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Tendência secular da doença diarréica na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
OBJECTIVE: Data from two consecutive household surveys undertaken in mid-80s and mid-90s allow to characterize and analyse secular trends in infant and child diarrhea in the city of S. Paulo, Brazil. METHODS: The two surveys included random population samples aged from zero to 59 months of age (1,016 in the period of 1984-85 and 1,280 in 1995-96). In both surveys the instant prevalence of diarrhea (proportion of examined individuals reporting three or more episodes of liquid stools in 24 hours) and the annual incidence of hospitalizations due to the disease were calculated. These two indicators were estimated from household interviews conducted by pediatricians with the children's mothers. In both surveys the interviews were distributed throughout a period of almost 12 months to assure a uniform coverage of the various areas of the city during the four seasons. For each survey, the study of the social distribution of the disease took into account tertiles of the per capita family income. For the study of the determinants of secular trends, hierarchical causal models, multivariate regression analyses and calculations analogous to the ones used to assess population attributable risks were applied. RESULTS/CONCLUSIONS: In the time span from the first to the second survey, there was substantial reduction in both the prevalence of diarrhea (from 1.70% to 0.90%) and the hospitalizations due to the disease (from 2.21 to 0.79 hospitalizations per 100 children-year). A more significant reduction was observed among the third poorest families, narrowing the social gradient relative to the disease. An increase in family income and improvement in water supply could substantially explain part of the decline in the disease and, for children under two years of age, a discrete increase in breast-feeding may have also played a positive role.OBJETIVO: Estimar a prevalência e a distribuição social da doença diarréica na infância, estabelecer a tendência secular dessa enfermidade e analisar sua determinação, através dos dados coletados por dois inquéritos domiciliares realizados na cidade de São Paulo, SP, em 1984/85 e 1995/96. MÉTODOS: Os inquéritos estudaram amostras probabilísticas da população residente na cidade com idades entre zero e 59 meses (1.016 em 1984/85 e 1.280 em 1995/96). Nos dois inquéritos foram estimadas a prevalência instantânea da diarréia (proporção de crianças com três ou mais evacuações líquidas no dia da entrevista domiciliar) e a incidência anual de internações hospitalares pela doença. Esses dois indicadores foram calculados a partir de entrevistas domiciliares feitas por médicos pediatras e respondidas pelas mães das crianças. Nos dois inquéritos, as entrevistas foram distribuídas ao longo de um período de cerca de 12 meses, de modo a garantir uma varredura uniforme das várias áreas da cidade ao longo das quatro estações do ano. O estudo da distribuição social da doença diarréica levou em conta tercis da renda familiar per capita em cada um dos inquéritos. A estratégia analítica para estudar os determinantes da evolução da prevalência da doença na população empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: Houve entre os inquéritos reduções expressivas na prevalência instantânea da diarréia (de 1,70% para 0,90%) e na incidência anual de hospitalizações pela doença (de 2,21 para 0,79 internações por 100 crianças-ano). O declínio desses indicadores foi mais intenso no terço mais pobre da população, o que contribuiu para reduzir a desigualdade social quanto à ocorrência da doença. Melhorias no poder aquisitivo das famílias e na cobertura da rede pública de abastecimento de água justificariam parte considerável do declínio na prevalência da diarréia, havendo ainda indicação de que, entre crianças menores de dois anos, esse declínio possa ter sido favorecido por um aumento discreto na freqüência da amamentação
Multivariate analysis: an example of the use of a log-linear model
Apresenta-se de forma resumida análise multivariada de dados categóricos, usando modelo log-linear para a situação de uma tabela de contingência 2 x 2 x 2.A multivariate analysis of categorical data using a log-linear model for a 2 x 2 x 2 contingency table is presented
Influência do consumo alimentar na gestação sobre a retenção de peso pós-parto
OBJECTIVE: To evaluate the influence of dietary intake during gestation on postpartum weight retention. METHODS: A total of 82 healthy pregnant women who began prenatal care at public healthcare services in the Municipality of São Paulo (Southeastern Brazil) between April and June 2005 were followed up. Weight and height were measured in the first interview (up to 16 weeks of gestation) and the weight measure was repeated during a household visit 15 days after delivery. The 24-Hour Dietary Recall method was employed to evaluate dietary intake at the three trimesters of gestation. The mean ingestion of saturated fat, fibers, added sugar, soft drinks, processed foods, fruits and vegetables, as well as the dietary energy density were calculated. Weight retention was estimated by the difference between the measure of the postpartum weight and the first measured weight. The influence of dietary intake on postpartum weight retention was assessed by multiple linear regression analysis and the linear trend test was performed. The variables used to adjust the model were: body mass index at the beginning of gestation, height, per capita family income, smoking, age, and level of schooling. RESULTS: The mean body mass index at the beginning of gestation was 24 kg/m² and the mean weight retention was 1.9 kg. The increase in saturated fat intake (p=0.005) and processed foods ingestion (p=0.014) significantly increased postpartum weight retention, after adjustment by the control variables. The other dietary intake variables did not present a significant relationship to the outcome variable. CONCLUSIONS: The increased intake of unhealthy food, such as processed foods, and of saturated fat influences the increment of postpartum weight retention.OBJETIVO: Evaluar la influencia de la alimentación durante la gestación sobre la retención de peso post-parto. MÉTODOS: Fueron acompañadas 82 gestantes adultas y saludables que iniciaron el pre-natal en servicio público de salud en el Municipio de Sao Paulo, Sureste de Brasil, entre abril y junio de 2005. Las medidas de peso y estatura fueron comparadas en la primera entrevista (hasta 16 semanas de gestación) y la medida de peso fue repetida en visita domiciliar 15 días posterior al parto. El Recordatorio de 24 horas fue usado para evaluar el consumo alimentario y fue aplicado en los tres trimestres de la gestación. Fue calculado el consumo promedio de grasa saturada, fibras, azúcar adicionado, gaseosas, alimentos procesados, frutas, verduras y legumbres y la densidad energética de la dieta. La retención de peso fue obtenida por la diferencia entre la medida de peso post-parto y la primera medida realizada. La influencia de la alimentación sobre la retención de peso post-parto fue evaluada por medio de análisis de regresión linear múltiple y fue realizada la prueba para tendencia linear. Las variables utilizadas para ajuste del modelo fueron: índice de masa corporal en el inicio de la gestación, estatura, renta familiar per capita, tabaquismo, edad y escolaridad maternos. RESULTADOS: El índice de masa corporal inicial promedio fue de 24 kg/m2 y la retención promedio de peso fue de 1,9 kg. El aumento del consumo de grasa saturada (p=0,005) y alimentos procesados (p=0,014) aumentaron de forma significativa la retención de peso post-parto, posterior al ajuste por las variables de control. Las demás variables de consumo alimentario no presentaron relación significativa con la retención de peso post-parto. CONCLUSIONES: El mayor consumo de alimentos no saludables, como alimentos procesados, y de grasa saturada influencia el aumento de la retención de peso post-parto.OBJETIVO: Avaliar a influência da alimentação durante a gestação sobre a retenção de peso pós-parto. MÉTODOS: Foram acompanhadas 82 gestantes adultas e saudáveis que iniciaram o pré-natal em serviço público de saúde no Município de São Paulo, SP, entre abril e junho de 2005. As medidas de peso e estatura foram aferidas na primeira entrevista (até 16 semanas de gestação) e a medida de peso foi repetida em visita domiciliar 15 dias após o parto. O Recordatório de 24 horas foi usado para avaliar o consumo alimentar e foi aplicado nos três trimestres da gestação. Foi calculado o consumo médio de gordura saturada, fibras, açúcar adicionado, refrigerantes, alimentos processados, frutas, verduras e legumes, e a densidade energética da dieta. A retenção de peso foi obtida pela diferença entre a medida de peso pós-parto e a primeira medida realizada. A influência da alimentação sobre a retenção de peso pós-parto foi avaliada por meio de análise de regressão linear múltipla e foi realizado o teste para tendência linear. As variáveis utilizadas para ajuste do modelo foram: índice de massa corporal no início da gestação, estatura, renda familiar per capita, tabagismo, idade e escolaridade. RESULTADOS: O índice de massa corporal inicial médio foi de 24 kg/m² e a retenção média de peso foi de 1,9 kg. O aumento do consumo de gordura saturada (p = 0,005) e alimentos processados (p = 0,014) elevou de forma significativa a retenção de peso pós-parto, após ajuste pelas variáveis de controle. As demais variáveis de consumo alimentar não apresentaram relação significativa com a variável desfecho. CONCLUSÕES: O maior consumo de alimentos não saudáveis, como alimentos processados, e de gordura saturada influencia a elevação da retenção de peso pós-parto
Tendência secular do peso ao nascer na cidade de São Paulo (1976-1998)
OBJECTIVE: Data from two household surveys on infant and child health status undertaken in the mid-80s and mid-90s, complemented with previous data collected from maternity hospitals records and more recent data provided by the state system on birth registries, allowed to characterize and analyse secular trends in birth weight in the city of S. Paulo, Brazil. METHODS: The household surveys included random samples of children under 5 years old (n=1,016 children in 1984-85 and n=1,280 children in 1995-96). A random sample of births that took place in the city's hospitals in the year of 1976 (n=5,734) was drawn from the hospital records. Birth registries refer to children born in the city between 1993 and 1998 (around 200,000 per year). The study of the social distribution of birth weight took into account the per capita family income and maternal schooling. For the analysis of the determinants of secular trends, hierarchical causal models, multivariate regression analyses and calculations analogous to the ones used to assess population attributable risks were applied. RESULTS/CONCLUSIONS: Birth weight distribution in S. Paulo city (an average of 3,160 g and 8.9% of the valuesOBJETIVO: Resgatar a tendência secular da distribuição do peso ao nascer na cidade de São Paulo, SP, bem como examinar suas possíveis causas, com base em dados coletados por dois inquéritos domiciliares sobre condições de saúde na infância realizados em 1984/85 e em 1995/96, complementados por informações procedentes de levantamento de prontuários de maternidades e por informações do Sistema Estadual de Declarações de Nascidos Vivos. MÉTODOS: Os inquéritos domiciliares estudaram amostras probabilísticas da população infantil de São Paulo com idade inferior a cinco anos (n=1.016 em 1984/85; n=1.280 em 1995/96). O levantamento de prontuários estudou uma amostra probabilística dos partos ocorridos nas maternidades da cidade no ano de 1976 (n=5.734). As declarações de nascidos vivos referem-se às coortes de crianças nascidas na cidade entre 1993 e 1998 (cerca de 200 mil crianças por ano). O estudo da distribuição social do peso ao nascer levou em conta a renda familiar per capita e a escolaridade materna. A estratégia analítica para estudar os determinantes da tendência secular do peso ao nascer empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: A distribuição do peso ao nascer na cidade de São Paulo (média de 3.160 g com 8,9% de peso
Anemia e desnutrição maternas e sua relação com o peso ao nascer
With a view to evaluating the effect of anemia and maternal undernourishment on birth weight, a sample of 691 pregnant women, from an assistential maternity hospital, in S.Paulo, Brazil, were studied at delivery. Anemia was found in 29.1 % and undernourishment in 17.2% of the women, though no association was detected between these nutritional deficiences. Neither was any association detected between institutional ante-natal care and anemia or undernourishment. Among single newborns the incidence of low birth weight (LBW) was of 12.9%. LBW was observed in 23.6% of children born to women who came to the end of their pregnancy with a low weight for height ratios while among adequate weight for height women the percentage was 10.8. Children of women who remained undernourished throughout their pregnancy had a relative risk of being born with LBW 2.8 times grater than the children of those who recovered normal weight by the end of their pregnancy. Our results emphasize the need for implementation of nutritional status control activities in programs of ante-natal care.Com o objetivo de avaliar a influência da anemia e desnutrição materna sobre o peso ao nascer, estudou-se uma amostra de 691 gestantes atendidas em maternidade exclusivamente assistencial do Município de São Paulo, SP (Brasil). Encontrou-se, no final da gestação, 29,2% de gestantes anêmicas e 17,2% de desnutridas, não tendo sido verificada associação entre essas duas deficiências nutricionais. O papel favorável do serviço de assistência pré-natal no controle do estado nutricional da mulher não foi verificado, tendo sido observado que a anemia e desnutrição não estão associadas à assistência pré-natal. A incidência de baixo peso ao nascer (BPN) entre filhos de parturientes desnutridas foi 23,6%, valor significativamente diferente (
Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo (Brasil), 1984/1985: IX - Cobertura e qualidade da assistência materno-infantil
A survey of 1,016 randomly selected children under five years of age was carried out in S. Paulo city, Brazil, with a view to studying the epidemiology of health conditions. The quality and the coverage of maternal and child care were observed. Both characteristics were estimated by means of domiciliary interviews. The prenatal care coverage was 92.9%. In 70% of the cases prenatal care started in the first quarter of pregnancy and the number of visits was 6 or more. Ninety-nine percent of the children were born in hospitals and in 47.1% of the cases caesarean section was mentioned. Ninety-eight percent of the children went, at least once, to well-baby clinics, about two thirds of them during the first two months of life. With regard to the activities provided by those clinics, a great concentration of visits in the first year of life (averaging 7.7 visits per child) was observed as well as a high percentage of immunized children (Sabin 86.7%, DPT 85.1%, BCG 89.0%, Measles 85.9%), a striking decrease of visits after 12 months of age and a very small proportion of children attended by an odontology specialist (19.5%). Considering the global coverage of maternal and infant care, minimal differences were observed between socioeconomic strata. Nevertheless the differences were impressive when qualitative aspects of the care were taken into account. Compared with other surveys made in Brazil, the present one shows that the situation of S. Paulo city is better than that of other urban areas of the country. It was also observed that there has been an increase in maternal and child care coverage over the last decade. The main problems still found in the city seem to be related to the qualitative aspects of the assistance. Early attraction of women for prenatal care and an increase in the coverage of well-baby clinics after the first year of life are definitely necessary, particularly for the poorest segments of the population. One important aspect which is a reason for concern is the enormous incidence of caesarean sections one of the highest ever registered in a population.Como parte de investigação epidemiológica sobre condições de saúde na infância, foram estudadas a cobertura e a qualidade da assistência materno-infantil prestada à população do Município de São Paulo. Todas as estimativas do estudo baseiam-se em dados obtidos através de inquérito recordatório aplicado a uma amostra representativa de crianças menores de cinco anos residentes no Município (n = 1.016). A cobertura da assistência pré-natal foi estimada em 92,9%, sendo que em cerca de 70% dos casos a assistência foi iniciada no primeiro trimestre de gestação e o número de consultas realizadas foi de seis ou mais. A cobertura da assistência hospitalar ao parto foi estimada em 99,0%, observando-se que 47,1% das crianças nasceram através de cesareanas. A cobertura da assistência de puericultura foi estimada em 98,0%, sendo que em dois terços das vezes a assistência foi iniciada nos primeiros dois meses de vida. Ainda com relação à puericultura, pôde-se observar: grande concentração de consultas no primeiro ano de vida (em média 7,7 consultas), percentagem relativamente alta de crianças vacinadas (Sabin = 86,7%, Tríplice = 85,1%, BCG = 89,0%, Anti-sarampo = 85,9%), decréscimo expressivo de consultas após a idade de doze meses e pequena proporção de crianças com assistência odontológica (19,5%). A estratificação social da população revelou diferenciais sócio-econômicos mínimos quanto à cobertura geral da assistência materno-infantil, observando-se, entretanto, diferenças expressivas quanto a aspectos qualitativos da assistência. Comparando-se o presente inquérito com outros realizados no país, observa-se que a situação de São Paulo apresenta-se mais favorável do que a observada no conjunto das áreas urbanas brasileiras. Verifica-se também que tem sido positiva a evolução recente da assistência materno-infantil no Município. As principais deficiências ainda encontradas dizem respeito a características relacionadas à qualidade da assistência, sendo imprescindível, sobretudo nos estratos populacionais de pior nível sócio-econômico, elevar a cobertura da assistência pré-natal precoce e a cobertura de puericultura após o primeiro ano de vida. Um item especialmente preocupante relacionado à assistência ao parto foi a alta incidência de cesareanas, uma das maiores já registrada em uma população
Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984-1985: IV - Doença diarréica
As a part of a broad epidemiological survey of health conditions in children, the magnitude and distribution of diarroeal disease in S.Paulo city were evaluated. Data were obtained through clinical examination and household interview in a probabilistic sample of 1016 children under five years of age. The sample as a whole showed an incidence of 7.6 episodes of diarrhoea per 100 child-months and 2.0 hospitalizations per 100 child-years. The highest frequency of episodes occurs between two and three years of age, whilst those hospitalizations of diarrhoeal origin occur mostly during the first two years of life. Both episodes and hospitalizations were more frequent in lower socioeconomic strata. Relating these results with those obtained ten years before by another similar study, a 60% reduction in diarrhoea frequency was observed, as well as a displacent of the peak of maximum incidence towards a later age. These phenomena coincide with the considerable increase of water supply coverage now existing within the city. Significant reduction of both hospitalizations and mortality due to diarrhoeal disease were apparently detected as a consequence of diminished incidence of the disease in the population. However, the high frequency of diarrohoea and the high overall number of hospitalizations from this cause still existent in the city demonstrate the need for additional improvements in sanitation and reinforcement of such programs as the promotion of breast-feeding.Como parte de amplo estudo epidemiológico sobre condições de saúde na infância, avaliou-se a magnitude e a distribuição da doença diarréica no Município de São Paulo, SP, Brasil. Os resultados foram obtidos a partir de exame clínico e inquérito recordatório de uma amostra probabilística de 1.016 crianças menores de cinco anos. Para o conjunto da amostra, apurou-se incidência de 7,6 episódios de diarréia por 100 crianças-mês e 2,0 internações por 100 crianças-ano. A freqüência máxima de episódios situou-se entre dois e três anos de idade e a freqüência máxima de internações nos 2 primeiros anos de vida. Ambos, episódios e internações, foram mais freqüentes nos estratos de menor nível sócio-econômico. Com relação a estudo realizado no Município há cerca de dez anos, pôde-se registrar redução de aproximadamente 60% na freqüência da diarréia e deslocamento do pico de incidência máxima para idades maiores. Estes dois fenômenos coincidem com expressivo aumento da cobertura do abastecimento de água no município. Aparentemente como resultado da diminuição na freqüência da diarréia, detectaram-se sensíveis reduções tanto nas internações hospitalares quanto na mortalidade por aquela doença. A freqüência ainda alta de diarréia no Município, sobretudo a elevada incidência de internações hospitalares nos primeiros meses de vida, assinala a necessidade de melhorias adicionais no saneamento ambiental e de esforços em outros setores como o da promoção do aleitamento materno
Estimates of the prevalence of child malnutrition in Brazilian municipalities in 2006
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of malnutrition in children for all Brazilian municipalities. METHODS: A multilevel logistic regression model was used to estimate the individual probability of malnutrition in 5,507 Brazilian municipalities in 2006, in terms of predictive factors grouped according to hierarchical levels. The response variable was child malnutrition (children aged from six to 59 months with height for age and sex below -2 z-scores, according to the World Health Organization standard). The predictive variables were determinants of malnutrition measured similarly by the National Demographics and Health Survey-2006 and the Sample from the 2000 Demographic Census. At level 1 (individual): sex and age, level 2 (household): socioeconomic variables, water and indoor plumbing, urban or rural area and level 3 (municipal): location of the municipality and coverage of the Family Health Strategy (FHS) in 2006. RESULTS: The study detected a statistically significant chance of malnutrition in male children, those living in households with two or more individuals per room, those belonging to the lowest quintiles of the socioeconomic score, those with three or more children under five in the household, those with no access to running water or located in the North. There was a negative dose-response association between FHS coverage and the chance of malnutrition (p = 0.007). FHS coverage in the municipality equal to or greater than 70% showed a 45% reduction in the chance of infant malnutrition. Estimates of the prevalence of child malnutrition show that most of the cities have the risk of malnutrition under control, very low or low. Risks of greater magnitude exist only in 158 municipalities in the North Region. CONCLUSIONS: Childhood malnutrition as a public health problem is concentrated in the cities of the North region, where FHS coverage is lower. A protective effect of FHS in relation to child malnutrition was found in the country as a whole, irrespective of other determinants of the problem.OBJETIVO: Estimar la prevalencia de la desnutrición infantil para los municipios brasileños MÉTODOS: Se utilizó modelo de regresión logística multinivel para estimar la probabilidad individual de desnutrición en 5.507 municipios brasileños en 2006, en función de factores predictivos agrupados según niveles jerárquicos. La variable respuesta fue la desnutrición infantil (niños de seis a 59 meses con estatura para edad y sexo inferior a -2 escores z, según el patrón de la Organización Mundial de la Salud). Las variables predictivas fueron determinantes de la desnutrición estimados de forma semejante por la Investigación Nacional sobre Demografía y Salud-2006 y por la muestra de censo de 2000. En el nivel 1 (individual): sexo y edad, en el nivel 2 (domiciliar): variables socioeconómicas, agua con tubería interna, área urbana o rural y en el nivel 3 (municipal): localización del municipio y cobertura de la Estrategia Salud de la Familia en 2006. RESULTADOS: Se detectó elevación estadísticamente significativa de la probabilidad de desnutrición en los niños del sexo masculino, que vivían en domicilios con dos o más personas por cuarto, pertenecientes a la quinta parte inferior del escore socioeconómica, con tres o más niños ˂ 5 años, que no disponían de agua en tuberías o localizados en Región Norte. Se verificó asociación dosis-respuesta negativa entre la cobertura de la Estrategia Salud de la Familia y la probabilidad de desnutrición (p=0,007). Cobertura municipal de Estrategia Salud de la Familia >; 70% mostró reducción de 45% en la probabilidad de desnutrición infantil. Estimativas de prevalencia de desnutrición infantil mostraron que la mayoría de los municipios estudiados presentó riesgo de desnutrición bajo control, muy bajo o bajo. Riesgos de mayor magnitud fueron encontrados en 158 de los municipios, en la Región Norte. CONCLUSIONES: La desnutrición infantil como problema de salud pública se concentra en los municipios de la Región Norte del País, donde la cobertura de la Estrategia Salud de la Familia es más baja. Se detectó efecto de protección de la Estrategia Salud de la Familia con relación a la desnutrición infantil en el País como un todo, independientemente de otros determinantes del problema.OBJETIVO: Estimar a prevalência da desnutrição infantil para os municípios brasileiros. MÉTODOS: Utilizou-se modelo de regressão logística multinível para estimar a probabilidade individual de desnutrição em 5.507 municípios brasileiros em 2006, em função de fatores preditivos agrupados segundo níveis hierárquicos. A variável resposta foi a desnutrição infantil (crianças de seis a 59 meses com estatura para idade e sexo inferior a -2 escores Z, segundo o padrão da Organização Mundial da Saúde). As variáveis preditivas foram determinantes da desnutrição aferidos de forma semelhante pela Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde-2006 e pela Amostra do Censo de 2000. No nível 1 (individual): sexo e idade; no nível 2 (domiciliar): variáveis socioeconômicas, água com canalização interna, área urbana ou rural; e no nível 3 (municipal): localização do município e cobertura da Estratégia Saúde da Família em 2006. RESULTADOS: Detectou-se elevação estatisticamente significativa da chance de desnutrição nas crianças do sexo masculino, que moravam em domicílios com duas ou mais pessoas por cômodo, pertencentes aos quintos inferiores do escore socioeconômico, com três ou mais crianças ; 70% mostrou redução de 45% na chance de desnutrição infantil. Estimativas da prevalência de desnutrição infantil mostraram que a maioria dos municípios estudados apresentou risco de desnutrição sob controle, muito baixo ou baixo. Riscos de maior magnitude foram encontrados em 158 dos municípios, na Região Norte. CONCLUSÕES: A desnutrição infantil como problema de saúde pública concentra-se nos municípios da Região Norte do País, onde a cobertura da Estratégia Saúde da Família é mais baixa. Detectou-se efeito de proteção da Estratégia Saúde da Família em relação à desnutrição infantil no País como um todo, independentemente de outros determinantes do problema
Causes of the accelerated decline in child undernutrition in Northeastern Brazil (1986-1996-2006)
OBJETIVO: Descrever a variação temporal na prevalência de desnutrição infantil na região Nordeste do Brasil, em dois períodos sucessivos, identificando os principais fatores responsáveis pela evolução observada em cada período. MÉTODOS: Os dados analisados provêm de amostras probabilísticas da população de crianças menores de cinco anos estudadas por inquéritos domiciliares do programa Demographic Health Surveys realizados em 1986 (n=1.302), 1996 (n=1.108) e 2006 (n=950). A identificação dos fatores responsáveis pela variação na prevalência da desnutrição (altura para idade < -2 z) levou em conta mudanças na freqüência de cinco determinantes potenciais do estado nutricional, modelagens estatísticas da associação independente entre determinante e risco de desnutrição no início de cada período e cálculo de frações atribuíveis. RESULTADOS: A prevalência da desnutrição foi reduzida em um terço de 1986 a 1996 (de 33,9 por cento para 22,2 por cento ) e em quase três quartos de 1996 a 2006(de 22,2 por cento para 5,9 por cento ). Melhorias na escolaridade materna e na disponibilidade de serviços de saneamento foram particularmente importantes para o declínio da desnutrição no primeiro período, enquanto no segundo período foram decisivos o aumento do poder aquisitivo das famílias mais pobres e, novamente, a melhoria da escolaridade materna. CONCLUSÕES: A aceleração do declínio da desnutrição do primeiro para o segundo período foi consistente com a aceleração de melhorias em escolaridade materna, saneamento, assistência à saúde e antecedentes reprodutivos e, sobretudo, com o excepcional aumento do poder aquisitivo familiar, observado apenas no segundo período. Mantida a taxa de declínio observada entre 1996 e 2006, o problema da desnutrição infantil na região Nordeste poderia ser considerado controlado em menos de dez anos. ) Para se chegar a este resultado será preciso manter o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres e assegurar investimentos públicos para completar a universalização do acesso a serviços essenciais de educação, saúde e saneamentoOBJECTIVE: To describe changes in prevalence of child undernutrition in Northeastern Brazil in two successive time periods, identifying, in each period, the major factors responsible for these changes. METHODS: Data analyzed are from probabilistic samples of underfives from three Demographic Health Surveys carried out in 1986 (n=1,302), 1996 (n=1,108), and 2006 (n=950). Identification of factors responsible for temporal changes in child undernutrition (height-for-age below < -2 z) took into account time changes in five potential determinants of child nutritional status, statistical modeling of the independent association between determinants and risk of undernutrition, and calculation of attributable fractions. RESULTS: Prevalence of child undernutrition fell by one-third between 1986 and 1996 (from 33.9% to 22.2%) and by almost three-quarters between 1996 and 2006 (from 22.2% to 5.9%). Improvements in maternal schooling and in the coverage of water and sewage services were particularly important for the decline in child undernutrition in the first period, while increasing purchasing power of the poorest families and, again, maternal schooling were more relevant in the second period. CONCLUSIONS: The acceleration of the decline in child undernutrition between the two periods was consistent with accelerated improvement of maternal schooling, water supply and sewage, health care, and maternal reproductive antecedents, as well as with the outstanding increase in purchasing power among the poor during the second period. If the rate of decline in growth deficits is kept at around the rate of the most recent period, child undernutrition will be controlled in the Brazilian Northeast in less than ten years. Achieving this will depend on sustaining the increase in purchasing power among the poor and on ensuring public investment in completing the universalization of access to essential services such as education, health, and sanitatio
Análise multivariada de fatores de risco para o baixo peso ao nascer em nascidos vivos do município de São Paulo, SP (Brasil)
An investigation, as part of a national study on anthropometric characteristics of livebirths, was carried out on 20,850 single livebirths born in 31 maternity hospitals in S. Paulo, Brazil, into risk factors for low birth weight (weight less than 2,501 gr.). The following factors were studied: maternal schooling, marital status, maternal age, parity, prepregnancy weight, smoking during pregnancy and prenatal care. Through multivariate analyses using log linear models, four significative risk factors for low birth weight were identified: "no prenatal care", prepregnancy weight < 50 kg", "smoking during pregnancy" and "maternal age < 20 years". The relative risk for "no prenatal care" was 3.4 in mothers with 8 or more years of schooling and 2.2 in mothers with less schooling. The risks associated with prepregnancy weight, smoking and maternal age were, respectively, 1.9, 1.7 and 1.4 and were found to be independent of maternal schooling. Considering simultaneously risks, magnitude and frequency of the risk factors in the population, it is evident that prepregnancy weight, smoking during pregnancy and prenatal care particularly for mothers with low socio-economic level, are factors whose control would result in considerable decrease in low birth weight incidence and, for that reason, they should be carefully considered by health intervention programs.Em casuística de 20.850 nascidos vivos não gemelares ocorridos em 31 maternidades do Município de São Paulo, SP, Brasil (parte da casuística total do Estudo Antropométrico do Recém-nascido Brasileiro), procurou-se identificar fatores de risco para o baixo peso ao nascer (peso < 2.500 g), tendo sido estipulados a priori, para estudo, os fatores escolaridade materna, estado marital, idade materna, paridade, peso pré-gestacional, tabagismo na gravidez e assistência pré-natal. A partir de análise multivariada pela técnica de modelos log-lineares, foram identificados quatro fatores de risco significativos: "ausência de assistência pré-natal", "peso pré-gestacional < 50 kg", "tabagismo na gestação" e "idade materna < 20 anos". O risco relativo associado a "ausência de pré-natal" foi de 2,2 nas mães de escolaridade inferior ao ginásio completo e de 3,4 nas de escolaridade igual ou superior àquele nível. Os riscos associados às características maternas de peso, tabagismo e idade foram respectivamente 1,9, 1,7 e 1,4 e independentes da escolaridade materna. Considerando-se além da magnitude dos riscos detectados a freqüência com que os fatores de risco se apresentaram na população, constatou-se que o peso pré-gestacional insuficiente, o tabagismo na gestação e a ausência de assistência pré-natal, particularmente em mães de "baixa escolaridade", são fatores cujo controle exerceria importante decréscimo na incidência de recém-nascidos de baixo peso. Assim sendo, tais fatores deveriam ser cuidadosamente considerados em programas de intervenção
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