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A Educação Inclusiva não é uma utopia
EntretextosA inclusão dos alunos considerados com necessidades educativas especiais (NEE) implica mudanças a nível da organização da escola, em particular quando os alunos têm problemáticas complexas como é o caso do autismo. Sendo uma questão de direitos, a inclusão atravessa dimensões que se prendem com deontologia, ética e valores. É nesse sentido que ela não pode perspectivar-se sem ser em termos de educação inclusiva.
Com esta comunicação queremos apresentar alguns dados relativamente à intervenção que realizámos numa turma do 3º ano, na qual havia um aluno diagnosticado como tendo perturbações do espectro do autismo.
De acordo com Hobson (1995), estas perturbações implicam, de um modo geral, anomalias na capacidade de relação; dificuldade em partilhar experiências com os outros; dificuldade na compreensão das reacções de medo ou de mal-estar manifestadas por quem os rodeia; problemas no uso adequado das regras de comportamento social; anomalias na autopercepção e expressão de sentimentos; uso descontextualizado de acções, atitudes e de linguagem; anomalias no desenvolvimento do vínculo afectivo aos outros; problemas na definição da autoconsciência.
Partindo do pressuposto que a interacção que se estabelece num grupo é fundamental para a aprendizagem de todos, a nossa intervenção, cujos fundamentos assentaram na investigação-acção, procurou que o trabalho desenvolvido com todos e para todos se organizasse inicialmente a pares e depois em pequenos grupos, de modo a criar condições facilitadoras da comunicação e, consequentemente, da aprendizagem. A sua avaliação permitiu-nos concluir acerca da importância deste processo investigativo e da educação inclusiva.
Perspectivado como um elemento da turma pelos seus colegas e sentindo-se a fazer parte da mesma, este aluno fez aprendizagens significativas a nível académico e social.
A turma tornou-se mais coesa e, sobretudo, mais solidária, na medida em que ajudar, colaborar e cooperar, passou a ser uma situação comum.The inclusion of students considered with special educational needs (SEN) involves changes in the organization of schools, particularly when students have complex problems as is the case of autism.
Being a matter of rights, inclusion goes through dimensions that relate to ethics and values. That is why she can not envisage itself without being in terms of inclusive education.
In this communication we present some data for the assistance we have given to a 3rd year class, in which a student was diagnosed as having autism spectrum disorders.
Assuming that the interaction that takes place in a group is fundamental for everyone’s learning, our intervention, whose foundations were based on action research, sought that the work done with everyone and for everyone would ebe arranged in pairs initially and then in small groups, thus creating facilitating communication conditions.
The evaluation allowed us to conclude about the importance of this investigative process and inclusive education. Viewed by his peers as another element in class, this student has made significant learning, academically and socially
Dados de Investigação em Ciências da Educação e em Artes Visuais: testemunho para a construção da Escola Inclusiva
A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, entendida como educação inclusiva, implica a participação dos diversos atores que intervêm no espaço educativo. A investigação que realizámos e que temos orientado, no âmbito da metodologia de estudo de caso, tem permitido identificar e analisar dificuldades, preocupações e representações sociais de alguns atores envolvidos no processo de inclusão destes alunos, bem como práticas implementadas pelos professores, nas escolas onde os referidos estudos se realizaram. Estes decorreram no Brasil, Rio Grande do Norte, e em Portugal, na zona metropolitana de Lisboa, no âmbito de Mestrados em Ciências da Educação e em Artes Visuais. Os resultados, que apresentamos e refletimos, evidenciam que a inclusão destes alunos suscita ainda, passados que são dezoito anos desde Salamanca, muitas dificuldades aos professores, nomeadamente no que diz respeito à implementação de respostas adequadas, o que nos remete para a necessidade e a premência de formação neste sentido. Palavras-chave:inclusão; educação inclusiva; educação artística; formação de professores
Educação Inclusiva – um novo paradigma de Escola
A identidade é definida pela relação que estabelecemos com os outros que estão à nossa volta, que nos ajudam a “vermo-nos” como uma pessoa com características próprias. A escola é, assim, um espaço privilegiado para essa perceção, pela interação que proporciona, que deve criar ambientes estimulantes e ricos, condições fundamentais para o desenvolvimento adequado de qualquer indivíduo. Tendo em conta estes pressupostos, a educação inclusiva faz todo o sentido. No entanto, suscita dúvidas e questionamentos aos professores, sobretudo a nível da implementação de estratégias que têm em conta a turma como uma entidade heterogénea. Donde a pertinência de formação neste âmbito, alguma da qual, decorrente de investigação que realizámos ou orientámos, refletimos aqui.Palavras-chave: Educação inclusiva; formação de professores; análise de necessidades de formação; investigação-ação
Escola inclusiva: que formação de professores?
EntretextosA inclusão, entendida como educação inclusiva, apela ao desempenho de actividades e de tarefas por parte da comunidade escolar que se revestem de alguma complexidade, sobretudo quando estamos em presença de alunos com necessidades educativas especiais complexas.
Falar de inclusão pressupõe considerar a escola como um lugar privilegiado de interacção de políticas, de culturas e de práticas de aprendizagens significativas, baseadas na cooperação e na diferenciação inclusiva, de modo a que o sucesso para todos e com todos os alunos, respeitando a sua diversidade física, racial ou religiosa, possa ser uma realidade. Nesse sentido, a inclusão implica que as escolas se organizem para responder à população que atendem.
Esta organização depende, naturalmente, de dispositivos legislativos, mas é necessário, indiscutivelmente, que as escolas sejam capazes de articular respostas capazes entre os diferentes actores que intervêm no processo dos alunos, alguns dos quais nem sempre pertencem ao âmbito da educação.
A formação de professores, neste contexto, reveste-se, assim, da maior importância, desde que tenha em conta as suas preocupações, as suas dificuldades e as próprias expectativas quanto às respostas que for capaz de ajudar a equacionar.Inclusion, in the sense of inclusive education, calls for carrying out complex activities and tasks by the school community while facing pupils with complex special education needs.
To address inclusion one must take school as the unique place where an interaction of policies, cultures and significant learning practices, based on cooperation and inclusive differentiation, is geared to achieve success for all and with all the students while respecting their physical, racial or religious diversity. Inclusion, as such, implies that schools should (re)organize to cope with their attending population.
(Re)organization must obviously take into account legislation guidelines and constraints. It is however imperative that schools adequately aim to articulate the different performers facing the students, including non-education professionals, towards providing capable answers.
Training of teachers is of paramount importance to achieve this purpose and for better effectiveness it should take into account the trainees worries, difficulties and own expectations regarding the answers they will be asked to help equate
A educação inclusiva: uma estratégia que responde a todos
EntretextosA paralisia cerebral é um dos factores que frequentemente leva a graves perturbações na comunicação. Estas limitações causam enormes barreiras no desenvolvimento dos indivíduos, sendo importante proporcionar àqueles que apresentam disfunções na comunicação os meios para se expressarem e comunicarem.
A comunicação aumentativa tem como objectivo proporcionar as ajudas técnicas específicas que ampliem as capacidades de expressão permitindo compensar as disfunções comunicativas e proporcionar a comunicação, a aprendizagem, a interacção, a autonomia, melhorando as competências globais dos indivíduos e possibilitando-lhes uma melhor qualidade de vida.
Este trabalho resultou da intervenção fundamentada nos pressupostos e nos procedimentos da intervenção-acção com uma aluna com Paralisia Cerebral e sem linguagem oral, com o objectivo de melhorar os seus níveis de interacção com os pares, os professores e os familiares.
Esta intervenção centrou-se no desenvolvimento e na aplicação de um sistema aumentativo de comunicação e numa perspectiva ecológica de desenvolvimento, promoveu uma maior adaptação da aluna ao meio envolvente, a sua inclusão na turma e a sua socialização na comunidade escolar.Cerebral palsy is a factor that often leads to severe disruption in communication. This limitation causes enormous barriers in individual’s development, making it important to offer those with communication disabilities the means to express themselves and to communicate.
The augmentative communication aims to provide the specific technical assistance which amplifies the expression capacity compensating the communicative disorders and therefore allowing the communication, learning, interaction and autonomy, improving the individual global competencies and providing them with a better quality of life.
This work resulted from the intervention based on the assumptions and procedures of the intervention-action with a student with cerebral palsy and without oral language, in order to improve their levels of interaction with peers, teachers and family.
The intervention focused in the development and implementation of an augmentative communication system to, from an ecologic development perspective, promote a larger adaptation of the student to her surroundings and class inclusion
O papel da escola no reforço da ética e valores relativamente à inclusão
EntretextosDurante muito tempo as pessoas em situação de deficiência ou com necessidades
especiais foram marcadas pela segregação e marginalização. Defendemos hoje a
Educação Inclusiva, destinada a TODOS os alunos. Já não é o aluno que se adapta à
Escola mas esta que deverá adaptar-se à diversidade da sua população.
Apesar de características comuns, os alunos com perturbações do espectro do
autismo têm particularidades e especificidades próprias, pelo que há que aceitar a
diferença e gerir a diversidade através de estratégias de aprendizagem, adequação de
métodos e de técnicas, de modo a permitir o sucesso educativo destes e de todos os
alunos.
Esta comunicação decorre da intervenção, fundamentada nos pressupostos e nos
procedimentos da investigação-acção, que realizámos no âmbito da inclusão de um
aluno com diagnóstico provável de síndroma de Asperger, que frequentava o 7º ano
de escolaridade.
Partimos do princípio que o desenvolvimento de actividades de cariz funcional com
o aluno, realizadas no âmbito da unidade de ensino estrutrurado e da sua turma, de
modo a que todos interagissem entre si, melhorava a autonomia pessoal e social de
todos e, em particular, a sua. Neste sentido, planificámos cada uma das sessões,
relativamente às quais procurámos fazer uma avaliação rigorosa, tendo em vista a
sua reformulação, sempre que necessário.
A avaliação que fazemos do processo e do produto permite-nos confirmar a
importância da intervenção do professor perspectivada deste modo e da interacção
como factor determinante para a aprendizagem.For too long people suffering disabilities or special needs have been marked by segregation and marginalization. We stand today on Inclusive Education, designed to ALL students. No longer is the student who is adjusting to school but the school that must adapt itself to the diversity of its population.
Despite common characteristics, students with Autism Spectrum Disorders (ADS) have peculiarities and specificities, so we have to accept the differences and manage diversity through learning strategies, adequacy of methods and techniques, to allow the educational success of these students and all the others.
This communication results from the intervention based on the presuppositions and on the proceedings of the investigation-action, which we carried out in the context of the inclusion of a student with probable diagnosis of syndrome of Asperger, who was frequenting the 7th year of schooling.
We developed functional activities with him and his group in order to obtain and develop personal and social autonomy of all. In this sense we planned out each one of the sessions, relatively to which we tried to do a rigorous evaluation.
The evaluation allows us to confirm the importance of the intervention of the teacher put in perspective in this way and in the interaction like factor determinative for the apprenticeship
Abstracts
Tradução, para a língua Inglesa, dos resumos dos artigos publicados nesta edição
Educação Inclusiva – um novo paradigma de Escola
A identidade é definida pela relação que estabelecemos com os outros que estão à nossa volta, que nos ajudam a “vermo-nos” como uma pessoa com características próprias. A escola é, assim, um espaço privilegiado para essa perceção, pela interação que proporciona, que deve criar ambientes estimulantes e ricos, condições fundamentais para o desenvolvimento adequado de qualquer indivíduo. Tendo em conta estes pressupostos, a educação inclusiva faz todo o sentido. No entanto, suscita dúvidas e questionamentos aos professores, sobretudo a nível da implementação de estratégias que têm em conta a turma como uma entidade heterogénea. Donde a pertinência de formação neste âmbito, alguma da qual, decorrente de investigação que realizámos ou orientámos, refletimos aqui.Palavras-chave: Educação inclusiva; formação de professores; análise de necessidades de formação; investigação-ação
Dados de Investigação em Ciências da Educação e em Artes Visuais: testemunho para a construção da Escola Inclusiva
A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, entendida como educação inclusiva, implica a participação dos diversos atores que intervêm no espaço educativo. A investigação que realizámos e que temos orientado, no âmbito da metodologia de estudo de caso, tem permitido identificar e analisar dificuldades, preocupações e representações sociais de alguns atores envolvidos no processo de inclusão destes alunos, bem como práticas implementadas pelos professores, nas escolas onde os referidos estudos se realizaram. Estes decorreram no Brasil, Rio Grande do Norte, e em Portugal, na zona metropolitana de Lisboa, no âmbito de Mestrados em Ciências da Educação e em Artes Visuais. Os resultados, que apresentamos e refletimos, evidenciam que a inclusão destes alunos suscita ainda, passados que são dezoito anos desde Salamanca, muitas dificuldades aos professores, nomeadamente no que diz respeito à implementação de respostas adequadas, o que nos remete para a necessidade e a premência de formação neste sentido. Palavras-chave:inclusão; educação inclusiva; educação artística; formação de professores
Inclusão: concepções e práticas nos últimos dez anos − relato de uma experiência
A inclusão no ensino regular de alunos considerados com necessidades educativas especiais e/ou em situação de deficiência é um propósito da legislação portuguesa desde 1997. Esta comunicação incide sobre as concepções que enquadram a escola inclusiva e algumas práticas vivenciadas relativamente à mesma, enquanto coordenadora de uma equipa de coordenação de apoios educativos, que apontam para a urgência de formação de professores, que tenha em conta as suas dificuldades e as suas preocupações