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    A utilização e prescrição de medicamentos para idosos em Juiz de Fora

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    -Desde meados do século passado vem sofrendo incremento crescente o contingente de idosos, no Brasil, estimando-se, segundo o IBGE que os maiores de 60 anos, que já eram 18 milhões em 2005, alcançarão 25 milhões em 2020, representando 11,4% dos previstos 219 milhões de brasileiros, A Transição demográfica, que se faz acompanhar de concomitante mudança no perfil das doenças (Transição Epidemiológica), teve início no Brasil, bem mais tardiamente, quando comparada ao que ocorreu nos países desenvolvidos. O envelhecimento de uma população, considerado sob o ponto de vista demográfico, é o resultado da manutenção por um período de tempo razoavelmente longo de taxas de crescimento da população idosa superiores às da população mais jovem. No caso brasileiro, isso foi resultado da rápida queda da fecundidade iniciada na segunda metade dos anos 1960, que foi precedida em pelo menos 30 anos por altos níveis de fecundidade concomitante a uma queda gradual da mortalidade. O objetivo do estudo foi identificar algumas características da utilização de medicamentos por idosos bem como apreender o grau de informação dos prescritores, sobre as peculiaridades e cuidados requeridos por esse tipo de pacientes (segunda etapa do Projeto). Para tanto foi realizado um Estudo de Corte Transversal ou de Prevalência, A amostra foi probabilística, sistemática, tendo como referencial clientela envolvida nos programas desenvolvidos pelo Departamento de Atenção à Terceira Idade da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, com idade de 60 anos ou mais, excluindo os que apresentaram déficit cognitivo, de concentração ou de memória. Do total de 373 entrevistados, a grande maioria, 264 (70,8%) pertence ao sexo feminino e 84,4% tinham entre 60 e 80 anos (42,6%, entre 60 e 70 anos e 41,8%, entre 71 e 80 anos), sendo a média de idade igual a 72,3 anos.. Quase todos (99%) moram com a família, sendo que 77,7% são aposentados. Em relação à renda familiar, 17,8% auferem até um salário mínimo, 68,2%, entre 2 e 4,9 e 12,7%, entre 5 a 9,9 salários mínimos. A maioria absoluta (359, isto é, 96,2%) dos entrevistados faziam uso de algum medicamento (entre 3 e 5, com uma mediana de 3 e um total de 1.260 diferentes medicamentos estavam em uso. Os antihipertensivos ocuparam lugar de destaque, representando 46,7% do total, seguidos de longe, pelos analgésicos e antiinflamatórios (8,69%), ansiolíticos e antidepressivos (6,76%,) e hipolipemiantes (5,87). 44% afirmou que fazia uso de plantas medicinais e apenas 38 (10,3%) declarou que fazia uso regular de vitaminas. Indagados se costumavam tomar medicamentos sem prescrição médica, 175 (47%) afirmaram que o faziam, tendo como justificativa: conhecimento sobre o medicamento (70,3%), e em proporção bem menor dificuldades no aceso aos serviços de saúde (3,4%), falta de tempo para ir ao médico (2,9%), motivos financeiros (1,7%). Os idosos, pelas doenças e incapacidades inerentes á longevidade, tendem a demandar mais assistência sanitária e a utilizar mais medicamentos tanto a partir da prescrição médica, como através da automedicação. Ao uso, racionalmente justificado, certamente, vem somar-se aquele, inadequado e desnecessário, resultante da tendência medicalizadora da sociedade moderna, fenômenos confirmados pelo presente estudo, tendo se evidenciado a presença da polifarmácia e da automedicação
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