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    Interlingual re-instantiation: a model for a new and more comprehensive systemic functional perspective on translation

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    Tese (doutorado)- Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Literatura Correspondente, Florianópolis, 2010Esta tese propõe um novo modelo sistêmico-funcional (doravante SF) de tradução como re-instanciação interlingual. Tal modelo foi elaborado em resposta à necessidade de se expandir a perspectiva SF que concebe a tradução a partir da hierarquia de realização e a define através de parâmetros de diferença entre sistemas linguísticos - equivalência e desvio (cf. Matthiessen 2001: 78). Tal necessidade foi sentida quando uma análise contrastiva de textos-fonte (TFs) e textos-alvo (TAs) revelou a não equivalência no uso de recursos de valoração em TAs aparentemente aceitos como traduções persuasivas nas comunidades-alvo. O modelo proposto é articulado com base em arcabouços relevantes dentro da lingüística sistêmico-funcional (LSF) e dos estudos da tradução (EdT) a fim de explorar o uso de valorações em uma fonte de dados composta de 11 trios de textos cada um deles composto de um TF (em inglês americano) e dois TAs (em português brasileiro). Ou seja, o modelo de tradução é elaborado ao ser aplicado a textos traduzidos. Tal aplicação de apoio consiste em ilustrações dos conceitos propostos e em uma demonstração preliminar da utilização do modelo. Dentro da LSF, o modelo se baseia no arcabouço de valoração (appraisal framework) proposto em Martin (2001), Martin & Rose (2007) e Martin & White (2005), bem como em novas teorias sobre a relação de complementaridade entre as hierarquias de realização, instanciação e individuação (Martin 2006, 2007, 2008a, 2008b, 2009, 2010). Realização se refere à organização do sistema linguístico em uma escala de abstração composta de estratos - fonologia/grafologia, lexicogramática, semântica do discurso e contexto - cada estrato realizando ou recodificando o anterior. Instanciação se refere à relação entre o sistema línguístico enquanto potencial global de significados e o texto enquanto exemplar concreto de tal potencial. E individuação se refere à relação entre o sistema linguístico enquanto reservatório de significados e os repertórios de usuários individuais. Cada hierarquia oferece vantagens específicas para a análise de texto - a realização é útil na comparação de textos quanto a suas relações sistêmicas, isto é, para identificar semelhanças/diferenças com relação às escolhas realizadas (relação entre texto e sistema); a instanciação é mais adequada à investigação de relações intertextuais, isto é, como um texto remete a outro (relação entre textos); e a individuação é mais adequada ao estudo das relações ideológicas entre textos, isto é, à investigação dos interesses a que eles servem e de como eles buscam convencer prováveis interlocutores (relação entre texto e usuário) (cf. Martin 2006: 295). Dentro dos EdT, o modelo proposto está em sintonia com modelos de tradução como uma renegociação de significados (por exemplo, tradução como "diálogo" em Robinson 1991; como "re-escrita" em Lefevere 1992a e b; e como "intertextuallidade" em Venuti 2009). Ele toma como base a descrição de Venuti (2009) dos três contextos constitutivos do TF que são recriados na tradução. Para Venuti (2009), tais contextos compreendem as seguintes relações - (1) aquelas entre o texto estrangeiro e outros textos, escritos na lingua estrangeira ou em uma outra língua; (2) aquelas entre o texto estrangeiro e a tradução, que têm sido tratadas tradicionalmente segundo conceitos de equivalência; e (3) aquelas entre a tradução e outors textos, escritos na lingua da tradução ou em uma outra lingua (p. 158). A partir de tais pressupostos teóricos, o modelo concebe a tradução como uma renegociação de relações intertextuais estabelecidas entre o TF e outros textos no interior da língua/cultura-fonte e, a fim de investigar tais relações, põe o foco na hierarquia de instanciação. Martin (2006) vê a instanciação como uma escala de 5 níveis - sistema, gênero/registro, tipo de texto, texto e leitura. Seu modelo de instanciação inclui os conceitos de re-instanciação, acoplamento (coupling) e calibragem (committment). Re-instanciação é o processo pelo qual um texto reconstrói o potencial de significado de um dado TF (Martin 2006: 286). Tal processo implica um movimento de distanciação (distantiation), isto é, um movimento ascendente na escala de instanciação, para níveis onde significados mais gerais ou não especificados estão disponíveis, e um movimento descendente de volta aos níveis do texto e da leitura. Acoplamento (coupling) se refere à combinação de significados - com relação a estratos, metafunções, ordens, sistemas simultâneos e modalidades - que é feita na instanciação e na re?instanciação dos textos (v. Martin 2010: 19). Calibragem (commitment) se refere ao grau de especificidade do significado instanciado em um texto. Esse grau é definido com relação ao número de sistemas opcionais que são utilizados e, no interior de tais sistemas, ao grau de refinamento (delicacy) das escolhas feitas (cf. id., p. 20). A relação entre especificidade e calibragem é: quanto mais específico mais calibrado e quanto mais geral, menos calibrado em relação ao significado metafuncional. Ou seja, os significados não são apenas selecionados mas acoplados (isto é, combinados) e calibrados (isto é, oferecidos em um determnado nível de especificidade ideacional ou interpessoal). A tradução é então equiparada a um processo de re-instanciação interlingual, semelhante ao processo de re-instanciação intralingual teorizado e aplicado por Martin (2006, 2008a, 2010) e Hood (2008). Na re-instanciação intralingual como na interlingual, um TA reconstrói o potencial de significado de um dado TF. Tal reconstrução pressupõe uma construção, isto é, uma leitura, que no caso da re-instanciação interlingual é feita pelo/a tradutor/a. É a leitura do/a tradutor/a que permite ao TF se transformar em TA. O TA, portanto, seria antes a reconstrução de uma leitura do TF do que do próprio TF. A leitura do/a tradutor/a, no entanto, é uma leitura vicária, isto é, uma leitura feita em nome do/a leitor/a da língua-alvo (LA). A leitura do/a tradutor/a e sua consequente re-instanciação do TF produzem um novo texto da LA que compartilha com o TF um dado potencial de significado. A fim de determinar os potenciais de significado envolvidos na re-instanciação interlingual, a perspectiva tridimensional proposta volta-se para a hierarquia de individuação e, ao invés de considerar os potenciais globais das línguas envolvidas, considera os sistemas linguísticos personalizados do/a tradutor/a, isto é, seus repertórios. Tais repertórios são entendidos como constituídos pelas regras de reconhecimento e de realização do/a tradutor/a relativas às línguas/culturas envolvidas e também à tradução de textos de e/ou para tais línguas/culturas. O modelo supõe que os potenciais de significado mobilizados pelo/a tradutor/a (seus repertórios) podem ser esboçados a partir das escolhas feitas no TA. Tais escolhas são vistas como pontos de convergência (entre os dois sistemas) encontrados/forjados pelo/a tradutor/a de acordo com seus repertórios. O processo de re-instanciação é entendido como a recriação de três matrizes constitutivas do TF - 1) suas relações instanciais, isto é, suas escolhas e combinações particulares de significados entre aqueles disponíveis no potencial global da LF; 2) suas relações intertextuais intralinguais, isto é, suas relações com outros textos da LF enquanto pertencentes ao mesmo discurso, gênero/registro e tipo de texto; e 3) suas relações com as leituras que proporciona (enquanto manifestadas nos intertextos de chegada). Tal recriação implica um processo de gerenciamento que é estratégico em relação às necessidades/valores do/a leitor/a da LA e ao tipo de leitura que o/a tradutor/a projeta nesse/a leitor/a. Nesse processo, o/a tradutor/a primeiramente considera a matriz 3 do TA, isto é, as necessidades e valores do/a leitor/a presumido da LA e o tipo de leitura visado. Com base em Martin & White (2005), o modelo considera três tipos possíveis de leitura - concordante, opositora ou tática (p. 206). Em seguida, o/a tradutor/a tem as opções de: privilegiar relações na matriz 1 (relações instanciais) ou privilegiar relações na matriz 2 (relações interdiscursivas e intertextuais). Privilegiar a matriz 1 significa posicionar o ponto focal para a convergência entre os dois sistemas (enquanto repertórios) no nível do texto na escala de instanciação. A criatividade do/a tradutor/a é exercida na recriação dos padrões linguísticos do TF, seja em geral, seja em relação a determinados elementos como, por exemplo, recursos do estrato da fonologia/grafologia, da lexicogramática ou da semântica do discurso. Os movimentos de distanciação atingem os potenciais globais visto que em sua recriação dos padrões de significado do TF, o/a tradutor/a pode precisar constranger o sistema da língua-alvo a fim de realizar escolhas que até então permaneciam potenciais. Esta opção é correlacionada ao modo intertextual de "citação" (proposto por Martin 2006 para a re-instanciação intralingual) no qual "o potencial de significado dos dois textos é apresentado como completamente sobrepostos" (p. 287). Privilegiar a matriz 2 significa elegar o nível do tipo de texto como ponto focal para a convergência entre os dois sistemas (enquanto repertórios). Tal ponto focal é posicionado entre as duas escalas visto que nenhuma delas é favorecida. A criatividade do/a tradutor/a é exercida na criação de um TA considerado como pertencendo ao mesmo tipo textual que o TF com relação a determinadas características. Esta opção é correlacionada a movimentos de distanciação que atingem o nível em que os significados são compartilhados por textos do mesmo tipo. Tais distanciamentos originam as relações intertextuais que Martin (2006) chama de "paráfrase" (na qual a sobreposição entre os potenciais é menor do que na "citação") e "recontagem" (na qual "há ainda menos em comum" (p. 287)). O modelo proposto supõe que a diferença entre estes modos de relação intertextual - citação, paráfrase e recontagem - é proporcional à diferença entre os acoplamentos e calibragens feitos no TA e aqueles feitos no TF. A fim de distinguir tais modos como empregados nos TA, o modelo propõe os seguintes critérios: citação - o TA possui calibre ideacional e/ou interpessoal equiparável ao do TF; paráfrase - os calibres deacional e/ou interpessoal do TA diferem dos calibres do TF até um certo limite inferior ou superior; recontagem - os calibres ideacional e/ou interpessoal do TA diferem dos calibres do TF além dos limites inferior ou superior da paráfrase OU - o TA oferece significados ideacionais e/ou interpessoais diferentes dos oferecidos no TF. Após oferecer uma análise contrastive detalhada de um dos trios de textos da fonte de dados, a tese oferece um mapa do modelo tridimensional proposto bem como uma metodologia para a análise de re-instanciações interlinguais

    Language as purposeful: functional varieties of text. 2nd Edition

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    This second edition of Language as Purposeful: Functional Varieties of Text, first published in 2004, is an across-the-board revision of that first edition – one that was motivated by our teaching and research experience over the years, but also by explicit student observations. The volume now offers an even more comprehensive introduction ‘about and around’ register theory and analysis. The theoretical input has been substantially fleshed out, as well as thoroughly reworked, as have the practical samples of register analysis. Further changes are detailed in the Preface to the new edition. But some things remain the same. Our approach to functional varieties of text is still, as it has always been, unapologetically Hallidayan. Indeed, today we are more than ever convinced that the ideal model for educating our NNS of English to language awareness is his functional grammar (FG, Halliday 1985/1994/2004/2014). The reasons for this are, of course, many. To begin with, with what better tool could we carry on our relentless efforts to explode those die-hard myths that would see the study of grammar as a boring and/or elitist enterprise, even one that is basically meaningless? Indeed, FG sets its sights high: to “observe the humanity of our communication processes, not just their form” (Martin 2010: 1-2, our emphasis), or as Christie puts it, to explore “some of the most important and pervasive of the processes by which human beings build their world” (1985/1989: v). We ultimately aim to guide our students to observing/exploring these processes. And one crucial way to do this is by furnishing them with the tools that FG provides for understanding how language use is not a minor or ‘neutral’ player in the social fields of everyday life (Williams 2016: 339), as well as – why not? – encouraging them to investigate how such awareness can best be put to worthwhile social use. After all, FG is an exceptionally ‘appliable linguistics’ (e.g., Halliday 2002 [2009]: 3), one that successfully challenges the boundaries between theory and practice. And of course, as Halliday insists, “the value of a theory lies in the use that can be made of it” (1985b: 7)
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