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    Do período pré-colonial aos dias atuais: um levantamento histórico a respeito dos Kayapó meridionais

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    Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)O presente trabalho de conclusão de curso tem como intuito discorrer acerca da história indígena na região do Triângulo Mineiro, norte de São Paulo e sul de Goiás. Durante muito tempo, as populações indígenas foram neutralizadas enquanto participantes ativos de sua própria história. Os trabalhos documentais que os mencionavam atribuíam apenas a visão do não-índio e não consideravam suas características culturais bem como seus anseios. A história do contato foi marcada pelas características, em sua grande maioria, preconceituosa e subjetiva por parte dos “colonizadores”. Diante disso, e no caso desta pesquisa, procuramos fazer um levantamento completo da história indígena, analisando os processos de ocupação da região mencionada no período pré-colonial, com o auxílio da Arqueologia; a história do contato, observando e refletindo sobre ambos os lados, tanto dos indígenas como dos colonizadores, oferecendo uma nova interpretação a esse fato histórico, com o auxílio da Antropologia; como também, finalizando, com os destinos históricos dos grupos mencionados na documentação, após o contato, até os dias atuais. Assim, espera-se construir uma ampla nova história que abranja, em seus escritos, a participação ativa das populações indígenas no Brasil

    From war to peace? Dichotomies that hide multiple paths: historical analysis of the "Cayapó" hamlets in Maria I and São José de Mossâmedes

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    The dissertation aims to analyze part of a historical and ethnographic documentation about the former captaincies of São Paulo and Goiás, with a view to the study of historical processes of contact between indigenous populations and colonial fronts in the 18th and 19th centuries. Based on the dialogue between Anthropology and History, the main challenge is to understand how the symbolic structures order the history, as well as the history orders the symbolic structures. From a concrete context: the history of the contacts of groups of the Meridional Jê, documentally known as "Cayapó", with its different others, the intention is to contribute to the re-evaluation of a history of these groups. Marked by moments of war and "pacification", what we want to show is how this story was not linear or successive but discontinuous, mutant and changing, resulting from the confrontation between symbolic structures and pragmatic interests. For a long time, the histories of these Jê groups have neutralized them as active participants in their own history. The documentary sources and part of the historiography considered only the vision of the non-indigenous and therefore did not stop in the study of the cultural structures and the interests of the indigenous groups in the evaluation of their historical action. For this reason, the history of the contacts was marked by the discourses, for the most part, prejudiced and subjective. In view of this, the main objective was to analyze the documentation that mentions the indigenous populations that inhabited the studied region in order to reveal the alterity present in the documentation. Developed on the basis of the index paradigm, the basic research material consisted of both historical documentation of the XVIII and XIX centuries referring to the mentioned region; as an ethnographic and historical bibliography on the Kayapó, that allowed the exercise of an ethnographic projection.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorDissertação (Mestrado)A dissertação tem como objetivo analisar parte de uma documentação histórica e etnográfica sobre as antigas capitanias de São Paulo e Goiás, com vistas ao estudo dos processos históricos de contato entre as populações indígenas e as frentes coloniais nos séculos XVIII e XIX. Com base no diálogo entre Antropologia e História, o principal desafio é compreender como as estruturas simbólicas ordenam a história, bem como a história ordena as estruturas simbólicas. A partir de um contexto concreto: a história dos contatos de grupos dos Jê Meridionais, documentalmente conhecidos como “Cayapó”, com seus diferentes outros, a intenção é contribuir para a reavaliação de uma história desses grupos. Marcada por momentos de guerra e “pacificação”, o que se quer mostrar é como essa história não foi linear ou de etapas sucessivas, mas descontinua, mutante e cambiante, resultado do confronto entre estruturas simbólicas e interesses pragmáticos. Durante muito tempo, as histórias desses grupos dos Jê os neutralizou enquanto participantes ativos de sua própria história. As fontes documentais e parte da historiografia consideravam apenas a visão do não-índio e, portanto, não se detinham no estudo das estruturas culturais e dos interesses dos grupos indígenas na avaliação de sua ação histórica. Por isso, a história dos contatos foi marcada pelos discursos, em sua grande maioria, preconceituosos e subjetivos. Diante disso, o objetivo mor foi analisar a documentação que menciona as populações indígenas que habitavam a região estudada na intenção de revelar a alteridade presente na documentação. Desenvolvida com base no paradigma indiciário, o material básico de pesquisa consistiu tanto uma documentação histórica dos séculos XVIII e XIX referentes à região mencionada; como uma bibliografia etnográfica e histórica sobre os Kayapó, que permitiram o exercício de uma projeção etnográfica

    Continuities and discontinuities: The Aratu-Sapucaí Archeology and the ‘Cayapó’ Indigenous History

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    O artigo busca problematizar as associações diretas e acríticas entre grupos ceramistas da tradição arqueológica Aratu-Sapucaí e grupos conhecidos na documentação como “Cayapó”. Nas regiões dos atuais Triângulo Mineiro, alto Paranaíba, sul de Goiás e norte de São Paulo, a sobreposição espaço-temporal de ocupações de grupos daquela tradição e os mencionados nas fontes fez propor uma continuidade cultural entre povos afastados historicamente. A imagem de uma história linear e de uma cultura fossilizada esqueceu-se que os índios das fontes documentais foram descritos em situação colonial, um ambiente marcado por intensos contatos e disputas de interesses. De fato, tanto dados arqueológicos como documentais insistem em mostrar constantes contatos e transformações. Registros fósseis dessa tradição apontam influências de outras; e registros documentais dos “Cayapó” evidenciam uma complexa e intricada rede de relações com diferentes alteridades. Por isso, tanto a história dos grupos produtores da cerâmica Aratu-Sapucaí como a dos “Cayapó” coloniais não podem ser pensadas como isoladas, mas compostas de fronteiras porosas nas quais se expandiram, se retraíram e se sobrepuseram uma série de agenciamentos. Nessas fronteiras moldadas pelos contatos transitaram em redes não estruturadas pessoas, bens simbólicos, materiais, conhecimentos e técnicas que, por todos os lados e em todas as direções, direta ou indiretamente, impactaram e renovaram tradições. Sob essas condições, artefatos arqueológicos devem ser o registro físico dessas mudanças e não a evidência de uma continuidade. O artigo mobiliza então dados da Arqueologia, da História Indígena e da Antropologia com o propósito de levantar barreiras no trajeto que leva grupos do passado pré-colonial a aterrissarem no contexto colonial, ou vice-versa.The article seeks to problematize the direct and uncritical associations between ceramist groups of the Aratu-Sapucaí archaeological tradition and groups known in the documentation as "Cayapó". In the regions of the current Triangulo Mineiro, upper Paranaíba, southern Goiás and northern São Paulo, the spatio-temporal overlap of occupations of groups of that tradition and those mentioned in the sources has proposed a cultural continuity among historically distant peoples. The image of a linear history and a fossilized culture has forgotten that indigenous from documentary sources were described in a colonial situation, an environment marked by intense contacts and disputes of interests. In fact, both archaeological and documentary data insist on showing constant contact and transformation. Fossil records of this tradition point to influences from others; and documentary records of the “Cayapó” show a complex and intricate network of relationships with different alterities. Therefore, both the history of the Aratu-Sapucaí ceramics producing groups and the colonial “Cayapó” cannot be thought of as isolated, but composed of porous borders in which they expanded, retracted and overlapped a series of assemblages. In those boundaries shaped by contacts, people, symbolic goods, materials, knowledge, and techniques, carried on unstructured networks, have directly and indirectly impacted and renewed traditions on all sides and in all directions. Under these conditions, archaeological artifacts should be the physical record of these changes and not the evidence of continuity. The article then mobilizes data from archeology, indigenous history and anthropology with the purpose of raising barriers in the path that leads groups from the pre-colonial past to land in the colonial context, or vice versa
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