A Lei de Terras no Brasil Império e os índios do Planalto Meridional: a luta política e diplomática do Kaingang Vitorino Condá (1845-1870)

RESUMO O presente estudo tem por objetivo analisar a legislação de terras do Brasil Império com base na sua principal lei, a Lei de Terras - as condições em que foi forjada, bem como sua influência sobre as terras indígenas do Planalto Meridional. O foco da investigação é a luta do Kaingang Vitorino Condá por suas terras, a partir de seu encontro político com o Conde de Caxias em 1845, até sua morte em 1870. As ações políticas e diplomáticas dos povos originários, que atuavam dentro da legislação e fora dela, se não dominavam totalmente as estratégias jurídicas dos invasores de suas terras, tiravam proveito delas em suas possibilidades de interpretação, o que permitiu a permanência de linhas de ações com estabelecimento de um espaço onde foi possível criar as próximas gerações e afirmar a continuidade de seu povo

Orden y ambigüedad en la formación territorial de Río de la Plata a fines del siglo XVIII

Por mucho tiempo la heterogénea población que habitaba la región Río de la Plata, en las fronteras entre España y Portugal, hacia fines del siglo XVIII fue asociada con la barbarie. Con el fin de homogeneizar a esta población y ajustar su comportamiento a las leyes indianas, la monarquía española implementó varias políticas de control. Sin embargo, en el corto plazo estas políticas no lograron modificar las prácticas económicas, políticas y simbólicas de esta población ni su débil percepción del Estado. Por el contrario, los actores locales mantuvieron sus dinámicas relativamente autónomas hasta casi la mitad del siglo XIX. Este artículo analiza la contradicción entre las representaciones del Estado sobre esos actores locales, construidos como "alteridad", y las dinámicas concretas que los caracterizaban, sus percepciones del territorio y el Estado, y sus estrategias para evadir los controles de las autoridades oficiales.<br>For a long time, the heterogenous population that inhabited the Río de la Plata Region, in the borderlands of Spain and Portugal, toward the end of 18th Century, was associated to barbarism. To make that population homogenous and to adjust its behavior to indigenous Law, the Spanish Monarchy carried out several policies of control. However, in a short term these policies were neither able to modify the economic, political and symbolic practices of that population, nor were they able to weaken the perception this population had of the State. On the contrary, local actors kept their own dynamics until almost the first half of the 19th Century. This paper analyses the contradiction between State representations of local actors and the concrete dynamics that characterized them, their perceptions of territory and State, and their strategies for avoiding control by official authorities