846 research outputs found

    Not quite women: lesbian activism in Portugal

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    Lesbian activism is a recent phenomenon in Portugal. Due to the country’s specific development pattern, lesbian organisations only began to emerge during the 1990’s, usually as subsidiary of major lesbian, gay, bisexual, and transsexual organisations. They have, nevertheless, roots in past attempts of consciousness-raising led by some women networks. Lesbian activists appear to be very critical of the extent and scope of women’s and lesbians’ social mobilisation abilities in the context of the Portuguese society, and consequently of its actual outcomes in terms of women’s empowerment. As for women themselves, involvement in political activism is seen alternatively as a dangerous or as an unnecessary and personally awkward exposure. Adhesion to lesbian organisations, as well as the very formation of lesbian networks seems to be particularly dependent on opportunity structures – namely State policies, juridical frames, and class origin –, as much as on dominant and class-specific representations of lesbianism. Furthermore, Portuguese feminism, with few exceptions, seems to have always opposed itself to any kind of alliance with lesbianism and to the admission of formal lesbian networks within feminist organisations. Altogether, these factors contribute to highlight the existence of a socially variable access to cultural, social, and economical resources, which determine both women’s willingness to get actively involved in political struggles, and the way they deal with same-sex desire, with considerable and uneven impacts on their personal and psychological well-being. This paper, resorting to document analysis and to interview data, is an attempt to explore the origins and representations of lesbianism in Portugal, relating them to the recent emergence of a lesbian activism oriented towards the promotion of women’s well-being and political rights.(undefined

    Ligações perigosas: ciência e activismo político

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    Na luta pelo monopólio da definição legítima da realidade, a ciência, sistema fundamental de legitimação e redefinição da ordem social, constitui um foco particular de interesse e investimento por parte de diversos agentes sociais. Este artigo representa uma tentativa de aproximação aos modos como os sistemas de classificação sexual produzidos pela ciência têm sido apropriados pelo activismo gay e lésbico, traduzindo-se numa politização do discurso científico e contribuindo para fazer existir na realidade aquilo que enunciam. Pretende-se debater uma teia complexa de atracção e repulsa em que se confundem os papéis do cientista e do activista, categorias da ciência e categorias comuns, os produtos da ciência e as múltiplas formas da sua apropriação

    Rodger Streitmatter (1995) Unspeakable : the rise of the gay and lesbian press in América...

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    Democracia, cidadania e direitos lgbt em Portugal: algumas questões em aberto

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    Reflectir sobre os impactos de Stonewall em Portugal levanta desafios maiores do que, à primeira vista, pode parecer. Desde logo, a produção científica nacional sobre o activismo lgbt encontra-se, ainda, num estado relativamente incipiente. Traçar esses impactos no que respeita ao exercício dos direitos de cidadania dos que escapam à heterossexualidade hegemónica pode, por isso, comparar-se à reconstituição de um puzzle a partir de um conjunto de pistas prosseguidas por diferentes investigadores e em diversas áreas disciplinares. Esta comunicação representa uma tentativa de unir alguns desses contributos, apontando trilhos possíveis de aprofundamento e de questionamento. Num primeiro momento, esquematizam-se certas condições históricas e sociais que permitiram a emergência do movimento lgbt; num segundo momento, atenta-se nalgumas contradições teóricas subjacentes à actuação do activismo lgbt; finalmente, enunciam-se algumas questões em aberto no que respeita à acção futura do activismo lgbt

    Fixando fronteiras incertas: cidadania, identidade e activismo gay e lésbico

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    Esta comunicação toma como ponto de partida a temática do reconhecimento – social, político – num domínio particular: o das identidades sexuais. Foram propostas três questões para debate: partindo do ideal contemporâneo da igualdade, que mecanismos de reconhecimento accionar no que respeita ao caso das diferentes “orientações sexuais”? Saber se se justifica a existência de mecanismos de descriminação positiva? E como perspectivam os indivíduos as suas necessidades e expectativas de reconhecimento? Todas têm como pano de fundo a questão da justiça, situando-se, em última análise, no domínio de um “dever ser” que, como notou Weber (1983: 137), levanta “problemas que nenhuma ética pode solucionar de modo decisivo e unívoco”. No caso particular das sexualidades não normativas, as estratégias de reconhecimento – ligadas, em especial, à reclamação de uma forma particular de cidadania ligada à identidade – têm contribuído para reafirmar fronteiras e (re)produzir exclusões

    Lesbianismo, feminismo e activismo gay: alianças difíceis

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    As questões lésbicas têm sido debatidas sob a influência quer do feminismo, quer do movimento lgbt. As lésbicas são lésbicas e mulheres. Os problemas com que se debatem situam-se no âmbito desta dupla pertença, complexificando alianças políticas e traduzindo dificuldades em determinar o que são “questões lésbicas” e a partir de que posição devem ser equacionadas. Este artigo apresenta uma análise exploratória dessas dificuldades no caso português, recorrendo a entrevistas a activistas de organizações lgbt nacionais. A localização das questões lésbicas numa zona de fronteira sugere a importância de uma abordagem específica que impeça a sua diluição no debate mais geral acerca da dominação masculina ou do heterossexismo.Lesbian issues have been debated under the influence both of feminism and of the lgbt movement. Lesbians are lesbian and women. The problems they face are located within this double belonging, rendering political alliances more complex and translating difficulties in determining what are “lesbian issues” and from which standing point should these be discussed. This article presents an exploratory analysis of such difficulties in the Portuguese case, resorting to interviews by national lgbt activists. Locating lesbian issues in a borderline area suggests the importance of a specific approach, which prevents their dilution in the larger debate on male domination or heterosexism

    Entre a vida vivida e a vida contada : a história de vida como material primário de investigação sociológica

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    A entrevista de história de vida levanta questões teóricas e metodológicas particulares. A análise e interpretação da informação recolhida através desta técnica de entrevista são encaradas por alguns autores como uma forma de legitimação das explicações comuns. Aceitando a existência de limites característicos a esta técnica, é preciso notar que este tipo de posição parte frequentemente de uma visão parcial e particular dos modos "adequados" de fazer ciência. Neste artigo, pretende-se debater, tomando como exemplo um estudo de casos já concluído, as virtualidades e limites da entrevista de história de vida como técnica principal de recolha de informação, procurando mostrar como, a partir de narrativas individuais, é possível ultrapassar quer as explicações comuns, quer o nível de análise microssociológico.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT

    Dissidência sexual, género e identidade

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    A compreensão das vivências da sexualidade está intimamente ligada às representações do género, que tem como parâmetro central de definição a atracção erótica pelo “outro” sexo. Neste quadro, a experiência homo-erótica feminina – que englobaremos na noção lata de “dissidência sexual” – surge como transgressão das fronteiras do feminino e as mulheres que são os seus sujeitos vistas como não-mulheres – algo especialmente evidente na figura problemática e fantasmagórica da “lésbica máscula”. Porém, como o género não é um “feito”, mas um “a fazer” – e atravessado por outras variáveis, como a pertença geracional ou a classe –, a relação entre homo-erotismo, género e identidade gera configurações de conjunto distintas. Partindo das histórias de vida de um grupo de mulheres, mostramos como a experiência homo-erótica, porque contraria noções convencionais do feminino, revela um processo de reconstrução – nalguns casos, de redefinição – identitária que ilustra diferentes modos de (re)fazer o género e de conceber a sua relação com a preferência erótica e a identidade sexual

    Ser e saber: (re)visitações do passado e construção das identidades (homos)sexuais

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    A identidade refere-se à experiência de nos sentirmos, por um lado, unos, inteiros, e, por outro, diferentes e diferenciáveis dos outros. Ter uma identidade pressupõe a continuidade e a consistência do ser a partir das quais nos reconhecemos como sendo os mesmos e os outros nos reconhecem como sendo nós próprios. Isto não significa que as formas identitárias sejam imunes à mudança. Pelo contrário, permanecemos iguais não excluindo a mudança, mas articulando o novo com o já existente de modo a garantirmos a coerência identitária e a evitarmos rupturas. A partir das histórias de vida de algumas mulheres, pretendemos dar conta desse processo de articulação/ negociação, procurando mostrar de que modo vamos atribuindo e modificando os sentidos que damos às experiências por que passamos e como as vamos integrando progressivamente nas nossas definições identitárias anteriores. Os dados apresentados referem-se a um projecto de investigação em curso que se debruça sobre o processo de construção das identidades (homos)sexuais
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