55 research outputs found

    Relações entre a atenção primária e as internações por condições sensíveis em um hospital universitário

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    Objetivo: Analisar as relações entre a presença e a orientação da Atenção Primária à Saúde e as internações por condições sensíveis à atenção primária em um hospital universitário.     Método: Estudo seccional com amostra de 197 sujeitos internados no período de março a junho de 2016 na clínica médica de um hospital universitário de Juiz de Fora. A aferição, realizada por meio de entrevistas, utilizou o Primary Health Care Assessment Tool, versão reduzida para adultos, e a lista brasileira de condições sensíveis, editada pelo Ministério da Saúde. Resultados: A frequência regular à Atenção Primária esteve associada às internações (RP:2,06), especialmente frente ao baixo desempenho dos atributos de acesso (RP:5,3) e da integralidade (RP:4,7). Conclusão: A baixa orientação dos atributos da Atenção Primária sugere que somente a cobertura deste nível talvez não seja suficiente para reduzir estas internações, mas a forma que ela se organiza e efetiva no nível comunitário.Palavra-chave: Avaliação em saúde. Atenção primária à saúde. Hospitalização. Hospitais universitários. Adulto

    Violência física grave entre parceiros íntimos como fator de risco para inadequação no rastreio do câncer de colo de útero

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    Resumo: Com o objetivo de avaliar a ocorrência de violência física grave entre parceiros íntimos como fator de risco para inadequação no rastreio do câncer do colo do útero, foi desenvolvido um estudo do tipo caso-controle com aplicação de formulário multidimensional com 640 usuárias da Estratégia Saúde da Família do Município de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. As mulheres que não realizaram o exame colpocitológico nos últimos três anos foram consideradas como casos. Os resultados demonstraram que as variáveis abusos contra a mulher (ORajustada = 2,2; IC95%: 1,1-4,4) e a coocorrência do evento no casal (ORajustada = 3,8; IC95%: 1,4-9,8) como fatores de risco à inadequação no rastreio da doença. O abuso de álcool pela mulher se mostrou como modificador de efeito para a não realização do exame pelas vítimas (ORajustada = 10,2; IC95%: 1,8-56,4) e nos casos de coocorrência de violência (ORajustada = 8,5; IC95%: 1,4-50,7). Além dos fatores já reconhecidos na causalidade das violências entre parceiros íntimos, os resultados apontam para relação de risco entre as experiências abusivas vivenciadas pelas mulheres e a inadequação do rastreamento. Desse modo, ampliar o olhar sobre o absenteísmo das mulheres aos exames deve ser considerado, já que esse indicador pode desvelar demandas não percebidas facilmente pelas equipes de saúde

    Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil

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    O objetivo deste estudo foi analisar as barreiras impeditivas do acesso ao rastreio do câncer do colo uterino no âmbito da Saúde da Família do Município de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Por meio de um inquérito domiciliar foram entrevistadas 281 mulheres com idades entre 20 e 59 anos. Para avaliação das barreiras de acesso ao exame, utilizou-se a versão em português do instrumento Champion's Health Belief Model Scale (CHBMS). O medo relacionado ao resultado do exame (39,85%; IC95%: 34,09-45,61) e ao profissional examinador (31,31%; IC95%: 25,86-36,77), a vergonha (39,85%; IC95%: 34,09-45,61) e o esquecimento relacionado ao agendamento do exame (32,02%; IC95%: 26,53-37,51) foram referidos como as principais barreiras impeditivas do acesso. Como os fatores de impedimento variaram de acordo com as características sociodemográficas da população, acredita-se que a estruturação das práticas de rastreio da doença deve ser pautada na realidade territorial

    Considerações éticas sobre pesquisas com mulheres em situação de violência

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    Este ensaio tem por objetivo refletir sobre os princípios ético-metodológicos envolvidos em pesquisas com mulheres em situação de violência. O texto discute a aplicação dos princípios da beneficência e não maleficência durante as pesquisas que envolvem esta temática, apontando para recomendações balizadas pela privacidade, autonomia e contribuições imediatas para os sujeitos voluntários. A seguir, tomando como referencial teórico os princípios da justiça e equidade, os autores propõem um debate sobre os aspectos metodológicos envolvidos na garantia de proteção das entrevistadas, com vistas à melhoria da qualidade dos dados obtidos e possíveis contribuições sociais

    Violência contra a mulher ou mulheres em situação de violência? Uma análise sobre a prevalência do fenômeno

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    Objetivo Refletir sobre as possíveis diferenças entre os termos “violência contra mulher” e “mulheres em situação de violência” com base na análise da ocorrência de violência íntima. Métodos Trata-se de um estudo transversal com uma amostra de 640 mulheres com idade entre 20 e 64 anos, em quatro unidades de Saúde da Família do município de Nova Iguaçu (RJ). Para aferição do evento, foi utilizada a versão em português do instrumento Revised Conflict Tactics Scales, que avaliou as formas – e suas interseções – de violência física, psicológica e sexual sofridas e perpetradas pelas mulheres ao menos uma vez na vida. Resultados Estimou-se a prevalência das três formas de violência íntima praticadas contra a mulher (9,8%; IC95%: 7,5/12,1), pela mulher (4,5%; IC95%: 2,9/6.1) e nos casos que a mulher foi vítima ou perpetradora dos atos (13,1%; IC95%: 10,5/15,7), assumindo-se neste trabalho como violência no casal. Conclusão Na tentativa de melhor entender a dinâmica da violência íntima, seria oportuno considerar a mobilidade de papéis na relação do casal para além da demarcação de gênero – histórica e por vezes imobilizadora – entre vítima e agressor

    Detecção de maus-tratos contra a criança: oportunidades perdidas em serviços de emergência na cidade do Rio de Janeiro, Brasil

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    O enfrentamento da violência contra a criança é considerado um desafio nos serviços de emergência, onde a rotina atribulada pode dificultar a detecção dos casos. O presente estudo estimou a magnitude da violência contra crianças atendidas em dois hospitais de emergência no Rio de Janeiro, Brasil. Também avaliou o grau de sub-registro de casos, comparando a casuística notificada pelas equipes com aquela estimada pelo estudo. Para aferição da violência foi utilizado o instrumento Conflict Tactics Scales: Parent-Child (CTSPC), aplicado em 524 acompanhantes de crianças atendidas nos hospitais entre janeiro e março de 2005. Foram avaliadas todas as notificações originadas da identificação de casos pelas equipes em 2004. De acordo com a CTSPC, a prevalência de violência psicológica, negligência e violência física foi de 94,8% (IC95%: 92,9-96,2), 60,3% (IC95%: 55,9-64,7) e 47,2% (IC95%: 42,7-51,8), respectivamente. Já estas estimativas segundo as notificações foram de 0,007% (IC95%: 0,003-0,013), 0,24% (IC95%: 0,22-0,27) e 0,03% (IC95%: 0,02-0,04). Essa considerável diferença entre as estimativas do estudo e as relativas aos casos notificados sugere que as estratégias de identificação e notificação de casos de violência contra a criança nos serviços de emergência sejam reavaliadas
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