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Rainer Maria Rilke e Vilhelm Hammershøi sobre a relação entre a pintura e a poesia na virada ao século XX
O artigo investiga e avalia a impressĂŁo que dois quadros do pintor dinamarquĂŞs Vilhelm Hammershøi (1864-1916), o "Selbstporträt"/"Autoretrato" (1889) e o retrato de sua noiva Ida Ilsted, "Porträt eines jungen Mädchens"/"Retrato de uma jovem" (1892), causaram em Rainer Maria Rilke (1875-1926). Isso sucedeu no contexto da admiração do poeta pelo escritor dinamarquĂŞs Jens Peter Jacobsen (1847-1885). Para tanto, a "visĂŁo" se presta como ponto de referĂŞncia comum das artes plásticas e da literatura. Em suas várias visitas a Copenhague durante a estada na SuĂ©cia, em 1904, Rilke foi levado sobretudo pela admiração que nutria por Jens Peter Jacobsen. A impressĂŁo que a arte de Vilhelm Hammershøi surte sobre Rilke, que a caminho da SuĂ©cia, em DĂĽsseldorf, a conhecera atravĂ©s do retrado da noiva Ida Ilsted, torna, todavia, possĂvel que Hammershøi desempenhe praticamente o papel de sucedâneo do poeta dinamarquĂŞs. Rilke teve acesso Ă coleção de arte do mecenas de Hammershøi, Alfred Bramsen, e, com isso, a oportunidade de estudar outros quadros do pintor. A análise de dois retratos torna provável que a Rilke interessava principalmente a consciente "visĂŁo" de ambas as pessoas. No "Autoretrato", um olhar concentrado, de distanciamento tĂ©cnico, ao mesmo tempo cauteloso, no retrato de Ida Ilsted um olhar casto, despretensioso e aberto, no limbo entre o interior e o exterior. Ambos os retratos tematizam assim o olhar mais consciente que Rilke admirava em Jacobsen, e apontam tambĂ©m Ă importância do olhar nos trabalhos posteriores de Rilke, bem como nas Cartas sobre CĂ©zanne
Rainer Maria Rilke und Vilhelm Hammershøi. Zur Beziehung zwischen bildender Kunst und Dichtung zur Zeit der Jahrhundertwende
Der Aufsatz untersucht und wertet den Eindruck, den zwei Gemälde des dänischen Malers Vilhelm Hammershøi (1864-1916), das "Selbstporträt" (1889) und das Porträt seiner Verlobten Ida Ilsted, "Porträt eines jungen Mädchens" (1892), auf Rilke gemacht haben. Das geschieht im Rahmen seiner Bewunderung für den dänischen Dichter Jens Peter Jacobsen (1847-1885). Dabei dient das Schauen als gemeinsamer Referenzpunkt von bildender Kunst und Literatur. Rilke war bei seinen wiederholten Besuchen in Kopenhagen während seines Aufenthaltes in Schweden 1904 hauptsächlich durch seine Bewunderung für Jens Peter Jacobsen geleitet. Der Eindruck der Kunst Vilhelm Hammershøis, die er auf der Durchreise nach Schweden durch dessen Porträt seiner Verlobten Ida Ilsted in Düsseldorf empfing, machte es jedoch möglich, dass Hammershøi quasi als "stand in" für den verstorbenen dänischen Dichter wirken konnte. Rilke erlangte Zugang zu der Kunstsammlung von Hammershøis Mäzen Alfred Bramsen und damit die Möglichkeit, weitere Gemälde von Hammershøi zu studieren. Die Analyse von zwei Porträts macht es wahrscheinlich, dass es vornehmlich das bewusstere Schauen der beiden Personen war, das Rilke interessierte. Im "Selbstporträt" ein konzentriertes, distanziert sachliches, gleichsam horchendes Schauen, im Porträt Ida Ilsteds ein unschuldiger, inhaltsloser, offener Blick auf der Kippe zwischen Innen und Außen. Die beiden Porträts thematisieren damit das bewusstere Schauen, das Rilke bei Jacobsen bewunderte, und weisen gleichzeitig auf die Bedeutung des Schauens in künftigen Werken Rilkes und in den Briefen über Cézanne