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    Prática de gestão e controle da subjetividade dos trabalhadores: a ideologia de encantamento em uma empresa de varejo

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    This paper presents a case study of a retail company and approaches the relationship between organizationalmanagement practices and the control of workers’ subjectivity. The research is qualitative and is based inobservations, interviews, video records and analysis of documents. The collected data were analyzed followingBardin’s proposal for qualitative content analysis. The theoretical discussion is grounded on the contributions fromauthors of Psychosociology and Political Economy of Power. Within the researched company, the practices thatsubjectively involve the worker with the organization are: (i) process of immersion for achieving integration betweenworkers; (ii) rituals for inaugurating new branch offices, with anthems composed by the workers themselves; (iii)internalization of norms and rules of conduct through the participation of workers in the creation of policies ofenchantment and through the systematic repetition of organizational objectives and values; and (iv) production ofbooks with stories of success, shaping the subjectivity by evidencing an ideal behavior. The main result of this essayis to highlight the effectiveness of practices for controlling the subjectivity that reinforce both the involvement andthe seductive and perverse engagement of workers with the organization, and their adherence through an ideologyof enchantment which resembles a “religious” instance.Este artigo apresenta um estudo de caso realizado em uma empresa do ramo de varejo e aborda a relação entre aspráticas de gestão organizacionais e o controle da subjetividade dos trabalhadores. A pesquisa é de naturezaqualitativa e está fundamentada em observações, entrevistas, registros fílmicos e análise documental. Os dados foramanalisados de acordo com a técnica de análise qualitativa de conteúdo proposta por Bardin. A discussão teóricafundamenta-se nas contribuições de autores da Psicossociologia e da Economia Política do Poder. Destacam-se, naempresa estudada, as seguintes práticas que envolvem subjetivamente o trabalhador com a organização: (i) processode imersão para integração; (ii) rituais de inauguração das novas filiais, com elaboração de hinos pelos própriostrabalhadores; (iii) internalização das normas e regras de conduta, pela participação dos trabalhadores na construçãodas políticas de encantamento e pela repetição dos objetivos e valores organizacionais; e (iv) elaboração de livroscom as histórias de sucesso que imprimem uma formatação da subjetividade ao destacar um ideal comportamental.Como principais resultados, o estudo destaca a efetividade das práticas de controle da subjetividade que focam oengajamento e o envolvimento sedutor e perverso dos trabalhadores pela organização, além da adesão dostrabalhadores via ideologia do encantamento, que se assemelha a uma instância “religiosa”

    A MANIPULAÇÃO DA VIDA AFETIVA DOS GRUPOS: O CASO DOS TRABALHADORES EM UMA LOJA DE DEPARTAMENTOS

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    O estudo de caso aqui proposto tem como objetivo analisar como ocorre a manipulação da vida afetiva de um grupo de trabalhadores de uma loja de departamentos submetidos a uma dinâmica de grupo (reunião) realizada cotidianamente na Organização R. O nível de análise é organizacional e a unidade de análise o grupo de funcionários da loja de departamentos. Conclui-se que a Organização R adota práticas de espetacularização para disseminar sua ideologia e usa das lideranças para ampliar seu domínio sobre os aspectos subjetivos dos trabalhadores. Além disso, a organização explora dinâmicas lúdicas (música, dança e brincadeiras infantis) para manipular a vida afetiva do grupo e fazer com que os indivíduos aceitem metas e objetivos definidos pela organização

    A música que encanta, o discurso que aprisiona: a distorção comunicativa em uma loja de departamentos

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    Este artigo analisa a comunicação sistematicamente distorcida da gestão de uma loja de departamentos. A atenção recai sobre as práticas de comunicação que visam à motivação e o controle dos trabalhadores. Essas práticas são consideradas um refinado recurso gerencial para engendrar nos trabalhadores uma relação de dócil subserviência aos interesses de maximização de resultados econômicos. Metodologicamente, foi utilizada a abordagem da pragmática dos atos de fala, na qual se avalia as formas discursivas a partir da manipulação dos critérios de validez desses atos. Os resultados revelam o uso dissimulado da linguagem com conteúdos que sinalizam a competitividade e agressividade
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