Universidade do Minho. Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS)
Abstract
Assiste-se ao avolumar das tensões e contradições no seio da instituição escolar, para onde confluem, cruzam e se sintetizam distintas lógicas e racionalidades, muito por força das transformações em curso nas sociedades contemporâneas, da sedimentação da ideologia da sociedade da informação (do conhecimento, da aprendizagens, entre outras buzzwords) e do aparecimento de outras formas de produção e de mediação de saberes e de conhecimento. Concomitante, observa-se também a proliferação de contextos, processos e projectos de âmbito não-formal e informal, como que a dar expressão ao antigo projecto da cidade educativa. Novos e velhos sítios de educação e formação coexistem, não obstante a omnipresença crescente da escola no quotidiano das crianças e dos jovens e o seu alargamento para outros espaços e tempos educativos e formativos.
Face a este desafio, desenvolvemos uma pesquisa empírica junto de um contexto juvenil de educação não-escolar (não-formal e informal), o escutismo, a partir da qual procurámos compreender de que modo os jovens envolvidos no movimento construíam a sua subjectividade e a sua experiência cidadã. Impunha-se, então, questionar os jovens sobre o lugar das instituições educativas na sua vivência quotidiana, assim como o seu papel na realização da agenda da humanidade, quando reportada aos valores da paz, da solidariedade, do ambiente, entre outros igualmente significativos. Os dados que mobilizaremos nesta comunicação resultam, sobretudo, da administração de dois inquéritos por questionário realizados em 2001 e 2007, no decurso de actividades de âmbito nacional do referido movimento