52 research outputs found

    Poverty and employment: the parallels do not converge

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    A pobreza e o emprego são duas realidades relacionadas e com afetações mútuas. Geralmente, quando o emprego apresenta bons indicadores, apontando para segmentos de mercado destinados aos grupos mais desfavorecidos, a pobreza tende a diminuir. Pelo contrário, e apesar desta relação não ser automática e direta, quando sobe o desemprego e os mercados tornam-se mais seletivos e excludentes, a pobreza regista um agravamento acentuado. A pobreza é um fator negativo para o emprego, já que se associa ao desaproveitamento de trabalho potencial, gerando contextos pouco atrativos para o investimento económico e a criação de emprego. O desafio colocado, assim, às políticas públicas de emprego e de combate à pobreza, é o de saber como se podem articular entre si, de modo a desenvolver capacidades e competências para a empregabilidade das categorias mais vulneráveis ao desemprego (desemprego de longa duração e desemprego desencorajado), e a criar reais oportunidades de emprego, incluindo no mercado social.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Educação de adultos : A ideologia conta

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    Em países como Portugal e Espanha uma das dimensões mais marcantes da desigualdade escolar é geracional. Há uma diferença marcada entre os níveis de escolaridade das gerações jovens e os das mais velhas, cujas consequências são, por várias razões, nocivas. Após a apresentação de um quadro genérico da situação nos dois países, defende-se neste artigo, com recurso a uma análise aprofundada do caso português, que essas desigualdades escolares só podem ser superadas com um forte investimento em políticas de educação de adultos, cuja prioridade é determinada por fatores de ordem ideológica. O modo como nasceu, se desenvolveu e terminou a Iniciativa Novas Oportunidades (INO) fornece um bom plano de observação para a sustentação desta ideia. De facto, esse programa terminou por razões de ordem estritamente ideológica, ficando o país desprovido de qualquer política de educação de adultos, e terminando assim o processo de recuperação dos indicadores educativos da população adulta que se registavam.In countries like Portugal and Spain one of the most striking dimensions of school inequality is generational. There is a marked difference between the educational levels of the young and older generations, whose consequences are, for various reasons, harmful. After presenting a general picture of the situation in both countries, this article, based on an in-depth analysis of the Portuguese case, argues that these school inequalities can only be overcome with a strong investment in adult education policies, whose priority is determined by ideological factors. The way in which the New Opportunities Initiative (INO) was born, developed and terminated provides a good observation point to support this idea. In fact, this program ended for strictly ideological reasons, depriving the country of any adult education policy, thus ending the process of recovering the educational indicators of the adult population that were registered

    Inovação e justiça social: políticas activas para a inclusão educativa

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    As reformas levadas a cabo na educação especialemPortugal nos últimos anosmotivaram um aceso debate em torno da chamada “escola inclusiva”, no qual se cruzaram orientações internacionais com resultados de pesquisas realizadas em Portugal, interesses particularistas de carácter corporativo com mistificações conceptuais não menos interessadas na dominação de um campo específico das políticas educativas, opções políticas sustentadas pela ideologia da “escola para todos” com críticas resultantes de diferentes concepções do que possa ser essa escola. Neste contexto, o presente artigo começa por clarificar os conceitos subjacentes à noção de “escola inclusiva”, situando o debate num quadro de referência mais alargado que lhe dê sentido.Anoção de exclusão social e a relação entre os fenómenos da exclusão e da reabilitação são de seguida equacionados de modo a perspectivar o alcance de diferentes modelos de intervenção e o respectivo impacte no desenho institucional e nas práticas típicas de uma escola inclusiva.The reform of special education carried out in Portugal in recent years has provoked a heated debate on the topic of the “inclusive school”. This debate has crossed international guidelines with the results of Portuguese research, private corporative interests with conceptual mystifications no less interested in dominating a specific field of educational policy, and political options based on the “school for all” ideology with criticisms arising from the different perceptions of what that school could be. Against this background, this article starts out by clarifying the concepts underlying the idea of the “inclusive school”, placing the debate in a broader framework of reference that makes it meaningful. It then considers the notion of social exclusion and the relationship between the phenomena of exclusion and rehabilitation in order to gain an insight into the reach of the different intervention models and their impact on the institutional design and typical practices of an inclusive school.Les réformes menées ces dernières années dans l’éducation spéciale au Portugal ont suscité un débat enflammé autour de l’école dite “inclusive”, au cours duquel se sont croisées des orientations internationales avec des résultats de recherches réalisées au Portugal, des intérêts particularistes d’ordre corporatif avec des mystifications conceptuelles non moins intéressées par la domination d’un champ spécifique des politiques éducatives, des choix politiques fondés sur l’idéologie de “l’école pour tous”, avec des critiques résultant de différentes conceptions de ce que peut être cette école. Dans ce contexte, le présent article commence par clarifier les concepts sous-jacents à la notion d’“école inclusive”, en situant le débat dans un cadre de référence plus élargi qui lui donne un sens. La notion d’exclusion sociale et le rapport entre les phénomènes de l’exclusion et de la rééducation sont ensuite abordés afin de mesurer la portée des différents modèles d’intervention et leur impact sur la structure institutionnelle et sur les pratiques typiques d’une école inclusive.Las reformas llevadas a cabo en la educación especial en Portugal en los últimos años motivaron un acalorado debate en relación a la llamada “escuela inclusiva”, en el cual se cruzaron orientaciones internacionales con resultados de investigaciones realizadas en Portugal, intereses particularistas de carácter corporativo con mistificaciones conceptuales no menos interesadas en la dominación de un campo específico de las políticas educativas, opciones políticas sustentadas por la ideología de la “escuela para todos” con críticas resultantes de diferentes concepciones de lo que pudiera ser esa escuela. En este contexto, el presente artículo comienza por clarificar los conceptos subyacentes a la noción de “escuela inclusiva”, situando el debate en un marco de referencia más amplio que le de sentido. La noción de exclusión social y la relación entre los fenómenos de la exclusión y de la rehabilitación son enseguida analizadas para poner en perspectiva el alcance de diferentes modelos de intervención y el respectivo impacto en el diseño institucional y en las prácticas típicas de una escuela inclusiva

    Acesso universal a qualificações certificadas: para a ruptura da relação entre insucesso escolar e desigualdades sociais

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    Há uma relação entre a escolaridade e a desigualdade social. Essa relação é evidenciada, por exemplo, pelos indicadores estatísticos de pobreza. A sociologia da educação vem alertando há muito para a associação entre a origem social, o desempenho escolar e as respectivas consequências nas oportunidades de vida. É possível pôr fim a esta situação? Defende-se no presente artigo que as qualificações são um instrumento poderoso de capacitação das pessoas e, por essa via, de promoção da igualdade de oportunidades. Tal depende de mudanças a operar na escola, de forma a valorizar as competências, isto é, os saberes e a sua utilização na vida social, pessoal e profissional, favorecendo dessa forma o acesso ao conhecimento e às qualificações certificadas por parte de jovens e adultos oriundos de meios populares.There is a relationship between schooling and social inequality. This relationship is evidenced, for example, by statistical indicators of poverty. The sociology of education has long been warning for the connections between social background, school performance and their impact on life chances. Is it possible to put an end to this situation? It is argued in this article that the qualifications are a powerful tool for empowering people and, in this way, the promotion of equal opportunities. This depends on changes to be promoted in school in order to enhance the skills, that is, the knowledge and its use in social, personal and professional contexts, thus promoting access to knowledge and skills certified by young people and adults from popular social backgrounds

    International State of the Art Report

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    The present report is part of the RESCuE project, an acronym that stands for Patterns of Resilience during Socioeconomic Crisis among Households. This project is coordinated by Professor Markus Promberger, from the Institute for Employment Research (IAB), in Germany. It was awarded by the 7th Framework Programme, and funded by the Community Research and Development Information Service (CORDIS). The RESCuE project involves universities and research centres from 9 different European countries – Portugal, Spain, United Kingdom, Ireland, Germany, Poland, Finland, Greece, Turkey – and, in the context of the ongoing economic and financial crisis in Europe, aims to identify and understand the coping and adjusting mechanisms and strategies of different households at risk, thus learn from the resilience of European citizens, in order to find new sustainable ways of reducing poverty risks and inform and support policy making

    PALOP e Timor-Leste: espaço para a qualificação, oportunidade para a coesão social

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    A pobreza é um dos principais problemas com que se defrontam as sociedades contemporâneas. Num quadro de globalização marcado pela acentuação das desigualdades sociais e de concentração da riqueza, o combate à pobreza passa por um lado pela criação de oportunidades, fruto do crescimento sustentado e rico em emprego e de políticas de redistribuição, e por outro lado pela capacitação das pessoas. É nesta questão que o artigo se centra, apresentando um modelo para o desenvolvimento de sistemas nacionais de qualificação nos PALOP e em Timor-Leste que promova as competências das pessoas, condição necessária do crescimento económico, da democracia política e da coesão social. Procura-se por fim, de forma genérica, assinalar os progressos em curso face ao desenvolvimento desses sistemas, bem como os aspectos mais críticos, como contributo para a cooperação na área da educação e da formação.Poverty is one of the main problems faced by contemporary societies. In a context of globalization marked by increased social inequalities and concentration of wealth, the fight against poverty implies on the one hand the creation of opportunities, due to the sustained economic growth with more and better jobs, together with sound redistribution policies, and on the other hand empowering people. It is this issue that the paper focuses, presenting a model for the development of national qualification systems in PALOP and Timor-Leste to promote people’s qualification, a necessary condition for economic growth, political democracy and social cohesion. Finally the progress being made in relation to the development of these systems is emphasized, and the most critical aspects area pointed out as a contribution to cooperation in education and training

    Resilience: moving from a 'heroic' notion to a sociological concept

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    This paper presents a specific sociological theoretical framework to the concept of resilience. To do so, we reviewed the main theoretical developments on resilience, focusing our attention on the development of a “heroic” perspective of resilience. We point out its several pitfalls, and counter it with a concept of resilience grounded on sociological theory and poverty studies, presenting a definition for resilience, the conditions and characteristics of this social phenomenon, as well as a model of operationalization based on two major dimensions: mobilization of resources and shifting of risks. With this innovative approach we also call for a sociological research agenda for resilience.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Reinventar a democracia pela sustentabilidade: o desafio da Agenda 21 Local na promoção da participação pública – O caso de Vila Franca de Xira

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    A emergência de um novo paradigma de desenvolvimento, o do Desenvolvimento Sustentável, vulgarizado em 1987 através do Relatório Brundtland “O Nosso Futuro Comum”, surge num contexto de crescente consciencialização das populações face às prementes questões ambientais e sociais que assolam a humanidade. Inerente à promoção deste conceito está o de participação pública, que permite institucionalizar, em diversas esferas de governo, a actuação directa dos cidadãos, organizados ou não, na decisão dos interesses da sociedade. A participação, surgindo como contraponto ou complemento dos processos da democracia representativa, é uma questão central da promoção da sustentabilidade. No centro da investigação que levámos a cabo, está a Agenda 21 Local, enquanto processo que prevê a elaboração de um Plano de Acção multissectorial, envolvendo os vários sectores da comunidade, por forma a implementar a sustentabilidade a nível local. No caso concreto da Agenda 21 Local de Vila Franca de Xira, através da aplicação de inquéritos aos participantes nas sessões públicas realizadas, procurou-se descortinar um perfil de participação e o potencial efectivo de utilização da deste processo para a configuração de uma democracia mais participativa. A Agenda 21 Local, neste caso concreto, revelou ir de encontro às percepções societais dos participantes e à sua visão de desenvolvimento, bem como possuir um alto nível de atractividade, face ao seu carácter dinâmico e flexível, respondendo à necessidade diagnosticada de tornar a democracia mais participada.A emergência de um novo paradigma de desenvolvimento, o do Desenvolvimento Sustentável, vulgarizado em 1987 através do Relatório Brundtland “O Nosso Futuro Comum”, surge num contexto de crescente consciencialização das populações face às prementes questões ambientais e sociais que assolam a humanidade. Inerente à promoção deste conceito está o de participação pública, que permite institucionalizar, em diversas esferas de governo, a actuação directa dos cidadãos, organizados ou não, na decisão dos interesses da sociedade. A participação, surgindo como contraponto ou complemento dos processos da democracia representativa, é uma questão central da promoção da sustentabilidade. No centro da investigação que levámos a cabo, está a Agenda 21 Local, enquanto processo que prevê a elaboração de um Plano de Acção multissectorial, envolvendo os vários sectores da comunidade, por forma a implementar a sustentabilidade a nível local. No caso concreto da Agenda 21 Local de Vila Franca de Xira, através da aplicação de inquéritos aos participantes nas sessões públicas realizadas, procurou-se descortinar um perfil de participação e o potencial efectivo de utilização da deste processo para a configuração de uma democracia mais participativa. A Agenda 21 Local, neste caso concreto, revelou ir de encontro às percepções societais dos participantes e à sua visão de desenvolvimento, bem como possuir um alto nível de atractividade, face ao seu carácter dinâmico e flexível, respondendo à necessidade diagnosticada de tornar a democracia mais participada

    Tauromaquia, violência e desenvolvimento: opiniões e evidências

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    A respeito da tauromaquia tem vindo a ser difundida a ideia de que a participação ou assistência de crianças a espetáculos tauromáquicos (considerados uma prática anacrónica, uma reminiscência do passado indigna das sociedades modernas) prejudica o seu desenvolvimento psicológico e incentiva comportamentos violentos. Alguns organismos internacionais emitiram opiniões no mesmo sentido. O presente artigo pretende, de forma modesta e sem polemizar em torno do assunto, testar a base de sustentação empírica destas afirmações. Para isso construiu-se um índice de atividade tauromáquica que dá conta da intensidade da presença da tauromaquia em cada concelho de Portugal, o qual foi correlacionado com o índice de poder de compra (aproximação ao nível de desenvolvimento concelhio) e a taxa de criminalidade (aproximação aos putativos efeitos psicológicos da tauromaquia). Verificou-se que não existe correlação significativa entre as variáveis analisadas, isto é, o teste não revelou evidências de relação entre a assistência ou participação ativa na tauromaquia, por um lado, e o desenvolvimento e a criminalidade, nomeadamente a criminalidade que envolve violência, por outro lado.The argument that the participation or attendance of children in bullfights (considered as an anachronistic practice, reminiscent of the past unworthy of modern societies) impairs their psychological development and encourages violent behaviour, is being disseminated in recent years. Some international bodies have also issued similar opinions. The present article intends, in a modest way and without controversy around the subject, to test the bases of empirical sustentation of such argument. For this purpose, has been constructed a “bullfighting activity index” that shows the intensity of the presence of bullfighting in each county of Portugal. This index has been correlated with the purchasing power index (approximation to the level of development of the county) and the crime rate (approximation to the putative psychological effects of bullfighting). It was found that there is no significant correlation between attendance or participation in bullfighting activities, on one hand, and levels of development and crime, including violent crime on the other hand.À propos de la tauromachie, certains défendent l’idée selon laquelle la présence d’enfants à des spectacles tauromachiques (considérés comme une pratique anachronique, une réminiscence du passé indique des sociétés modernes) nuit à leur développement psychologique et les incite à avoir des comportements violents. Plusieurs organismes internationaux ont même rendu des avis en ce sens. Sans vouloir polémiquer autour de la question, cet article s’efforce modestement de tester la base empirique sur laquelle s’appuient ces affirmations. L’auteur a construit pour cela un indice d’activité tauromachique qui rend compte de l’intensité de la présence de la tauromachie dans chaque municipalité du Portugal, afin de savoir s’il existe un lien avec le pouvoir d’achat (approche du niveau de développement municipal) et le taux de criminalité (approche des potentiels effets psychologiques de la tauromachie). Aucune corrélation significative n’a pu être établie entre les variables analysées. Autrement dit, le test n’a révélé aucune relation entre la présence ou la participation active aux spectacles de tauromachie, d’une part, et le développement économique et la criminalité, d’autre part, notamment la criminalité violente.A razón de la tauromaquia se ha venido difundiendo la idea de que la participación o asistencia de niños a espectáculos tauromáquicos (considerados una práctica anacrónica, una reminiscencia del pasado indigna de las sociedades modernas) perjudica su desarrollo psicológico e incentiva comportamientos violentos. Algunos organismos internacionales emitieron opiniones en el mismo sentido. El presente artículo pretende, de forma modesta y sin polemizar en torno del asunto, probar la base de sustentación empírica de estas afirmaciones. Para eso se construye un índice de actividad tauromáquica que informa de la intensidad de la presencia de la tauromaquia en cada municipio de Portugal, el cual fue correlacionado con el índice de poder de compra (aproximación al nivel de desarrollo del municipio) y la tasa de criminalidad (aproximación a los presuntos efectos psicológicos de la tauromaquia). Se verificó que no existe correlación significativa entre las variables analizadas; esto significa que la prueba no reveló evidencias de relación entre la asistencia o participación activa en la tauromaquia, por un lado, y el desarrollo y la criminalidad, específicamente la criminalidad que involucra violencia, por otro lado
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