A existência humana como resposta: a antropologia cristã à luz da compreensão bíblica do ser humano

The present article enquires about the anthropological meaning of the human being in the biblical context of Creation and human existence. The hypothesis is that the recovery of a few key statements about the human being made in the Holy Scripture could shed new light on some ambiguities and dualisms existing in many contemporary anthropological approaches. A detailed analysis of the Hebrew concept of nefeš shall revisit the Western notion of soul, allied with its overemphasis to the detriment of corporality. On the other hand, the discovery of human being’s personal and fundamental vocation to life as well as of his structural relation with God and his/her fellow humans challenges immanentist, reductionist attitudes, which can see nothing beyond the limits of a modern subjectivity. The study shows that the radical difference of the Semitic-biblical framework in relation to today’s has indeed a critical power, which is benefi cial to any Christian and even secular anthropology.O presente artigo indaga pelo sentido antropológico do ser humano no contexto bíblico da criação e da existência humana. A hipótese é que a recuperação de algumas afirmações-chave acerca do ser humano presentes na Sagrada Escritura poderia lançar luz sobre algumas ambiguidades e dualismos existentes em muitas abordagens antropológicas contemporâneas. Uma análise detalhada do conceito hebraico de nefeš revisará a noção ocidental de alma bem como sua sobrevalorização em detrimento da corporeidade. De outro lado, a descoberta da vocação fundamental e pessoal do ser humano à vida e de sua relação estrutural com Deus e seus semelhantes põe em xeque uma atitude imanentista reducionista, que nada vê além dos limites da subjetividade moderna. O estudo demonstra que a diferença radical do pensamento bíblico-semita em relação ao nosso tempo possui, de fato, um potencial crítico benéfi co a qualquer antropologia cristã e mesmo secular

Twenty-First Century Theologies of Religions: Retrospection and Future Prospects (Resenha)

Book reviews:HARRIS, Elizabeth J.; HEDGES, Paul; HETTIARACHCHI, Shanthikumar (Ed.). Twenty-First Century Theologies of Religions: Retrospection and Future Prospects. Leiden: Brill; Boston: Rodopi, 2016. 396 p. (Currents of Encounter, 54). ISBN 978-90-04-3224-62 HARRIS, Elizabeth J.; HEDGES, Paul; HETTIARACHCHI, Shanthikumar (Ed.). Twenty-First Century Theologies of Religions: Retrospection and Future Prospects. Leiden: Brill; Boston: Rodopi, 2016. 396 p. (Currents of Encounter, 54). ISBN 978-90-04-3224-62

Wegen unserer sünden gestorben?: neue zugänge zur soteriologischen bedeutung des todes Jesu = Because of our sins?: new perspectives on the soteriological meaning of Jesus’ death = Morto por nossos pecados?: novas perspectivas do significado soteriológico da morte de Jesus

O artigo retoma a famosa controvérsia entre os renomados teólogos alemães Magnus Striet e Jan-Heiner Tück acerca do sentido soteriológico da morte de Jesus, ocorrida em 2012, e procura avançar na reflexão teológica. Tendo em vista alguns desenvolvimentos anômalos do discurso cristão sobre a morte de Jesus como a hipostatização da dor e do sofrimento, o artigo sugere uma criteriologia para tratar de temas teológicos pertinentes a essa questão tais como as noções de expiação, pecado e vicariedade. O critério decisivo para uma hermenêutica adequada do sentido soteriológico da morte de Jesus é – assim propõe o artigo – a unidade entre a pluralidade de interpretações neotestamentárias de sua morte e o relato de sua vida e de sua mensage

Solus Christus, sola ecclesia e o pluralismo religioso = Solus Christus, sola ecclesia, and religious pluralism

Como conciliar a exclusividade salvífica do “solus Christus” com a pluralidade de ofertas soteriológicas das outras religiões é a indagação que orienta o presente estudo. Avança-se na reflexão com as hipóteses de que (a) apostar tão somente no caráter salvífico mediador do “solus Christus” parece ser insuficiente para dar conta da complexidade da ideia cristã de ‘mediação de salvação’ e de que (b) há, no cristianismo, elementos suficientes para a fundamentação de uma teologia do pluralismo religioso. A tese é que as deficiências de uma abordagem exclusivamente cristológica da salvação poderiam ser supridas pela doutrina da mediação eclesiológica, que, em última análise, evidencia o papel cooperativo do ser humano na economia da salvação mediante a sua estrutura antropológica fundamental. Reconhece-se, por extensão, o caráter mediador e revelatório das tradições religiosas não cristãs, às quais se atribui um papel fundamental no plano salvífico universa

Ascensão da consciência e fé na humanidade: o ecumenismo e o diálogo inter-religioso de Teilhard de Chardin e os Papas em Assis = Ascension of consciousness and faith in humanity: Teilhard de Chardin’s ecumenism and interreligious dialogue and the Popes in Assisi

Com o intuito de apurar a compreensão e reflexão acerca da pluralidade religiosa, o presente artigo ocupa-se com os temas do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Para tanto, serve-se de um opúsculo de duas páginas escrito em 1946 pelo jesuíta francês Teilhard de Chardin que versa sobre esses temas. O fato de a teoria chardiniana a esse respeito não ser muito conhecida e desenvolver, inclusive, uma concepção e terminologia próprias gera questões e é motivo de investigação. Terá a perspectiva de Chardin ultrapassado os umbrais do Concílio Ecumênico Vaticano II, encontrando-se com os papas em Assis? Serão os papas, com seus discursos, realizadores do que refletira Chardin décadas antes? São interrogações que norteiam a investigação, apontando para a dimensão relacional do ser humano cujo polo de moção e atração é o amor, o Cristo-Ômega. O método consistirá na comparação da teoria chardiniana com os discursos papais dos encontros inter-religiosos pela paz em Assis (1986, 2011 e 2016), visando estabelecer uma relação entre essa teoria pré-conciliar e os discursos pós-conciliares à luz do próprio Concílio Vaticano I