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    A intervenção em parceria na violência conjugal contra as mulheres : um modelo inovador?

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    Tese de Doutoramento em Sociologia na especialidade de Sociologia da Família apresentada à Universidade AbertaNa modernidade, em que se valoriza a individualização, o afecto como base da família e a racionalização dos processos de garantia de direitos sociais, gera-se uma tensão entre família e Estado na definição dos limites da intervenção (pública) sobre a violência na família, entendida como reduto de privacidade. A interpretação da violência conjugal contra as mulheres como questão de género sustenta a intolerância em relação ao domínio masculino, definindo que compete aos Estados e não às famílias resolver este problema social. A parceria tem vindo a ser discursivamente apresentada como boa prática, representando empenho colectivo em lidar com o fenómeno, não obstante, são poucos os estudos sociológicos sobre a intervenção feita em parceria. Este estudo consiste em compreender se a intervenção em parceria traduz inovação, e em que dimensões, ou se corresponde a uma expectativa, presente nos discursos dos decisores políticos e dos actores sociais que pretendem mudar o sistema de apoio a mulheres vitimas de violência conjugal. Através de um estudo de caso (das cinco parcerias existentes em Portugal até Abril de 2008 e dedicadas à intervenção com mulheres vitimas de violência conjugal) percebemos que estes actores sociais inovaram na reorganização dos serviços e na melhoria das práticas de intervenção, investindo mais na dimensão tecnocrática do que na dimensão sociopolítica da intervenção. A racionalidade no agir, a participação social no âmbito local e a definição da violência conjugal como questão de género, traduzem uma faceta de modernidade mas a acção reflexiva e a valorização do conhecimento assente nas práticas de intervenção, não permitem em definitivo identificar estes actores sociais com o agir crítico nem afirmar a intervenção por eles realizada em parceria como inovação. Este estudo evidencia o desfasamento entre intenções e práticas das parcerias e entre acção e conhecimento do fenómeno da violência conjugal.In modernity, which values individualism, family formation and sustainability based on affection and the guarantee of social rights, there is one tendency to occur a tension between family and State in defining the limits of (public) intervention on violence in the family, understood as a bastion of privacy. The definition of violence against women as a gender issue is based on social intolerance towards male domination, defining the States and not the families, as responsible in solving this social problem. Partnership has been discursively presented as good practice, representing collective commitment to deal with the phenomenon, however there are few sociological studies addressing the intervention done in partnership. This study aim is to understand whether the intervention in partnership translates innovation, identifying its dimensions, or whether it corresponds only to an expectation of policy makers and social actors, willing to change the support system to women victims of conjugal violence. By developing this research, based on a case study (including the five partnerships organised in Portugal until April 2008 and dedicated to intervention with women victims of conjugal violence), we realize that these social actors are innovating in the reorganization of services and improvement of the intervention practices, but they are doing it by investing more in technocratic than on socio-political dimension of intervention. There are elements reflecting a facet of modernity, such as rationality in action, social participation at the local level addressing the issue and the definition of violence towards women as a gender issue. In spite of this, there is a lack of reflexive action and of knowledge development based on the practices of intervention. These elements do not allow us to identify these social actors as doing critical intervention and promoting innovation through partnership. This study highlights the gap between intentions and practices of partnerships and between action and knowledge of the phenomenon of marital violence

    MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DAS RELAÇÕES INTERSECCIONAIS DE GÊNERO EM CONTEXTO ESCOLAR:

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    Analisar o espaço escolar sob uma perspetiva interseccional de gênero implica ir além da sua abordagem enquanto contexto de interação entre crianças e jovens, reconhecendo que o espaço e as identidades sociais se constituem mutuamente. Por outras palavras, o espaço é um reflexo das relações de poder hegemônicas e, simultaneamente, a sua conceção e vivência perpetuam diversas formas de desigualdade. Neste artigo aborda-se a escola a partir de uma perspetiva interseccional, colocando a dimensão espacial no centro das análises da pluralidade de modos com que alunos e alunas ocupam e experienciam diferentes lugares. As experiências de estudantes e as suas vivências no espaço escolar são captadas e compreendidas com recurso ao mapeamento participativo. Como metodologia de análise, aplicando-a em três agrupamentos escolares localizados na cidade de Lisboa, em Portugal, os resultados demonstraram as vantagens da metodologia na análise da pluralidade de masculinidades e feminilidades na escola, revelando como o gênero e a origem nacional são relevantes para a compreensão da maneira como os grupos de estudantes criam uma identidade distinta e são identificados. O mapeamento participativo também se revela uma metodologia adequada para analisar os processos de interação entre estudantes de diferentes nacionalidades e o papel desses processos na formação de dinâmicas socioespaciais na escola, através de três mecanismos: laterização cultural, guetização do espaço escolar e ocupação periférica do campo de jogos pelas alunas

    Características sociodemográficas e conjugais de mulheres com história de violência conjugal

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    Estudo quantitativo que objetivou identificar em mulheres com história de violência conjugal características sociodemográficas e relacionadas à conjugalidade. A pesquisa foi realizada com uma amostra de conveniência composta por 50 mulheres após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob parecer no 42/2011. Os resultados mostraram que as entrevistadas eram caracterizadas predominantemente como negras, com baixa escolaridade e dependentes economicamente do cônjuge. A maior parte das mulheres convive com os companheiros a uma média de 11 anos, e o uso/abuso de substâncias lícitas/ilícitas foi considerável entre as entrevistadas, com maior referência ao álcool. Compreende-se a importância desta pesquisa para os profissionais de saúde, visto que o conhecimento acerca das características de mulheres em situação de violência conjugal pode direcionar para a suspeita/reconhecimento do agravo, sobretudo no âmbito da Estratégia Saúde da Família

    Educomunicação e suas áreas de intervenção: Novos paradigmas para o diálogo intercultural

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    oai:omp.abpeducom.org.br:publicationFormat/1O material aqui divulgado representa, em essência, a contribuição do VII Encontro Brasileiro de Educomunicação ao V Global MIL Week, da UNESCO, ocorrido na ECA/USP, entre 3 e 5 de novembro de 2016. Estamos diante de um conjunto de 104 papers executivos, com uma média de entre 7 e 10 páginas, cada um. Com este rico e abundante material, chegamos ao sétimo e-book publicado pela ABPEducom, em seus seis primeiros anos de existência. A especificidade desta obra é a de trazer as “Áreas de Intervenção” do campo da Educomunicação, colocando-as a serviço de uma meta essencial ao agir educomunicativo: o diálogo intercultural, trabalhado na linha do tema geral do evento internacional: Media and Information Literacy: New Paradigms for Intercultural Dialogue
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