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    Utilização de instrumentos de triagem nutricional em um serviço de emergência : factibilidade e validade preditiva

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    Introdução: Os instrumentos de triagem de risco nutricional (RN) permitem identificação precoce de pacientes em risco de desnutrição e contribuem para a priorização de atendimento no ambiente hospitalar. Dados sobre a utilização dos instrumentos no cenário de emergência são escassos. O presente estudo teve objetivo de avaliar a factibilidade e a validade preditiva de cinco diferentes instrumentos de triagem de RN em um Serviço de Emergência: Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002), Nutritional Risk Emergency (NRE-2017), Royal Free Hospital-Nutritional Prioritizing Tool (RFH-NPT), Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) e Malnutrition Screening Tool (MST). Métodos: Estudo de coorte prospectivo, realizado em serviço de emergência de um hospital público no sul do Brasil. A presença de RN foi avaliada em até 72 horas após a admissão hospitalar. Pacientes com pontuação ≥ 3 pelo NRS-2002, ≥ 1,5 pelo NRE-2017 e ≥ 2 pelos instrumentos MUST, RFH-NPT e MST foram considerados em RN. Factibilidade foi avaliada pela disponibilidade de dados para aplicação dos instrumentos. Os desfechos estudados foram tempo de permanência hospitalar, reinternação e mortalidade (intra-hospitalar, em 90 dias e 1 ano). Resultados: Foram avaliados 431 pacientes (idade 57,31 ± 15,6 anos e 54,4% mulheres). A prevalência de RN foi: NRS-2002: 35%, MST: 43%, NRE-2017: 45%, MUST: 45% e RFH-NPT: 49%. A NRS-2002 detectou menos pacientes em RN quando comparada a RFH-NPT, NRE e MUST (p < 0,001). Dados sobre idade, ingestão alimentar, retenção hídrica, exame físico e gravidade da doença estavam disponíveis para 100% dos pacientes, já a história de perda de peso para 62%. Quanto aos dados antropométricos, o peso pode ser aferido em 65,7% dos pacientes, entretanto nenhum paciente pode ter a altura aferida, sendo esta estimada para posterior cálculo de IMC. Pacientes com RN, independente do instrumento, permaneceram mais tempo hospitalizados (p < 0,001). A presença de RN, identificado pela NRE-2017, MUST e RFH-NPT, foi associado com reinternação em 90 dias. Além disso, a presença de RN foi associada com maior chance de ocorrência de óbito intra-hospitalar, em 90 dias e em 1 ano, independentemente do instrumento de RN utilizado. Conclusões: Os instrumentos de triagem identificaram proporção semelhante de RN no cenário da emergência e RN foi preditor de piores desfechos clínicos. Identificou-se disponibilidade limitada de dados antropométricos (peso, altura, IMC) e com base nos nossos resultados, sugerimos a utilização da NRE-2017, que não requer aferição de dados objetivos e apresenta validade preditiva para os desfechos clínicos avaliados.Background & Aims: Nutritional risk (NB) screening instruments allow early identification of patients at risk of malnutrition and contribute to prioritizing care in the hospital environment. Data on the use of instruments in the emergency scenario are scarce. This study aimed to evaluate the feasibility and predictive validity of five different screening instruments for newborns in an Emergency Service: Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002), Nutritional Risk Emergency (NRE-2017), Royal Free Hospital- Nutritional Prioritizing Tool (RFH-NPT), Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) and Malnutrition Screening Tool (MST). Methods: Prospective cohort study, carried out in the emergency department of a public hospital in southern Brazil. The presence of NB was assessed within 72 hours after hospital admission. Patients with scores ≥ 3 by the NRS-2002, ≥ 1.5 by the NRE-2017 and ≥ 2 by the MUST, RFH-NPT and MST instruments were considered as NB. Feasibility was assessed by the availability of data to apply the instruments. The outcomes studied were length of hospital stay, readmission and mortality (in-hospital, in 90 days and 1 year). Results: 431 patients were evaluated (age 57.31 ± 15.6 years and 54.4% women). The prevalence of NB was: NRS-2002: 35%, MST: 43%, NRE-2017: 45%, MUST: 45% and RFH-NPT: 49%. NRS-2002 detected fewer patients in NB when compared to RFH-NPT, NRE and MUST (p < 0.001). Data on age, food intake, water retention, physical examination and disease severity were available for 100% of patients, and a history of weight loss for 62%. As for anthropometric data, weight can be measured in 65.7% of patients, however no patient can have their height measured, which is estimated for later calculation of BMI. Patients with NB, regardless of the instrument, remained hospitalized longer (p < 0.001). The presence of NB, identified by NRE-2017, MUST and RFH-NPT, was associated with readmission within 90 days. Furthermore, the presence of NB was associated with a greater chance of in-hospital death, within 90 days and within 1 year, regardless of the NB instrument used. Conclusions: The screening instruments identified a similar proportion of NB in the emergency setting and NB was a predictor of worse clinical outcomes. Limited availability of anthropometric data (weight, height, BMI) was identified and based on our results, we suggest the use of the NRE-2017, which does not require measurement of objective data and has predictive validity for the clinical outcomes evaluated

    Obesidade, microbiota intestinal e intervenções dietéticas : uma revisão sistemática

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    Introdução: A obesidade é um importante problema de saúde pública e afeta desde crianças até idosos. A prevalência da obesidade tem aumentado significativamente no mundo inteiro. A microbiota intestinal de pacientes obesos parece ser diferente da dos eutróficos e intervenções que modificam a microbiota podem interferir no peso. Objetivo: Revisar de forma sistemática a literatura científica, a fim de buscar as possíveis associações entre modulação da microbiota pela dieta e alteração de peso corporal, identificando o tempo de intervenção, o fator em estudo, o tipo e a dose do componente dietético e os desfechos clínicos correlacionados com a modulação da microbiota e a obesidade. Metodologia: A busca de artigos foi realizada nas bases de dados MEDLINE/Pubmed e Scielo, utilizando as seguintes combinações de descritores e seus respectivos sinônimos: “microbiota”, “obesity”, “diet”, “randomized controlled trial”. Foram incluídos estudos originais, publicados até agosto de 2016, sobre obesidade e internvenções dietéticas, em seres humanos e animais, sempre que houvesse avaliação de microbiota intestinal e de peso corporal ou de parâmetros clínicos relacionados à obesidade. Resultados: Foram encontrados 61 artigos, destes, 46 foram excluidos, pois não contemplavam os requisitos mínimos para a revisão. Por fim, 15 artigos foram incluídos. A intervenção mais recorrente foi com prebióticos, seguido por dietas de baixa caloria. Os principais achados em relação à microbiota, após as intervenções dietéticas, foram a elevação na diversidade dos filos, ou seja, aumento da variedade de espécies de um determinado filo bacteriano e a elevação na razão entre os filos, que representa a variação na proporção de um filo para o outro. O tempo de intervenção em humanos variou de 6 a 48 semanas, e nos animais o tempo de intervenção variou de 7 a 16 semanas. Quanto ao impacto das intervenções do ponto de vista clínico e antropométrico, foi encontrado aumento da sensibilidade insulínica em 40% dos estudos, redução nos níveis de marcadores inflamatórios relacionados com a obesidade em 26,6 % dos estudos, e redução do IMC em 33,3 % dos estudos ao término das intervenções. Conclusão: As intervenções que modulam a microbiota intestinal, principalmente a partir de prebióticos, mostram resultados animadores para o manejo adjuvante da obesidade, impactando na melhora dos níveis de insulina, diminuição de marcadores inflamatórios e IMC. Porém, os estudos são heterogêneos e utilizam múltiplas formas de amostras, doses, tempo de intervenção e técnicas de avaliação da microbiota, o que dificulta uma análise mais conclusiva e definitiva

    Obesidade, microbiota intestinal e intervenções dietéticas : uma revisão sistemática

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    Introdução: A obesidade é um importante problema de saúde pública e afeta desde crianças até idosos. A prevalência da obesidade tem aumentado significativamente no mundo inteiro. A microbiota intestinal de pacientes obesos parece ser diferente da dos eutróficos e intervenções que modificam a microbiota podem interferir no peso. Objetivo: Revisar de forma sistemática a literatura científica, a fim de buscar as possíveis associações entre modulação da microbiota pela dieta e alteração de peso corporal, identificando o tempo de intervenção, o fator em estudo, o tipo e a dose do componente dietético e os desfechos clínicos correlacionados com a modulação da microbiota e a obesidade. Metodologia: A busca de artigos foi realizada nas bases de dados MEDLINE/Pubmed e Scielo, utilizando as seguintes combinações de descritores e seus respectivos sinônimos: “microbiota”, “obesity”, “diet”, “randomized controlled trial”. Foram incluídos estudos originais, publicados até agosto de 2016, sobre obesidade e internvenções dietéticas, em seres humanos e animais, sempre que houvesse avaliação de microbiota intestinal e de peso corporal ou de parâmetros clínicos relacionados à obesidade. Resultados: Foram encontrados 61 artigos, destes, 46 foram excluidos, pois não contemplavam os requisitos mínimos para a revisão. Por fim, 15 artigos foram incluídos. A intervenção mais recorrente foi com prebióticos, seguido por dietas de baixa caloria. Os principais achados em relação à microbiota, após as intervenções dietéticas, foram a elevação na diversidade dos filos, ou seja, aumento da variedade de espécies de um determinado filo bacteriano e a elevação na razão entre os filos, que representa a variação na proporção de um filo para o outro. O tempo de intervenção em humanos variou de 6 a 48 semanas, e nos animais o tempo de intervenção variou de 7 a 16 semanas. Quanto ao impacto das intervenções do ponto de vista clínico e antropométrico, foi encontrado aumento da sensibilidade insulínica em 40% dos estudos, redução nos níveis de marcadores inflamatórios relacionados com a obesidade em 26,6 % dos estudos, e redução do IMC em 33,3 % dos estudos ao término das intervenções. Conclusão: As intervenções que modulam a microbiota intestinal, principalmente a partir de prebióticos, mostram resultados animadores para o manejo adjuvante da obesidade, impactando na melhora dos níveis de insulina, diminuição de marcadores inflamatórios e IMC. Porém, os estudos são heterogêneos e utilizam múltiplas formas de amostras, doses, tempo de intervenção e técnicas de avaliação da microbiota, o que dificulta uma análise mais conclusiva e definitiva
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