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    NEABI E NEGES IBIRAMA: Educar para a diversidade

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    A cidade de Ibirama possui uma população de mais de 19 mil pessoas. Próxima a ela, e abrangendo os territórios de José Boiteux, Doutor Pedrinho, Vitor Meireles e Itaiópolis encontra-se a terra indígena Ibirama-Laklanõ, habitada por mais de 2 mil indígenas dos povos Guarani, Guarani Mbya, Guarani Ñandeva, Kaingang e Xokleng. Ademais, é sabido que o estado de Santa Catarina é um dos estados com menor presença negra no país, com pouco mais de 10% de pessoas autodeclaradas pretas ou pardas. Neste contexto, a discussão acerca da presença negra e indígena entre a população vigente tem sido insuficiente e em muitas vezes repleta de preconceitos e, com isso, percebe-se a necessidade de se colocar em prática um projeto que venha atuar no sentido de promover a formação de docentes e discentes sob a perspectiva da educação das relações étnico-raciais. Por outro lado, os dados referentes a gênero e orientação sexual não são facilmente encontrados. Sabemos do despreparo da sociedade para atuar diante destas questões, desde o nível familiar até o nível institucional. Em 2012, o governo de Santa Catarina assinou um termo de cooperação com o Governo Federal de enfrentamento às homofobias, que estabelecia oito medidas a serem tomadas de imediato pelo governo estadual. Anos depois, apenas uma delas foi alcançada: a inclusão de orientação sexual e identidade de gênero em registros de ocorrência criminal. Similarmente ao que ocorre com as discussões étnico-raciais, é possível perceber a importância desta temática ser trazida para o espaço escolar. Fundados em 2020 no Campus Ibirama, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade (NEGES), amparados na legislação vigente, têm como objetivo estimular uma reflexão permanente sobre esses propósitos e auxiliar na formação democrática e cidadã dos estudantes, através da realização de ações de ensino, pesquisa e extensão focadas nas relações étnico-raciais, de gênero, identidade de gênero e sexualidades. Durante o ano de 2022 estas ações concretizaram-se no campus Ibirama em forma de reuniões de pesquisa, palestras, rodas de conversa e cine-debates, contando algumas vezes com palestrantes externos. Dentre os resultados obtidos até o momento, citamos o crescente interesse dos estudantes em participarem dos núcleos e apropriarem-se das discussões relativas à diversidade (étnico-racial, cultural, de gênero e orientação sexual), multiplicando saberes e auxiliando enormemente na desconstrução de estereótipos e preconceitos no espaço escolar. Suporte financeiro Edital 88/2021- Reitoria IFC
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