27 research outputs found
Peri-operative anaphylaxis in Coimbra: the experience of our drug allergy clinic
Background: The incidence of peri-operative anaphylactic reactions ranges from 1:10,000 to 1:20,000. It is crucial to identify the risk factors, the trigger agent and to fi nd adequate alternatives. Aims: To characterise patients with peri-operative anaphylactic reactions. Methods: We performed a retrospective study of patients with suspected adverse peri-operative reactions to anaesthetic drugs, observed in a Drug Allergy Outpatients Clinic from 1994 to 2005. Anaphylaxis was diagnosed based on the clinical history and skin tests to latex, neuromuscular blocking agents (NMBA), hypnotics, opioids and antibiotics. Specifi c IgE to latex was performed in patients with positive skin-prick-tests. Results: We evaluated the clinical charts of 45 patients with adverse peri-operative reactions, 39 of whom were female. Anaphylaxis was diagnosed in 16 patients (35.6%), 15 females, mean age 36.3 years. The remaining patients had non-anaphylactic (28.8%) or not well-characterised reactions (35.6%). In terms of severity, 50% presented grade III and 50% grade IV anaphylaxis. Skin-prick-tests were positive to latex in three patients and negative to all anaesthetic drugs. Intradermal skin tests were positive in 10 out of 16 patients with anaphylactic reactions: 10 to NMBA [atracurium (n = 8), vecuronium (n = 4), suxamethonium (n = 4) and pancuronium (n = 2)], one to fentanyl, one to thiopental and one to cefuroxime. In three cases, the culprit agent was not identifi ed. In four patients, at least one alternative NMBA, with no skin test reactivity, was found. Of these four patients, two underwent further surgical procedures without adverse reactions. Five patients had previously had two or more anaesthetic procedures and four had presented adverse reactions in prior surgeries. Conclusions: In our study the most common causes of anaphylaxis were NMBAs (62.5%) and latex (18.7%), in line with that described in the literature. In 81% of patients with anaphylactic reactions, skin tests were positive to at least one anaesthetic drug or to latex. A high incidence of severe anaphylaxis was found, probably because cases with less severe clinical signs were not referred to our clinic. The results emphasise the need for systematic evaluation of anaphylactic reactions during anaesthesia. This can be achieved by the creation of a specialised Allergo-Anaesthesia Clinic, as has been the case in our Department
Nickel induced endogenous dermatitis: two cases report
A sensibilização ao níquel representa uma das principais causas de dermatite de contacto alérgica. Um número significativo de doentes apresenta lesões cutâneas, em locais que não estão em contacto directo com este metal. Nos últimos anos a influência do conteúdo em níquel da dieta na evolução da dermatite ao níquel tem merecido particular atenção.
Descrevem-se os casos de duas doentes com dermatite de contacto ao níquel em que, apesar da evicção total do contacto com este metal, persistiam lesões de dermatite eczematosa, predominando nas zonas de maior sudação. Com a exclusão da dieta de alimentos com alto teor em níquel observou-se uma redução progressiva da intensidade do eczema, conducente ao desaparecimento total das lesões. As doentes foram, então, submetidas a prova de provocação oral com sulfato de níquel. Na primeira doente estudada observou-se aparecimento de eritema, prurido e reacção eczematosa, generalizados, doze horas após a ingestão de 20 mg de sulfato de níquel. Concomitantemente verificou-se a ocorrência de eritema pruriginoso e pequenas vesículas, no local de aplicação do patch teste ao níquel. No segundo caso a reactivação da dermatite ocorreu seis horas após a ingestão de 10 mg de sulfato de níquel. A manutenção de dieta restritiva em alimentos com alto teor em níquel permitiu o desaparecimento total da dermatite e estabilização clínica que se mantém desde há 6 meses.
O diagnóstico de dermatite endógena induzida pela ingestão de níquel foi demonstrado através da realização de prova de provocação oral. A excreção de níquel através do suor parece ser relevante. A redução da ingestão diária de níquel, permitindo a menor concentração deste elemento no suor poderá explicar a melhoria da dermatite, particularmente, nas zonas cutâneas de maior sudação
Arthritis and X-linked agammaglobulinemia
Primary immunodeficiencies are defined as genetically determined functional and/or quantitative abnormalities in one or more of the components of the immune system. Immunodeficiency and arthritis can be related, although the mechanisms are not always clear. Different causes for immunodeficiency can secondarily be found in patients with arthritis; on the other hand, arthritis can be a manifestation of primary immunodeficiency. Arthritis occurs chiefly in humoral primary immunodeficiencies, namely in X-linked agammaglobulinemia and common variable immunodeficiency, and may be one of the warning signs for primary immunodeficiency. We report a case of arthritis as the presenting feature of X-linked agammaglobulinemia. In X-linked agammaglobulinemia, arthritis may be a consequence of infection, most notably by Mycoplasma, or of immune dysfunction itself. In children, and occasionally in young adults, a combination of arthritis and hypogammaglobulinemia should suggest primary immunodeficiency, although other causes of hypogammaglobulinemia must be excluded. Physicians evaluating patients with arthritis should be aware of this fact so that an early diagnosis can be pursued as it is of extreme importance in the optimal management and prognosis of these patients
Sensitisation patterns in legume hypersensitivity. A study from the central region of Portugal
Background: Foods from the legume family are used in the Mediterranean diet as a source of protein. In some cases, their ingestion triggers potentially life -threatening reactions. A high degree of immunological cross-reactivity has been described, but its clinical relevance is controversial. Aim: To carry out a clinical and laboratory characterisation of patients sensitised to leguminosae who had symptoms after the ingestion of at least one food from the leguminosae botanical family. Methods: We selected 13 consecutive patients from a food allergy outpatient clinic with allergy symptoms after the ingestion of leguminosae during the year of 2006. Case history data, skin prick tests (SPT) with commercial extracts of white bean, green bean, pea, chickpea, soya bean and peanut, and prick-to-prick (PP) tests to these legumes, both raw and boiled, and also to lupini bean and black -eyed bean were performed. Serum specific IgE and immunoblotting assays were also carried out. Results: Most patients had had symptoms with more than one legume (mean 3 legumes) with bean the most reported. The first culprit leguminosae reported was chickpea in 4 patients, bean in 4 patients and lupini bean in 3. Sensitisation to other legumes without clinical symptoms also occurred (mean 2 legumes). Anaphylaxis was described in 3 patients, to bean, soya and lupini bean, respectively. Asthma was connected to chickpea (2 patients) and to bean (1). One or more of the following symptoms: urticaria, angiooedema and oral allergy syndrome were reported by other patients. Symptomatic patients always had positive PP tests to leguminosae and most SPT were also positive. Conclusions: Lifethreatening reactions to leguminosae were found. PP tests used alone to raw and boiled legumes seem to be the most reliable diagnostic tests as in the case of other vegetable foods. However, immunoblotting assays are still important in the identification of new allergens
Clinical and immunological patterns in patients with shrimp hypersensitivity and Dermatophagoides pteronyssinus cross-reactivity
Objectivos: Investigar padrões clínicos em doentes com hipersensibilidade a camarão e a ocorrência de reactividade cruzada a Dermatophagoides pteronyssinus (Dp). Caracterizar as principais proteínas envolvidas na reactividade a camarão, em estudos de immunoblotting. Métodos: Avaliaram-se 20 doentes com clínica de hipersensibilidade imediata, após ingestão de camarão. Aplicou-se um questionário estandardizado, foram efectuados testes cutâneos por prick a alimentos e aeroalergénios e procedeu-se à determinação de IgE específica a camarão e Dp por UniCap e immunoblotting. A existência de eventual reactividade cruzada imunológica entre camarão e Dp foi investigada por estudos de inibição de immunoblotting. Resultados: A média de idades dos doentes era de 33±16 anos, sendo 13 do sexo masculino. As manifestações clínicas após ingestão de camarão foram urticária e/ou angioedema generalizados em 8 doentes, síndrome de alergia oral em 9 e anafilaxia em 3. Para além do camarão, foi detectada em todos os doentes sensibilização a outros crustáceos com sintomas semelhantes. Outros alimentos reportados em que se confirmou sensibilização foram moluscos -12 doentes e ovo -1. Em todos os doentes foi detectada sensibilização a Dp e sensibilização associada a barata em 12, a pólenes em 13, a cão em 5 e a gato em 5. Doseamentos de IgE específica a Dp e camarão superiores ou iguais a 3,5 KU/l foram encontrados, respectivamente, em 15 e 12 doentes. Considerando os estudos de immunoblotting a camarão, observou-se uma maior intensidade de ligação a bandas com peso molecular (PM) de 35 -40 KDa em 14 doentes, 17 KDa em 2, 22 KDa em um e 43-50 KDa nos restantes 3. Os estudos de inibição de immunoblotting evidenciaram reactividade cruzada em 15 doentes, recíproca camarão - Dp em 10 e não recíproca em 5, não sendo possível demonstrar a sua existência em 5. Conclusões: O PM encontrado para as bandas de maior intensidade nos estudos de immunoblotting a camarão sugere o envolvimento de tropomiosinas na maioria dos doentes, reforçando o papel destes panalergénios como alergénios major na hipersensibilidade a camarão em doentes sensibilizados a ácaros. Sensibilização simultânea a camarão e Dp pode ocorrer na ausência de reactividade cruzada e diferentes padrões de sensibilização deverão ser considerados
Clinical and immunological patterns in patients with shrimp hypersensitivity and Dermatophagoides pteronyssinus cross-reactivity
Objectivos: Investigar padrões clínicos em doentes com hipersensibilidade a camarão e a ocorrência de reactividade cruzada a Dermatophagoides pteronyssinus (Dp). Caracterizar as principais proteínas envolvidas na reactividade a camarão, em estudos de immunoblotting. Métodos: Avaliaram-se 20 doentes com clínica de hipersensibilidade imediata, após ingestão de camarão. Aplicou-se um questionário estandardizado, foram efectuados testes cutâneos por prick a alimentos e aeroalergénios e procedeu-se à determinação de IgE específica a camarão e Dp por UniCap e immunoblotting. A existência de eventual reactividade cruzada imunológica entre camarão e Dp foi investigada por estudos de inibição de immunoblotting. Resultados: A média de idades dos doentes era de 33±16 anos, sendo 13 do sexo masculino. As manifestações clínicas após ingestão de camarão foram urticária e/ou angioedema generalizados em 8 doentes, síndrome de alergia oral em 9 e anafilaxia em 3. Para além do camarão, foi detectada em todos os doentes sensibilização a outros crustáceos com sintomas semelhantes. Outros alimentos reportados em que se confirmou sensibilização foram moluscos -12 doentes e ovo -1. Em todos os doentes foi detectada sensibilização a Dp e sensibilização associada a barata em 12, a pólenes em 13, a cão em 5 e a gato em 5. Doseamentos de IgE específica a Dp e camarão superiores ou iguais a 3,5 KU/l foram encontrados, respectivamente, em 15 e 12 doentes. Considerando os estudos de immunoblotting a camarão, observou-se uma maior intensidade de ligação a bandas com peso molecular (PM) de 35 -40 KDa em 14 doentes, 17 KDa em 2, 22 KDa em um e 43-50 KDa nos restantes 3. Os estudos de inibição de immunoblotting evidenciaram reactividade cruzada em 15 doentes, recíproca camarão - Dp em 10 e não recíproca em 5, não sendo possível demonstrar a sua existência em 5. Conclusões: O PM encontrado para as bandas de maior intensidade nos estudos de immunoblotting a camarão sugere o envolvimento de tropomiosinas na maioria dos doentes, reforçando o papel destes panalergénios como alergénios major na hipersensibilidade a camarão em doentes sensibilizados a ácaros. Sensibilização simultânea a camarão e Dp pode ocorrer na ausência de reactividade cruzada e diferentes padrões de sensibilização deverão ser considerados