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Diagnóstico e conduta de sepse em crianças de hospital de referência de 2016 e 2017 / Diagnosis and management of sepsis in children from a referral hospital in 2016 and 2017
A sepse é definida pela presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária a resposta desregulada do organismo a determinada infecção(SINGER et al,2016). Atualmente, os critérios para seu diagnóstico, estabelecidos no Sepse-3(2016) e Sepse-4(2017), dependem da pontuação de dois ou mais pontos no escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment), que leva em consideração os quadros respiratórios, coagulativo, hepático, cardiovascular, renal e do sistema nervoso central do paciente. Esses quadros são avaliados através de marcadores clínicos e laboratoriais, respectivamente o coeficiente entre a pressão parcial de oxigênio (PaO2) sobre a fração inspirada de oxigênio (FiO2), contagem de plaquetas, bilirrubina, creatinina ou débito urinário e escala de coma de Glasgow (SINGER et al,2016).Nos neonatos os parâmetros são diferentes devido a suas diferenças fisiológicas, nesses casos o diagnóstico é dado pela presença de taquipneia, taquicardia, instabilidade térmica,hipotensão na ausência de desidratação e alterações nas contagens de glóbulos brancos(BIBI et al, 2012). Apesar desses critérios não serem completamente aceitos na comunidade científica(CARNEIRO;GOMES;POVOA,2017), seu uso na prática hospitalar parece apresentar maiores benefícios na acurácia diagnóstica quando comparados aos critérios antecessores (BESEN et al,2016) razão pela qual será o critério adotado nesta pesquisa.Em relação ao choque séptico, trata-se de uma evolução do quadro, na qual anormalidades graves circulatórias, celulares e metabólicas estão associadas com maior risco de mortalidade(MARTIN, 2016), sendo seu diagnóstico em crianças problemático pois o choque em si tende a ocorrer muito antes do início da hipotensão, sendo esta indicativa de choque descompensado. Assim,o choque séptico deve ser caracterizado prioritariamente pela taquicardia (que pode estar ausente em pacientes com hipotermia) com redução da perfusão periférica ou oligúria (GOLDSTEIN; GIROIR;RANDOLPH, 2005).No atendimento clínico deve-se atentar aos sinais de complicações da sepse, como: presença de delirium e alterações nos reflexos, pois podem acusar comprometimento neurológico, o tempo de preenchimento vascular, indicativo de choque séptico, e manchas brancas na pele, que pode ser preditivo de choque séptico, pois indica hipoperfusão (POSTELNICU; EVANS, 2017).Achados clínicos presentes na sepse podem contemplar petéquias e púrpuras, quando houver instabilidade hemodinâmica, febre, tosse, e hipoxemia em casos de leucocitose e infiltrados pulmonares, ou abdome distendido timpânico com febre e leucocitose, associado a perfuração intestinal (GOLDSTEIN; GIROIR; RANDOLPH, 2005).Para a confirmação da sepse deve-se fazer a hemocultura, porém devido à necessidade de uma ação rápida pode-se utilizar outros exames complementares que ajudam a confirmar a sepse como:hemograma completo com contagem de plaquetas, PCR, procalcitonina e citocinas (EDWARDS;BAKER, 2004).O hemograma é utilizado para avaliar quantidade de linfócitos e neutrófilos, entretanto o hemograma é mais útil para excluir a possibilidade de sepse do que para confirmar a mesma (POLIN, 2012).O PCR encontra-se aumentado em reações inflamatórias como a sepse, é um exame altamente sensível porém pouco específico, os níveis de PCR podem ser utilizados para acompanhar a eficiência da terapia antibiótica (MUKHERJEE et al., 2015).A procalcitonina é liberada em resposta a toxinas bacterianas, diversos estudos mostraram que ela pode ser utilizada para detectar infecções bacterianas graves em crianças febris (MANIACI et al., 2008),As taxas de mortalidade por sepse são influenciadas por diversos fatores, tais como o quadro clínico na admissão, o agente etiológico envolvido na doença, presença ou não de choque séptico,presença ou não de disfunção de mais de dois órgãos e a presença de comorbidade. Dos fatores de risco para óbito por sepse destaca-se a presença de complicações durante a internação e envolvimento de dois ou mais órgãos pela infecção, isto demonstra a importância de uma terapêutica precoce no prognóstico do paciente aplicando antibióticos de forma empírica tomando como base as bactérias de maior prevalência na região (PEDRO; MORCILLO; BARACAT, 2015).Portanto, pretende-se avaliar as condições de admissão e desfecho de internamento das crianças com sepse, analisando a influência de fatores como a forma de diagnóstico, o tempo de permanência hospitalar,a admissão em UTI e tratamento empregado no prognóstico do paciente visando estabelecer fatores que contribuíram e prejudicaram a evolução do paciente séptico
Tempo de permanência de crianças diagnosticadas com sepse em UTI e estudo dos dispositivos usados nesses pacientes. / Length of stay of children diagnosed with sepsis in ICU and study of the devices used in these patients.
A sepse é definida pela presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária a resposta desregulada do organismo a determinada infecção. Caso não haja um tratamento adequado da sepse inicialmente pode haver evolução para choque séptico. Pacientes com sepse geralmente requerem internação na unidade de terapia intensiva (UTI). Através desse estudo conclui-se que o óbito causado por sepse bem como a taxa de incidência da doença pode ocorrer em pacientes mais jovens. Além de 100% dos óbitos terem ocorrido no grupo de recém-nascidos, a incidência da doença é drasticamente mais prevalente em crianças mais jovens: 67% dos pacientes eram recém nascidos e apenas 31% era lactente e 1% era pré-escolar
Perfil clínico-epidemiológico-nutricional em crianças e adolescentes de 0-14 anos internados em hospital de referência de Recife de 2016-2017, que evoluíram para óbito / Clinical-epidemiological-nutritional profile in children and adolescents aged 0-14 years admitted to a reference hospital in Recife from 2016-2017, who evolved to death
INTRODUÇÃO: A Mortalidade infantil reflete os óbitos que ocorrem no primeiro ano de vida e tem bom efeito como indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico de uma determinada região, o que torna importante investigar as causas para direcionar as ações de saúde, visando à redução da mortalidade. OBJETIVO: Caracterizar o perfil clínico, epidemiológico e nutricional de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos internados em hospital de referência da cidade do Recife no período de 2016 a 2017, que evoluíram para o óbito. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional transversal retrospectivo realizado através da análise de prontuários de pacientes hospitalizados. Foram incluídos na amostra os pacientes internados na enfermaria e/ou UTI do Hospital Infantil Maria Lucinda, com idade entre 0 e 14 anos que evoluíram para o óbito, no período de 2016 a 2017. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram analisados 2.178 prontuários, dos quais 21 (0,96%) se adequaram aos critérios de elegibilidade. A amostra foi composta 100% por neonatos com média de idade de 7,95 dias (0-29 /DP=7,91), sendo 11 (52,38%) do sexo feminino. Nos dados clínicos 15 (71,43%) apresentaram algum grau de hipóxia no 1º minuto, no 5° minuto 07 (33,34%) se mantiveram com sinais de hipoxemia, mostrando um dado preditivo de mau prognóstico. A sepse neonatal foi atribuída a 10 (47,62%) dos óbitos da amostra, sendo ela a maior causa de morte neonatal no mundo, além de um problema de saúde pública. Quanto ao peso no nascimento 12 (57,14%) dos neonatos apresentaram algum grau de distrofia, no entanto a interpretação desse dado depende da associação com a idade gestacional no momento do parto, o que não foi possível no presente estudo. CONCLUSÃO: Faz-se necessário a realização de estudos mais aprofundados para caracterização minuciosa do padrão de mortalidade neonatal nos hospitais do Brasil, a fim de nortear a elaboração de políticas públicas e protocolos clínicos efetivos, no intuito de diminuir esse índice para benefício da população geral