10 research outputs found

    Acoplamentos, vínculos e deficiência visual: sobre um vetor de atravessamento Varela-Latour

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    O artigo analisa um dos vetores de atravessamento das obras de Francisco Varela e Bruno Latour, enfocando o entendimento singular acerca do que habitualmente é concebido como “relação” no âmbito da ciência moderna. Aponta que tanto Varela nas ciências da cognição, quanto Latour nos estudos sobre ciência deslocam a noção de relação, entendida como ligação entre pólos pré-existentes, em favor de noções como rede, acoplamento estrutural e vínculo, que possibilitam pensar processos imanentes de invenção do mundo, envolvendo humanos e não-humanos. O texto procura ainda demonstrar que, em função de tais deslocamentos conceituais, as obras de Varela e Latour constituem referências teóricas importantes para os estudos sobre deficiência visual

    Maternidade versus Sacrifício: uma análise do efeito moral dos discursos e práticas sobre a maternidade, comumente engendrados nos corpos das mulheres

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    O presente trabalho parte da análise de um hashtag disseminado em redes sociais de apoio mútuo entre mães, denominado #menasmain, para refletir sobre alguns lugares comuns (porém não únicos) na experiência feminina materna: culpa, dívida, fracasso, sacrifício, despotencialização. O artigo pretende demonstrar como se disseminam discursos SOBRE a maternidade e não COM as mulheres-mães, elucidando um certo efeito moral dos discursos e práticas sobre a maternidade, comumente engendrado nos corpos das mulheres. Com esta narrativa, pretendemos forjar novas políticas acerca de nós mesmas na direção do cuidado de si e entender se as mulheres estão podendo construir, na experiência de se tornarem mães, uma ética que dialogue com o efeito moral dos discursos e práticas em seus corpos, lhes possibilitando se subjetivarem diferentemente das formas hegemônicas

    HOSPÍCIO É CEMITÉRIO

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    Resumo: Neste artigo, partimos de uma preocupação com a Contrarreforma Psiquiátrica em curso no Brasil para tratar das relações entre a morte e o Hospício. Operando com a abordagem teórico-metodológica da cartografia, tomamos como principais referências textos elaborados por pessoas que estiveram internadas em Hospitais Psiquiátricos entre os séculos XX e XXI, abordando questões de gênero, raça e classe de maneira encarnada. As articulações entre a morte e a cultura manicomial se apresentam, desde os escritos da experiência, na desvalorização da vida, no suicídio, no assassinato, no abuso do eletrochoque e dos medicamentos, no abandono, na cronificação e no silenciamento dos corpos hospiciados. O Hospício se mostra aqui como mais uma peça da necropolítica brasileira, fazendo com que o retorno do seu fortalecimento nos convoque a agir, como ensina o Movimento Antimanicomial, novamente em direção a uma sociedade sem manicômios

    Pistas para Pensar o Cuidado no Contexto Hospitalar

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    O objetivo deste artigo é dar voz a reflexões produzidas entre psicólogas, estudantes de psicologia e professoras e/ou trabalhadoras da saúde durante e após o desenvolvimento de uma experiência cartográfica de cuidado compartilhado, suscitada por rodas de conversa com cuidadores de pacientes internados em um hospital geral no interior do estado do Espírito Santo. Diante do trabalho realizado com as rodas, nos foi possível pensar e repensar a nossa atuação, colocando em análise as práticas da psicologia hospitalar, e como podemos reinventá-las diariamente, principalmente quando nos colocamos disponíveis para as modulações do campo e para os desvios das rotas planejadas. O caminho teórico-metodológico cartográfico, a partir de leituras esquizoanalíticas, possibilitou que colocássemos em xeque o lugar engessado do especialista, além de fortalecer a possibilidade do trabalho com grupos em uma emergência hospitalar

    Epistemologias do Sul e a experiência do Projeto Vidas Paralelas Migrantes Brasil-França

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    This article addresses the experience of the Migrant Parallel Lives Project (“PVP Migrantes”), whose action subjects are people in migration situation in both countries. Funded by CAPES-COFECUB, this project is an international research cooperation between the University of Brasília, University of the State of Rio de Janeiro, Université Paris XIII and Université Paul Valery. The method of the project is structured in the performance of photography and human rights workshops and has as a guide the reflection from the image and the sharing of meanings, paths, destinations, impacts and possibilities of collective construction of forms of intervention in the world, capable of guaranteeing the human rights of the migrants. This article emerges from the experiences developed in order to reflect on the convergences and crossings with the perspectives of the epistemologies of the South. The project starts from the praxis of the workshops and from the potential of incorporating the image as an emancipatory device in order to discuss the theoretical-methodological aspects and their epistemological dialogues. Thus, the workshops are catalysts for a powerful encounter mediated by two important actants inscribed in the project method: photographs and a world map, through which migration experiences are told and shared, embodying a common object that does not seek to homogenize the experiences, since the logic of the epistemologies of the South is not to work with single stories and unquestionable truths, but to allow the emergence of epistemological, cultural, political and social diversities.Este artículo analiza la experiencia del Proyecto Vidas Paralelas Migrantes Brasil- Francia, que tiene como temas de acción personas en situaciones de migración en ambos países. Esta es una cooperación internacional de investigación entre la Universidad de Brasilia, la Universidad del Estado de Río de Janeiro, la Universidad Paris XIII y la Universidad Paul Valery, financiada por CAPES-COFECUB. El método del proyecto se estructura en la realización de «Talleres de fotografía y derechos humanos», que tienen como hilo conductor la reflexión desde la imagen y el intercambio de significados, caminos, destinos, impactos y posibilidades de construcción colectiva de formas de intervención en el mundo, capaces de garantizar los derechos humanos de los sujetos migrantes involucrados. Este artículo se sumerge en las experiencias desarrolladas para reflexionar sobre sus convergencias y atravesamientos con las perspectivas de las epistemologías del sur. Partimos de reflexiones teóricas y metodológicas para pensar en la práctica de los talleres y el uso de fotografías como una forma propositiva de construir vínculos entre todos los que se articulan en esta red. Por lo tanto, los talleres se entienden como catalizadores de una reunión mediada por dos importantes actores registrados en el método del proyecto: fotografías y un mapa del mundo. A través de estos actores, se construye una conversación, se cuenta y comparte las experiencias de migración, dando forma a un significado común que no busca homogeneizar las experiencias, ya que la lógica de las epistemologías del sur no es trabajar con historias únicas y verdades incuestionables, pero precisamente para permitir el surgimiento de diversidades, ya sean epistemológicas, culturales, políticas y sociales.Esse artigo aborda a experiência do Projeto Vidas Paralelas Migrantes Brasil-França, que tem como sujeitos da ação as pessoas em situação de migração em ambos países. Esse projeto é uma cooperação internacional de pesquisa entre a Universidade de Brasília, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Université Paris XIII e Université Paul Valery, financiado pela CAPES-COFECUB via edital. O método do projeto estrutura-se na realização de oficinas de fotografia e direitos humanos e tem como fio condutor a reflexão a partir da imagem e da partilha de sentidos, trajetos, destinos, impactos e possibilidades de construção coletiva de formas de intervenção no mundo, capazes de garantir os direitos humanos dos sujeitos migrantes envolvidos. Este artigo emerge nas experiências desenvolvidas, a fim de refletir sobre suas convergências e atravessamentos com as perspectivas das epistemologias do Sul. Partimos então da práxis das oficinas e das potencialidades da incorporação da imagem enquanto dispositivo emancipatório para discutir os aspectos teórico-metodológicos e seus diálogos epistemológicos. Assim, as oficinas são catalisadoras de um potente encontro mediado por dois importantes actantes inscritos no método do projeto: fotografias e um mapa do mundo. Por meio destes, as experiências de migração vão sendo contadas e partilhadas, dando corpo a um comum que não busca homogeneizar as experiências, uma vez que a lógica das epistemologias do Sul não é trabalhar com histórias únicas e verdades inquestionáveis, mas permitir a emersão das diversidades epistemológicas, culturais, políticas e sociais

    Editorial

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    Adriana Benevides Soares, Alexandra Cleopatre Tsallis, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, Deise Mancebo, Deise Maria Fernandes Mendes, Rita Maria Manso de Barro

    Acoplamentos, vínculos e deficiência visual: sobre um vetor de atravessamento Varela-Latour

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    O artigo analisa um dos vetores de atravessamento das obras de Francisco Varela e Bruno Latour, enfocando o entendimento singular acerca do que habitualmente é concebido como “relação” no âmbito da ciência moderna. Aponta que tanto Varela nas ciências da cognição, quanto Latour nos estudos sobre ciência deslocam a noção de relação, entendida como ligação entre pólos pré-existentes, em favor de noções como rede, acoplamento estrutural e vínculo, que possibilitam pensar processos imanentes de invenção do mundo, envolvendo humanos e não-humanos. O texto procura ainda demonstrar que, em função de tais deslocamentos conceituais, as obras de Varela e Latour constituem referências teóricas importantes para os estudos sobre deficiência visual

    Pistas para Pensar o Cuidado no Contexto Hospitalar

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    O objetivo deste artigo é dar voz a reflexões produzidas entre psicólogas, estudantes de psicologia e professoras e/ou trabalhadoras da saúde durante e após o desenvolvimento de uma experiência cartográfica de cuidado compartilhado, suscitada por rodas de conversa com cuidadores de pacientes internados em um hospital geral no interior do estado do Espírito Santo. Diante do trabalho realizado com as rodas, nos foi possível pensar e repensar a nossa atuação, colocando em análise as práticas da psicologia hospitalar, e como podemos reinventá-las diariamente, principalmente quando nos colocamos disponíveis para as modulações do campo e para os desvios das rotas planejadas. O caminho teórico-metodológico cartográfico, a partir de leituras esquizoanalíticas, possibilitou que colocássemos em xeque o lugar engessado do especialista, além de fortalecer a possibilidade do trabalho com grupos em uma emergência hospitalar

    Editorial

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    Adriana Benevides Soares, Alexandra Cleopatre Tsallis, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, Deise Mancebo, Deise Maria Leal Fernandes Mendes, Eleonôra Torres Prestrelo, Rita Maria Manso de Barro
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