10 research outputs found
A raiz do pensamento colonial na intolerância religiosa contra religiões de matriz africana
O presente artigo tem por objetivo explicitar as manifestações de discriminação e intolerância religiosas contra os praticantes como atos que podem ser caracterizados como racismo religioso, compreendendo a sua formação a partir do pensamento colonial. O artigo traz um breve panorama, da prática discriminatória e criminalização histórica contra essas religiões no Brasil, apresenta uma discussão das categorias: intolerância religiosa, discriminação e racismo e, a partir dos aportes do pensamento colonial, debate a relação entre o racismo presente na formação latino-americana e o fenômeno da discriminação contra as religiões afro-brasileiras na atualidade
A discriminação contra religiões afro-brasileiras: um debate entre intolerância e racismo religioso no Estado brasileiro
A luta das religiões afro-brasileiras contra a intolerância religiosa é histórica no Brasil. As agressões físicas, verbais e os atentados ao espaço físico dos templos, a omissão do poder público e a falta de políticas públicas, são algumas das ações de intolerância e discriminação que os praticantes enfrentam desde o período escravocrata até os dias de hoje. A discriminação direcionada contra esse grupo têm a ver com a formação da estrutura estatal sob a modernidade, visto que, para o colonizador, evangelizar as populações submetidas (indígenas e africanos escravizados) era parte fundamental da empreitada colonial. Esse trabalho pretende, portanto, revisitar o artigo de na primeira edição da Revista Calundu explicando a relação entre o racismo presente na formação latino-americana e o fenômeno da discriminação direta e indireta contra as religiões afro-brasileiras
Direitos humanos, universalismo e debates interculturais
Human Rights have historically been a flag raised in favor to mankind, and with hope that there might be equality and freedom in the post-World War II, in a world where socialism no longer would exist. So Human Rights are conceived by the international society as a fundamental and universal good. However, Human Rights were created as universals within a valorative matrix western and liberal, and were materialized following these values. By the fact that human rights carry Western values in its core, and, in most cases, keep an impositive practice of these rights, emerges a discussion about the actual assumptions of protection and defense of the peoples, from which rises an antagonism between the particular right of peoples and their autonomy, and the inalienable universal rights proposed for Human Rights. This paper presents the clash between universalism and cultural relativism in Human Rights, and discusses how overcoming this debate trying to reconcile the pernicious burden of these rights ”“ which is hegemonic, homogenizer inprocesses of formation of nation-states ”“, to the legitimacy within their own cultures as a manner of seeking emancipation from the West oppression over subordinate groups.Los Derechos Humanos han sido, históricamente, una bandera levantada en favor de la humanidad, con la esperanza de que podría haber igualdad y libertad en los años posteriores a la Segunda Guerra Mundial y en un mundo donde el socialismo ya no existe. Por lo tanto, los Derechos Humanos han sido diseñados por la sociedad internacional como un bien fundamental y universal. Sin embargo, al ser creados como universales, dentro de una matriz valorativa liberal y occidental, éstos se materializan por estos valores. Debido a que los Derechos Humanos cargan valores occidentales fundamentales y, en la mayoría de los casos, mantienen una práctica de imposición, con lo cual emerge la discusión sobre los principios reales de protección y defensa de los pueblos, de la cual nace el antagonismo entre el derecho particular de los pueblos y su autonomía, y los derechos universales inalienables propuestos por los Derechos Humanos. El artículo presenta el choque entre universalismo y relativismo cultural en los Derechos Humanos, y analiza cómo superar este debate que trata de conciliar la carga perniciosa de estos derechos ”“ que es hegemónica y homogeneizadora dentro delos procesos de formación de los Estados-nación ”“, con la legitimidad que tienen las propias culturas que buscan la emancipación de la opresión de Occidente sobre los grupos subordinados.Os Direitos Humanos, historicamente, foram uma bandeira levantada a favor da humanidade, com a esperança de que poderia haver igualdade e liberdade nos anos pós-segunda guerra mundial, em um mundo onde o socialismo não mais existiria. Portanto, os Direitos Humanos são concebi-dos pela sociedade internacional, como um bem fundamental e universal. Contudo, os Direitos Humanos, por serem criados como universais dentro da matriz valorativa ocidental e liberal, são materializados segundo esses valores. Devido fato de os Direitos Humanos carregarem valores ocidentais em seu bojo e, na maior parte das vezes, manterem uma prática impositiva desses direitos, surge uma discussão acerca dos reais pressupostos de proteção e defesa dos povos, da qual nasce um antagonismo entre o direito particular dos povos e a sua autonomia, e os direitos universais inalienáveis propostos pelos direitos humanos. Este artigo apresenta o embate entre o universalismo e o relativismo cultural nos Direitos Humanos, e discute como pensar a superação deste debate ao tentar conciliar a carga perniciosa dos Direitos Humanos ”“ que é hegemônica, homogeneizadora dos processos de formação dos Estados-nação ”“, com a legitimidade dentro das diferentes culturas que buscam a emancipação da opressão do Ocidente sobre grupos subordinados. 
A discriminação consubstancial e os muros mexicanos : um estudo sobre a discriminação contra centro-americanos e caribenhos no corredor migratório México - Estados Unidos
Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-Americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados sobre as Américas, 2021.A tese é um estudo sobre a discriminação direcionada a centro-americanos e caribenhos
em trânsito no corredor migratório México - Estados Unidos. Essa população é expulsa
pela pobreza, desigualdade e violência gerados por um sistema econômico, político, e
social que as desumaniza e as transforma em mão de obra descartável. O objetivo da
tese foi realizar uma análise do fenômeno discriminação, a partir da experiência e dos
processos de inclusão e exclusão vividas por essa população no trajeto pelo México em
direção aos Estados Unidos. Foram elencados os desafios (muros) para o acesso desta
população às políticas públicas, serviços, emprego, moradia etc., demonstrando as
situações de discriminação dentro destas estruturas. Evidencia-se o papel semiperiférico
do México em relação à influência estadunidense, caracterizando-o como um “país
muro”, por todos os obstáculos que a conjuntura regional e sua política migratória
securitista impõem aos migrantes em trânsito: violação de direitos humanos, violência,
estupros, extorsão do crime organizado internacional e nacional, além de discriminação,
xenofobia e marginalização. O estudo de caso foi realizado a partir de dados coletados
em trabalhos de campo realizados em albergues e instituições pró-migrantes no México,
em distintas localidades: Cidade do México, Tijuana e no Estado de Veracruz, entre
2015 e 2020. Foram utilizadas distintas técnicas qualitativas: observação participante,
entrevistas, e imersões etnográficas. A pesquisa conclui de que a discriminação contra o
migrante é uma discriminação consubstancial - um fenômeno estrutural, coletivo e
estreitamente interligado a diversos sistemas de opressão que motivam a discriminação,
e que é preciso criar estratégias para reafirmar a humanidade das pessoas em mobilidade
a fim de efetivar os seus direitos. Para tanto, é imperativo compreender
consubstancialmente os mecanismos materiais, simbólicos, estruturais, dialéticos e
históricos de reprodução das desigualdades produzidas pelo sistema capitalista.The thesis is a study on discrimination against Central Americans and Caribbeans in
transit in the Mexico-United States migratory corridor. This population is driven out by
poverty, inequality and violence generated by an economic, political, and social system
that dehumanizes them and transforms them into disposable labor. The objective of the
thesis was to carry out an analysis of the phenomenon of discrimination, based on the
experience and processes of inclusion and exclusion experienced by this population on
their way through Mexico towards the United States. The challenges (walls) for this
population's access to public policies, services, employment, housing etc. were listed,
demonstrating the situations of discrimination within these structures. The semi
peripheral role of Mexico in relation to the US influence is highlighted, characterizing it
as a “wall country”, due to all the obstacles that the regional situation and its security
migration policy impose on migrants in transit: violation of human rights, violence,
rapes, extortion of international and national organized crime, as well as discrimination,
xenophobia, and marginalization. The case study was carried out from data collected in
fieldwork carried out in hostels and pro-migrant institutions in Mexico, in different
locations: Mexico City, Tijuana and in the State of Veracruz, between 2015 and 2020.
Different techniques were used. qualitative: participant observation, interviews, and
ethnographic immersions. The research concludes that discrimination against migrants
is a consubstantial discrimination - a structural, collective phenomenon that is closely
interconnected with various systems of oppression that motivate discrimination, and that
it is necessary to create strategies to reaffirm the humanity of people in mobility to
enforce their rights. Therefore, it is imperative to understand substantially the material,
symbolic, structural, dialectical, and historical mechanisms of reproduction of the
inequalities produced by the capitalist system.La tesis es un estudio acerca de la discriminación hacia centroamericanos y caribeños en
tránsito en el corredor migratorio México-Estados Unidos. Esta población es expulsada
por la pobreza, la desigualdad y la violencia que genera un sistema económico, político
y social que los deshumaniza y los transforma en mano de obra desechable. El objetivo
de la tesis fue realizar un análisis del fenómeno de la discriminación, a partir de la
experiencia y procesos de inclusión y exclusión vividos por esta población en su paso
por México hacia Estados Unidos. Se enumeraron los desafíos (muros) para el acceso de
esta población a políticas públicas, servicios, empleo, vivienda, etc., evidenciando las
situaciones de discriminación dentro de estas estructuras. Se destaca el rol
semiperiférico de México en relación con la influencia de Estados Unidos,
caracterizándolo como un “país muro”, por todos los obstáculos que la situación
regional y su política migratoria securitista imponen a los migrantes en tránsito:
violación de derechos humanos, violencia, violación, extorsión del crimen organizado
internacional y nacional, así como discriminación, xenofobia y marginación. El estudio
de caso se realizó a partir de datos recolectados en el trabajo de campo realizado en
albergues e instituciones pro-migrantes en México, en diferentes localidades: Ciudad de
México, Tijuana y en el Estado de Veracruz, entre 2015 y 2020. Se utilizaron diferentes
técnicas cualitativas: observación participante, entrevistas e inmersiones etnográficas.
La investigación concluye que la discriminación contra los migrantes es una
discriminación consustancial, un fenómeno estructural y colectivo que está
estrechamente interconectado con varios sistemas de opresión que motivan la
discriminación, y que es necesario crear estrategias para reafirmar la humanidad de las
personas en movilidad para hacer cumplir sus derechos. Por tanto, es imperativo
comprender sustancialmente los mecanismos materiales, simbólicos, estructurales,
dialécticos e históricos de reproducción de las desigualdades producidas por el sistema
capitalista
Direitos humanos, universalismo e debates interculturais
Os Direitos Humanos, historicamente, foram uma bandeira levantada a favor da humanidade, com a esperança de que poderia haver igualdade e liberdade nos anos pós-segunda guerra mundial, em um mundo onde o socialismo não mais existiria. Portanto, os Direitos Humanos são concebi-dos pela sociedade internacional, como um bem fundamental e universal. Contudo, os Direitos Humanos, por serem criados como universais dentro da matriz valorativa ocidental e liberal, são materializados segundo esses valores. Devido fato de os Direitos Humanos carregarem valores ocidentais em seu bojo e, na maior parte das vezes, manterem uma prática impositiva desses direitos, surge uma discussão acerca dos reais pressupostos de proteção e defesa dos povos, da qual nasce um antagonismo entre o direito particular dos povos e a sua autonomia, e os direitos universais inalienáveis propostos pelos direitos humanos. Este artigo apresenta o embate entre o universalismo e o relativismo cultural nos Direitos Humanos, e discute como pensar a superação deste debate ao tentar conciliar a carga perniciosa dos Direitos Humanos – que é hegemônica, homogeneizadora dos processos de formação dos Estados-nação –, com a legitimidade dentro das diferentes culturas que buscam a emancipação da opressão do Ocidente sobre grupos subordinados.