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Kant e o fim da ontologia
Mediante uma análise da noção de juízo nos textos pré-críticos e naCrítica da razão pura, trata-se de investigar o projeto kantiano de substituir o "nome orgulhoso de ontologia pela denominação mais modesta de uma mera analítica do entendimento puro" (A 247/B 303). Em vez de selar o destino de toda e qualquer ontologia, de modo a fazer daCrítica da razão pura, como pretendem as interpretações influenciadas pelo neokantismo, um "empreendimento de transformação da metafísica em filosofia da ciência", Kant parece visar sobretudo a ontologia do "numenólogo", fundada no princípio dos indiscerníveis. A fim de verificar em que sentido se constitui uma ontologia inédita, correspondente ao projeto da crítica da razão, procura-se compreender os argumentos propriamente lógicos de Kant contra Leibniz e o significado das noções de "coisa em geral", "objeto em geral" e "objeto transcendental". AbstractBy means of an analysis of the notion of judgment in the Critique of Pure Reason and in pre-critical texts as well, one investigates the Kantian attempt to make "the proud name of an ontology give place to the modest one of a mere analytic of pure understanding" (A 247/B 303). Kant seems to mean chiefly the "noumenologist's" ontology, which is grounded upon the principle of the identity of the indiscernibles, instead of eliminating all possible ontology and thus turning the Critique of Pure Reason, as positivistic accounts imply, in an enterprise of transforming metaphysics into a philosophy of science. To verify in what sense a critical ontology can be presented, we seek to understand the very logical arguments used by Kant against Leibniz, and the meaning of the conceptions of "thing in general", "object in general" and "transcendental object"
Dedução dos Conhecimentos puros a priori (Reflexão 5923), de Kant
Tradução feita por Luciano Codato
Extensão e forma lógica na Crítica da razão pura
COnsiderando-se que a forma lógica do juízo é interpretada por Kant como uma subordinação de extensões, como compreender sua referência a uma incógnita = x? Contra as interpretações tradicionais, elaboradas a partir da filosofia analítica ou da Lógica de Port-Royal, pretende-se reconstituir o sentido da noção kantiana de extensão, a fim de compreender a relação judicativa entre singular e universal. Para tanto, distinguem-se duas relações efetuadas no juízo: a relação predicativa entre o conceito superior P e seu inferior S, e a relação não-predicativa entre a intuição de algo individual = x e os universais S e P. Como resultado, trata-se de identificar não apenas uma atividade reflexionante nos fundamentos da Analítica Transcendental, mas também a noção de razão pressuposta por Kant coo um dado
Огнеупорщик. 2019. № 46
In Kant’s logical texts the reference of the form S is P to an “unknown = x” is well known, but its understanding still remains controversial. Due to the universality of all concepts, the subject as much as the predicate is regarded as predicate of the x, which, in turn, is regarded as the subject of the judgment. In the CPR, this Kantian interpretation of the S-P relationship leads to the question about the relations between intuition and concept in judgment. In contrast to intuition, if no concept, due to its universality, refers immediately to an object, how should one understand the relations of S and P to one another, as well as their relations to intuition, which corresponds to the possible individuality of the object in general = x? To answer this question, it is necessary to understand Kant’s notion of extension, and to prove its irreducibility to the Port-Royal notion of extension as well as to the Fregean one
Lógica formal e transcendental: Kant e a questão das relações entre intuição e conceito no juízo
Kant atribui à lógica um caráter transcendental na medida em que se considera o conteúdo das representações, e não apenas a forma da relação entre elas. Apesar das evidências, nem sempre se tem observado que o caráter transcendental e o caráter formal da lógica não corresponde a duas lógicas distintas, mas à mesma ciência da "mera forma do pensar", cuja operação elementar é, como se sabe, o juízo. O resultado é o completo esquecimento das condições que, na interpretação kantiana da forma do juízo, permitem transcendentalizar a lógica. Contra essa leitura dominante, caso seja possível explicitar o modo pelo qual os conceitos se relacionam no juízo e, antes, o signifi cado da forma do conceito, talvez se possa compreender sob que condições a lógica, apesar de seu caráter estritamente formal, deve fazer referência a um tipo muito especial de objeto, independente do conteúdo das representações. AbstractAccording to Kant, logic has a transcendental nature insofar as the content of representations is concerned, and not only the form of the relation between them. Despite this apparent feature, there has been some misunderstanding concerning the fact that transcendentality and formality do not correspond to two distinct logics, but are both attributes of the same science of the "mere form of thought", the basic operation of which, as is well known, is judgment. The consequence of this misunderstanding is the complete omission of the conditions that make the transcendentalization of logic possible according to Kant's interpretation of the form of judgment. Contrary to this dominant approach, if it is possible to elicit not only the mode whereby concepts are related in judgment, but also the sense of the form of the concept, it may be possible to understand under what conditions reference to a very particular kind of object is necessary to logic, notwithstanding its strictly formal nature