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    AS MULHERES SÃO MENOS CITADAS DO QUE OS HOMENS EM ARTIGOS CIENTÍFICOS: UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE CITAÇÃO RELACIONADO AO GÊNERO NAS PESQUISAS EM ETNOBIOLOGIA

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    A visibilidade de um artigo científico pode ser medida através do número de citações atribuído a ele, o qual pode ser influenciado por fatores como nacionalidade, autocitação, colaboração internacional, além de fatores relacionados ao gênero. Avaliamos se o comportamento de citação de artigos publicados em dois periódicos internacionais especializados em etnobiologia envolve um viés de gênero e se esse viés varia em relação ao continente da instituição de pesquisa e em relação a subárea de conhecimento etnobiológico. De forma geral, não encontramos diferenças significativas na média de citações recebidas em artigos publicados por homens e mulheres, porém tanto as últimas como os primeiros citam significativamente mais homens em suas publicações. Independente do continente, homens são significativamente mais citados que mulheres. Autores do gênero masculino citam colegas do mesmo gênero em todas as subáreas, enquanto autoras do gênero feminino das subáreas etnobotânica, etnoecologia e etnozoologia citam significativamente mais autores do gênero masculino. Nossos resultados podem estar associados a um menor número de publicações assinadas por mulheres nos continentes asiáticos e africanos, assim como em todas as subáreas da etnobiologia. Além disso, outras questões já discutidas em estudos anteriores também se relacionam com o padrão de citação observado, como o fato de homens ocuparem maiores cargos de liderança, obterem maior prestígio e possuírem maior acesso à programas de fomento à pesquisa. Os resultados obtidos neste trabalho devem ser vistos como um instrumento, ainda que incipiente, de discussão e fomento para o subsídio de programas e políticas capazes de estabelecer condições igualitárias de acesso, permanência e desenvolvimento de mulheres na ciência etnobiológica

    MATERNIDADE NA ETNOBIOLOGIA: DESAFIOS ENCONTRADOS POR PESQUISADORAS QUE SÃO OU BUSCAM SER MÃES

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    Entre as inúmeras desvantagens que as mulheres encontram na carreira científica em relação aos homens, a maternidade tem sido apontada como um fator limitante para o acesso e permanência das mulheres na ciência. No campo específico da etnobiologia, há evidências de que as mulheres brasileiras sofrem preconceito no meio acadêmico por serem mães, deixando de serem selecionadas para ocupar determinadas vagas em universidades pelo fato de terem filhos pequenos. Em outras áreas da ciência, estudos mostram que mesmo a intenção em ser mãe pode influenciar negativamente nas oportunidades oferecidas às mulheres no meio acadêmico. Além do preconceito e menores oportunidades, diversos desafios são superados constantemente por mães etnobiólogas, desde as dificuldades em realizar trabalho de campo com crianças pequenas até a necessidade de conciliar uma razoável produção acadêmica e a criação dos filhos. Através da percepção de etnobiólogas da Argentina e do Brasil, acessadas por meio de questionários on-line, esse trabalho teve como objetivo mostrar o cenário vivido por etnobiólogas que são mães e/ou que desejam ser mães, em busca de iniciar uma discussão sobre possíveis estratégias capazes de diminuir as dificuldades encontradas entre a vida acadêmica e a maternidade no campo da etnobiologia

    Motherhood in ethnobiology: Challenges encountered by researchers who are or want to be mothers

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    Entre as inúmeras desvantagens que as mulheres encontram na carreira científica em relação aos homens, a maternidade tem sido apontada como um fator limitante para o acesso e permanência das mulheres na ciência. No campo específico da Etnobiologia, há evidências de que as mulheres brasileiras sofrem preconceito no meio acadêmico por serem mães, deixando de serem selecionadas para ocupar determinadas vagas em universidades pelo fato de terem filhos pequenos. Em outras áreas da ciência, estudos mostram que mesmo a intenção em ser mãe pode influenciar negativamente nas oportunidades oferecidas às mulheres no meio acadêmico. Além do preconceito e menores oportunidades, diversos desafios são superados constantemente por mães etnobiólogas, desde as dificuldades para realizar trabalho de campo com crianças pequenas até a necessidade deconciliar uma razoável produção acadêmica e a criação dos filhos. Através da percepção de etnobiólogas da Argentina e do Brasil, acessadas por meio de questionários on-line, esse trabalho teve como objetivo mostrar o cenário vivido por etnobiólogas que são mães e/ou que desejam sermães, em busca de iniciar uma discussão sobre possíveis estratégias capazes de diminuir asdificuldades encontradas entre a vida acadêmica e a maternidade no campo da Etnobiologia. Encontramos que a maioria das etnobiólogas percebe um ônus ao conciliar sua carreira com a maternidade, principalmente refletido na dificuldade em poder realizar seu trabalho de campo como planejado e na diminuição da quantidade e qualidade de sua produção científica.Fil: Rosa Santoro, Flávia. Universidade Federal Rural Pernambuco. Departamento de Biología. Laboratorio de Etnobotanica Aplicada; Brasil. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro Científico Tecnológico Conicet - Córdoba. Instituto Multidisciplinario de Biología Vegetal. Universidad Nacional de Córdoba. Facultad de Ciencias Exactas Físicas y Naturales. Instituto Multidisciplinario de Biología Vegetal; ArgentinaFil: Arias Toledo, Barbara. Universidad Nacional de Córdoba. Facultad de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro Científico Tecnológico Conicet - Córdoba. Instituto Multidisciplinario de Biología Vegetal. Universidad Nacional de Córdoba. Facultad de Ciencias Exactas Físicas y Naturales. Instituto Multidisciplinario de Biología Vegetal; ArgentinaFil: Loureiro Almeida Campos, Juliana. Universidade Federal Rural Pernambuco. Departamento de Biología. Laboratorio de Etnobotanica Aplicada; BrasilFil: Suana Argemiro Alves, Andrêsa. Universidade Federal Rural Pernambuco. Departamento de Biología. Laboratorio de Etnobotanica Aplicada; BrasilFil: Zenóbia de Oliveira Campos, Leticia. Universidade Federal do Oeste da Bahia. Centro das Ciências Biológicas e da Saúde; Brasi

    Aspectos etnobiológicos e ecológicos da apicultura itinerante no nordeste do Brasil

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    A apicultura itinerante, na qual abelhas da espécie Apis mellifera são criadas em colmeias móveis e transportadas para locais onde há espécies floridas é uma prática agrícola bastante promissora para o desenvolvimento do agronegócio, pois parece resultar em aumento de produção em relação à apicultura fixa, e para a conservação de áreas de vegetação nativa, pois os apicultores tendem a conservar áreas usadas para a pastagem das abelhas. No entanto, pouco se sabe sobre aspectos etnobiológicos relacionados a essa modalidade, tampouco sobre o impacto que ela tem sobre a reprodução de plantas nativas, especialmente devido à possível competição entre A. mellifera e abelhas nativas polinizadoras dessas plantas. Esta tese se propôs a realizar um estudo dos aspectos etnobiológicos da apicultura itinerante e a investigar a influência desta atividade sobre a reprodução de plantas em uma área da Chapada do Araripe. Os objetivos específicos foram: 1) Realizar um levantamento etnobiológico relacionado à apicultura itinerante, buscando identificar o comportamento dos apicultores em relação à seleção das áreas para forrageamento das abelhas; 2) Compreender os critérios de seleção das áreas para colocação das colmeias pelos apicultores, e classificar o comportamento dos mesmos em relação a essa seleção tendo como base a teoria do forrageamento ótimo; 3) Avaliar a influência das abelhas da apicultura migratória no sucesso reprodutivo pré-emergente de plantas nativas. No primeiro estudo analisamos as estratégias de obtenção de recursos sob as perspectivas de forrageamento individual e social. Para tanto, testamos, respectivamente, hipóteses sobre estratégias individuais, baseadas em modelos clássicos da Teoria do Forrageamento Ótimo (TFO) e, posteriormente, averiguamos o potencial exercido pelas influências sociais sobre as estratégias de obtenção de recursos. Nessa investigação, nossos resultados sugerem que, na análise de forrageamento individual, independentemente da estratégia adotada pelo forrageador (generalista ou especialista), fatores ambientais, como abundância, regem o sucesso na obtenção de recursos e, que o contexto social no qual o forrageador está inserido, é capaz de influenciar nas estratégias tomadas pelo mesmo. Contemplando o último objetivo deste trabalho, avaliamos a influência das abelhas da apicultura migratória no sucesso reprodutivo pré-emergente de quatro espécies plantas nativas com síndrome de polinização generalista (Croton blanchetianus, C. campestris, Matayba guianensis e Serjania lethalis), de acordo com as informações fornecidas pelos apicultores, em áreas com presença e ausência dos apiários itinerantes. Nossos resultados mostraram uma tendência positiva para as taxas reprodução das espécies C. e Serjania lethalis nas áreas sob influência da apicultura migratória, enquanto que para as demais, não foram observados aumento ou decréscimo na produção entre indivíduos sob as duas condições analisadas.Itinerant beekeeping, in which bees of Apis mellifera species are raised in mobile hives, and then they are transported to places where there are flower is an agricultural practice quite promising for agribusiness development, as it seems to result in increased production relative to permanent beekeeping, and for conservation of native vegetation areas, because beekeepers tend to conserve areas used for bee foraging. However, the knowledge about the effects related to this modality, or about the impact it has on a reproduction of native plants, especially due to competition between plants, is very little. This research aims to study the ethnobiological aspects of beekeeping and to investigate an influence on the reproduction of plants in an area of the Chapada do Araripe. The specific objectives were: 1) To carry out an ethnobiological survey related to itinerant beekeeping, seeking to identify the behavior of beekeepers in relation to the selection of areas for the foraging of bees; 2) To understand the criteria for the selection of areas for the placement of hives by beekeepers and to classify their behavior in relation to this classification based on foraging theory; 3) To evaluate the influence of migratory beekeeping bees on the pre-emergent reproductive success on native plants. In the first study, we analyzed strategies to obtain resources from the perspective of individual and social foraging. Therefore, we tested, respectively, hypotheses that addressed whether individual strategies followed the predictions of classic models of optimal foraging theory (OFT), and, in the second approach, we investigated potential social influences on resource-obtaining strategies. In this investigation, our results suggest that regardless of the strategy adopted by the forager (generalist or specialist), environmental factors, such as abundance, regulated success in obtaining resources and, that that forager decision-making was related to the social context of the individual forager, which influenced their strategies. Contemplating the last objective of this thesis, we evaluated the influence of migratory beekeeping bees on the pre-emergent reproductive success of four native plant species with generalist pollination syndrome (Croton blanchetianus, C. campestris, Matayba guianensis e Serjania lethalis), according to the information provided by beekeepers, in areas with presence and absence of itinerant apiaries. Our results showed a positive tendency for the reproduction rates of C. blanchetianus and Serjania lethalis in areas under the influence of migratory beekeeping, while for the others (C. campestris and Matayba guianensis), no increase or decrease in production was observed among individuals under the two analyzed conditions

    Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional Vale do Catimbau, Pernambuco

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    O Parque Nacional Vale do Catimbau está localizado entre o agreste e o sertão pernambucano e apresenta grande diversidade florística. O tratamento taxonômico das espécies de Bignoniaceae foi realizado através da análise morfológica de materiais coletados e herborizados. Dez espécies foram reconhecidas e distribuídas em oito gêneros: Anemopaegma Mart. ex Meisn., Cuspidaria DC., Fridericia Mart., Handroanthus Mattos, Jacaranda Juss., Mansoa DC., Pyrostegia C. Presl e Tabebuia Gomes ex DC. As espécies distribuem-se, principalmente, em áreas de Caatinga, sendo P. venusta encontrada também em floresta úmida. Chave de identificação, ilustrações e comentários sobre as espécies são apresentados
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