5 research outputs found

    Editorial

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    O propósito geral deste número da revista Forum Sociológico é dar a conhecer a um público mais alargado um conjunto de reflexões sociológicas sobre o processo de profissionalização das Forças Armadas, após o fim da obrigatoriedade da prestação de serviço militar. Indo ao encontro deste objectivo, o tema do dossiê que agora se apresenta visa dar alguns apontamentos analíticos sobre as Forças Armadas numa sociedade em mudança – os desafios da profissionalização, por intermédio de alguns retrato..

    Jovens e Forças Armadas: contornos de uma nova relação num contexto de profissionalização

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    Nas sociedades actuais qualquer instituição, entre elas a militar, não é mais julgada pelo que se propõe fazer, mas pelo que efectivamente faz. Tratadas pela sociedade e pelo mercado como qualquer outra instituição, as Forças Armadas estão, assim, mais sujeitas ao escrutínio e controlo social. Cultivar a legitimidade tornou-se cada vez mais uma necessidade, tendo em vista a prevenção de possíveis situações de banalização institucional. Além desta atitude de cariz pró-activo, os pressupostos da profissionalização, enquanto novo modelo de organização, também lhes exigem uma permanente capacidade para conseguir obter os recursos humanos necessários ao desenvolvimento das suas missões. Para contribuir para a construção de estratégias solidificadas de intervenção neste domínio, torna-se necessário recolher elementos que permitam traçar um diagnóstico da situação, o que implica, forçosamente, considerar como objecto de análise as inter-relações estabelecidas entre as Forças Armadas e a sociedade envolvente. É neste quadro que se insere este estudo, que, a coberto da realização do Dia da Defesa Nacional, procura apreender e caracterizar o que pensa das Forças Armadas e das suas ofertas de emprego um dos segmentos populacionais mais importantes no contexto da profissionalização, ou seja, a população jovem.In current society, any institution, including the military, is not judged by what they intent to do, but by what they actually do. Judged by the society and job market like any other institution, the Armed Forces are under an exhaustive evaluation and social control. In this context, in order to prevent any situations of institutional trivialization is essential that Armed Forces promote their social legitimacy. In addition to this proactive approach of maintaining the legitimacy, the assumptions inherent to professionalization as a model of military organization, it also requires a permanent ability to attract sufficient human resources to develop and accomplish their missions.To develop and implement intervention strategies in this domain is essential to analyse and understand the reality, considering the conceptual interplay between the Armed Forces and the involving society. Based on this theoretical conceptualization, the present study aims to collect and understand the perceptions of the young people who attended the National Defence Day regarding the Armed Forces and their job opportunities

    A profissionalização das Forças Armadas: um olhar sobre o seu pilar de sustentação – os militares do regime de voluntariado e de contrato

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    A realidade internacional em que as estruturas de defesa das nações ocidentais tradicionalmente operavam sofreu uma mudança paradoxal com o fim da Guerra Fria. Instalou-se uma nova realidade geoestratégica pautada pela incerteza e pelo carácter multipolar e global dos conflitos, que as confrontou com a incapacidade de resposta dos seus tradicionais exércitos de massas, cuja vocação se baseava essencialmente na defesa territorial e que eram alimentados, essencialmente, através de mecanismos de conscrição. Um sistema de forças de dimensão mais reduzida, tecnologicamente mais desenvolvido e adaptável, quer na sua integração em forças multinacionais, quer na sua capacidade de tradução e adaptação aos contextos em que é chamado a intervir, implica necessariamente umas Forças Armadas compostas de efectivos altamente preparados e totalmente profissionais na sua acção.O que se apresenta neste artigo é uma reflexão sobre a forma como este processo de profissionalização tem sido vivido e desenvolvido pelas Forças Armadas Portuguesas, dando especial ênfase aos seus verdadeiros protagonistas: os militares. Quem são, porque ingressam, e quais as suas expectativas são as perguntas a que tentamos dar uma hipótese de resposta.After the end of the Cold War the international reality in which the structures of defence of Western nations have traditionally operated in suffered a paradoxical change. Inserted in a new geo-strategic reality ruled by uncertainty and multiple and global conflicts, the military organizations confronted themselves with the inability of their traditional mass armies – whose task was based primarily on territorial defence and were fed primarily through mechanisms of conscription, to respond to this new adversities and conflicts. A smaller, more technologically and developed system of forces, both in terms of their integration in the multinational forces and in its ability to translate and adapt to new contexts, is required to face this new reality. This new challenges mean that the Armed Forces should employ highly skilled and trained professionals to perform their missions.The purpose of this article is to make a reflection about the professionalization process developed by the Portuguese Armed Forces, with special emphasis on their real protagonists: the military. Specifically, this study aims to characterize the young people who join the Armed Forces, their motivations and expectations

    Forças Armadas de Portugal : os potenciais motivos da lenta incorporação da mulher militar

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    Duas décadas após a adoção da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, as lacunas no estabelecimento da paz e segurança, relacionadas com as questões de género, são ainda amplas e profundas. Isto levanta questões importantes sobre como a Resolução 1325 e as resoluções subsequentes, sobre a agenda “Mulheres, Paz e Segurança”, impactam as sociedades. Neste artigo, analisamos de que forma os Planos Nacionais de Ação para a implementação da Resolução 1325 contribuem para o avanço desta agenda, caracterizando-os e identificando os principais fatores influenciadores da sua implementação. Os resultados desta análise apontam, de um lado, para a dificuldade em avaliar o impacto destes planos de forma isolada e, por outro, para a mudança efetiva no discurso formal das principais organizações internacionais e regionais que tratam da segurança e da paz.O contributo da Resolução 1325 para uma paz mais sustentável é hoje amplamente reconhecida, não só em cenários pós-conflito, mas também na prevenção de violência, sob várias formas, em contextos de conflitualidade imanente ou latente. Um dos fatores mais importantes para o sucesso da Resolução reside na sua influência sobre a sociedade civil, mas simultaneamente também no impacto que a própria sociedade civil tem sobre a aplicação e operacionalização desta Resolução, revelando a perspetiva do género como essencial e gerando uma dinâmica de reciprocidade muito fértil para a possibilidade da paz. No artigo analisaremos a ação impulsionadora da sociedade civil para a afirmação das mulheres como atoras centrais nos processos de paz – bem como na reconstrução política, social, económica e cultural que se lhe segue. Através de vários exemplos e sugestões perspetivar-se-á ainda como esta dinâmica para uma paz sustentável foi reforçada e ampliada através dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável e o lugar especial que aí é reservado às mulheres.Nos últimos 20 anos, em certa medida por influência da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas n.º 1325, tem-se evidenciado uma crescente consciencialização da importância da integração e participação das mulheres nos diversos domínios da Defesa Nacional, nomeadamente nas Forças Armadas. Radicado na evolução dos efetivos militares, este artigo caracteriza a situação atual da participação das mulheres nas Forças Armadas portuguesas e descreve alguns aspetos da sua evolução quantitativa desde 2000, por Ramo (Marinha, Exército e Força Aérea) e por forma de prestação de serviço (quadros permanentes e regimes de voluntariado e de contrato). Almejando caracterizar as militares que prestam serviço nesta última forma, e recorrendo a uma amostra de 7.264 militares (6.269 homens e 995 mulheres) dos três Ramos, fornece-se um quadro compreensivo das perceções das militares sobre o seu percurso profissional na Instituição Militar, adotando, sempre que adequado, uma perspetiva comparativa entre os sexos.O desafio que atualmente se coloca às instituições militares reside na consciencialização e na formação de base dos seus quadros, em particular, os da Academia Militar portuguesa (AM), pois assume um papel catalisador para educar os futuros Oficiais e líderes militares. Recorrendo a focus group, inquérito por entrevista e a inquérito por questionário, a presente investigação pretende trazer a perspetiva de género para a área do ensino, procurando entender de que forma as políticas no âmbito da agenda “Mulheres, Paz e Segurança” têm exercido influência na cultura organizacional da AM, bem como entender os aspetos que dificultam ou facilitam a integração das militares femininas nesta instituição. Apesar de as cadetes femininas serem aceites pelos seus pares masculinos e de formalmente não existirem divisões de papéis entre géneros, os resultados obtidos revelam que os estereótipos de género provenientes da construção social determinados pelas características biológicas continuam a ser evidenciados no dia-a-dia e constituem um obstáculo à sua plena integração.Este artigo reflete sobre a relação entre mulheres e o combate e sua vinculação ao contexto militar. Com base no levantamento bibliográfico, documental e normativo, o artigo procura compreender a trajetória de inserção de mulheres nas Forças Armadas brasileiras, considerando os limites e desafios postos pela cultura institucional. Como foco da pesquisa, debruçamo-nos sobre a história e a trajetória mítica da relação entre mulheres e a representação das mulheres militares brasileiras sob o signo das “mulheres guerreiras”. Nesta seara referenciamos o cenário contemporâneo, oferecendo destaque à evidenciação do movimento internacional, que sedimenta a presença de mulheres nas instituições militares e seu emprego nas Missões de Paz geridas pela Organização das Nações Unidas (ONU).Este artigo aborda a incorporação da mulher militar nas Forças Armadas de Portugal. É dado especial enfoque às questões relacionadas com a influência do ambiente internacional, a profissionalização militar e o ambiente sociocultural, no que diz respeito ao novo papel da mulher na sociedade, durante o processo da incorporação. O artigo conclui que o processo do recrutamento feminino ainda é lento porque a questão da igualdade de gênero não é o principal motivo que levou ao ingresso da mulher militar nas Forças Armadas.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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