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    AS DOAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS DE ALIMENTOS: PRÁTICAS SOCIOECONÔMICAS EM ASSENTAMENTOS DO RS

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    N No modelo econômico vigente o mecanismo predominante é de trocas comerciais, muitas vezes secundarizando e invisibilizando outras formas econômicas como a reciprocidade e a domesticidade, coexistentes no caso do campesinato. O artigo objetiva analisar a importância socioeconômica das transferências e doações de alimentos em famílias assentadas do Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo foi realizado em assentamentos de diferentes regiões do estado, utilizando-se métodos mistos para a pesquisa e análise dos dados. Os resultados apontam que 88% dos entrevistados fazem transferências ou doações de alimentos, tratando-se de uma prática frequente. Mais de 50% das famílias possuem filhos residindo na cidade e que se abastecem de alimentos junto aos pais assentados. Os valores médios transferidos e doados aproximaram-se a 20% do valor de um salário mínimo mensal, chegando em determinadas situações a mais de um salário mínimo. Este valor é significativo para quem recebe, pois a renda média dos empregados nos municípios pesquisados ficou entre dois e três salários mínimos mensais. Por fim, as doações e transferências de alimentos tornam necessária uma releitura do sentido tradicional dado a produção de autoconsumo, pois assumem importância econômica e também fortalecem os laços sociais entre as pessoas envolvidas através da dádiva e reciprocidade
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