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    Doença de Cushing - aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico

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    A Síndrome de Cushing (SC) representa um conjunto de sinais e sintomas causados pelo excesso de hormônios glicocorticóides no organismo, podendo ter origem exógena ou endógena. Nesse sentido, a Doença de Cushing (DC) corresponde a uma forma específica de SC e é causada por um tumor hipofisário produtor do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Ademais, tem uma prevalência mundial estimada de 4 casos em cada 100.000 pessoas, com uma incidência anual de 0,12 a 0,24 casos em cada 100.000 pessoas. No entanto, é possível que esses números estejam subestimados, já que alguns portadores da doença podem não estar cientes do diagnóstico. Em relação aos adultos, a DC afeta três vezes mais mulheres do que homens, e os sintomas geralmente começam a aparecer entre a terceira e a sexta década de vida. Quanto aos sintomas, a DC se manifesta com características clínicas específicas, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e alterações cutâneas, e pode levar a complicações cardiovasculares graves - correspondendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular encefálico (AVE) as complicações de maior mortalidade relacionadas à doença. O diagnóstico da DC é desafiador, sendo confirmado através de exames de imagem que identificam tumores hipofisários secretores de ACTH. O tratamento de primeira linha para a DC é a cirurgia transesfenoidal para remoção do tumor, mas a recorrência é possível mesmo após a remissão inicial, tornando o acompanhamento regular essencial para monitorar a condição e possibilitar novas intervenções cirúrgicas se necessário. A reoperação apresenta maior risco de complicações devido ao tecido cicatricial prévio na hipófise

    Doença hepática gordurosa não alcoólica - revisão de literatura

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    A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) é uma condição global prevalente caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, variando de fígado gorduroso não alcoólico a esteatohepatite não alcoólica (NASH), com risco de fibrose e cirrose. Em países ocidentais industrializados, a DHGNA está se tornando mais comum, associada a fatores como obesidade, diabetes tipo 2, e síndrome metabólica. Estudos epidemiológicos destacam a DHGNA como um problema de saúde pública, afetando 20% a 40% dos testados, com variações dependendo da prevalência de obesidade. Existem dois tipos de DHGNA, sendo o primeiro ligado à síndrome metabólica e o segundo a patologias infecciosas e efeitos de medicamentos. Indivíduos com DHGNA frequentemente exibem características da síndrome metabólica, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. A DHGNA é preocupante devido ao seu potencial evolutivo para cirrose e carcinoma hepatocelular. A fisiopatologia é multifatorial, envolvendo resistência à insulina, estresse oxidativo e fatores genéticos. A condição é muitas vezes assintomática, mas alguns podem apresentar fadiga, desconforto abdominal e hepatomegalia. O diagnóstico, frequentemente incidental, envolve exames laboratoriais e de imagem, sendo a ultrassonografia a técnica de escolha. O tratamento inclui abordagens conservadoras, como dieta e perda de peso, sendo a cirurgia bariátrica uma opção para obesidade mórbida associada à DHGNA. Opções farmacológicas, como vitamina D e pioglitazona, são consideradas em casos específicos

    Peculiaridades da hérnia inguinal - adventos terapêutico e aspectos clínicos: Peculiarities of inguinal hernia - therapeutic advent and clinical aspects

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    A Hérnia Inguinal (HI) decorre de uma falha na parede abdominal e subdivide-se em direta e indireta. Quanto à etiologia, a causa envolvida na gênese da doença é a fraqueza do tecido conjuntivo da parede abdominal, sobretudo na conformação do colágeno. Ainda, fatores de risco, como história familiar de hérnia na virilha, sexo masculino, aumento da pressão intra-abdominal, tabagismo, diástase peritoneal e história de apendicectomia, predispõe o curso da HI. Sua identificação depende de uma anamnese minuciosa, um exame físico bem detalhado e exames complementares. No que tange ao diagnóstico clínico, a manobra de Valsalva é o principal exame semiológico para detecção da patologia. Para auxílio diagnóstico, lança-se mão da ultrassonografia, ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada, fornecendo mais detalhes com melhor acurácia para, juntamente com os dados clínicos, obter um melhor diagnóstico. Já a abordagem terapêutica, apresenta-se através do manejo cirúrgico, dividindo-se em técnica de Shouldice, baseada no reforço da parede através de quatro camadas de fáscia e aponeurose, e técnica de Lichtenstein, que utiliza telas de polipropileno no reforço da parede. A abordagem por técnica videolaparoscópica, pode ser realizada por via pré-peritoneal transabdominal ou via totalmente extraperitoneal. Outrossim, a hérnia encarcerada pode ser abordada pela redução manual através da manobra de Taxis, quando não apresenta sinais de sofrimento visceral devido ao estrangulamento. Por fim, quanto às complicações, destacam-se: recidiva da hérnia, dor inguinal crônica, ejaculação dolorosa, infecção da ferida operatória, incontinência urinária, sangramento e lesão do cordão espermático

    Intoxicação aguda: aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico para as principais substâncias envolvidas: Acute poisoning: epidemiological, physiopathological aspects and therapeutic management for the main substances involved

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    As intoxicações são causas frequentes de admissão hospitalar e possuem elevada mortalidade quando não são reconhecidas e tratadas de maneira adequada. Quanto à definição, a intoxicação aguda corresponde a um conjunto de sinais e sintomas que aparecem no organismo logo após a exposição a substâncias tóxicas; no mundo, as principais substâncias envolvidas em casos de intoxicação são o álcool, os opióides, os benzodiazepínicos e o acetaminofeno. Ademais, cada uma dessas drogas possuem fisiopatologia e manifestações clínicas próprias; contudo, alguns sinais e sintomas são comuns em algumas delas e, dessa forma, torna-se imprescindível aos profissionais de saúde saberem diferenciá-las para o adequado tratamento ao paciente. Além das medidas básicas como suporte ventilatório e estabilização do paciente, em muitas situações a lavagem gástrica e a hemodiálise tornam-se essenciais para a remoção destas substâncias do organismo. Concomitantemente, na maioria dos casos existem antídotos que podem ser utilizados para a redução da intoxicação e, por isso, faz-se necessário identificar qual a causa da intoxicação. Outrossim, tão importante quanto o tratamento, são a adoção de medidas preventivas, já que muitas vezes as intoxicações ocorrem devido à desinformação da população e ao fácil acesso a estas substâncias. Nesse sentido, o controle rígido na prescrição e oferta dessas drogas são responsabilidade das autoridades de saúde; além disso, quando indicado o uso dessas substâncias, as orientações devem ser claras quanto à posologia e vias de administração

    Tromboembolismo Pulmonar Agudo - revisão sistemática sobre o manejo da doença e novas perspectivas na intervenção cirúrgica em pacientes graves

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    O tromboembolismo pulmonar apresenta elevada morbimortalidade quando não diagnosticado e tratado rapidamente. Por apresentar um quadro clínico inespecífico, pode ser confundido com inúmeras patologias e, nesse sentido, para o seu devido diagnóstico, o TEP sempre deve ser considerado em pacientes com sintomas cardiorrespiratórios e portadores de fatores de risco. Dessa forma, a partir da suspeição clínica, tem-se intitulado inúmeros exames complementares que auxiliam na confirmação diagnóstica, sendo a angiotomografia computadorizada (angio-TC) considerada, atualmente, o padrão ouro. Contudo, outras ferramentas podem auxiliar no diagnóstico, como o escore de WELLs, a dosagem do Dímero-D e a ultrassonografia com doppler de membros inferiores. Ademais, a doença pode ser estratificada, a depender de sua gravidade, em TEP maciço, submaciço e leve; nesse sentido, a depender da estratificação, institui-se diferentes tratamentos. Atualmente, o TEP submaciço tem gerado inúmeras discussões, a respeito de qual tratamento instituir: um manejo intensivo - através de intervenção cirúrgica ou fibrinólise - ou conservador - mesmo tratamento do quadro leve de TEP. Entretanto, para o manejo do TEP maciço, tem-se ganhado espaço a intervenção cirúrgica, visto que em muitas circunstâncias há contraindicações no uso de fibrinólise como medida terapêutica. Por fim, para o TEP leve, recomenda-se a terapia de suporte e o uso de anticoagulantes orais

    Toxoplasmose e suas repercussões clínicas: uma abordagem materno-fetal: Toxoplasmosis and its clinical repercussions: a maternal-fetal approach

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    A toxoplasmose congênita (TC) representa um problema de saúde pública, visto que a transmissão vertical (materno-fetal) pode acarretar em sérios problemas de saúde ao feto ou até mesmo levá-lo a óbito. A doença é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e geralmente é assintomática; entretanto, os riscos ao desenvolvimento fetal justificam o rastreio ativo da toxoplasmose durante a gravidez. Ademais, os riscos de transmissão vertical são maiores em gestantes expostas à infecção primária pelo toxoplasma, em comparação com aquelas que foram expostas à infecção antes da concepção. Nesse sentido, métodos diagnósticos que permitam diferenciar o tempo de exposição ao patógeno, como o teste de avidez IgG, são extremamente importantes para a conduta em relação ao tratamento da doença na gravidez. Além disso, cerca de 85% dos recém nascidos com TC não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento; entretanto, estudos recentes demonstram que em torno de 19% dos lactentes infectados desenvolvem pelo menos uma manifestação clínica da doença durante o primeiro ano de vida. Dessa forma, quando sintomáticos, os recém nascidos apresentam a clássica tríade de coriorretinite (escotoma, dor, fotofobia, visão turva e lacrimejamento excessivo), hidrocefalia e calcificações intracranianas. Ainda, podem manifestar febre, hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, prematuridade e grave restrição do crescimento intrauterino associado a baixo peso ao nascer. Em relação ao tratamento, o manejo da toxoplasmose depende da imunidade do hospedeiro e do status da doença, por isso existem várias combinações de drogas antiparasitárias e antibacterianas que são utilizadas no controle dessa doença. Outrossim, a prevenção da doença é extremamente importante, medidas profiláticas devem ser recomendadas a todas as gestantes susceptíveis à infecção pelo toxoplasma; concomitantemente, estudos em andamento apontam a possibilidade da invenção de uma vacina no futuro, o que possibilitaria a redução da transmissão da doença e das complicações materno-fetais

    Hemorragia subaracnóidea - aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico

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    A hemorragia subaracnóidea (HS) é uma doença de elevada morbimortalidade e constitui uma emergência neurológica; as principais etiologias envolvidas são a doença aneurismática e o traumatismo crânio encefálico (TCE). Outras causas menos comuns de HS incluem anormalidades vasculares congênitas, infecções, doenças autoimunes, uso excessivo de drogas ou álcool e uso de anticoagulantes. Outrossim, os sintomas mais comuns da HS incluem dor de cabeça grave, náuseas, vômitos e tontura; em alguns casos, a pode levar à paralisia das extremidades, alterações de comportamento, convulsões ou coma. O exame de tomografia computadorizada (TC) contribui para o diagnóstico da HS, pois possibilita a visualização de características típicas dessa doença, como o edema perilesional, o aumento da incisura de Silvio e a presença de calcificações. Outros fatores que ajudam no diagnóstico são a anamnese e a avaliação clínica. A anamnese pode fornecer dados importantes, como o tempo de duração dos sintomas, a presença de fatores desencadeantes, a presença de outros sintomas e o histórico familiar. A avaliação clínica também é importante, pois a presença de sinais neurológicos focais pode indicar um maior risco de complicações associadas com a HS. Ademais, o tratamento é baseado na causa, mas geralmente envolve o uso de medicamentos, cirurgia ou terapia de reabilitação; em casos de cefaleia secundária a tumores, as principais abordagens são medicamentosas e cirúrgicas. O tratamento medicamentoso pode ser feito com o uso de analgésicos e/ou antidepressivos que aliviam os sintomas. Porém, em caso de tumores malignos, a cirurgia é necessária para remover o tumor, seguida por radioterapia ou quimioterapia. Em suma, a abordagem do paciente com cefaleia depende da etiologia e dos sinais de alarme associados. É importante realizar um diagnóstico preciso para que o tratamento seja adequado e eficaz

    Pneumotórax espontâneo - novas perspectivas sobre avaliação diagnóstica e uso de cirurgia minimamente invasiva para manejo do paciente: Spontaneous pneumotorax - new perspectives on diagnostic evaluation and use of minimally invasive surgery for patient management

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    A pleura constitui uma membrana de tecido mesotelial que reveste os pulmões e a cavidade torácica, possibilitando o adequado funcionamento destes órgãos. Além disso, possui dois folhetos, o parietal e o visceral; quando na presença de ar entre estes, ocorre uma complicação denominada pneumotórax, o qual possui múltiplas etiologias. Nesse sentido, o pneumotórax espontâneo (PE) corresponde a uma forma de apresentação da afecção, porém menos frequente. Ademais, o pneumotórax representa uma emergência médica e pode ser tratado de maneira conservadora ou cirúrgica, contudo, há divergências na literatura sobre quais critérios devem ser utilizados para se optar pelo manejo expectante ou invasivo. Outrossim, vários casos de PE não apresentam etiologia esclarecida e são denominados de pneumotórax espontâneo primário (PEP); não obstante, tal terminologia é questionada atualmente, pois estudos indicam que sempre há uma doença pulmonar adjacente como fator predisponente, de maneira que nos casos considerados primários, apenas não houve a devida identificação da doença pulmonar responsável pelo pneumotórax. Ainda, os sinais e sintomas na doença são inespecíficos e mimetizam várias doenças, fazendo-se necessário a consideração de diagnósticos diferenciais importantes, os quais irão alterar a conduta e a gravidade do quadro, bem como a necessidade imediata ou não de procedimentos invasivos. Para o diagnóstico, além da suspeição clínica, são necessários exames complementares, como a radiografia e a tomografia computadorizada de tórax, os quais auxiliam também na identificação de complicações da doença

    A transmissão vertical do vírus SARS-CoV-2: uma revisão de literatura

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    A pandemia da Covid-19, causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave, tipo 2 (SARS-CoV-2), declarada no início de 2020, trouxe consigo novos desafios à ciência e um deles foi a pergunta acerca da transmissão vertical. Sendo assim, em 2023 ainda não obtivemos um consenso científico amplamente elucidado sobre o tema. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os mecanismos de transmissão vertical do SARS-CoV-2. Dessa forma, foi realizada uma busca de artigos nas bases PubMed/MEDLINE e Scielo entre os anos 2018 e 2023, utilizando as palavras-chaves “COVID-19”, “Transmissão vertical” e “Gravidez”. Nesse viés, foram analisados 13 artigos e, após a realização do estudo, constatou-se que a infecção viral vertical via placenta foi considerada rara e improvável pela maioria dos autores como rara e improvável, embora não tenha sido descartada, uma vez que foram encontradas partículas virais em células placentárias e, também, ressaltam a potencialização das respostas de anticorpos das vacinas, expondo resultados positivos para as gestantes e, até mesmo, para o feto. Apesar disso, necessita-se levar em consideração que a infecção materna de SARS-CoV2 causa patologias à placenta, má perfusão vascular materna e má perfusão vascular fetal, o que pode causar restrição de crescimento fetal, nascimento prematuro, aborto espontâneo e morte fetal

    Aspectos gerais da doença ulcerosa péptica - uma revisão sistemática da literatura: General aspects of peptic ulcerous disease - a systematic review of the literature

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    A doença ulcerosa péptica atinge cerca de 10% da população global e possui uma incidência anual de 0,1%-0,3%, com prevalência ao longo da vida chegando a 5%-10%. Os principais fatores de risco, apontados como etiologia da doença, são o uso abusivo e contínuo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e a infecção do trato gastrointestinal (TGI) pelo Helicobacter Pylori (HP). Em relação à fisiopatologia, o uso de AINEs está associado ao desenvolvimento de úlcera péptica devido à inibição da enzima COX-1 por estes fármacos, a qual é responsável pela produção basal de prostaglandinas, que são responsáveis pelo estímulo à produção de muco sobre a mucosa do TGI. Nesse sentido, a redução da produção de prostaglandinas resulta em queda da formação da barreira fisiológica do organismo frente ao ácido clorídrico, o que propicia a atuação do mesmo sobre o epitélio intestinal, predispondo-o à erosão e formação de úlceras. Por outro lado, a fisiopatologia envolvida na infecção por HP ainda não foi em elucidada; entretanto, acredita-se que a formação de úlceras estejam correlacionadas, principalmente devido ao quadro inflamatório causado pela infecção bacteriana. Dessa forma, o presente artigo objetiva reunir informações na literatura a respeito dos principais conceitos relacionados à doença ulcerosa péptica, abordando aspectos como epidemiologia, etiofisiopatologia, diagnóstico e tratamento
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