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MÃE-SOGRA: SUA REPRESENTAÇÃO DO RELACIONAMENTO LÉSBICO
O relacionamento afetivo-sexual entre pessoas do mesmo sexo sempre existiu na história do ser humano. Já foi considerado pecado, sem-vergonhice, crime e doença, e, na atualidade, o modo de ver a relação homossexual ainda apresenta muito destas qualificações, advindo disto um grande preconceito, mesmo que para a psicologia esta seja considerada uma forma de orientação do desejo, assim como é a heterossexualidade e a bissexualidade. Este artigo visa apresentar a representação de uma mãe de lésbica em torno do relacionamento da filha com a “nora”, a partir de um estudo de caso. A análise foi feita a partir de uma entrevista com uma mãe, residente na cidade de Assis, interior de São Paulo, sociedade esta que apresenta, de acordo com estudos anteriores, um grau de homofobia considerável. Representação é entendida como algo do coletivo, simbolizado e dinâmico, construído a partir de um contexto histórico, elaborado em cada grupo de indivíduos e manifestado, junto com a elaboração pessoal de cada um, de uma determinada maneira. A partir disto, visa-se aprofundar como esta representação se dá quando o sujeito estigmatizador é alguém que se liga ao sujeito estigmatizado por laços de afeto
“Será que eu tô gostando de mulher?”: tecnologias de normatização e exclusão da dissidência erótica feminina no interior paulista
A partir de uma perspectiva pós-estruturalista de entendimento das subjetividades em processo de permanente construção, essa pesquisa propõe problematizar como se articulam o desejo (DELEUZE, 1975, 1995; GUATTARI; ROLNIK, 1996), entendido como vontade de potência (NIETZSCHE, 2011), e as tecnologias de normatização e opressão sobre pessoas de biocorpos femininos que vivenciam o erotismo dissidente da heteronormatividade residentes no interior do Estado de São Paulo, na região da cidade de Assis. Tendo em vista o uso de gênero como categoria analítica (SCOTT, 1986/2003; RUBIN, 1975/2003, 1989; LAURETIS, 2000; PRECIADO, 2008, 2009), foram produzidas dez Narrativas de Histórias de Vida de pessoas que se inserem nessa categoria existencial subalterna, com faixa etária variando entre 19 e 48 anos, buscando uma população heterogênea nos eixos geracional, bem como em relação às categorias de classe, cor/raça/etnia e nível de escolaridade. As Narrativas nos permitiram adentrar em um campo subjetivo e concreto, visando apreender seus processos de subjetivação relacionando seus desejos aos registros sociais de (in)visibilidade e exclusão. Na Pesquisa Narrativa (CLANDININ; CONNELLY, 2000), objetiva-se elucidar como uma vida, ou parte dela, permite reconstituir processos históricos e socioculturais. Assim, os focos de análise foram: as relações infrapessoais, pessoais e interpessoais, em instituições como a família e a escola, bem como nas formas e estratégias de ação dessas pessoas em um contexto dominado pelo regime heteronormativo. Foram evidenciadas as principais tecnologias de invisibilização e os principais modos de normatização e opressão que agem sobre a dissidência erótica feminina que, diante dos sistemas de opressão pela feminilização de seus corpos e pela instituição da...This research aims to discuss how desire (DELEUZE, 1975, 1995; GUATTARI; ROLNIK, 1996), understood as will to power (NIETZSCHE, 2011), is articulated within a realm of technologies of regulation and oppression upon female bio-bodies who have erotic practices dissident of heteronormativity. This discussion will be held taken into consideration a poststructuralist point of view. The participants of this research were women living in the interior of Sao Paulo State. Therefore, using gender as an analytical category of analysis (SCOTT, 1986/2003; RUBIN 1975/2003, 1989; LAURETTIS, 2000; PRECIADO, 2002, 2008), ten narratives of life of women varying from 19 to 48 years old and who are part of this subaltern existential category were produced. In this sample we aimed to contrast in terms of generational axes as well as in relation to the categories of class, colour / race / ethnicity, and education level. These Narratives allowed us to understand their subjective processes of desiring in relation to the social registers of (in)visibility and exclusion. In the Narrative research (CLANDININ; CONNELLY, 2000), the objective is to elucidate how a life, or part of it, permits to reconstruct historical and socio-cultural processes. The focuses of analysis were on: infra, inter and personal relations within institutions such as family and school, as well as the forms and strategies of action of these people in a context dominated by a heteronormative regime. As a result, the main technologies of invisibility and the principal modes of normalization and oppression that act on the erotic female dissidence were evidenced. By then, we attempted to elucidate the possibilities of subjective transformations in the sight of the dissidence of heteronormativity. This study also aimed to denounce the deleterious effects of the invisible processes of exclusion and provide ... (Complete abstract click electronic access below)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP
Estigmas e estereótipos sobre as lesbianidades e suas influências nas narrativas de histórias de vida de lésbicas residentes em uma cidade do interior paulista
Este estudo aborda o modo como estigmas e estereótipos a respeito das lesbianidades influenciam, na esfera da sexualidade, a vida de mulheres que se autodenominam lésbicas. Primeiramente, realizei uma retomada crítica sobre a história da construção desses estigmas e estereótipos para apreender as relações de poder que os sustentam até o presente. Entre estas, estão o machismo, fruto do viriarcado, e seus referentes de sustentabilidade, a saber, a heteronormatividade e o heterossexismo, enquanto formas de relação de poder que, independentemente do vínculo entre as pessoas, regulam a construção de suas identidades de gênero, sexuais e políticas a partir dos estigmas e estereótipos a elas aplicados. O estudo aponta que, em um contexto social machista, as mulheres que se relacionam eróticoafetivamente com outras mulheres permaneceram invisíveis, o que possibilitou a perpetuação de discursos homofóbicos a seu respeito, os quais se apresentam como inteligíveis para os padrões heteronormativos de relações entre as pessoas. Em um segundo momento, entrevistei cinco mulheres lésbicas (três de 18 a 25 anos e duas de 40 a 50 anos, residentes em Assis, interior do Estado de São Paulo, de classe média, de formação educacional até o ensino médio, sendo uma “mulata” e quatro brancas) com o objetivo de compreender como estigmas e estereótipos sobre as lesbianidades influenciam o discurso dessas mulheres no que diz respeito à construção de suas subjetivações. Os resultados apontam que essas mulheres foram (e ainda são) atravessadas pelos estigmas e estereótipos abordados e que há variações no modo como essas influências se deram, em razão da questão geracional e do modo como elaboram o luto da heterossexualidade. Espera-se que este trabalho possa...This study approaches the ways that stigmas and stereotypes of lesbianity influence the sexuality realm of the lives of women who define themselves as lesbians. The study intended to understand how stigmas and stereotypes of lesbianity influence women's discourse regarding the construction of their subjectivations. I begin with a critical review of the history of the construction of those stigmas and stereotypes, so as to access the power relationships that perpetuate them to the present. Amongst these relationships, I found that the machismo, a result of the viriarcal system, is supported by heteronormativity and heterosexism. Independently of people's bonds and of the form of power relationships, both regulate the construction of these women's gender, sexual and political identities by means of the stigmas and stereotypes that are applied to them. My study suggests that, within a macho social context, women that relate to other women erotically and affectively remain invisible. Such invisibility not only perpetuates homophobic discourses, but it also makes heteronormativist pattern of relationships among people possible and intelligible. The study is grounded on the data collected by means of interviews with five middle class, high school graduated lesbians. Three of them were aged between 18 to 25, and two aged from 40 to 50 years old. Four were white and one was mulatto. The results suggest that these women's discourses are crossed by those stigmas and stereotypes. There are also variations in these influences due to generational issues and the ways they elaborate the mourning of their heterosexuality. The results of this study are... (Complete abstract click electronic access below)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP
A clínica psicológica e o público LGBT
Tendo como base os estudos recentes sobre as sexualidades e os gêneros e, em especial, os relativos à diversidade sexual, este artigo promove uma discussão ética sobre as vicissitudes da clínica psicológica com a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Para tanto, problematizamos a construção sócio-histórica-cultural da homossexualidade e da heterossexualidade, as hierarquias das sexualidades e algumas ações terapêuticas na clínica direcionada ao público não-heterossexual, tendo em vista a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Desse modo, matizamos o discurso da clínica usualmente orientada para o trabalho com pessoas heterossexuais, pensando de modo crítico o trabalho desenvolvido com sujeitos que transitam entre a vulnerabilidade e a invisibilidade devido a sua dissidência dos preceitos heteronormativos.Basing on the recent studies about the sexualities and the gender and, specifically, the ones which are related to the sexual diversity, this article promotes an ethic discussion about the vicissitudes in the psychological clinic with LGBT (lesbian, gay, bisexual and transgender) population. Considering the Resolution of Federal Council of Psychology nº 1/99, that establishes norms of performance for the psychologists which are related to the subject of the sexual orientation, we developed some discussions regarding the socio-historical construction of the homosexuality and about the heterosexuality, the hierarchies of the sexualities, and the therapeutic actions in the clinic addressed the to no-heterosexual public. Thereby, we diversify about the clinical discourse which is usually regulated by the work with heterosexual people, thinking critically the work is developed with people who are passing trough the vulnerability and invisibility because their unsuitability to the heteronormative precepts
Dissidências existenciais de gênero: resistências e enfrentamentos ao biopoder
This article approaches the questions about the sexes, genders, desires and sexual standardization practices, starting from the appearance of new sexual identities that can be classified as queer – travesty, transsexual and transgender people. Still, we problematize how the manners of established forms of subjectivity and the hegemonic institutions marginalize such forms of existences, because of the immense difficulty in the encounter with the stranger, the different and the unusual. With those analyses, we are trying to provide the creation of devices to reduce the intensities of the discrimination, of the stigmatization, of the violence, so frequently lived by the people dissident from the heterosexual gender normative, what was reported about their own lived experiences.En ese articulo abordase cuestiones a respecto de la normalización de los sexos, géneros, deseos y prácticas sexuales desde que ha surgido nuevas identidades sexuales y de géneros que pueden ser clasificadas como queer – travestis, transexuales y transgéneros. Cuestiona, todavía, como los modos de subjetivación normalizados y las instituciones hegemónicas marginalizan esas formas de existencias, en la inmensa dificultad de lo encuentro con el extraño, el diferente y lo inusitado. Buscamos con esas análisis, que puedan ser creados dispositivos para disminuir las intensidades de discriminación, estigmatización, violencia y exclusiones vividas y que son tan frecuentes en los relatos de los/las disidentes de las normativas heterosexuales de género a respecto de sus experiencias en las relaciones sociales.Este artigo aborda questionamentos sobre a normatização dos sexos, gêneros, desejos e práticas sexuais a partir do surgimento de novas identidades sexuais que podem ser classificadas como queer – travestis, transexuais e transgêneros. Problematiza, ainda, como os modos de subjetivação normatizados e as instituições hegemônicas marginalizam tais formas de existências, na imensa dificuldade do encontro com o estranho, o diferente e o inusitado. Buscamos com essas análises, que possam ser criados dispositivos para diminuir as intensidades de discriminação, estigmatização, violência e exclusões vividas e que são tão frequentes nos relatos dos(as) dissidentes das normativas heterossexuais de gênero sobre suas experiências nas relações sociais
Homofobia familiar: abrindo o armário ‘entre quatro paredes’
Históricamente, el dispositivo de la sexualidad le permite a las familias a ser los guardianes de las normas sobre la sexualidad de sus miembros, asegurando la heteronormatividad de suprimir todos los disidentes de esa norma, es decir, por medio de la homofobia. A partir de una encuesta que contó con mujeres disidentes de la heteronormatividad, las cuales fueron contratadas por la técnica de snow-ball y con las que se realizaron entrevistas que produjeron Narrativas de Historias de vida analizadas a la luz de las teorías posestructuralistas, privilegiamos el estudio de la manifestación de la homofobia en la familia, desarrollando una genealogía de sus efectos detractores, pero también señalando los modos de resistencia a este proceso. Este locus de manifestación de la homofobia, oscurecido por la intimidad del mundo privado, potencializa el daño causado por la discriminación en los espacios sociales macro. Señalamos entonces, la familia como un destino importante de la acción de políticas públicas destinadas a la protección de los derechos humanos y civiles, así como la lucha contra todo tipo de violencia y discriminación
Lesbianidades e as referências legitimadoras da sexualidade
This article is part of a master's degree dissertation that studied the way as stigmas and stereotypes regarding lesbianity influence the life, in the sphere of the sexuality, of women that denominate themselves as lesbians, resident in a city in the interior of the State of São Paulo. The stigma here analyzed is that lesbians are women that frustrated with men. We tried to show, through the narratives of the research s participants and basing on gender and feminist studies, how the heteronormativist system naturalizes the masculinity to the men and the sexuality in the masculinity, and how it legitimates speeches about lesbian woman through the heterosexual referential. Also, we tried to show some strategies of the biopoder for the maintenance of that system and, starting from interviews in depth, we presented how the participants of the research (lesbian women) make speeches on that stigma and how they re-significate it through their own narratives. That research was financed by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP, and accomplished by the Pos-Graduation Program of the Universidade Estadual Paulista Campus of Assis-SP.Key words: Gender. Sexuality. Lesbianity. Heteronormativity.Este trabalho é parte de uma dissertação de mestrado que estudou o modo como estigmas e estereótipos a respeito da lesbianidade influenciam a vida, na esfera da sexualidade, de mulheres que se autodenominam lésbicas, residentes em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. O estigma aqui analisado é que lésbicas são mulheres que se frustraram com homens. Tentamos mostrar, a partir das narrativas das participantes da pesquisa e baseando-nos nos estudos de gênero e feministas, como o sistema heteronormativo naturaliza a masculinidade aos homens, a feminilidade às mulheres, e legitima os discursos sobre as lesbianidades a partir do referencial da heterossexualidade. Buscamos mostrar, ainda, algumas estratégias do biopoder para a manutenção desse sistema e, a partir de entrevistas em profundidade, apresentamos como as participantes da pesquisa (mulheres que se autodenominam lésbicas) se articulam com esse estigma e o re-significam a partir de suas próprias narrativas. Essa pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP, e realizada pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista Campus de Assis-SP.Palavras chave: Gênero. Sexualidade. Lesbianidade. Heteronormatividade
Laços de família e segredos (sexuais) compartilhados: narrativa de história de vida de uma jovem dissidente em uma família homofóbica
This paper presents a non-heterosexual young lady s Narrative Life History. By presenting it, we aim to understanding how desire, (in)visibility and the processes of exclusion are articulated in relation to the experience of homoeroticism, especially within the family. By this, we are able to point out some homophobic aspects, modes of how the device of closet operates and how some expectations and demands exert pressures over a non-heterosexual member in the family. In this case study, the way her family lived her sexuality depended on a strong family ties, such as: the secret about sexuality. Such secret, according to our hypothesis, was produced and preserved by homophobia which served as the major aspect on the construction of gender and (dis)unity of the family. This work is part of a in progress doctoral thesis, sponsored by FAPESP Fundação para o Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo.Esse artigo apresenta a Narrativa de História de Vida de uma jovem mulher não-heterossexual, a partir da qual buscamos compreender como se articulam o desejo, a (in)visibilidade e os processos de exclusão na vivência do homoerotismo, especialmente dentro do âmbito familiar. Podemos apontar algumas formas de atuação da homofobia, o modo de funcionamento do dispositivo do armário e sobre algumas expectativas e exigências que atuam sobre o membro não-heterossexual na família. No caso em questão, o modo como a família vivenciou a homossexualidade da jovem dependeu de um forte laço que unia esta família, a saber: o segredo relativamente à sexualidade. Este, segundo nossa hipótese, foi produzido e sustentado pela homofobia que servia como ponto central da construção dos gêneros e (des)união dos laços familiares. Este trabalho faz parte de uma tese de doutorado ainda em andamento, financiada pela FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
As lesbianidades entre o estigma da promiscuidade e da ilegitimidade sexual
This study approaches the ways that stigmas and stereotypes of lesbianity influence the sexuality realm of the lives of women who define themselves as lesbians. Basing on the gender and feminists studies, we questioned the legitimations of the heteronormativist society presented as arbitrary speeches about the lesbian existence - the promiscuity and the sexual illegitimacy. Starting from interviews in depth, we presented how the participants of the research (lesbian women) discourse regarding the construction of their subjectivations, through their life histories narratives. That research was financed by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP, and accomplished by the Pos-Graduation Program of the Universidade Estadual Paulista Campus of Assis-SP.Este artigo é parte de uma dissertação de mestrado que estudou o modo como estigmas e estereótipos a respeito da lesbianidade influenciam a vida, na esfera da sexualidade, de mulheres que se autodenominam lésbicas. Baseando-se nos estudos de gênero e feministas, questionamos as legitimações da sociedade heteronormativa apresentados como discursos arbitrários sobre a vivência da lesbianidade a promiscuidade e a ilegitimidade sexual. A partir de entrevistas em profundidade, apresentamos como as participantes da pesquisa (mulheres lésbicas) discursam sobre esse estigma na construção de suas subjetivações, por meio de narrativas de suas histórias de vida. Essa pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP, e realizada pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista Campus de Assis-SP
Homofobia familiar: abrindo o armário entre quatro paredes
Sexuality device authorizes families to become the guardians of its members’ sexuality, ensuring the exclusion of any kind of dissidence from heteronormativity by means of reinforcement of homophobia. This paper presents the analyses of female participants who are dissident of heteronormativity. They were accessed through snow-ball technique and were interviewed. After transcribing their interviews, the researcher produced narratives of their lives with were corroborated with the participants. Data were analyzed from a poststructuralist perspective. By then, we privileged the study of the manifestation of homophobia in the family, developing a genealogy of their detractors effects, but also highlighting modes of resistance to it. This locus of manifestation of homophobia, obscured by the intimacy of the private world, is still a fairly discussed topic in national studies and maximizes the damage caused by discrimination in macro social spaces. We pointed out, then, family as an important target of action for public policies which aim the protection of human and civil rights, as well as all kinds of violence and discrimination.Historicamente, o dispositivo da sexualidade autoriza as famílias a serem as guardiãs das normas sobre a sexualidade de seus membros, garantindo a heteronormatividade a partir da exclusão de toda dissidência a essa norma, ou seja, por meio da homofobia. A partir de uma pesquisa que teve como participantes mulheres dissidentes da heteronormatividade, acessadas pela técnica snow-ball, com as quais foram realizadas entrevistas que produziram Narrativas de Histórias de Vida, analisadas à luz das teorias pós-estruturalistas, privilegiamos o estudo da manifestação da homofobia na família, desenvolvendo uma genealogia de seus efeitos detratores, mas também apontando os modos de resistência a esse processo. Esse locus de manifestação da homofobia, obscurecido pela intimidade do mundo privado, é ainda uma seara pouco discutida nos estudos nacionais e potencializa os danos causados pela discriminação nos espaços macrossociais. Apontamos, então, a família como um importante alvo de ação das políticas públicas que visam à defesa dos direitos humanos e civis, bem como a combater todo tipo de violência e discriminação