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    Artesanato e Design para a Sustentabilidade: Um novo paradigma do Século XXI

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    Não obstante a evolução desde o final dos anos noventa do conceito e dos procedimentos inerentes à noção de Design para a Sustentabilidade, na origem, o seu produto ou serviço visa ser aquele que, promovendo o desenvolvimento dos países/regiões subdesenvolvidos ou vias de desenvolvimento, se revela capaz de suprir as necessidades individuais e sociais do ser humano sem esgotar os recursos naturais disponíveis, sem danificar a biodiversidade e a capacidade de regeneração da natureza e sem comprometer, com as estratégias do presente, a qualidade de vida (ambiental, social e económica) das gerações futuras; numa perspectiva de consequências locais/regionais, nacionais e globais. Sendo o Artesanato e o seu contexto ancestral um compilador natural dos pressupostos inerentes ao conceito atrás definido, desde o início da delimitação da proposta que se apresenta para a comunidade académica como um potencial gerador de processos exploratórios de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de projectos de design sustentável. Portugal, desde 2005, não é excepção a essa tendência. Para além dos factores económicos e ambientais, já amplamente explorados pela dimensão prospectiva e comercial de investidas sustentáveis emergentes, interessa-nos neste artigo, sobretudo, a dimensão social, cultural e humanizada do artesanato tradicional como gerador de resultados sensíveis à própria natureza sensitiva e cultural do ser humano. Essa dimensão integradora, não sendo devidamente compreendida pelo designer, poderá não só comprometer a tentativa de operacionalização do real conceito de sustentabilidade, como também, levar ao gradual esbatimento da diferença de interpretação dos significados inerentes a termos como “artesão” e “executante”, “identidade” e “tendência”, ou “ancestral” e “efémero”. No centro da razão de existência do Design ou do Artesanato encontra-se, basilarmente, o utilizador. O individuo que através do usufruto das produções criativas e técnicas de um e/ou de outro experiencia, para além da função do objecto, a vivência pessoalizada de sensações, emoções ou memória. Nesse domínio mais íntimo da relação do ser com a matéria transformada em equipamento utilitário, a casa representa o lugar primordial de recolhimento. E é precisamente na visitação da casa como lugar ocupado pela identidade ancestral de artefactos manufacturados que centraremos a equação das questões supracitadas. Na perspectiva da autora, o questionamento em torno desta temática, não só se afigura como importante para o gradual entendimento da dimensão humanizada do design para a sustentabilidade como também, e sobretudo, como contributo para a identificação de potenciais factores distintivos promotores de um crescente reconhecimento do artesanato tradicional pelo público em geral: enquanto entidade privilegiada para a reconquista de experiencias sensíveis, cujas raízes mergulham por um lado na auto-identificação do indivíduo com a arte e com a matéria vivida, mas ao mesmo tempo, no seu auto-reconhecimento como ser partilhante de uma determinada, e insubstituível, identidade cultural

    Investigação em Design: interatividade entre metodologias profissionais e científicas

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    Face às diferentes perspectivas da academia sobre o que é a Investigação em Artes no contexto do Processo de Bolonha, surge um desafio comum: pensar, sistematizar, aplicar e partilhar métodos de investigação e de orientação que resultem em trabalhos cujo rigor, objetividade, racionalidade e qualidade se insiram nos cânones de uma investigação de caráter científico. Em Design, sobretudo no que respeita ao modelo de tese teórico-prática, em que nos centraremos no presente artigo pelo facto de ser o que suscita maior debate, uma das questões de base em que assenta esta problemática sedia-se precisamente na equação das diferenças metodológicas e de resultados, alcançados e alcançáveis, através da investigação inerente à prática profissional do design versus investigação inerente ao trabalho científico teórico-prático em design. Apesar de em termos gerais serem processos metodológicos que diferem ao nível do ordenamento (Archer, 2007) e da natureza (Moreira da Silva, 2010), no atual artigo defende-se que são também processos metodológicos com semelhanças a nível de estrutura cuja combinação de um modo sistemático pode resultar numa vantagem orientadora do processo de investigação em si

    Design and Technology: A Historical Perspective on the Mediating Role of Technology Between Industrial Design and Engineering

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    The interdisciplinary relationship between industrial design and mechanical engineering is sensitive. This research focuses on understanding how one can positively mediate this relation, in order to foster innovation. In this paper, technology is considered for this role since it has, in some historical moments, served as an integrator of these two disciplines, in processes that led to innovation. By means of an extensive literature review, covering three different periods of technological development, both disciplines’ positioning in society and their link with technology are analyzed and compared. The three case studies selected help to illustrate, precisely, the technology positioning between both disciplines and society. Literature assumes that industrial design is rooted in the rise of criticism against both the machine and the mechanized production. This is an opposing approach to the current paradigm, in which design plays a fundamental role in adapting technology to society. Also, the social problems caused by the mechanized and massive production triggered the mechanical engineering emergence, as a professionalized discipline. Technology was intrinsically connected with both industrial design and mechanical engineering emergence and subsequent evolution. In the technology conflict with society lays the reform and regulation for design practice, in its broadest sense

    Design para o futuro: o indivíduo entre o artifício e a natureza

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    Doutoramento em DesignO presente trabalho tem como objectivo contribuir para o aprofundamento de estudos vocacionados para a evolução do mundo material enquanto factor determinante para o futuro do Planeta, do Homem e dos seus artifícios. Sendo o tema central da investigação o Design Industrial enquanto mediador incontornável dessa relação, os conceitos de Design Biónico, de Design Natural, de Biodesign e de Design Simbiótico, assim como as metodologias a si inerentes, assumem-se como protagonistas do estudo desenvolvido. A tese é composta por um primeiro capítulo introdutório onde se define o seu objecto de estudo e se apresentam as linhas condutoras da investigação. O segundo capítulo é dedicado ao enquadramento teórico dos temas a abordar, nomeadamente o conceito de “artifício” considerando os seus tradicionais e novos significados e aplicações e a História do Design Industrial numa perspectiva que considera a evolução da indústria e da disciplina nesse contexto. No terceiro capítulo desenvolve-se a análise das propostas conceptuais e metodológicas dos designers Victor Papanek, Luigi Colani e Paulo Parra, por recurso específico, respectivamente, aos pressupostos inscritos em Design Biónico, Design Natural, Biodesign e Design Simbiótico, perseguindo-se como objectivo a sua sistematização em conteúdos passíveis de contribuírem para novas investigações/aplicações, nomeadamente no âmbito daquilo que a autora designa como Inovação Tecnológica na Concepção e EcoBio-Inovação.Present thesis aims to contribute to deepen studies concerning material world evolution - this one faced as a fundamental issue for the future of our Planet, Human kind and Human Kind’s creation itself (artefacts). Since Industrial Design, as intermediary in that relationship, is the chief theme of this research, the concepts of Bionic Design, Ecologic Design and Symbiotic Design, as well as their inherent methodologies, play a major role throughout the development of this study. The thesis is composed of a first introductory chapter where the subject area is defined and the guidelines for of the present work are presented; a second chapter where a theoretical frame for the issues to be studied along the work is presented and comprehended, namely the concept of “artifice”, considering, on the one hand, its traditional and new meanings/applications and, on the other hand, Industrial Design history from a point of view where both Industry evolution and Design evolution are considered within that framework; and a the third chapter along which Victor Papanek’s, Luigi Colani’s and Paulo Parra’s conceptual and methodological proposals are analysed, via the specific use of premises from, respectively, Bionic Design, Ecologic Design and Symbiotic Design, under the purpose of building their systematization up into contents arranged to help new researches/applications, specifically in the ground of what the author of this work names Technological Innovation in Conception and EcoBio-Innovation

    A Cross-Functional Approach for the Fuzzy Front End: Highlights from a Conceptual Project

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    Ideation is regarded as a critical element in the innovation process; besides, it is transversal to the different design models. Notwithstanding its fundamental characteristics for the innovation process, ideation is the least-studied phase and an ambiguous nature is sometimes assigned to it. Consequently, the Fuzzy Front End (FFE) designation was born to describe this early phase and the interest over its study has recently increased. By means of an extensive literature review, ideation is highlighted from the design process and diverging models for the FFE are comparatively analyzed. The importance of a cross-functional approach for the FFE is underpinned with an analysis of a multidisciplinary and mainly conceptual project over the transportation sector. The innovative character and the perceived value of this project is precisely grounded in its integrated and cross-functional approach, which combines the technological possibilities with the passenger focus

    Interdisciplinarity and Design Conceptualisation: Contributions from a Small-Scale Design Experiment

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    Literature emphasises the sparse research focused in collaborative and open approaches in the design conceptualisation stage, also known as the Fuzzy Front-End (FFE). Presently, the most challenging discussion arising from this specific field of research lies in understanding on whether or not to structure the referred conceptual stage. Accordingly, the established hypothesis behind this study sustains that a structured approach in the FFE would benefit the interdisciplinary dialogue. Therefore, two objectives support this study: to understand the benefits of an interdisciplinary approach in the FFE, and to test one proposed model for this conceptual stage. By means of a small-scale design experiment, this paper pretends to give additional contributions to this area of research, in the context of new product development (NPD). The general research supporting this specific study aims to conceptualise in the area of newly and futuristic aircraft configurations. Hence, this same topic based the conceptualisation process in the conducted ideation sessions, which are conducted by five different teams of three elements each. The results of the different ideation sessions reinforce the contemporary paradigm of Open Innovation (OI), which is based in trust and communication to better collaborate. The postulated hypothesis for this study is partially validated as teams testing the proposed and structured model generally consider that its usage would benefit the integration of different disciplines. Besides, a general feeling that a structured approach integrates different perspectives and gives creativity a focus pervades. Nevertheless, the small-scale of the design experiment attributes some limitations to this study, despite giving new insights in how to better organise coming and more sustained studies. Interestingly, the importance of sketching as an interdisciplinary means of communication is underlined with the obtained results

    O sistema interno de promoção e garantia da qualidade e o sistema de informação integrado da Universidade de Évora

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    Nos últimos anos a Universidade de Évora (UEvora) tem vindo a efetuar uma aposta estratégica no desenvolvimento de um sistema de informação que integre a monitorização e melhoria continuada das componentes académicas e de investigação com as componentes de garantia de qualidade e de gestão. Neste sentido, a UEvora tem desenvolvido, desde 1993, modelos dinâmicos e sistemáticos de (re)organização interna dos seus procedimentos e práticas, com vista à operacionalização de resultados que garantam a conquista de índices de qualidade evolutivos no tempo, dando assim origem ao Sistema Interno de Promoção e Garantia da Qualidade (SIPGQ). Determinante para o sucesso do SIPGQ tem sido o trabalho dos Serviços de Informática, nomeadamente pelo desenvolvimento, desde 1999, do Sistema de Informação Integrado (SIIUE). O SIIUE é um sistema que foi implementado recorrendo exclusivamente a tecnologias baseadas em software livre, tais como, o sistema gestor de base de dados PostgreSQL e a linguagem PHP, integrando as componentes académicas mais diretamente relacionadas com os alunos (matrículas, inscrições, avaliações) e com os docentes (distribuição de serviço, horários, pautas) com as componentes de investigação e desenvolvimento (gestão de projetos de I&D, contratos de colaboração e prestação de serviços). Tendo em conta o interesse manifestado por diversas instituições de Ensino Superior portuguesas e estrangeiras, a UEvora está a iniciar um processo de consolidação e modularização, visando a sua disponibilização futura a outras instituições. O SIPGQ é o sistema de garantia de qualidade da UEvora e é um dos poucos sistemas que, em Portugal, foi certificado pela A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. O SIPGQ integra indicadores elaborados com informação base proveniente do SIIUE, assim como o resultado de inquéritos de opinião realizados aos alunos sobre as unidades curriculares que frequentaram, o seu curso e a Universidade. Esta integração permite efetuar a geração automática de relatórios de unidades curriculares, de curso e de unidade orgânica. Também o processo de avaliação dos docentes e das unidades orgânicas da UEvora encontram enquadramento e suporte no SIPGQ e no SIIUE, respetivamente. Em suma, tanto o SIIUE e o SIPGQ constituem-se como ferramentas fundamentais para o apoio a uma gestão informada na Universidade de Évora

    Testemunhos

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    +Design+Valor: Catálogo de Exposição Mostra de Projetos de Design. Publicação com a participação do trabalho de 33 estudantes de Design da Universidade de Évora

    Banco I

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    Banco I, explora a aplicação dos pressupostos do design para a sustentabilidade numa solução de compromisso lúdico-funcional do objeto que, pela variedade de possíveis experiências de fruição – “banco ou apoio, alto ou baixo, degrau, brinquedo, etc.” – se vê assente no conceito definido por Raul Cunca como “Multi-Design”. Esta peça, desenvolvida no âmbito do projeto Significados da Matéria no Design promovido pela Associação Susdesign, em 2005, com dimensões 320x320x570mm, encontra-se produzida em aglomerado de cortiça pela mão do artesão alentejano Joaquim Caeiro. Em Banco I, o designer é protagonista e mediador do cruzamento de conceitos que promovem o diálogo simbólico e físico entre técnicas tradicionais de produção, materiais de forte cariz identitário e soluções globais de utilização, por meio de um resultado sensível de atributos

    PAULO PARRA: Elementos paradigmáticos de um percurso de referência

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    Desde os finais da década de 80, com maior incidência a partir de 1990, Paulo Parra desenvolve a sua atividade como designer de produto através do atelier Paulo Parra Design sendo, desde então, acentuado o reconhecimento e acolhimento dos seus projetos em várias exposições de Design a nível mundial. Detentor de diversas distinções internacionais e nacionais, o designer português tem investido, a par com a carreira académica, com o projeto, com o colecionismo e com a investigação, num percurso amplamente sustentado pela reflexão, consolidado por diversas publicações na área do Design de Produto
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