38 research outputs found

    Racial, sociodemographic, and prenatal and childbirth care inequalities in Brazil, 1999-2001

    Get PDF
    OBJECTIVE: To analyze social inequalities and inequalities in access to and utilization of health care services according to skin color in a representative sample of postpartum women receiving hospital childbirth care. METHODS: A cross-sectional study was carried out in a sample of 9,633 postpartum women, of whom 5,002 were white (51.9%), 2,796 mulatto (29.0%), and 1,835 black skin color (19.0%), seen in public maternity hospitals, hospitals contracted out by the Unified National Health System, and private hospitals in the period 1999-2001. Data were collected from medical records and through interviews with the mothers in the immediate postpartum period using standardized questionnaires. Statistical analyses were performed using chi² tests to assess homogeneity of proportions and Student's t-test for comparison of measures. The analysis was stratified by maternal schooling. RESULTS: A persistent unfavorable situation was seen for mulatto and black women as compared to white women. Mulatto and black women had the highest rates of adolescent mothers, low schooling, unpaid occupation, and not having a partner. History of physical violence, smoking, attempts to interrupt pregnancy, and visits to several hospitals before being admitted were more frequent among black women, followed by mulatto and then white women of low schooling. High schooling group of women showed better indicators but the same pattern was seen. This variability is also seen in the opposite direction in terms of the level of satisfaction with prenatal and childbirth care. CONCLUSIONS: It was distinguished two forms of discrimination, by educational level and skin color, in care delivered by health services to postpartum women in Rio de Janeiro.OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociais e no acesso e utilização dos serviços de saúde em relação à cor da pele em amostra representativa de puérperas que demandaram atenção hospitalar ao parto. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal, realizado no Município do Rio de Janeiro, no qual foram amostradas 9.633 puérperas, sendo 5.002 brancas (51,9%), 2.796 pardas (29,0%) e 1.835 negras (19,0%), oriundas de maternidades públicas, conveniadas com o Sistema Único de Saúde e particulares no período de 1999 a 2001. Os dados foram coletados de prontuários médicos e por entrevistas com as mães no pós-parto imediato, aplicando questionários padronizados. Foram utilizados os testes de chi² para analisar a homogeneidade das proporções e t de Student para comparação de médias. A análise foi estratificada segundo o grau de instrução materna. RESULTADOS: Observou-se persistente situação desfavorável das mulheres de pele preta e parda em relação às brancas. Nas mulheres pretas e pardas são maiores as proporções de puérperas adolescentes, com baixa escolaridade, sem trabalho remunerado e vivendo sem companheiro. Sofrer agressão física, fumar, tentar interromper a gravidez e peregrinar em busca de atenção médica foram mais freqüentes nas negras seguidas das pardas e das brancas com baixa escolaridade. O grupo de elevado nível de escolaridade tem melhores indicadores, mas repete o mesmo padrão. Esse gradiente se mantém, em sentido inverso, quanto à satisfação com a assistência prestada no pré-natal e no parto. Constata-se a existência de duas formas de discriminação, por nível educacional e cor da pele. CONCLUSÕES: Verificaram-se dois níveis de discriminação, a educacional e a racial, que perpassam a esfera da atenção oferecida pelos serviços de saúde à população de puérperas do Município do Rio de Janeiro

    Desigualdades sociodemográficas e suas conseqüências sobre o peso do recém-nascido

    Get PDF
    OBJECTIVE: To analyze sociodemographic inequalities in prenatal and childbirth care and their consequences on birth weight. METHODS: The study was based on a sample of 10,072 postpartum women treated at public (those outsourced by the National Health System) and private maternity hospitals in Rio de Janeiro, Brazil, from 1999 to 2001. To test the association between birth weight and maternal sociodemographic and biological characteristics and prenatal care (modified Kotelchuck index), postpartum women were stratified by level of schooling and two multiple linear regressions were performed. The bootstrap technique was used in addition to accurate confidence intervals for the estimated effects. RESULTS: For nearly all of the variables analyzed in the bivariate analysis, birth weight was lower among children of mothers with low schooling. In the multivariate analysis, among women with low schooling, there was a direct association between birth weight and the modified Kotelchuck index and gestational age. The variables black skin color, smoking, and history of premature birth were negatively associated with birth weight, while maternal age and parity showed distinct behaviors from the central range of data at the extremes. In the group with high schooling, only parity, gestational age, and modified Kotelchuck index were significant and directly associated with birth weight. The protective effect of prenatal care was observed, as well as the negative effect of smoking, regardless of the mother's level of schooling. CONCLUSIONS: The variables associated with neonates' birth weight of mothers with high schooling in Rio de Janeiro were biological, in contrast to the social determinants in the group with low schooling.OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociodemográficas, na assistência pré-natal e ao parto e suas conseqüências sobre o peso ao nascer. MÉTODOS: Estudo realizado em amostra de 10.072 puérperas atendidas em maternidades públicas, conveniadas com o Sistema Único de Saúde, e particulares do Município do Rio de Janeiro, no período de 1999-2001. Para verificar a associação entre peso ao nascer e características maternas, sociodemográficas, biológicas e da assistência pré-natal (índice de Kotelchuck modificado), realizaram-se regressões lineares múltiplas, estratificando as puérperas segundo nível de instrução. Foi utilizada a técnica de bootstrap com intervalos de confiança acurados para as estimativas dos efeitos. RESULTADOS: Na análise bivariada, para quase todas as variáveis estudadas, as médias de peso ao nascer foram menores entre as mães de escolaridade mais baixa. Na análise da regressão múltipla para o grupo de baixa escolaridade, o peso ao nascer associou-se diretamente com o índice de Kotelchuck modificado e a idade gestacional, e inversamente com as variáveis cor da pele preta, hábito de fumar e a experiência de filhos prematuros anteriores. Idade materna e paridade tiveram comportamentos distintos nos extremos e na faixa central dos dados. No grupo de maior escolaridade somente a paridade, a idade gestacional e o índice de Kotelchuck modificado foram significativos e se associaram diretamente com o peso ao nascer. Verificou-se o papel protetor da assistência pré-natal, assim como o efeito negativo do hábito de fumar independente do nível de escolaridade das mães. CONCLUSÕES: As variáveis que explicaram o peso ao nascer dos neonatos de mães com elevada escolaridade foram de natureza biológica, em contraste com os determinantes sociais encontrados no grupo de baixa escolaridade

    Consumo alimentar na gestação e no pós-parto segundo cor da pele no município do Rio de Janeiro

    Get PDF
    OBJECTIVE: To assess dietary intake during pregnancy and postpartum according to skin color. METHODS: A longitudinal prospective study was carried out comprising 467 postpartum women aged between 15-45 years in the city of Rio de Janeiro, Southeastern Brazil, in 1999-2001. A food frequency questionnaire was administered at two weeks postpartum (intake covering the pregnancy period) and at six months postpartum (intake covering the postpartum period). Analysis of covariance was performed to evaluate differences in food intake among skin color groups, adjusted for educational level. RESULTS: During pregnancy, black and mulatto women had 13.4% and 9.1% higher energy intake (p=0.009 and p=0.028) and 15.1% and 10.5% higher carbohydrate intake (p=0.005 and p=0.014) than white women, respectively. Energy intake of black and white women exceeded the nutritional recommendations by 34% and 20%, respectively (p=0.035). During the postpartum period, black women had 7.7% higher energy intake (p=0.030) and 14.8% higher lipid intake (p=0.008) than white women, as well as 23.8% and 13% higher saturated fatty acids intake than white (p = 0.003) and mulatto (p = 0.046) women, respectively. The adequacy of lipid and saturated fatty acids intake was higher in black (p=0.024) than white women (p=0.011). CONCLUSIONS: The study suggests the need to revise nutritional interventions strategies in the prenatal period, and to implement nutritional guidance programs during the postpartum period in order to adjust food intake to adequate levels, taking into consideration racial differences identified.OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar durante a gestação e pós-parto, segundo cor da pele. MÉTODOS: Estudo longitudinal prospectivo que incluiu 467 mulheres entre 15 e 45 anos no período pós-parto, no município do Rio de Janeiro, entre 1999 e 2001. Foi aplicado um questionário de freqüência de consumo de alimentos aos 15 dias pós-parto (consumo referente ao período da gestação) e aos seis meses (consumo referente ao período pós-parto). Foi utilizada análise de covariância para analisar diferenças no consumo alimentar, segundo cor da pele, controlada pela escolaridade. RESULTADOS: Durante a gestação, pretas e pardas apresentaram consumo de energia 13,4% e 9,1% (p=0,009 e p=0,028) e consumo de carboidrato 15,1% e 10,5% maior que brancas (p=0,005 e p=0,014), respectivamente. Mulheres pretas e brancas apresentaram consumo energético 34% e 20% acima das recomendações nutricionais, respectivamente (p=0,035). Durante o período pós-parto, as pretas apresentaram consumo de energia 7,7% maior e consumo de lipídios 14,8% maior que as brancas; consumo de ácidos graxos saturados 23,8% maior que brancas (p=0,003) e 13% maior que pardas (p=0,046). A adequação de consumo de lipídios e ácidos graxos saturados foi maior em pretas que em brancas (p=0,024 e p=0,011, respectivamente). CONCLUSÕES: Os resultados mostram ser necessário revisar estratégias de intervenção nutricional no pré-natal e implementar assistência nutricional no pós-parto, para ajustar o consumo alimentar a níveis adequados, considerando as diferenças por cor/raça identificadas

    Association between Zika virus infection and microcephaly in Brazil, January to May, 2016: preliminary report of a case-control study.

    Get PDF
    BACKGROUND: The microcephaly epidemic, which started in Brazil in 2015, was declared a Public Health Emergency of International Concern by WHO in 2016. We report the preliminary results of a case-control study investigating the association between microcephaly and Zika virus infection during pregnancy. METHODS: We did this case-control study in eight public hospitals in Recife, Brazil. Cases were neonates with microcephaly. Two controls (neonates without microcephaly), matched by expected date of delivery and area of residence, were selected for each case. Serum samples of cases and controls and cerebrospinal fluid samples of cases were tested for Zika virus-specific IgM and by quantitative RT-PCR. Laboratory-confirmed Zika virus infection during pregnancy was defined as detection of Zika virus-specific IgM or a positive RT-PCR result in neonates. Maternal serum samples were tested by plaque reduction neutralisation assay for Zika virus and dengue virus. We estimated crude odds ratios (ORs) and 95% CIs using a median unbiased estimator for binary data in an unconditional logistic regression model. We estimated ORs separately for cases with and without radiological evidence of brain abnormalities. FINDINGS: Between Jan 15, 2016, and May 2, 2016, we prospectively recruited 32 cases and 62 controls. 24 (80%) of 30 mothers of cases had Zika virus infection compared with 39 (64%) of 61 mothers of controls (p=0·12). 13 (41%) of 32 cases and none of 62 controls had laboratory-confirmed Zika virus infection; crude overall OR 55·5 (95% CI 8·6-∞); OR 113·3 (95% CI 14·5-∞) for seven cases with brain abnormalities; and OR 24·7 (95% CI 2·9-∞) for four cases without brain abnormalities. INTERPRETATION: Our data suggest that the microcephaly epidemic is a result of congenital Zika virus infection. We await further data from this ongoing study to assess other potential risk factors and to confirm the strength of association in a larger sample size. FUNDING: Brazilian Ministry of Health, Pan American Health Organization, and Enhancing Research Activity in Epidemic Situations

    Association between microcephaly, Zika virus infection, and other risk factors in Brazil: final report of a case-control study.

    Get PDF
    BACKGROUND: A Zika virus epidemic emerged in northeast Brazil in 2015 and was followed by a striking increase in congenital microcephaly cases, triggering a declaration of an international public health emergency. This is the final report of the first case-control study evaluating the potential causes of microcephaly: congenital Zika virus infection, vaccines, and larvicides. The published preliminary report suggested a strong association between microcephaly and congenital Zika virus infection. METHODS: We did a case-control study in eight public maternity hospitals in Recife, Brazil. Cases were neonates born with microcephaly, defined as a head circumference of 2 SD below the mean. Two controls without microcephaly were matched to each case by expected date of delivery and area of residence. We tested the serum of cases and controls and the CSF of cases for detection of Zika virus genomes with quantitative RT-PCR and for detection of IgM antibodies with capture-IgM ELISA. We also tested maternal serum with plaque reduction neutralisation assays for Zika and dengue viruses. We estimated matched crude and adjusted odds ratios with exact conditional logistic regression to determine the association between microcephaly and Zika virus infection. FINDINGS: We screened neonates born between Jan 15 and Nov 30, 2016, and prospectively recruited 91 cases and 173 controls. In 32 (35%) cases, congenital Zika virus infection was confirmed by laboratory tests and no controls had confirmed Zika virus infections. 69 (83%) of 83 cases with known birthweight were small for gestational age, compared with eight (5%) of 173 controls. The overall matched odds ratio was 73·1 (95% CI 13·0-∞) for microcephaly and Zika virus infection after adjustments. Neither vaccination during pregnancy or use of the larvicide pyriproxyfen was associated with microcephaly. Results of laboratory tests for Zika virus and brain imaging results were available for 79 (87%) cases; within these cases, ten were positive for Zika virus and had cerebral abnormalities, 13 were positive for Zika infection but had no cerebral abnormalities, and 11 were negative for Zika virus but had cerebral abnormalities. INTERPRETATION: The association between microcephaly and congenital Zika virus infection was confirmed. We provide evidence of the absence of an effect of other potential factors, such as exposure to pyriproxyfen or vaccines (tetanus, diphtheria, and acellular pertussis, measles and rubella, or measles, mumps, and rubella) during pregnancy, confirming the findings of an ecological study of pyriproxyfen in Pernambuco and previous studies on the safety of Tdap vaccine administration during pregnancy. FUNDING: Brazilian Ministry of Health, Pan American Health Organization, and Enhancing Research Activity in Epidemic Situations

    Vulnerabilidades entre homens que fazem sexo com homens em uma corte do Rio de Janeiro, Brasil: estudos sobre sexo anal desprotegido e sobre doenças sexualmente transmissíveis

    No full text
    Submitted by Repositório Arca ([email protected]) on 2018-03-13T16:18:42Z No. of bitstreams: 1 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)Approved for entry into archive by Raquel Dinelis ([email protected]) on 2018-03-22T19:01:56Z (GMT) No. of bitstreams: 2 cynthia_cunha_ini_dout_2013.pdf: 931740 bytes, checksum: 93fc2058d2e7170ef8acfa78959de955 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)Made available in DSpace on 2018-03-22T19:01:57Z (GMT). No. of bitstreams: 2 cynthia_cunha_ini_dout_2013.pdf: 931740 bytes, checksum: 93fc2058d2e7170ef8acfa78959de955 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2013Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Resumo do Artigo 1: Sexo anal desprotegido entre homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV no Brasil: um estudo transversal no Rio de Janeiro Introdução: Muitos países estão enfrentando epidemias de HIV concentradas em populações vulneráveis, incluindo a população de homens que fazem sexo com homens (HSH). Sexo anal desprotegido (UAI) é a principal via de transmissão do HIV neste grupo e a compreensão dos fatores associados a esta prática nas diferentes culturas existentes nesta população. Como esta prática se associa à transmissão do HIV, à reinfecção e ao desenvolvimento da resistência do HIV aos antirretrovirais, representa importantes implicações para a saúde pública. Dados sobre UAI na população brasileira de HSH são escassos. Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência e fatores associados a UAI entre os HSH infectados pelo HIV que tiveram relações sexuais com parceiros soronegativos ou com sorologia desconhecida do sexo masculino. Métodos: Trata-se de um estudo transversal conduzido em uma coorte do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz) Rio de Janeiro, Brasil. Os 155 HSH incluídos no estudo responderam a uma entrevista ACASI e forneceram amostras biológicas. Modelos lineares generalizados foram utilizados para identificar as variáveis associadas com UAI Resultados: No total, UAI com parceiro masculino com status sorológico para o HIV negativo ou desconhecido foi relatado por 40,6% (63/150) dos HSH. Abuso sexual ou violência doméstica na vida foi relatado por 35,9%, sendo mais frequente entre os HSH que relataram UAI do que entre aqueles que não o relataram (P = 0,001). O uso de estimulantes antes do sexo foi relatado por 20% do HSH, sendo um pouco maior entre aqueles que relataram UAI (27,0% vs 15,2%, P = 0,072). Sexo comercial foi frequente entre os HSH (48,4%). Após a modelagem multivariada, HSH com relato de abuso sexual ou violência doméstica na vida (RC = 2,70, IC 95%: 1,08-7,01), sexo comercial (RC = 2,28, IC 95%: 1,04-5,10), parceiros sexuais masculinos (p = 0,039) e sexo anal exclusivamente receptivo (RC = 0,21, 95% IC:0,06-0,75) foram associados a UAI. Níveis de CD4, carga viral para o HIV e terapia anti-retroviral não foram associados com UAI. Conclusões: A prevalência de UAI encontrada para os parceiros com status sorológico para o HIV negativo ou desconhecido aponta a necessidade de diferentes tipos de intervenções como ferramentas adicionais de prevenção para os HSH mais vulneráveis. Os principais fatores associados a UAI foram abuso sexual ou violência doméstica na vida, sexo comercial e número de parceiros sexuais masculinos. Este agrupamento de diferentes problemas comportamentais, sociais e de saúde nessa população reforça a necessidade de uma abordagem abrangente no tratamento e prevenção do HIV entre HSH Resumo do Artigo 2: Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrheae and sífilis entre homens que fazem sexo com homens no Brasil Introdução: Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são frequentemente assintomáticas e aumentam a plausibilidade de transmitir e adquirir HIV. No Brasil, as diretrizes padronizadas para o diagnóstico e tratamento de DST são baseados em uma abordagem sindrômica. Os testes de amplificação de ácidos nucléicos (TAAN) tem sido recomendados como exames de rotina para DST em alguns países, especialmente para homens que fazem sexo com homens (HSH). Dados limitados são disponíveis sobre como melhor definir os grupos alvo para realizar os exames de rotina utilizando TAAN dentro desta população. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de infecção Neisseria gonorrhoeae (NG) / Chlamydia trachomatis (CT) retal ou uretral e sífilis, bem como os fatores associados com a ocorrência de pelo menos uma DST entre os HSH infectados e não infectados pelo HIV no Rio de Janeiro, Brasil. Métodos: De Agosto 2010 a Junho 2012, 391 HSH foram incluídos na coorte de homens do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) \2013 FIOCRUZ, e 292 HSH (HIV-positivos: 211 e HIV-negativos: 81) foram incluídos no estudo. Os TAAN foram realizados em swabs retais e urina para CT e NG. O teste rápido de reagina de plasma e o ensaio para microhemaglutinação para Treponema pallidum foram realizados para o diagnóstico de sífilis Resultados: A prevalência geral de DST foi de 20,0% (IC 95%: 15,7-25,1): 10% clamídia ano-rectal; sífilis 9,9%; gonorréia ano-rectal 2,5%; e clamídia uretral 2,2%; não foi detectado nenhum caso de gonorrhoeae uretral. A proporção de HSH HIVpositivos que tiveram pelo menos uma DST era quase duas vezes maior do que HSH HIV-negativos (22,6% vs. 13,2%, P = 0,09). A freqüência de cada DST, exceto para NG ano-rectal (1,5% vs. 5.2%), foi maior entre os HIV-positivos do que entre os indivíduos HIV-negativos. Entre os 211 participantes assintomáticos, 17,5% (n = 37) foram identificadas como tendo pelo menos uma DST; 10,4% (n = 22/211) apresentaram resultado positivo para clamídia ano-rectal. Sessenta e cinco por cento dos HSH HIVpositivos eram assintomáticos no momento do diagnóstico de DST, enquanto que 100,0% do HSH HIV-negativos eram. Idade (RPA [Razão de Prevalência Ajustada] = 0,78; IC 95%: 0,60-1,00 para cada dez anos a mais) e um status sorológico HIV positivo (RPA [Razão de Prevalência Ajustada] = 2,05; IC 95%: 1,03-4,08) foram significativamente associados com o diagnóstico de DST. Conclusões: Observou-se uma alta taxa global de prevalência de DST, especialmente entre os HIV-positivos e em indivíduos mais jovens, e a maioria das DST eram assintomáticas. A triagem de DST utilizando TAAN entre os HSH assintomáticos é uma intervenção potencialmente custo-efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV entre HSH.Artigo 1 \201CUnprotected sex among men who have sex with men living with HIV in Brazil: a cross-sectional study in Rio de Janeiro\201D Abstract Background: Many countries are facing concentrated HIV epidemics among vulnerable populations, including men who have sex with men (MSM). Unprotected anal intercourse (UAI) is the main HIV transmission route among them and its understanding in the different cultures and how it relates to HIV transmission, reinfection and development of HIV antiretroviral resistance has important public health implications. Data on UAI among Brazilian MSM are scarce. This study aims to evaluate the prevalence and associated factors of UAI among HIV-infected MSM who had sex with seronegative or male partners with an unknown serostatus. Method: A cross-sectional study nested in a cohort was conducted in Rio de Janeiro, Brazil. The one hundred and fifty five MSM included in the study answered an ACASI interview and provided biological samples. Generalized linear models were used to identify variables associated with UAI Results: Overall, UAI with an HIV-negative or unknown serostatus male partner was reported by 40.6% (63/155) of MSM. Lifetime sexual abuse or domestic violence was reported by 35.9%, being more frequent among MSM who reported UAI compared to those who did not (P=0.001). Use of stimulants before sex was reported by 20% of the MSM, being slightly higher among those who reported UAI (27.0% vs. 15.2%; P=0.072). Commercial sex was frequent among all MSM (48.4%). After multivariate modeling, the report of sexual abuse or domestic violence (OR=2.70; 95%CI: 1.08- 7.01), commercial sex (OR=2.28; 95%CI: 1.04- 5.10), the number of male sexual partners (p=0.039) and exclusively receptive anal intercourse (OR=0.21; 95%CI: 0.06-0.75) remained associated with UAI. CD4 levels, HIV viral load and antiretroviral therapy were not associated with UAI. Conclusion: The UAI prevalence found with negative or unknown HIV status partners points out that other interventions are needed as additional prevention tools to vulnerable MSM. The main factors associated with UAI were a lifetime history of violence, commercial sex and the number of male sexual partners. This clustering of different behavioral, health and social problems in this population reinforce the need of a comprehensive approach on treating and preventing HIV among MSM Artigo 2 \201CChlamydia trachomatis, Neisseria gonorrheae and syphilis among men who have sex with men in Brazil\201D Abstract Background: Sexually transmitted diseases (STD) are frequently asymptomatic and increase the likelihood of transmitting and acquiring HIV. In Brazil, the guidelines for STDs diagnosis and treatment are based on the syndromic approach. Nucleic acid amplification tests (NAAT) has been recommended as routine STDs screening in some countries, especially for men who have sex with men (MSM). Limited data are available about how to best define target groups for routine screening by NAATs within this population. We aimed to assessed the prevalence of rectal and urethral Chlamydia trachomatis (CT) and Neisseria gonorrhoeae (NG) infections and syphilis, and the factors associated with having at least one STD among HIV-infected and uninfected MSM in Rio de Janeiro, Brazil. Methods: From August 2010 to June 2012, 391 MSM were enrolled into the Evandro Chagas National Institute of Infectious Diseases-INI-Fiocruz cohort, and 292 MSM (HIV-infected:211 and HIV-uninfected:81) were included in this study. NAATs were performed on the rectal swabs and urine for CT and NG. The rapid plasma reagin test and microhemagglutination assay for Treponema pallidum were performed for syphilis diagnosis Results: The overall prevalence of STD was 20.0% (95%CI:15.7-25.1): 10% anorectal chlamydia; syphilis 9.9%; anorectal gonorrheae 2.5%; and urethral chlamydia 2.2%; no case of urethral gonorrheae was detected. The proportion of HIV-positive MSM who had at least one STD was nearly two times that of HIV-negative MSM (22.6% vs 13.2%; P = 0.09). The frequency of each STD, except for anorectal NG (1.5% vs.5.2%), was higher among HIV-positive than HIV-negative individuals. Among the 211 asymptomatic participants, 17.5% (n = 37) were identified as having at least one STD; 10.4% (n = 22/211) tested positive for anorectal chlamydia. Sixty five percent of HIVpositive MSM were asymptomatic at the time of the STD diagnosis, while 100.0% of the HIV-negative MSM. Age (APR = 0.78; 95%CI:0.60-1.00 for each additional ten years) and a positive-HIV serostatus (APR = 2.05; 95%CI:1.03-4.08) were significantly associated with STD diagnosis. Conclusion: An overall high STD-prevalence rate was observed, especially among HIV-infected and in younger individuals, and the majority of STDs were asymptomatic. STD screening using NAATs among asymptomatic MSM is a potentially cost-effective intervention for the prevention of HIV infection among MS

    Avaliação da qualidade das variáveis epidemiológicas e demográficas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, 2002

    No full text
    O trabalho avalia a qualidade da informação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) quanto à clareza metodológica da documentação, completitude do preenchimento e consistência para o país, grandes regiões e Unidades da Federação no ano 2002. Adicionalmente, correlaciona-se a completitude com indicadores de pobreza, desigualdade e recursos humanos. As variáveis analisadas são: raça/cor do recém-nascido, instrução materna, estado civil materno, ocupação materna, idade materna, consulta pré-natal, filhos nascidos vivos, filhos nascidos mortos e peso do bebê ao nascer. Mostrou-se que o SINASC possui boa completitude de preenchimento e consistência da informação na maioria das variáveis; porém, observaram-se sérios problemas de qualidade nas variáveis sobre filhos anteriores e ocupação. Quanto à raça, encontraram-se tanto problemas metodológicos de definição da variável como incompletitude do preenchimento no Distrito Federal, São Paulo, Bahia e Sergipe, Brasil. Por intermédio da análise estatística, confirmou-se a relação significativa entre completitude e indicadores de pobreza e desigualdade. Espera-se que melhorias da qualidade da informação do SINASC possam contribuir para que esse sistema seja uma robusta fonte de dados epidemiológicos que permita identificar fatores de risco e condicionantes sócio-econômicos

    Desigualdades sociodemográficas e suas conseqüências sobre o peso do recém-nascido Consequences of sociodemographic inequalities on birth weight

    No full text
    OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociodemográficas, na assistência pré-natal e ao parto e suas conseqüências sobre o peso ao nascer. MÉTODOS: Estudo realizado em amostra de 10.072 puérperas atendidas em maternidades públicas, conveniadas com o Sistema Único de Saúde, e particulares do Município do Rio de Janeiro, no período de 1999-2001. Para verificar a associação entre peso ao nascer e características maternas, sociodemográficas, biológicas e da assistência pré-natal (índice de Kotelchuck modificado), realizaram-se regressões lineares múltiplas, estratificando as puérperas segundo nível de instrução. Foi utilizada a técnica de bootstrap com intervalos de confiança acurados para as estimativas dos efeitos. RESULTADOS: Na análise bivariada, para quase todas as variáveis estudadas, as médias de peso ao nascer foram menores entre as mães de escolaridade mais baixa. Na análise da regressão múltipla para o grupo de baixa escolaridade, o peso ao nascer associou-se diretamente com o índice de Kotelchuck modificado e a idade gestacional, e inversamente com as variáveis cor da pele preta, hábito de fumar e a experiência de filhos prematuros anteriores. Idade materna e paridade tiveram comportamentos distintos nos extremos e na faixa central dos dados. No grupo de maior escolaridade somente a paridade, a idade gestacional e o índice de Kotelchuck modificado foram significativos e se associaram diretamente com o peso ao nascer. Verificou-se o papel protetor da assistência pré-natal, assim como o efeito negativo do hábito de fumar independente do nível de escolaridade das mães. CONCLUSÕES: As variáveis que explicaram o peso ao nascer dos neonatos de mães com elevada escolaridade foram de natureza biológica, em contraste com os determinantes sociais encontrados no grupo de baixa escolaridade.<br>OBJECTIVE: To analyze sociodemographic inequalities in prenatal and childbirth care and their consequences on birth weight. METHODS: The study was based on a sample of 10,072 postpartum women treated at public (those outsourced by the National Health System) and private maternity hospitals in Rio de Janeiro, Brazil, from 1999 to 2001. To test the association between birth weight and maternal sociodemographic and biological characteristics and prenatal care (modified Kotelchuck index), postpartum women were stratified by level of schooling and two multiple linear regressions were performed. The bootstrap technique was used in addition to accurate confidence intervals for the estimated effects. RESULTS: For nearly all of the variables analyzed in the bivariate analysis, birth weight was lower among children of mothers with low schooling. In the multivariate analysis, among women with low schooling, there was a direct association between birth weight and the modified Kotelchuck index and gestational age. The variables black skin color, smoking, and history of premature birth were negatively associated with birth weight, while maternal age and parity showed distinct behaviors from the central range of data at the extremes. In the group with high schooling, only parity, gestational age, and modified Kotelchuck index were significant and directly associated with birth weight. The protective effect of prenatal care was observed, as well as the negative effect of smoking, regardless of the mother's level of schooling. CONCLUSIONS: The variables associated with neonates' birth weight of mothers with high schooling in Rio de Janeiro were biological, in contrast to the social determinants in the group with low schooling
    corecore