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    Criptococose cutânea primária e isolada em paciente imunocompetente: relato de caso de um contexto clínico distinto e incomum

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    A criptococose é uma doença causada por fungos oportunistas do complexo Cryptococcus spp., que acomete principalmente pacientes imunodeprimidos, com potencial de disseminação multissistêmica, de tal forma que a manifestação cutânea primária e isolada em imunocompetentes é expressão clínica incomum. Como exemplo disso, relata-se caso de homem, 35 anos, agente de limpeza urbana, sem comorbidades, que apresentou há cerca de quatro meses placa eritematoinfiltrada, com superfície gelatinosa na hemiface esquerda, medindo cerca de 6 cm, cujo histopatológico revelou achados compatíveis com criptococose. Análise do líquor, exame de imagem pulmonar e pesquisa de imunodeficiências resultaram negativos. Recebeu fluconazol via oral e apresentou excelente resposta clínica. O paciente deste relato provavelmente adquiriu o fungo por inoculação durante exposição ocupacional. Não apresentou acometimento pulmonar, ao contrário da maioria dos imunocompetentes, nem houve evidências de acometimento sistêmico, caracterizando a criptococose cutânea primária. Dessa forma, tal relato evidencia que essa condição, rara em indivíduos imunocompetentes, constitui um desafio diagnóstico, em virtude do polimorfismo clínico, capaz de gerar múltiplos diagnósticos diferenciais

    Ceratose folicular disseminada por uso de nilotinibe: relato de caso

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    Pacientes oncológicos, com frequência, apresentam manifestações dermatológicas secundárias aos fármacos do seu tratamento, levando ao comprometimento na sua qualidade de vida. No presente estudo, relatou-se caso de paciente do sexo feminino, de 69 anos, em tratamento para leucemia mieloide crônica (LMC) com nilotinibe desde 2012, com controle de doença, evoluindo há nove anos com múltiplas pápulas pruriginosas em todo o corpo. Ao exame, apresentou rarefação capilar e pápulas amareladas, de superfície ceratósica, concentradas na face, couro cabeludo, pescoço e tronco. Histopatológico da lesão e revisão de literatura favoreceram diagnóstico de ceratose folicular disseminada por uso de nilotinibe. Pela inviabilidade de suspensão ou troca da droga, realizou-se manejo sintomático, com melhora do prurido, e, por consequência, da qualidade de vida. Cabe ressaltar que há poucos relatos descritos de lesões ceratose folicular-símile associada ao uso de nilotinibe, e que há distribuição disseminada das lesões, com prurido variável, sem relação com a dose utilizada. Deve-se destacar ainda que há tendência a melhora ou resolução do quadro com a suspensão da droga, com possível recrudescência, caso haja troca por outra droga da mesma classe. Entretanto, caso não haja possibilidade de suspensão ou troca da medicação, podem ser utilizados tratamentos tópicos para melhora do quadro. Dessa forma, o caso relatado ressalta a relevância do reconhecimento de reações adversas a essa classe farmacológica, em pacientes com LMC, para melhora do seu manejo
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