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Avaliação da proteína amilóide A sérica na atividade clínica da artrite reumatóide
A artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imune, crônica, caracterizada pelo comprometimento inflamatório das articulações sinoviais periféricas. A proteína amilóide A sérica (SAA) é uma das principais proteínas de fase aguda (PFA), porém seu uso na rotina do laboratório clínico ainda é pouco difundido. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi analisar a utilidade da SAA na avaliação da atividade clínica da AR. MÉTODOS: Foram estudados 113 pacientes com AR, diagnosticados segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Para a caracterização da atividade de doença, foi utilizado o Índice de Atividade de Doença (IAD), proposto pela Liga Européia Contra o Reumatismo. RESULTADOS: A SAA apresentou correlação positiva, estatisticamente significativa, com a proteína C-Reativa (PCR), tanto como a α-1-glicoproteína ácida (AGP), quanto com o IAD. Nossos resultados demonstraram que a SAA apresentou, particularmente, uma maior sensibilidade na determinação da atividade inflamatória da AR, em comparação às outras PFA. Apresentou, também, uma boa capacidade de discriminar os grupos de atividade moderada e alta do IAD. Como o IAD não mede unicamente o componente inflamatório da AR, a dosagem de uma PFA é de grande utilidade para a caracterização da atividade dessa enfermidade. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo sugerem que a SAA pode ser de grande valor na determinação da atividade inflamatória da AR
Análise da associação da fadiga com variáveis clínicas e psicológicas em uma série de 371 pacientes brasileiros com artrite reumatoide
Objetivos: A fadiga é um sintoma altamente subjetivo e extremamente comum em pacientes com artrite reumatoide, embora seja difícil de caracterizar e definir. O objetivo desse estudo foi avaliar a fadiga em uma coorte de pacientes brasileiros e analisar a relação entre fadiga e variáveis específicas da doença. Métodos: Foram prospectivamente investigados 371 pacientes brasileiros diagnosticados com artrite reumatoide, de acordo com os critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia de 1987. Dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos dos registros clínicos. Foram registrados o número de articulações dolorosas, índice de massa corporal, duração da doença, qualidade de vida, capacidade funcional, ansiedade e depressão. A fadiga foi avaliada com o uso da subescala específica da escala Fatigue Assessment of Chronic Illness Therapy (FACIT-FATIGUE). Resultados: O escore mediano para fadiga foi 42 (10), negativamente correlacionado com a capacidade funcional (-0,507; p < 0,001), ansiedade e depressão (-0,542 e -0,545; p < 0,001, respectivamente) e predominantemente com o domínio físico do questionário Short Form-36 para qualidade de vida (SF-36P: 0,584; p < 0,001). Não houve correlação entre os escores e a velocidade de sedimentação das hemácias (-0,118; p <0,05), proteína C reativa (-0,089; p < 0,05), atividade da doença (-0,250;p < 0,001) ou número de articulações dolorosas (-0,135; p < 0,01). Para todas as medidas foi aplicado um intervalo de confiança de 95%. Conclusões: Nesta série de pacientes brasileiros com artrite reumatoide, sugerimos um novo significado para as queixas de fadiga como um parâmetro independente não relacionado com o número de articulações dolorosas ou escores de atividade inflamatória. Parece haver maior relação entre transtornos psicológicos e funcionais com a fadiga. Seriam importantes novos estudos e uso rotineiro de medidas padronizadas para a monitorização das queixas de fadiga