Efeito do manejo agroecológico e convencional sobre a qualidade do leite produzido no Oeste de Santa Catarina, com ênfase à determinação do perfil de compostos químicos benéficos à saúde humana

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (Mestrado Profissional), Florianópolis, 2013A pecuária sustentável tem crescido nos últimos anos como resultado da busca por um leite de melhor qualidade nutricional, livre de resíduos tóxicos e produzido em sistemas de menor impacto ambiental. Em Santa Catarina é evidente o crescente número de propriedades familiares que vem adotando o manejo agroecológico, produzindo também leite orgânico. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do manejo utilizado em unidades de produção familiares convencionais e agroecológicas, do oeste de SC, com ênfase na determinação do perfil de ácidos graxos bem como no conteúdo de carotenoides, compostos (poli)fenólicos totais e capacidade antioxidante total (CAT). As propriedades foram agrupadas em função de suas características em convencional (CON), convencional a pasto (CP) e agroecológicas, com certificação orgânica (ORG) (n=8/tratamento). O leite foi coletado em cada unidade de produção a partir da ordenha completa de 3 animais de fenótipos similares, com 4 a 6 meses de lactação, ao longo das estações do ano (duas amostragens/estação). Amostras de concentrado, silagem e pastagens consumidas foram coletadas para determinação do conteúdo de carotenoides, (poli)fenois totais e CAT. Os resultados mostraram que o leite agroecológico possui um perfil lipídico distinto do convencional, por conter teores superiores de ácido linoleico conjugado (CLA) (p=0,013) e de seu precursor, o ácido vacênico (AV) (p=0,012). A razão n-6/n-3 não diferiu entre os tratamentos, mas apresentou valores superiores no outono em relação às demais estações. Para os carotenoides, ß-caroteno, luteína e zeaxantina também não foram encontradas diferenças entre os tratamentos. Em relação aos carotenoides totais das pastagens (p<0,001), teores similares foram encontrados no outono e no verão para todos os tratamentos, porém superiores na primavera no sistema ORG comparado aos demais. Detectou-se uma correlação negativa apenas entre os teores de carotenoides totais do pasto e luteína do leite (-0,23; p=0,02). O leite produzido nas unidades CON diferiu do agroecológico por conter teores superiores de compostos (poli)fenólicos no outono e verão. Já os sistemas a base de pasto (CP e ORG) apresentaram maior CAT no outono e primavera. Não foi encontrada correlação significativa entre o conteúdo de (poli)fenois no pasto e leite. No entanto, a correlação positiva entre a CAT do pasto e a do soro (0,271; p<0,007) e entre o teor de (poli)fenois totais do pasto e a CAT do extrato semi-purificado do leite (0,344; p<0,05) evidenciam o potencial da dieta à produção de um leite com alto teor de antioxidantes. A análise das varreduras UV-visível dos extratos semi-purificados do leite via análise dos componentes principais mostrou haver diferenças na composição de (poli)fenois entre os tratamentos para as amostras de inverno e verão. A mesma análise dos extratos das pastagens revelou agrupamento similar aos encontrados para o leite. Em conjunto, os resultados mostraram o efeito positivo do manejo agroecológico sobre os teores de CLA e AV no leite e o emprego dos (poli)fenois e carotenoides como marcadores da produção a pasto, independentemente do uso de suplementos. Os resultados obtidos podem futuramente auxiliar em uma possível indicação geográfica do leite produzido na região oeste de SC. <br

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