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Dissuasão no estreito de Taiwan : 2004-2010
No plano das relações entre Pequim e Washington
tem-se notado um crescente “empenho” norte americano quanto às questões de segurança de Taiwan.
Os resultados mais palpáveis deste empenhamento
são o incremento da venda de armas americanas a
Taiwan ao abrigo do Taiwan Relations Act, no início de
uma relação de cooperação em termos de segurança
no caso de um conflito, e um interesse renovado da
administração norte americana na implementação
de um sistema de defesa anti-balística de carácter nacional e de teatro de operações, nas quatro componentes operativas de intercepção (pré-lançamento,
ascensão, trajecto médio, e terminal ou descendente).
Independentemente da transitória aproximação estratégica entre as duas capitais, resultante dos atentados de 11 de Setembro de 2001, na verdade, parece
existir um consenso generalizado no espectro bipolar
da política norte americana de que em caso de agressão militar da China a Taiwan, não resta aos Estados
Unidos outra possibilidade senão intervirem directamente. No entanto, Washington tem mantido a sua
actuação como o “fiel de uma balança” onde o difícil
está exactamente em manter “os seus dois pratos política e militarmente equilibrados”. Por outras palavras, este equilíbrio baseia-se na capacidade de
implementação de uma dupla dissuasão em prol da
preservação da estabilidade regional, o qual independentemente das vulnerabilidades operativas que
apresenta ainda continua a ser a melhor opção de
conduta ao dispor de Washington
A Doutrina Operacional do Exército Popular da Libertação para o Século XXI
Ainda hoje, analistas chineses declaram que desde sempre
existiu apenas uma estratégia operacional ao longo dos 50
anos de existência da República Popular da China (a da
“Guerra Popular). No entanto a história prova o contrário.
A dimensão do Exército Popular de Libertação (EPL) e o
modo como a sua doutrina operacional foi sendo modificada
ao longo dos últimos 20 anos – mantendo o princípio
doutrinário basilar e elementar da defesa activa – teve
como consequência a existência simultânea de elementos
no seio do aparelho militar com diferentes missões, estruturas
e orientações doutrinárias. Actualmente o desafio
reside na maior ou menor capacidade de ajustamento do
corpo doutrinário à realidade e à capacidade operacional
do EPL (e vice-versa). O EPL segue assim um processo de
modernização a três velocidades onde ainda hoje existem
unidades mais vocacionadas para a execução da Guerra
Popular, enquanto que outras como as forças de reacção
rápida – alvo preferencial do processo de modernização
militar – já estão aptas a aplicar a última evolução estratégica
(Guerra Local sob Modernas Condições Hi-Tech).
Outras ainda, como as de guerra electrónica e da 2ª Artilharia
já se consideram com alguma capacidade efectiva de
levar a cabo operações de RMA integradas em cenários de
Guerras Locais e Limitadas
O Exército Popular de Libertação em operações de socorro e emergência : o caso dos nevões de Janeiro/Fevereiro de 2008
O presente artigo analisa as virtudes e vulnerabilidades do papel desempenhado pelo Exército Popular de Libertação em operações de socorro no contexto de planos de protecção civil, procurando identificar alguns problemas ao nível do comando
e controlo e da ligação com as autoridades civis locais e regionais com base na sua actuação aquando dos nevões de Janeiro/Fevereiro de 2008.
Com base na análise dos desempenhos político-militares resultantes do estudo de caso referido, pretende-se aferir, em termos gerais, as experiências e as possíveis lições apreendidas pelo Partido Comunista Chinês e pelo EPL no sentido de melhorarem a sua capacidade de resposta nesta tipologia de operações
As consequências geopolíticas para Pequim dos atentados de 11 de Setembro : uma análise regional
O presente artigo pretende analisar as consequências geopolíticas na região asiática da resposta norte americana ao ataque às torres do
World Trade Center e ao Pentágono bem como as
suas implicações para a República Popular da
China. A congregação do apoio internacional
para uma frente unida de combate ao terrorismo e para o posterior ataque ao regime Taliban
do Afeganistão, às bases da al-Qaeda e a caça a
Osama bin Laden, levou à presença de forças
militares americanas na periferia das fronteiras
continentais chinesas, provocando um marcado
reajustamento no cenário geopolítico vizinho à
China, o qual tem levado a liderança chinesa a
reequacionar as suas prioridades e acções estratégicas regionais a curto prazo e a médio praz
A cooperação sino-moçambicana : três vertentes operativas
O presente artigo é uma versão reduzida de um estudo elaborado pelo autor no qual se analisa a penetração político-económica chinesa no continente africano e a resposta norte-americana com vista ao equilibrar desta incursão estratégica de Pequim. Aqui pretende-se abordar a díade de cooperação sino-moçambicana no sector militar, da construção civil e da exploração madeireira bem como o papel desempenhado por Portugal no contexto da cooperação bilateral.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Cinco debates, uma grande estratégia
O artigo analisa as diferenças metodológicas ocidentais e chinesa na formulação da “grande estratégia”. Através da leitura de artigos e livros publicados por investigadores chineses associados aos
mais relevantes think tanks, instituições universitárias e órgãos do governo e do Exército Popular de Libertação, e adotando um critério de relevância e autoridade institucional bem como de prestígio dos autores, descrevem-se os campos em confronto
relativamente à existência ou não de uma “grande estratégia” por parte da China.
Subsequentemente descrevem-se as quatro vagas
de debate interno acopladas ao pressuposto de que existe uma “grande estratégia” da China as quais tiveram lugar durante a última década: a primeira sobre a terminologia da “grande estratégia de
desenvolvimento pacífico”; a segunda sobre o
conceito de “mundo harmonioso”; a terceira sobre os novos emolumentos à envolvente internacional (com enfoque no estatuto de primazia dos Estados Unidos após a crise financeira de 2008); e a última associada ao seu denominado “rebalancing para a Ásia”. As duas últimas vagas de debate deixam
implícita a necessidade de ajustamentos de curto e médio prazo na “grande estratégia” de Pequim
Os livros brancos da defesa da República Popular da China 1998-2010
Este estudo é uma análise da evolução das perceções de (in)segurança da República
Popular da China (RPC), através da aferição quantitativa e qualitativa de expressões
idiomáticas caracterizadoras da evolução do sistema internacional, as quais foram selecionadas e associadas a tais perceções, e que constam das sete edições do Livro Branco da Defesa publicadas pelo Conselho de Estado entre 1998 e 2010.
Procura-se através de um enquadramento conceptual e metodológico derivado da
análise crítica do discurso baseado nas teorias de Michel Foucault e de Norman Fairclough, bem como do da perceção de ameaças por parte dos Estados no sistema internacional formulado por Robert Jervis, identificar e justificar variações nas perceções de (in)segurança da RPC entre 1998 e 2010, concluindo-se que estas refletem uma visão de natureza essencialmente realista estrutural e Lockeana quanto à evolução do sistema internacional