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    Bem-Vindos à Educação Popular: relatos e reflexões a partir da extensão universitária

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    Esta publicação foi elaborada com o objetivo de reafirmar a contribuição da Educação Popular, fundamentada no referencial teórico-metodológico freiriano, para o contexto atual: o início do século XXI, marcado pelo questionamento sobre a capacidade dos paradigmas científicos hegemônicos, das instituições sociais vigentes e dos instrumentos legitimados para a ação política, de responderem as questões e expressões que emergem da realidade social constituída por imensas desigualdades, decorrentes do conflito de classe, das relações étnico-raciais, do conflito geracional, das relações de gênero e da forma de exercício do poder político e econômico. Dante este cenário, os questionamentos também são estendidos para a universidade, ou seja, qual capacidade desta em desempenhar sua função sui generis: que conhecimento a universidade está sendo capaz de gerar (como, para quem e para que o conhecimento tem sido produzido)? Tem sua produção (os novos conhecimentos e a formação profissional) referenciada nas questões postas pela realidade social, sem se submeter à mesma, articulando saberes por meio de um diálogo crítico, fecundo e propositivo? A sua dinâmica político-institucional e didático-pedagógica tem sido sustentada pelos princípios da autonomia do saber e da liberdade de expressão, como também tem preservado a sua natureza pública, laica e democrática? As respostas a essas indagações serão formuladas de acordo com as concepções de educação e de projetos societários que disputam o sentido atribuído à formação dos sujeitos, as formas e as estratégias utilizadas para desenvolver o processo de ensino-aprendizagem e a intencionalidade da produção do conhecimento. Assim, a universidade cumprirá com a sua função social a partir da sua capacidade de organizar e articular os saberes existentes, avançar as fronteiras culturais, produzir conhecimento, gerar pensamento crítico, propor pautas e agendas, formar profissionais e intelectuais. Ou seja, sua capacidade de ser socialmente referenciada, ter a sua existência dinamizada historicamente, promovendo um diálogo crítico, fecundo e propositivo com as questões postas pela realidade social, garantindo a autonomia do saber e a liberdade de expressão. A tarefa é bastante complexa e exigente, pois a universidade é uma instituição dinamizada por interesses, demandas e expectativas variadas, podendo coexistir propostas pedagógicas que tenham intencionalidades distintas e até antagônicas, que tomam materialidade no ensino, na pesquisa, na extensão e nas instâncias deliberativas. Em defesa de uma universidade que tenha como intencionalidade a construção da autonomia dos sujeitos, na perspectiva da emancipação humana, é que a Educação Popular é apresentada como uma concepção que, ao promover a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, constrói uma formação acadêmica constituída por saberes específicos (técnico-científico) de um dado campo do conhecimento e por saberes construídos a partir de vivências em determinada realidade (priorizando os produzidos pelos movimentos sociais, comunitários e pelas instituições públicas). Os textos organizados para este livro expressam, a partir das experiências e das reflexões de diferentes sujeitos, argumentos que possibilitam reconhecer a contribuição da Educação Popular para uma formação acadêmica fundada em princípios éticos, na autonomia, na capacidade crítica e propositiva, como também comprometida com a defesa dos direitos humanos e a luta pela emancipação humana. Assim, o primeiro capítulo contém um artigo construído por várias mãos e a partir da práxis (ação-reflexao-ação) vivenciada no Programa de Extensão “Educação Popular - criando e recriando a realidade social”, UNIFESP/BS, em parceria com o grupo do Programa de Educação Tutorial (PET) em Educação Popular (convênio UNIFESP e MEC/Sesu) O segundo capítulo traz, através de um trabalho de iniciação científica, uma análise crítica sobre o sistema prisional paulista e as intervenções profissionais dos assistentes sociais na perspectiva de sua direção social e política. O estudo traz reflexões gestadas na parceria com o GEPEX (Grupo Estudos, Pesquisa e Extensão em Segurança Pública, Justiça Criminal e Direitos Humanos na UNIFESP/BS). O terceiro capítulo surge num cenário de violação dos direitos humanos, o bairro Quarentenário, em que a parceria entre a ONG Camará e o CRDH Unifesp/BS (Centro de Referência em Direitos Humanos da Unifesp Baixada Santista) propôs espaços de diálogos abertos sobre os temas emergentes daquela realidade. Este texto sistematiza a aprendizagem acumulada na graduação em Serviço Social e na experiência de estágio supervisionado realizado no local. No quarto capítulo, a dimensão religiosa no cotidiano das mulheres encarceradas é analisada à luz de duas religiões que oferecem assistência religiosa dentro dos presídios, a evangélica e a católica. Este estudo qualitativo também surge das reflexões e parcerias junto ao GEPEX (Grupo Estudos, Pesquisa e Extensão em Segurança Pública, Justiça Criminal e Direitos Humanos na UNIFESP/BS). O quinto capítulo coloca uma reflexão sobre a metodologia da Educação Popular Freiriana, a partir de sua concepção de sociedade, de ser humano e de conhecimento. Nele, será possível entrar em contato com termos como: conscientização, círculo de cultura, práxis, leitura de mundo, etc. O sexto capítulo oferece reflexões sobre uma experiência protagonizada pelo Centro de Referência em Direitos Humanos em parceria com o Núcleo de Estudos Heleieth Saffioti (NEHS): relações de gênero, sexualidades e movimentos sociais da UNIFESP/Baixada Santista, através da realização da Oficina “Gênero, Diversidade e Direitos” com profissionais da Secretaria Municipal de Educação do município de Santos. O desafio foi introduzir mecanismos capazes de causar rupturas com significados essencialistas presentes na sociedade e reproduzidos nas escolas, além de tentar deixar, a partir dos(as) educadores(as), o terreno fértil para transformações no modo de compreender as relações de gênero e a sexualidade. Desejamos uma ótima leitura e que os textos aqui apresentados possam estimular o debate, reflexões para qualificar a prática e gerar provações sobre nossa capacidade de construirmos a História, sermos sujeitos nos processos sociais em que estamos inseridos, possibilitam que outros, que não se fizeram presentes, tenham a possibilidade de estarem comprometido com construção de uma sociedade que negue qualquer forma de desigualdade

    A violência de Estado e a busca pelo acesso à justiça

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    O tema deste artigo são as violações de Direitos Humanos decorrentes da violência de Estado, materializada nos crimes ocorridos na Baixada Santista/SP em maio de 2006. Parte da pesquisa Violência do Estado no Brasil: um estudo dos Crimes de Maio de 2006 na perspectiva da Justiça de Transição e da Antropologia Forense, realizada pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense, da Universidade Federal de São Paulo – CAAF/UNIFESP, focando nas narrativas dos familiares das vítimas, o artigo analisa a violência de Estado na negativa ao acesso à justiça, à informação e à memória. Conclui-se que houve uma permanente negação de justiça na falta de investigação e no arquivamento precoce de inquéritos. Aos familiares negou-se o direito à informação, foram sujeitados a ironias, perseguição, calúnia. Mostra-se fundamental dar visibilidade às histórias e às lutas para que não sejam esquecidos e para que não continuem excluídos da proteção de Direitos e do Acesso à Justiça

    Educação Popular e Universidade: vivências a partir da extensão, pesquisa e ensino

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    Este livro é um apanhado histórico, mas atual. É uma reunião de relatos, textos, reflexões, processos, partilhas, que versam sobre nosso sonho de construir uma educação libertadora, um mundo de liberdade. Ainda há muito que ser construído e o caminho é árduo, não temos dúvida. A verdadeira práxis revolucionária não se nutre de seres apenas caminhantes, mas de seres que se envolvem com o caminhar, que são capazes de mudar, mudando a si mesmos também. Somos indivíduos sociais e pintamos o quadro da vida em múltiplas linguagens. É por isso que este livro também carrega diferentes apostas acadêmico-estético-políticas. Por meio de fotografias, poesias, relatos, ensaios e reflexões teóricas, olhares que abordaram com muito carinho e rigor o universo do PET Educação Popular. Foi escrito por várias mãos que constituíram a trajetória do grupo nas diversidades humanas (relações de sexo/gênero), étnico-raciais (negros, indígenas, imigrantes, nordestinos, pobres em geral) e de classes sociais. Combate-se assim, nas ações concretas, as desigualdades sociais, de sexo/gênero, étnico-racial etc, o patriarcado, machismo, LGBTQIA+fobia, o racismo e o capitalismo, a falta de democracia, de liberdade, que outrora iluminaram a modernidade do Capital.Ministério da Educação (MEC

    Metodologias Participativas para a Construção de uma Educação em Direitos Humanos

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    Esta publicação é resultado do curso de aperfeiçoamento “Metodologias Participativas para a construção de uma Educação em Direitos Humanos” realizado pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola). O curso buscou promover aprendizagens e aperfeiçoar o conhecimento acerca de metodologias participativas para a práxis na educação em direitos humanos com juventudes. Foi desenvolvido um processo teórico-prático, numa perspectiva multi e interdisciplinar, em que o conhecimento acadêmico produzido pelas diversas áreas do conhecimento puderam dialogar com as experiências e práticas dos(as) cursistas, a fim de promover reflexões, ampliação do conhecimento, fortalecimento e revisões de práticas. Nesse sentido, o curso buscou desenvolver aprendizagens e aperfeiçoar conhecimentos que possibilitassem, a partir da Educação Popular: 1) a práxis na educação em direitos humanos com juventudes; 2) o fortalecimento da construção participativa, do uso das linguagens lúdicas e do diálogo entre os sujeitos do processo de aprendizagem. Deste modo, este livro traz o material produzido pelos(as) professores(as) conteudistas, que configurou-se como material didático utilizado nas aulas do curso, além de relatos dos(as) tutores(as) que conduziram o processo de ensino- aprendizagem. Esperamos que possa contribuir com o avanço e adensamento da temática e, também, ser utilizado em outros processos formativos

    Contribuições para implantação dos núcleos especializados de atendimento integral às vítimas de violência estatal: nota técnica

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    Esta Nota Técnica foi elaborada em resposta à solicitação da coordenação do Movimento Independente Mães de Maio frente a iminente consolidação da Proposta de Política Institucional de Proteção e Acompanhamento das Vítimas de Violência Estatal apresentada pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos à Defensoria Pública do estado de São Paulo. Para responder a solicitação de apoio e construção coletiva deste documento, foi organizada uma equipe de trabalho multidisciplinar, constituída por profissionais com formação em ciências sociais, direito, psicologia, serviço social, educação e direitos humanos, movidos pela premência de um atendimento integral aos familiares diretos (consanguíneos ou afins) de vítimas da violência impetrada por agentes de segurança pública. A partir das experiências e diversidade de olhares, esses profissionais empenhados e atuantes com esse público em outros espaços institucionais, buscaram contribuir com proposições para a referida proposta como forma de garantir e defender a dignidade humana
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