Revista Portuguesa de Cirurgia
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Prevenção de Lesão Iatrogénica do Ureter durante Colectomia Esquerda Laparoscópica
The object of this review is to make a retrospective study about the incidence, the diagnosis, the timing of repair and the techniques of repair after iatrogenic ureteral injury during laparoscopic colectomy (IUILC).
A retrospective PubMed, Embase and Google Scholar database research from January 2000 to January 2020 was conducted enrolling studies about patients with iatrogenic ureteral injury during laparoscopic left colectomy (IUILC).
Diverticular disease seems to be the second most common diagnosis associated with IUILLC for the presence of intraoperative adhesions, while, for rectal cancer, preoperative chemoradiotherapy increases the risk of IUILLC. Ureteral catheter placement is not risk-free they may. Still, it helps the surgeons in immediate recognition and treatment of IUI at the time of surgery, diminishing morbidity and renal failure compared with cases where the diagnosis was delayed.
This retrospective review showed that increased surgeon awareness and meticulous technique may help reduce the incidence of IUILC.O objetivo desta revisão é fazer um estudo retrospetivo sobre a incidência, o diagnóstico, o momento da reparação e as técnicas de reparação após lesão ureteral iatrogénica durante a colectomia laparoscópica (IUILC). Foi realizada uma pesquisa retrospetiva nas bases de dados PubMed, Embase e Google Scholar de janeiro de 2000 a janeiro de 2020, envolvendo estudos sobre doentes com lesão ureteral iatrogénica durante colectomia esquerda laparoscópica (IUILC). A doença diverticular parece ser o segundo diagnóstico mais comum associado ao IUILLC pela presença de aderências intraoperatórias, enquanto que, para o cancro do reto, a quimiorradioterapia pré-operatória aumenta o risco de IUILLC. A colocação do cateter ureteral não está isenta de riscos. Ainda assim, ajuda os cirurgiões no reconhecimento e tratamento imediato da IIU no momento da cirurgia, diminuindo a morbilidade e a insuficiência renal em comparação com os casos em que o diagnóstico foi tardio.
Esta revisão retrospetiva revelou que o aumento da sensibilização do cirurgião e uma técnica meticulosa podem ajudar a reduzir a incidência de IUILC
Pablo Luis Mirizzi: Vida e Legado: biografía
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Tireoidectomia Robótica com Insuflação Gasosa por Via Axilo-Mamária Unilateral (R-UABA): Proposta de Técnica Cirúrgica Modificada
Remote access thyroid surgery demand has increased due to the burden of a visible neck scar. Several surgical techniques have been proposed over the years.
We report the surgical modified technique of a robotic unilateral axillo-breast approach (R-UABA) gas-insufflated hemithyroidectomy without hyperextension of the arm.
This approach combines the advantages of the use of the robotic platform, to the use of a three port gas-insufflated technique.A escolha de cirurgia da tiroide por um acesso remoto tem aumentado devido ao incómodo de uma cicatriz visível no pescoço. Várias técnicas cirúrgicas têm sido propostas ao longo dos anos.
Relatamos a técnica cirúrgica modificada de uma abordagem robótica axilar-mamária unilateral (R-UABA) com insuflação de gás para hemi-tiroidectomia sem hiperextensão do braço.
Esta abordagem combina as vantagens do uso da plataforma robótica com o uso de uma técnica de três portais com insuflação de gás
Mapeamento Anatomoclínico da Artéria Epigástrica Inferior com Relevância em Procedimentos Invasivos da Parede Abdominal Anterior
Introduction: Injuries to the inferior epigastric artery (IEA) have been reported following surgical incisions in the lower abdominal wall, abdominal paracentesis, and placement of trocars in laparoscopic access sites, resulting in the formation of hematomas in the abdominal wall. This study aimed to determine its course in relation to anatomical landmarks and suggest safe areas for performing invasive procedures.
Methods: The abdominal and pelvic computed tomography images of 50 patients were analyzed. The distance between the superior and inferior epigastric vessels and the midline was determined at two levels and then correlated with each other and with the patient’s age and sex.
Results: Computed tomography successfully mapped the epigastric vessels, demonstrating that they are usually located between 4 and 8 cm from the midline.
Conclusion: Staying away from this area will establish the safe entry zone of the anterior abdominal wall.Introdução: Lesões da artéria epigástrica inferior (AEI) são complicações conhecidas de incisões cirúrgicas na parede abdominal inferior, paracentes e colocação de trocateres em laparoscopia, frequentemente resultando em hematomas da parede abdominal. O nosso objetivo foi mapear o trajeto da AEI em relação a marcos anatómicos e identificar zonas seguras para procedimentos invasivos.
Métodos: Foram analisadas tomografias computorizadas (TC) de abdomen e pelvis de 50 pacientes. A distância entre os vasos epigástricos superior e inferior e a linha média foi medida em dois níveis e correlacionada com idade e sexo.
Resultados: A TC identificou de forma consistente os vasos epigástricos, localizados entre 4 e 8 cm lateralmente à linha média.
Conclusão: Esses pontos anatómicos devem ser considerados sempre que houver necessidade de fazer uma incisão na parede abdominal para evitar danos acidentais, não apenas durante laparoscopia ou procedimentos cirúrgicos abertos, mas também durante procedimentos guiados por imagem, como biópsia e paracentese
Ressecção Recto-Sigmoideia Laparoscopica por Doença Benigna: O Valor da Cirurgia Guiada por Imagem
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Mais que uma Apendicite: Um Caso de Tumor Neuroendócrino Apendicular
Appendiceal neuroendocrine tumors are the most common neoplasms of the appendix, often diagnosed incidentally during appendectomy in cases of acute appendicitis. Their estimated prevalence ranges from 0.16%-2.3%, with a higher incidence among women in their second to fifth decades of life. While most tumors exhibit an indolent course with a favorable prognosis, more aggressive histological subtypes may metastasize, most commonly to the liver.
We report a clinical case of a 12-year-old female presenting with a case of acute appendicitis for which she underwent an urgent laparoscopic appendectomy. Histopathological examination identified a well-differentiated 15 mm neuroendocrine tumor, with serosal invasion and perineural involvement, without lymphovascular or mesoappendiceal invasion. Following a multidisciplinary discussion, the patient was placed under surveillance with annual ultrasound monitoring.
Appendiceal neuroendocrine tumors are rare but represent the most common neoplasms of the appendix, and they are often detected incidentally. Proper histopathological evaluation is essential for determining optimal management.Os tumores neuroendócrinos do apêndice são o tipo mais frequente de neoplasia apendicular, frequentemente diagnosticadas acidentalmente aquando apendicectomia por apendicite aguda. A sua prevalência é estimada em 0.16-2.3%, com uma maior incidência em doentes do sexo feminino entre a segunda e quinta décadas de vida. A maioria dos tumores tem um curso indolente e um prognóstico favorável, no entanto subtipos histológicos mais agressivos tendem a metastizar, especialmente para o fígado.
Apresentamos um caso de uma criança de 12 anos do sexo feminino com um quadro de apendicite aguda, submetida a apendicectomia via laparoscópica. O exame histopatológico revelou um tumor neuroendócrino de 15mm, bem diferenciado, com invasão da serosa e perineural, sem envolvimento linfovascular ou mesoapendicular. Após discussão multidisciplinar, a doente permaneceu em vigilância.
Os tumores neuroendócrinos do apêndice são tumores raros, no entanto representam a maioria das neoplasias apendiculares, sendo frequentemente diagnosticados de forma incidental. A avaliação histopatológica é essencial para otimizar a abordagem terapêutica
Cirurgia Biliar Durante o Internato: Um Estudo a Nível Nacional
Introduction: Biliary surgeries present a challenge in general surgery training. Increased exposure to laparoscopic techniques, coupled with a decline in experience with open procedures and more complex biliary interventions, has become a point of concern for general surgery residency programs. The objectives of this article are to assess the biliary surgery experience of general surgery residents across Portugal, compare it with the training in other Western countries, and evaluate differences between the curricula of residents trained in central hospitals and those in district hospitals.
Methods: An analysis was conducted using data from an online questionnaire administered to general surgery residents in Portugal in 2023.
Results: Out of 93 residents with more than one year of experience, 63 were in their final three years of residency (68%). The majority were from district hospitals (61, 66%). While 88 residents had assisted in an open cholecystectomy, only 63 (72%) had performed one, with most being in their final years of training. Only 28 residents (32%) felt confident in performing this procedure. 88 residents had performed a laparoscopic cholecystectomy, 59 (67%) completed more than 20, including two residents in their second year (R2Y). Fifty ‑seven residents had converted a laparoscopic cholecystectomy, and 8 were unable to complete the surgery. In cases requiring conversion, most residents employed a “fundus ‑first” technique. When faced with a challenging laparoscopic case, 10 residents (11%) would choose to convert, while 60 (64%) preferred performing a laparoscopic subtotal cholecystectomy, and 23 (25%) favored the laparoscopic “fundus ‑first” approach. Thirty ‑four residents had performed intraoperative cholangiograms, with 32 (94%) doing so electively. Seventeen residents had performed biliary tree exploration, and 9 had performed a biliodigestive anastomosis. All respondents agreed on the need for further training in biliary surgery.
Conclusion: There is widespread concern about the lack of experience with cholangiography and bile duct exploration, highlighting the need for practical training tools to improve residents’ proficiency in these critical areas.Introdução: As cirurgias biliares representam um desafio no treino da cirurgia geral. O aumento da exposição a intervenções laparoscópicas, aliado ao declínio na prática de procedimentos abertos e à crescente realização de intervenções biliares mais complexas, tornaram‑se um foco de preocupação para os programas de internato em cirurgia geral. Os objetivos deste artigo são avaliar a experiência em cirurgia biliar dos internos de cirurgia geral em Portugal, compará‑la com a formação noutros países ocidentais e avaliar as diferenças entre os currículos dos internos formados em hospitais centrais e os dos hospitais distritais.
Métodos : Foi realizada uma análise a partir de dados de um questionário online aplicado a internos de formação específica de cirurgia geral em Portugal em 2023.
Resultados: Dos 93 internos com mais de um ano de experiência, 63 estavam nos últimos três anos de residência (68%). A maioria era proveniente de hospitais distritais (61, 66%). Embora 88 internos tenham assistido a uma colecistectomia aberta, apenas 63 (72%) a realizaram, sendo a maioria nos últimos anos de formação. Apenas 28 internos (32%) se sentiram confortáveis na realização deste procedimento. 88 internos realizaram colecistectomias laparoscópicas, 59 (67%) completaram mais de 20, incluindo dois internos no segundo ano (R2Y). 57 internos converteram uma colecistectomia laparoscópica e 8 não conseguiram concluir a cirurgia. Nos casos que exigiam conversão, a maioria dos internos empregava uma técnica de “fundo primeiro”. Quando confrontados com um caso laparoscópico desafiador, 10 internos (11%) optariam pela conversão, enquanto 60 (64%) prefeririam realizar uma colecistectomia subtotal laparoscópica e 23 (25%) prefeririam a abordagem laparoscópica “fundo primeiro”. Trinta e quatro internos realizaram colangiografias intraoperatórias, sendo que 32 (94%) o fizeram de forma seletiva. Dezassete internos realizaram exploração das vias biliares e 9 realizaram anastomose biliodigestiva. Todos os entrevistados concordaram com a necessidade de treinamento adicional em cirurgia biliar.
Discussão: A experiência dos internos em cirurgia biliar é predominantemente limitada à colecistectomia laparoscópica, uma vez que procedimentos biliares mais complexos raramente são realizados por eles, refletindo tendências em outros países. Os internos dos hospitais centrais geralmente têm mais exposição a cirurgias abertas, começam a operar mais cedo e tendem a estar mais confiantes com o procedimento em comparação com os seus homólogos dos hospitais distritais, no entanto, no último ano, a diferença diminui. No que diz respeito à colecistectomia laparoscópica, os internos dos hospitais centrais alcançaram volumes cirúrgicos mais elevados mais cedo do que os dos hospitais distritais (particularmente no segundo e terceiro anos), mas os internos dos hospitais distritais recuperam nos últimos anos. As taxas de conversão foram mais elevadas nos hospitais centrais durante o quarto e quinto anos (R4Y e R5Y), enquanto os hospitais distritais apresentaram taxas mais elevadas durante o segundo e sexto anos (R2Y e R6Y). Esta disparidade pode ser atribuída à exposição precoce a procedimentos complexos. Existe uma preocupação generalizada sobre a falta de experiência com colangiografia e exploração das vias biliares, destacando a necessidade de ferramentas práticas de formação para melhorar a proficiência dos internos nestas áreas críticas
Reparação Laparoscópica Versus Aberta da Hérnia Inguinal Estrangulada: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise
Introduction: Strangulated inguinal hernia is a surgical emergency requiring prompt intervention. The choice between laparoscopic and open repair remains controversial, with limited evidence comparing outcomes in the context of strangulation. This study aims to compare the efficacy, safety, and postoperative outcomes of laparoscopic versus open repair for strangulated inguinal hernia.
Methods: A systematic review and meta-analysis were conducted following PRISMA guidelines. Databases including PubMed, Embase, and Cochrane Library were searched for studies comparing laparoscopic and open repair for strangulated inguinal hernia. Primary outcomes included operative time, postoperative complications, length of hospital stay, and recurrence rates. Secondary outcomes included mortality and conversion rates. Statistical analysis was performed using RevMan 5.4, with Egger’s test used to assess publication bias.
Results: Ten studies involving 1250 patients were included. Laparoscopic repair was associated with shorter hospital stays (mean difference: -1.2 days, 95% CI: -1.8 to -0.6, p < 0.001) and lower rates of wound infections (OR: 0.45, 95% CI: 0.28–0.72, p = 0.001). However, operative time was longer in the laparoscopic group (mean difference: 15.3 minutes, 95% CI: 8.2–22.4, p < 0.001). No significant differences were observed in recurrence rates, mortality, or bowel resection rates. Egger’s test indicated no significant publication bias (p = 0.12).
Conclusion: Laparoscopic repair for strangulated inguinal hernia is associated with shorter hospital stays and fewer wound infections but requires longer operative times compared to open repair. Both techniques are comparable in terms of recurrence and mortality rates.Introdução: A hérnia inguinal estrangulada é uma emergência cirúrgica que requer intervenção imediata. A escolha entre a reparação laparoscópica e a reparação aberta continua a ser controversa, com evidência limitada na comparação dos resultados no contexto do estrangulamento. Este estudo tem como objetivo comparar a eficácia, segurança e resultados pós-operatórios da reparação laparoscópica versus a reparação aberta da hérnia inguinal estrangulada.
Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise de acordo com as diretrizes PRISMA. Foram pesquisadas bases de dados, incluindo PubMed, Embase e Cochrane Library, para estudos que compararam a reparação laparoscópica e aberta da hérnia inguinal estrangulada. Os desfechos primários incluíram o tempo operatório, complicações pós-operatórias, duração da hospitalização e taxas de recorrência. Os desfechos secundários incluíram mortalidade e taxas de conversão. A análise estatística foi realizada com o software RevMan 5.4, e o teste de Egger foi utilizado para avaliar o viés de publicação.
Resultados: Foram incluídos dez estudos, envolvendo um total de 1250 doentes. A reparação laparoscópica esteve associada a uma menor duração da hospitalização (diferença média: -1,2 dias, IC 95%: -1,8 a -0,6, p < 0,001) e a menores taxas de infeção da ferida cirúrgica (OR: 0,45, IC 95%: 0,28–0,72, p = 0,001). No entanto, o tempo operatório foi mais longo no grupo laparoscópico (diferença média: 15,3 minutos, IC 95%: 8,2–22,4, p < 0,001). Não foram observadas diferenças significativas nas taxas de recorrência, mortalidade ou resseção intestinal. O teste de Egger não indicou viés de publicação significativo (p = 0,12).
Conclusão: A reparação laparoscópica da hérnia inguinal estrangulada está associada a uma menor duração da hospitalização e a menores taxas de infeção da ferida cirúrgica, mas requer um tempo operatório mais longo em comparação com a reparação aberta. Ambas as técnicas apresentam resultados semelhantes em termos de taxas de recorrência e mortalidade
Resposta Ganglionar Após Quimioterapia Neoadjuvante e Potenciais Alvos para Descalar Cirurgia Axilar em Doentes com Cancro de Mama
Introduction: Neoadjuvant chemotherapy (NAC) has the potential for tumor downstaging and surgery de-escalation. In the axilla, this approach is less established, especially in cN+→ycN0. Targeted axillary dissection is an option, but difficult to concretize. We aim to identify biological factors associated with nodal pathological complete response (pCR) and recognize potential candidates for a more conservative axillary approach after NAC, such as sentinel lymph node biopsy (SLNB).
Methods: Retrospective, single-center cohort of patients with node-positive breast cancer, treated with NAC followed by axillary lymph node dissection from 2017 to 2021. The primary outcome was nodal pCR, overall and by molecular subtypes. A logistic regression model was conducted to identify biological factors predicting nodal pCR.
Results: A total of 414 patients were included. Overall, the nodal pCR rate was 37.9%. It was higher in HR+/HER2+ (62.1%), HR-/HER2+ (61.0%) and HR-/HER2- (56.3%) tumors, whereas only 21.6% in HR+/HER2- (p<0.001). In patients without nodal pCR, HR+/HER2- had the highest median number of positive lymph nodes (p=0.038). In multivariate analysis, HR+/HER2+ (OR 5.157, 95% CI 2.768-9.608, p<0.001), HR-/HER2+ (OR 4.207, 95% CI 1.935-9.147, p<0.001), HR-/HER2- (OR 2.242, 95% CI 1.180-4.261, p=0.014), and differentiation grade 3 (OR 4.075, 95% CI 2.448-6.784, p<0.001) were independently associated with nodal pCR.
Conclusion: Our data reveal HER2+, triple-negative and grade 3 tumors as predictive factors for nodal pCR. Parallel to the breast, axillary surgery de-escalation may be guided by tumor intrinsic factors. Identifying these “good responders” could help identify the candidates for a simpler axillary approach after NAC, such as SLNB.Introdução: A quimioterapia neoadjuvante (QTNA) tem o potencial de downstaging tumoral, permitindo descalar cirurgia. Esta abordagem é menos estabelecida na axila, sobretudo em doentes cN+→ycN0. A linfadenectomia axilar seletiva é uma opção, mas difícil de concretizar. Pretendemos identificar fatores biológicos associados a resposta patológica completa (pCR) ganglionar e reconhecer potenciais candidatos para uma abordagem axilar após QTNA mais conservadora, como a biópsia do gânglio sentinela (BGS).
Métodos: Coorte retrospetiva unicêntrica de doentes com carcinoma da mama cN+, tratados com QTNA e linfadenectomia axilar de 2017 a 2021. O outcome primário foi a pCR ganglionar, global e por subtipo molecular. Foi desenvolvido um modelo de regressão logística para identificar fatores preditivos de pCR ganglionar.
Resultados: Incluídos 414 doentes. A pCR ganglionar global foi de 37,9%. Foi superior nos subtipos HR+/HER2+ (62,1%), HR-/HER2+ (61,0%) e HR-/HER2- (56,3%), e apenas 21,6% nos HR-/HER2- (p< 0,001). Entre aqueles sem pCR ganglionar, os HR+/HER2- apresentaram o maior número de gânglios positivos (p=0,038). Os subtipos HR+/HER2+ (OR 5,157; IC 95% 2,768–9,608; p<0,001), HR-/HER2+ (OR 4,207; IC 95% 1,935–9,147; p<0,001), HR-/HER2- (OR 2,242; IC 95% 1,180–4,261; p=0,014) e os tumores G3 (OR 4,075; IC 95% 2,448–6,784; p<0,001) associaram-se de forma independente com a pCR ganglionar.
Conclusão: Os tumores HER2+, triplo negativos e G3 foram identificados como fatores preditivos de pCR ganglionar. Paralelamente à mama, a biologia tumoral pode guiar o descalar da cirurgia axilar. A identificação destes “bons respondedores” poderá contribuir para selecionar candidatos a abordagens axilares mais conservadoras após QTNA, como a BGS