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Corredores verdes como estratégia de integração e salvaguarda do património histórico e cultural
Mestrado em Arquitetura Paisagista - Instituto Superior de Agronomia / ULOs valores culturais e históricos têm vindo a assumir uma crescente importância na paisagem e é
imperativa a sua integração nas estratégias de planeamento da mesma. Os recursos culturais e
históricos são, cada vez mais, reconhecidos pelo seu potencial recreativo e paisagístico. De acordo
com Ahern (2002), os recursos culturais da paisagem podem ser interligados através de corredores,
numa espécie de rede ou sistema, reforçando o seu valor ou potencial de uso e tornando-os
acessíveis a um grupo mais alargado de utilizadores.
Os corredores verdes constituem uma estratégia de planeamento que reconhece os benefícios e
características únicas associados a estruturas contínuas e interligadas, existentes na paisagem.
Nos locais em que existe uma forte competição pelo uso do solo, o planeamento e implementação de
corredores verdes, unicamente, por motivos ecológicos não é suficiente. Para que estes sejam
sustentáveis, é necessária uma abordagem multifuncional que também possa incluir objetivos sociais
e culturais.
Um dos argumentos que tem sido utilizado a favor dos corredores verdes, baseia-se numa hipótese
lançada pelo arquiteto paisagista Philip Lewis. A “Hipótese da Coocorrência de Recursos” pressupõe
que os recursos bióticos, abióticos e culturais tendem a concentrar-se ao longo de corredores que se
distinguem na paisagem (vales, corredores ripícolas, linhas de festo, linhas costeiras, etc.) e que a
proteção desses corredores resultará numa vantagem estratégica para a proteção do máximo de
recursos possível com um mínimo de ocupação do solo (Ahern, 2002).
O concelho de Guimarães possui uma vasta riqueza em património, espalhada por todo o concelho e
que conta a história de um passado que antecede o periodo da ocupação romana e percorre os
tempos, até ao abandono dos modos de vida rurais, no período da revolução industrial. São exemplo,
as centenas de moinhos e azenhas que ficaram abandonados e adormecidos nos espaços onde
desenvolveram anteriormente funções, alguns completamente arruinados, e que urge serem
recuperados sob o risco de se perderem de vez.
Após uma intensa análise dos recursos culturais, ecológicos, paisagísticos e recreativos existentes
numa área delimitada do Concelho de Guimarães, incluindo os seus padrões de distribuição e as
acessibilidades, foi desenvolvida a proposta de uma rede de corredores verdes no sentido de fazer a
interligação entre os recursos culturais e históricos, atravessando espaços de elevado valor
ecológico, paisagístico e recreativo. Este trabalho, pretende analisar os benefícios dos corredores
verdes como vantagem estratégica para a integração e salvaguarda do património histórico e cultural,
partindo do pressuposto que estes promovem uma maior conectividade, eficiência espacial,
multifuncionalidade e partindo do pressuposto que os recursos tenderão a apresentar padrões de
distribuição lineares, ao longo de corredores existentes na paisagemN/