses múltiplas na ascaridiose, ancilostomose e tricocefalose
Os autores trataram 98 indivíduos, sendo 73 com fenbendazoie e 25 com mebendazoie. O controle de cura foi de quatro exames de fezes em um mês. A tolerância foi ótima para ambas as drogas. O fenbendazoie negativou 17 (100%) com A. lumbricoides, 32 (68%) com ancilostomideos e 50 (79,3%) com T. trichiurus. Comparativamente o mebendazoie negativou 10 (91%), parasitados pelo A. lumbricoides, 13 (92,8%) parasitados pelos ancilostomideos e 20 (100%) parasitados pelo T.trichiurus. O mebendazoie é preferível ao fenbendazoie.The authors treated 98 individuals, 73 with fenbendazoie and 25 with mebendazoie. The control of cure was by four stool examinations in a month. The tolerance of both drugs was excellent. Fenbendazoie cured 17 (100%) with A. lumbricoides, 32 (68%) with hookworm and 50 (79.3%) with T.trichuris. Comparatively mebendazoie cured 10 (91%) patients with A. lumbricoides, 13 (92.8%) with hookworm and 20 (100%) with T.trichuris. Mebendazoie is preferable to fenbendazoie
Ausência de ritmo circadiano e de periodicidade do Trypanosoma cruzi ao xenodiagnóstico em chagásicos crônicos
Realizamos xenodiagnósticos de 3 em 3 horas com 10 ninfas do 3° estágio de Triatoma infestans por um período de 24 a 72 horas, em 18 chagásicos crônicos que tinham sorologia e/ou xenodiagnóstico positivos. Não houve diferença estatisticamente significante na positividade entre os testes realizados durante o dia (9:00 às 18:00h) e à noite (21:00 às 6:00h), (chi² = 0,1526 p = 0,696). Dez dos pacientes fizeram também xenodiagnósticos diários, durante 13 dias sucessivos, não havendo periodicidade dos testes positivos.Xenodiagnoses were performed every 3 hours using 10 Triatoma infestans 3rd instar for 24 to 72 hours, in 18 chronic chagasics with positive serology and/or xenodiagnosis. There was no statistically significant difference in the positivity of assays performed during the day (9:00 to 18:00h) compared to those performed at night (21:00 to 6:00h), (chi² = 0.1526 p = 0.696). Xenodiagnosis was performed in ten of the patients for 13 successive days but there was no periodicity detected in the positive assays
Moluscos vectores da esquistossomose mansônica no lado leste do Rio São Francisco, no Estado da Bahia
Pela primeira vez foi realizado um levantamento malacológico de espécies vectoras de Schistosoma mansoni na região do lado Oeste do Rio São Francisco, no Estado da Bahia. Observou-se que nas áreas onde a única espécie encontrada foi B. straminea, a esquistossomose não constitui um problema médico. Entretanto, nas áreas onde foi coletado B. glabraata, além de B. straminea, a esquistossomose se apresenta com características de alta endemicidade. A ausência de moluscos, apesar da abundância de água, foi observada em extensas áreas, quase despovoadas. Esse quadro poderá se modificar em futuro bem próximo, devido â construção de novas estradas, bem como pela implantação de projetos de irrigação. Baseados nos presentes resultados e, em dados da literatura, os autores correlacionam a distribuição geográfica das espécies vectoras com a endemicidade da esquistossomose no Brasil.Snail vectors of Schistosomiasis mansoni west of the San Francisco River, State of Bahia, were surveyed for the first time. In areas where the only vector found was Biomphalaria straminea, Schistosomiasis does not appear to be a medical problem. However, in areas where B. glabrata was collected, in addition t B. straminea, schistosomiasis was highly endemic. In spite of an abundance of surface water, no sanils were found in sparsely populated areas. This could change as a result of proposed schemes of new roads and irrigation systems. The results presented here have been combined with previously data in order to demonstrate a correia tion between the geografic distribuition of different species of snail vectors and the endemicity of schistosomiasis mansoni throughout Brazil
The influence of the parasitemia on the evolution of the chronic Chagas' disease
Estudou-se clínica e parasitologicamente, durante 13 anos, 190 indivíduos com infecção chagásica objetivando investigar a relação entre parasitemia e a evolução da doença de Chagas crônica. Comparou-se a parasitemia de 56 indivíduos xenopositivos e 134 xenonegativos, em 1988/91 com a evolução clínica encontrado-se 22 (39,3%) e 50 (37,3%), respectivamente, com evolução progressiva. Estratificou-se a parasitemia em 1988/91, em alta, média e baixa e a correlação clínica mostrou que 5 (62,5%), 10 (41,7%) e 57 (36.1%) indivíduos, respectivamente, apresentaram evolução progressiva, sem diferença estatística significante, (p>0,05). No período de 1976/91, houve 20 pacientes com parasitemia constante e 59 sem parasitemia, observando-se evolução progressiva em 6 (30%) e 17 (28,8%), respectivamente. Houve seis pacientes com alta parasitemia e, 59 sem parasitemia, verificado-se que 3 (50%) e 17 (28,8%), respectivamente, apresentaram evolução progressiva, sem diferença estatística significante, (p>0,05). As médias das idades daqueles com alta, média e baixa parasitemias foram 39,6; 45,3 e 41,5 anos, respectivamente, (p>0,05). As médias das idades dos pacientes com evolução progressiva, inalterada e regressiva foram respectivamente, 46,4; 39,8 e 32,6 anos, com diferença estatística significante entre aqueles com evolução progressiva e regressiva, (p0.05). When 20 patients with persistent parasitemia in 1976/91, were compared with 59 with negative xenodiagnosis, a progressive evolution was observed in 6 (30%) and 17 (28.8%), respectively. Comparing six patients with high parasitemia and 59 with negative exams, it was verified that 3 (50%) and 17 (28.8%), respectively, showed progressive disease, but this was not statistically significant, (p>0.05). Mean age with high, medium and low parasitemia were 39.6, 45.3 and 41.5 years, respectively, (p>0.05). Mean age in patients showing progressive, unaltered and regressive evolution was 46.4, 39.8 and 32.6 years, respectively, with a statistically significant difference between progressive and regressive evolution (p<0.05). It is suggested that high parasitemia did not have an influence on the evolution of the chronic infection
Aspects of parasitemia by Trypanosoma cruzi in chronic chagasic patients during 13 years
Foi estudada a parasitemia de 202 chagásicos crônicos por um período médio de 13 anos, através de repetidos xenodiagnósticos convencionais. Os pacientes tinham média de idade de 41,4 anos, residiam em área endêmica, sendo 124 do sexo feminino e 78 do sexo masculino. Foi observado que o nível de parasitemia aumentou em 14 indivíduos, diminuiu em 42 e permaneceu inalterado em 146. Porém, no geral, a parasitemia declinou. Os percentuais de chagásicos xenopositivos que foram 37,6%, 48,5%, 51% no primeiro, segundo e terceiro xenodiagnósticos, respectivamente, em 1976/78, passaram a ser 30,2% em 1988/91 (p = 0,00003). Os percentuais de pools positivos que foram 15,2%, 20,9%, 20,8% no primeiro, segundo e terceiro xenodiagnósticos, respectivamente, em 1976/78, passaram a ser 10,4% em 1988/91, (p = 0.00000001). Houve 62 pacientes que tiveram todos os xenodiagnósticos negativos e 23 que apresentaram todos os exames positivos. Os percentuais de chagásicos com alta, média e baixa parasitemias que, em 1976/78, foram, respectivamente, 9,4%; 20,8% e 69,8% passaram a ser, em 1988/91, respectivamente, 4,4%, 12,9% e 82,7%.The parasitemia of 202 chronic chagasics was studied for approximately 13 years by repetead conventional xenodiagnoses. Mean patient age was 41.1 years. They lived in an endemic area; 124 were females and 78 were males. It was seen that the level of parasitemia oscillated. It went up in 14 individuals, went down in 42 and stayed at the same level in 146. In general the parasitemia was reduced. The percentage of xenopositive chagasics, which was 37.6%, 48.5%, and 51% in the first, second and third xenodiagnosis, respectively, in 1976/78, changed to 30.2% in 1988/91 (p = 0.00003). The percentage of positive pools, whicht was 15.2%, 20.9%, 20.8% in the first, second and third xenodiagnosis, respectively, in 1976/78, changed to 10.4% in 1988/91, (p = 0.00000001). There were 62 patients whose xenodiagnoses were all negative and 23 whose exams were all positive. The percentage of chagasics with high, medium and low parasitemia, which in 1976/78 was 9.4%, 20.8% and 69.8%, respectively,changed to 4.4%, 12.9% and 82.7%, respectively, in 1988/91
Specific treatment evaluation for Trypanosoma cruzi in children, in the evolution of the indeterminate phase
Doze pacientes com idades entre 7 a 12 anos, na forma indeterminada da doença de Chagas, com sorologia e xenodiagnóstico positivos, receberam tratamento específico. Dois pacientes tomaram 7mg/kg de nifurtimox durante 60 e 90 dias e 10 usaram 5-7mg/kg de benznidazol durante 60 dias. A evolução clínica foi verificada através de exame clínico, eletrocardiograma, exame radiológico contrastado do esôfago. Após o tratamento somente uma (8,3%) paciente apresentou todos os exames negativos. Oito deles foram avaliados após oito anos do tratamento e 4 acompanhados durante 20 anos. Sete (58,4%) permaneceram na forma indeterminada e 4 (33,3%) chagásicos progrediram clinicamente para cardiopatia grau II e/ou esofagopatia, apesar do tratamento precoce. São necessários estudos com maior número de crianças na fase indeterminada e acompanhamento a longo prazo para se estabelecer a influência do tratamento específico na evolução da doença de Chagas.Twelve chagasic patients between the ages of seven and twelve, in the indeterminate phase with serology and xenodiagnosis positive, received the specific treatment. Eight of these were evaluated after an eight-year treatment period and four were followed-up during 20 years. Two patients took 7mg/kg of nifurtimox during sixty and ninety days and ten of these used 5-7mg/kg of benznidazole during 60 days. The clinical outcome was verified through clinical examination, electrocardiogram and contrasted X-ray of the esophagus. After the treatment, only one patient presented negativity in all the examinations. Seven (58.4%) remained in the indeterminate form and despite the precocious treatment four chagasic patients (33.3%) progressed clinically to second degree cardiopathy and/or megaesophagus
Comparison between the classical and artificial xenodiagnosis in chronical Chagas' disease
O xenodiagnóstico (xeno) clássico e artificial feitos com Dipatalogaster maximus de primeiro estágio foi realizado simultaneamente em 57 pacientes com infecção chagásica crônica (22 do sexo masculino e 35 do sexo feminino, com idades entre 7 e 80 anos). Exceto dois pacientes com clínica de megaesôfago, os demais tinham dois exames sorológicos prévios positivos sendo feita nova sorológia no decorrer do estudo. Os pacientes eram provenientes do ambulatório do Hospital Universitário de Brasília (HUB) ou eram residentes no município de Mambaí, GO. Dos 57 pacientes, 24 (42%) apresentaram xenodiagnósticos positivos. Dos 114 xenodiagnósticos realizados, 36 (32%) foram positivos. A comparação das duas técnicas não mostrou diferença estatisticamente significante (p = 0,42), porém o xeno artificial apresenta vantagem porque o sangue é oferecido aos triatomíneos através de um aparelho enquanto, no xeno clássico, os triatomíneos sugam através da pele do paciente.Classical and artificial xenodiagnostic techniques made with Dipetalogaster maximus of first stage were performed simultaneously in 57 patients with chronic T. cruzi infection (22 male and 35 female patients, aged 7-80 years). With the exception of two patients with megaoesophagus, all had two previous positive serological reaction and a further test was done at the time of the examination. The patients came from the outpatient department of the university hospital or were resident in Mambaí, Goiás. Of the 57 patients, 24 (42%) had a positive xenodiagnoses. Of a total of 114 tests performed, 36(32%) were positive. Comparing the two xenodiagnostic techniques, no significant advantage was apparent statistically (p = 0,42), but the artificial technique has advantages because the blood is offered for triatomines through a device while in the classical technique, the triatomines suck through the patient's skin
Ocorrência de dolicocólon sem megacólon em chagásicos crônicos
INTRODUÇÃO: Desde 1970, suspeita-se que o alongamento do retossigmoide pode ocorrer como manifestação isolada da colopatia chagásica. MÉTODOS: Para testar esta hipótese, 210 pacientes soropositivos e 63 soronegativos fizeram enema opaco e as radiografias nas posições ântero-posterior e póstero-anterior foram lidas sem conhecimento dos dados clínicos e sorológicos. O comprimento do cólon distal foi medido com curvímetro, percorrendo-se o eixo central da imagem, do ânus à crista ilíaca. RESULTADOS: O diagnóstico de dolicocólon foi estabelecido em 31 (14,8%) pacientes soropositivos e 3 (4,8%) soronegativos. O comprimento médio nos pacientes soropositivos foi de 57,2 (±12,2)cm, enquanto nos soronegativos foi de 52,1 (±8,8)cm (p=0,000), isto é, os chagásicos apresentaram o cólon distal em média 5,1cm maior. Os indivíduos do sexo feminino soropositivos exibiram comprimento médio de 58,8 (±12,3)cm, e os soronegativos de 53,2 (±9,1)cm, (p=0,002). Nos pacientes do sexo masculino soropositivos, o comprimento médio foi de 55 (±11,6)cm, enquanto nos soronegativos foi de 49,9 (±7,8)cm (p=0,02). Nos 191 pacientes, sem megacólon e suspeitos de megacólon, o comprimento médio foi de 56,3 (±11,6)cm nos soropostivos e 52 (±8,8)cm nos soronegativos (p=0,003). Dos indivíduos com cólon distal >70cm, os 31 chagásicos tiveram comprimento médio de 77,9 (±7,1)cm, enquanto nos três não chagásicos foi de 71,3 (±1,1)cm, (p=0,000). Nos 179 com cólon distal 70cm, there were 31 Chagas patients with mean length of 77.9 (±7.1)cm and three seronegative with 71.3 (±1.1)cm (p = 0.000). Among 179 with distal colon <70cm, seropositive individuals had a mean length of 53.6 (±8.8)cm, and seronegative patients had 51.2 (±7.8)cm (p = 0.059). Serological positive women had longer distal colon than men (p = 0.02), whereas the mean length were the same among seronegative individuals (p = 0.16). CONCLUSIONS: In endemic areas of Brazil Central, solitary dolichocolon is a radiological Chagas disease signal
Sepse em pacientes queimados
Um estudo prospectivo foi realizado de junho de 2001 a maio de 2002, na Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, Brasil. Durante o período do estudo, 252 pacientes foram tratados na Unidade de Queimados, 49 (19,4%) desenvolveram sepse clinicamente e microbiologicamente provada. Vinte e seis (53,1%) eram homens, 23 (46,9%) eram mulheres, com uma média de idade de 22 anos (variação de um a 89 anos) e superfície corporal queimada total de 37,7 ± 18,4% (variação de 7 a 84 %). Quarenta e três pacientes tiveram queimaduras por chama aberta, cinco por escaldamento e um por queimadura elétrica. Esses 49 pacientes tiveram um total de 62 episódios septicêmicos. Quarenta (81,6%) pacientes tiveram somente um episódio de sepse e nove (18,4%) tiveram até três episódios. Trinta (61,2%) pacientes tiveram seu primeiro episódio septicêmico dentro da primeira semana após a queimadura. Dos 62 episódios de sepse, 58 foram bacterianos e quatro por Candida sp. As bactérias mais comumente isoladas das hemoculturas foram Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo, Acinetobacter baumannii, Enterobacter cloacae e Klebsiella pneumoniae. Onze (18,9%) episódios foram devido a S. aureus resistentes à oxacilina. A. baumannii era sensível a ampicilina/sulbactam em 71,4% e ao imipenem em 85,7% dos casos. O foco primário da sepse foi a queimadura em 15 (24,2%) episódios. Os achados clínicos mais comuns da sepse foram a febre, dispnéia, hipotensão e oligúria. As alterações laboratoriais mais comuns foram a anemia, leucocitose, hipoabuminemia e trombocitopenia. Doze (24,5%) pacientes morreram. O conhecimento apropriado dos aspectos clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e microbiológicos da sepse no paciente queimado favorecem um adequado diagnóstico e tratamento dessa complicação.A prospective study was conducted from June 2001 to May 2002 at the Burns Unit of Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, Brazil. During the period of the study, 252 patients were treated at the Burns Unit, 49 (19.4%) developed clinically and microbiologically proven sepsis. Twenty-six (53.1%) were males and 23 (46.9%) females with a mean age of 22 years (range one to 89 years) and mean burned body surface area of 37.7 ± 18.4% (range 7 to 84%). Forty-three patients had flame burns, five a scald and one an electric burn. These 49 patients had a total of 62 septic episodes. Forty (81.6%) patients had only one and nine (18.4%) had up to three episodes of sepsis. Thirty (61.2%) patients had their first septicemic episode either earlier or by one week postburn. Out of 62 septic episodes, 58 were due to bacteria and four due to Candida sp. The most common bacteria isolated from blood culture were Staphylococcus aureus, coagulase-negative Staphylococcus, Acinetobacter baumannii, Enterobacter cloacae and Klebsiella pneumoniae. Eleven (18.9%) episodes were due to oxacillin resistant Staphylococcus aureus. Acinetobacter baumannii was sensitive to ampicillin/sulbactam in 71.4% and to imipenem in 85.7% of the cases. The primary foci of sepsis were the burn wound in 15 ( 24.2% ) episodes. The most common clinical findings of sepsis in these patients were fever, dyspnea, hypotension and oliguria. The most common laboratory findings of these patients were anemia, leukocytosis, hypoalbuminemia and thrombocytopenia. Twelve (24.5%) patients died. The appropriate knowledge of clinical, epidemiological, laboratorial and microbiological aspects of sepsis in burned patients permits an adequate diagnosis and treatment of this complication