4 research outputs found

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA POR VICIA VILLOSA “ERVILHACA” EM BOVINOS QUE PASTOREAVAM EM ÁREA CONSORCIADA DE AZEVÉM E VICIA SP.

    Get PDF
    Vicia spp., conhecida popularmente como “ervilhaca”, são plantas leguminosas de alto valor nutricional, utilizadas na dieta de bovinos. São duas espécies, Vicia sativa e Vicia villosa, sendo esta última, responsável por intoxicações. Descreve-se um caso de doença granulomatosa sistêmica em bovinos que pastoreavam em área de V. villosa. No total, eram 27 animais na propriedade, visto que destes, cinco adoeceram e morreram. A dieta dos animais incluía silagem de milho e concentrado. Os piquetes eram constituídos por Brachiaria sp. e azevém, consorciado com as duas espécies de Vicia, entretanto, predominando V. villosa. Os animais permaneceram no piquete de azevém e ervilhaca por 20 dias e, posteriormente, foram introduzidos em piquete de Brachiaria sp. Passados 15 dias da troca de piquetes, cinco animais diminuíram a produção de leite e apresentaram anorexia e hipertermia, sendo realizado tratamento para tristeza parasitária bovina. A doença progrediu e os animais apresentaram lesões cutâneas com eritema na região do úbere, focinho, face, orelhas e pescoço, com posterior alopecia e ocasionalmente prurido e descamação. Dois bovinos apresentaram tosse, dispneia e secreção nasal mucopurulenta, e em um animal observou-se diarreia com sangue. Dos cinco bovinos que morreram, dois foram necropsiados e apresentaram lesões semelhantes, com áreas alopécicas na pele, hidroperitônio, edema e hemorragia perirenal, parede de pré-estômagos e abomaso edemaciadas, e no abomaso ao corte, ulcerações multifocais na mucosa. Os linfonodos estavam aumentados de tamanho e com múltiplos nódulos amarelados firmes, o pulmão apresentou consolidação multifocal e exsudato purulento na luz de brônquios. Múltiplos nódulos milimétricos amarelos e firmes foram encontrados no coração, rins e bexiga. O fígado apresentava-se firme à palpação, vermelho-escuro, com distensão da vesícula biliar, e repleto de conteúdo grumoso, e o baço com hiperplasia de polpa branca. O material foi processado no Laboratório de Patologia Veterinária da Unoesc de Xanxerê e as lesões histológicas compreendem infiltrado acentuado de macrófagos, linfócitos, plasmócitos e histiócitos, associados a células gigantes em linfonodos, fígado, baço, coração, rins e bexiga. Na pele, necrose de derme superficial e na derme profunda, infiltrado leve multifocal de macrófagos e linfócitos perivascular. No pulmão, foram observados congestão e edema moderado difuso associado a infiltrado inflamatório em brônquios e bronquíolos. Dados epidemiológicos e clínicos associados às lesões macro e microscópicas caracterizam uma doença granulomatosa sistêmica característica de ingestão de V. villosa. As lesões cutâneas e granulomatosas em órgãos ocorrem quando os animais pastoreiam de duas semanas a seis meses em piquetes de V. villosa. As lesões granulomatosas, provavelmente, devem-se a uma reação de hipersensibilidade do tipo IV, na qual constituintes da planta sensibilizariam linfócitos e provocariam as lesões. O quadro clínico-patológico deve ser diferenciado de intoxicação por polpa cítrica e as lesões cutâneas de dermatite solar e fotossensibilização hepatógena, em razão da ingestão de Brachiaria e outras plantas hepatotóxicas.Palavras-chave: Vicia villosa. Ervilhaca. Intoxicação. Lesão granulomatosa. Alopecia

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA AGUDA APÓS INGESTÃO DE BROTOS DE PTERIDIUM AQUILINUM “SAMAMBAIA” EM BOVINO NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC

    Get PDF
    Pteridium aquilinum (samambaia) é uma das plantas tóxicas de maior importância no Brasil e causa de intoxicações frequentes na clínica médica de bovinos. Relata-se um caso de intoxicação espontânea na forma aguda por ingestão de brotos de P. aquilinum em bovino, fêmea, 18 meses de idade, raça holandesa, no mês de abril de 2014 no Município de Xanxerê, SC. O animal encontrava-se em piquete de Hermarthria altissima e apresentou apatia, anorexia, seguida de episódios de diarreia aquosa escura, e nas 24 horas seguintes apresentou hipertermia. O quadro progrediu rapidamente, e em 48 horas, o animal posicionou-se em decúbito, morrendo 96 horas após o início da sintomatologia clínica, totalizando um curso clínico de cinco dias. O animal foi medicado com antitóxico e enrofloxacina, mas sem melhora clínica. Na necropsia, observou-se conteúdo ruminal seco, petéquias no omento, fígado com múltiplas áreas arredondadas amareladas e material gelatinoso de coloração amarelada (edema) adjacente ao órgão. Foram observadas hemorragias na cápsula esplênica e áreas vermelho-escuras no intestino (infartos), ao corte, conteúdo aquoso. Fragmentos de órgãos foram colhidos para exame histopatológico e remetidos ao laboratório de patologia veterinária da Unoesc de Xanxerê. As amostras foram processadas rotineiramente para histopatologia e coradas com Hematoxilina e Eosina. Na histopatologia, observaram-se hemorragias localmente extensas em múltiplos órgãos (rim, cápsula esplênica, endocárdio e epicárdio), e o fígado apresentava áreas de necrose de coagulação juntamente com infiltrado inflamatório misto, restos celulares, bactérias (bacilos) e enfisema multifocal, caracterizando uma hepatite necrótica associada a colônias bacterianas. Após a manifestação dos sinais clínicos e a realização da necropsia, suspeitou-se de intoxicação aguda por P. aquilinun. Baseado nisso, optou-se pela investigação epidemiológica do local onde os bovinos permaneceram nas últimas semanas, e verificou-se a presença da samambaia e sinais de consumo de brotos. Os animais que consomem a planta podem apresentar quadros agudos da doença, como diátese hemorrágica, ou crônicos com neoplasias na bexiga e vias digestivas superiores. Na intoxicação aguda, o animal ingere doses maiores que 10 g/kg por dia, sendo a lesão primária uma grave aplasia de medula óssea, causando trombocitopenia e leucopenia. Como consequência da diminuição de plaquetas e leucócitos, ocorrem hemorragias e multiplicação bacteriana com possível migração embólica, resultando em infarto de órgãos. A ingestão do broto favorece quadros agudos da intoxicação, uma vez que este apresenta elevadas concentrações do princípio tóxico. Superlotação, fome e carência de fibra favorecem a ingestão da planta por bovinos. O histórico da ingestão da planta, sinais clínicos e anátomo-patologia caracterizam um quadro de intoxicação aguda por samambaia, entretanto, para diagnóstico definitivo, recomenda-se a avaliação histológica de medula óssea. Salienta-se ainda que, para diagnóstico diferencial, devem ser consideradas babesiose e anaplasmose, pasteurelose septicêmica, leptospirose, intoxicação por rodenticidas, entre outros.Palavras-chave: Pteridium aquilinum. Samambaia. Diátese hemorrágica. Infarto. Bovino

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA POR VICIA VILLOSA “ERVILHACA” EM BOVINOS QUE PASTOREAVAM EM ÁREA CONSORCIADA DE AZEVÉM E VICIA SP.

    No full text
    Vicia spp., conhecida popularmente como “ervilhaca”, são plantas leguminosas de alto valor nutricional, utilizadas na dieta de bovinos. São duas espécies, Vicia sativa e Vicia villosa, sendo esta última, responsável por intoxicações. Descreve-se um caso de doença granulomatosa sistêmica em bovinos que pastoreavam em área de V. villosa. No total, eram 27 animais na propriedade, visto que destes, cinco adoeceram e morreram. A dieta dos animais incluía silagem de milho e concentrado. Os piquetes eram constituídos por Brachiaria sp. e azevém, consorciado com as duas espécies de Vicia, entretanto, predominando V. villosa. Os animais permaneceram no piquete de azevém e ervilhaca por 20 dias e, posteriormente, foram introduzidos em piquete de Brachiaria sp. Passados 15 dias da troca de piquetes, cinco animais diminuíram a produção de leite e apresentaram anorexia e hipertermia, sendo realizado tratamento para tristeza parasitária bovina. A doença progrediu e os animais apresentaram lesões cutâneas com eritema na região do úbere, focinho, face, orelhas e pescoço, com posterior alopecia e ocasionalmente prurido e descamação. Dois bovinos apresentaram tosse, dispneia e secreção nasal mucopurulenta, e em um animal observou-se diarreia com sangue. Dos cinco bovinos que morreram, dois foram necropsiados e apresentaram lesões semelhantes, com áreas alopécicas na pele, hidroperitônio, edema e hemorragia perirenal, parede de pré-estômagos e abomaso edemaciadas, e no abomaso ao corte, ulcerações multifocais na mucosa. Os linfonodos estavam aumentados de tamanho e com múltiplos nódulos amarelados firmes, o pulmão apresentou consolidação multifocal e exsudato purulento na luz de brônquios. Múltiplos nódulos milimétricos amarelos e firmes foram encontrados no coração, rins e bexiga. O fígado apresentava-se firme à palpação, vermelho-escuro, com distensão da vesícula biliar, e repleto de conteúdo grumoso, e o baço com hiperplasia de polpa branca. O material foi processado no Laboratório de Patologia Veterinária da Unoesc de Xanxerê e as lesões histológicas compreendem infiltrado acentuado de macrófagos, linfócitos, plasmócitos e histiócitos, associados a células gigantes em linfonodos, fígado, baço, coração, rins e bexiga. Na pele, necrose de derme superficial e na derme profunda, infiltrado leve multifocal de macrófagos e linfócitos perivascular. No pulmão, foram observados congestão e edema moderado difuso associado a infiltrado inflamatório em brônquios e bronquíolos. Dados epidemiológicos e clínicos associados às lesões macro e microscópicas caracterizam uma doença granulomatosa sistêmica característica de ingestão de V. villosa. As lesões cutâneas e granulomatosas em órgãos ocorrem quando os animais pastoreiam de duas semanas a seis meses em piquetes de V. villosa. As lesões granulomatosas, provavelmente, devem-se a uma reação de hipersensibilidade do tipo IV, na qual constituintes da planta sensibilizariam linfócitos e provocariam as lesões. O quadro clínico-patológico deve ser diferenciado de intoxicação por polpa cítrica e as lesões cutâneas de dermatite solar e fotossensibilização hepatógena, em razão da ingestão de Brachiaria e outras plantas hepatotóxicas.Palavras-chave: Vicia villosa. Ervilhaca. Intoxicação. Lesão granulomatosa. Alopecia

    INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA AGUDA APÓS INGESTÃO DE BROTOS DE PTERIDIUM AQUILINUM “SAMAMBAIA” EM BOVINO NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC

    No full text
    Pteridium aquilinum (samambaia) é uma das plantas tóxicas de maior importância no Brasil e causa de intoxicações frequentes na clínica médica de bovinos. Relata-se um caso de intoxicação espontânea na forma aguda por ingestão de brotos de P. aquilinum em bovino, fêmea, 18 meses de idade, raça holandesa, no mês de abril de 2014 no Município de Xanxerê, SC. O animal encontrava-se em piquete de Hermarthria altissima e apresentou apatia, anorexia, seguida de episódios de diarreia aquosa escura, e nas 24 horas seguintes apresentou hipertermia. O quadro progrediu rapidamente, e em 48 horas, o animal posicionou-se em decúbito, morrendo 96 horas após o início da sintomatologia clínica, totalizando um curso clínico de cinco dias. O animal foi medicado com antitóxico e enrofloxacina, mas sem melhora clínica. Na necropsia, observou-se conteúdo ruminal seco, petéquias no omento, fígado com múltiplas áreas arredondadas amareladas e material gelatinoso de coloração amarelada (edema) adjacente ao órgão. Foram observadas hemorragias na cápsula esplênica e áreas vermelho-escuras no intestino (infartos), ao corte, conteúdo aquoso. Fragmentos de órgãos foram colhidos para exame histopatológico e remetidos ao laboratório de patologia veterinária da Unoesc de Xanxerê. As amostras foram processadas rotineiramente para histopatologia e coradas com Hematoxilina e Eosina. Na histopatologia, observaram-se hemorragias localmente extensas em múltiplos órgãos (rim, cápsula esplênica, endocárdio e epicárdio), e o fígado apresentava áreas de necrose de coagulação juntamente com infiltrado inflamatório misto, restos celulares, bactérias (bacilos) e enfisema multifocal, caracterizando uma hepatite necrótica associada a colônias bacterianas. Após a manifestação dos sinais clínicos e a realização da necropsia, suspeitou-se de intoxicação aguda por P. aquilinun. Baseado nisso, optou-se pela investigação epidemiológica do local onde os bovinos permaneceram nas últimas semanas, e verificou-se a presença da samambaia e sinais de consumo de brotos. Os animais que consomem a planta podem apresentar quadros agudos da doença, como diátese hemorrágica, ou crônicos com neoplasias na bexiga e vias digestivas superiores. Na intoxicação aguda, o animal ingere doses maiores que 10 g/kg por dia, sendo a lesão primária uma grave aplasia de medula óssea, causando trombocitopenia e leucopenia. Como consequência da diminuição de plaquetas e leucócitos, ocorrem hemorragias e multiplicação bacteriana com possível migração embólica, resultando em infarto de órgãos. A ingestão do broto favorece quadros agudos da intoxicação, uma vez que este apresenta elevadas concentrações do princípio tóxico. Superlotação, fome e carência de fibra favorecem a ingestão da planta por bovinos. O histórico da ingestão da planta, sinais clínicos e anátomo-patologia caracterizam um quadro de intoxicação aguda por samambaia, entretanto, para diagnóstico definitivo, recomenda-se a avaliação histológica de medula óssea. Salienta-se ainda que, para diagnóstico diferencial, devem ser consideradas babesiose e anaplasmose, pasteurelose septicêmica, leptospirose, intoxicação por rodenticidas, entre outros.Palavras-chave: Pteridium aquilinum. Samambaia. Diátese hemorrágica. Infarto. Bovino
    corecore