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    Estudo e caracterização de microrganismos causadores de mastite bovina no DF e entorno, sua resistência aos antimicrobianos e os fatores de risco para a ocorrência da doença / Study and characterization of microorganisms that cause bovine mastitis in the Federal District and surrounding areas, their resistance to antimicrobials and the risk factors for the occurrence of the disease

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    A mastite é uma inflamação no úbere ou glândulas mamárias, de etiologia complexa, infecciosa ou não infecciosa, e multifatorial, resultante da interação entre o animal, ambiente e agentes etiológicos. Essa é classificada de acordo com as manifestações clínicas, ou seja, caso os sinais de inflamação sejam evidentes, é chamada de ‘mastite clínica’, em contrapartida, quando os sinais não são evidentes, é denominada de ‘mastite subclínica’. É uma doença responsável por um grande impacto econômico na pecuária leiteira, resultado da diminuição da produção de leite e da sua qualidade, além de gastos com a terapêutica, serviço médico veterinário, descarte de animais e sanções devido a um nível elevado de células somáticas no leite. Foram utilizados dados relativos às amostras de mastite recebidas e processadas no Laboratório de Microbiologia Médica Veterinária da FAV/UnB, provenientes de diferentes rebanhos do DF e Entorno, referentes aos anos de 2008 e 2009, 2013 a 2015 e 2017 a 2019, totalizando oito anos de análise.  Foram isolados 218 microrganismos,  classificados como: Staphylococcus sp. Coagulase Negativos (SCN) (67/218), Escherichia coli (32/218), Streptococcus sp. (24/218), Staphylococcus aureus(20/218) and Corynebacterium sp (20/218), Bacillus sp - (17/218), Klebsiella sp (10/218), Enterobacter sp. (6/2018), Proteus sp. (5/218), Staphylococcus gallinarum (3/218), Hafnia alvei (2/218), Pseudomonas sp (2/218), Staphylococcus lentus (2/218), Bordetella sp (1/218), Flavobacterium sp. (1/218), Pasteurella sp. (1/218), Salmonella sp. (1/218), Serratia sp. (1/218), Streptococcus bovis (1/218), Micrococcus sp. (1/218), Staphylococcus epidermidis (1/218).Os testes de suscetibilidades demonstraram altas taxas de resistência para antibacterianos bastante utilizados na rotina clínica, como exemplo a taxa de 40% à Gentamicina e de 72,73% à sulfametoxazol e trimetoprim que sabidamente apresentavam valores abaixo de 5%. Com isso, é importante ter o conhecimento do perfil de resistência do caso de mastite para melhor tratamento clínico da afecção. Os dados demonstram que por serem amplamente utilizados no tratamento clínico, podem ter induzido resistência ao longo do tempo. Além da Gentamicina, os antibacterianos sulfametoxazol e trimetoprim (SUT) e Ampicilina e Sulbactam (ASB) obtiveram taxas de resistência elevada ao passar dos anos sendo as maiores testadas pelo método de Kirby-Bauer, baseado em difusão em Ágar.  o perfil de resistência do Staphylococcus sp. Coagulase Negativos, tiveram resposta satisfatória de sensibilidade à Cefalexina (94,44%), Oxacilina (94,44%), Ampicilina +. Sulbactam (54,55%), Cloranfenicol (100%), Amoxicilina (83,33%), Gentamicina (60%), Doxiciclina (77,78%) e Ceftriaxona (52,94%).?Poucas amostras apresentaram resultados relevantes, entre elas se destaca a resistência ao Sulfametoxazol e trimetoprim  totalizando 72,73%, Ampicilina +. Sulbactam (45,45%) e Gentamicina (40%) Para Ceftriaxona, foi encontrado 47,06% de amostras intermediárias. As Escherichia coli isoladas obtiveram o percentual de resistência à tetraciclina de 100%, para os anos de 2008, 2009 e 2013, e 80% para as amostras de 2010. Em relação a Neomicina, foi observado um percentual de resistência, nos anos de 2008, 2010 e 2013, respectivamente, igual a 50%, 86,6% e 100%. A Amoxicilina associada ao Clavulanato apresentou resultados de resistência iguais a: 0%, 50%, 31,25%, 0% e 100%, referentes aos anos de 2008, 2009, 2010, 2013 e 2015. Denota-se resultado alarmante, também em Streptococcus spp testados para Gentamicina, expondo 100% de resistência em 2009 e 61,91 em 2010, bem como para Tetraciclina em 2009 e 2010, sendo 100% e 49,99% respectivamente.  Em relação à cefalexina, os resultados foram: 100%, 0% e 36,3%, relativos aos anos de 2008, 2009 e 2010, respectivamente.  O Corynebacterium sp. obteve os seguintes percentuais de resistência ao Enrofloxacino: 0%, 45,46%. 50%, 100%, referentes aos anos de 2008, 2009, 2010 e 2015, respectivamente. Em relação a Gentamicina, os resultados foram: 0%, 63,64% e 83,84%, referentes aos anos de 2008, 2009 e 2010, respectivamente. No tocante a Neomicina, os resultados obtidos são: 0%, 100% e 83,34%, relativos aos anos de 2008, 2009 e 2010. A prevenção é definitivamente a forma mais eficaz de combater a presença da doença nos rebanhos, principalmente quando se considera os custos que a mastite pode trazer para uma propriedade e o aspecto da saúde pública.  É importante manter altos níveis de higiene nos animais, no ambiente e nos trabalhadores da propriedade, proibir o contato entre espécies (cachorro e gatos, por exemplo), controle dos níveis de mosca no ambiente. Além disso, o uso de estratégias como a terapia da vaca seca são valiosas. Um dos objetivos deste estudo foi elaborar um questionário que pudesse ser aplicado no Distrito Federal e Entorno para avaliar os fatores de risco baseado na literatura pesquisada

    Perfil de resistência à antimicrobianos da classe dos Beta-lactâmicos e Aminoglicosídeos em cepas de Escherichia coli isoladas entre janeiro de 2015 e dezembro de 2018 / Antimicrobial resistance profile of the Beta-lactams and Aminoglycosides class in Escherichia coli strains isolated between january 2015 and december 2018

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    A descoberta dos antimicrobianos revolucionou a prática médica, permitindo o tratamento de doenças que antes eram incuráveis e permitindo o controle de infecções hospitalares. Além disso, eles auxiliam na diminuição de infecções em feridas e sítios cirúrgicos, permitindo, assim, a sobrevida de pacientes e realização de procedimentos cirúrgicos mais complexos. De encontro a isso, o fenômeno da resistência aos antimicrobianos tem por principais consequências a diminuição da eficácia clínica dos princípios ativos, aumento dos custos de tratamento e da mortalidade em infecções. Essa define-se por: habilidade de um microrganismo, como as bactérias, de resistir aos efeitos de um medicamento antimicrobiano. A Escherichia coli representa o maior reservatório de genes de resistência dentre as bactérias e, além disso, pode atuar como doador e receptor desses genes, desempenhando um papel importante para a disseminação dos genes de resistência. Foram utilizados dados relativos à 51 amostras positivas para Escherichia coli processadas no Laboratório de Microbiologia Médica Veterinária da FAV/UnB, provenientes dos Hospitais-Escola para Animais de Pequeno e Grande Porte da Universidade de Brasília, referentes ao período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018, totalizando 58 bactérias isoladas. As amostras foram recebidas, semeadas em meio de cultura de acordo com o Procedimento Operacional Padrão (POP) do laboratório. Após isso, foram utilizadas para identificação, características de crescimento (produção de hemólise, pigmento e características morfo-tintoriais), bem como a identificação bioquímica das amostras. Somado a isso, foi realizado o teste de susceptibilidade aos antimicrobianos, por meio do método de disco-difusão em ágar (Método de Kirby-Bauer). O perfil de resistência foi traçado utilizando o resultado do antibiograma para os antimicrobianos pertencentes a classe dos beta-lactâmicos e aminoglicosídeos. Em relação ao tipo de amostra recebida, observa-se que as mais frequentes são: Urina - 41,18% (21/51), Fragmento de órgãos oriundos de necropsia – 9,80% (5/51), Cerúmen – 7,84% (4/51), Swab de superfície ocular - 3,92% (2/51) e Lavado traqueal - 3,92% (2/51). Os animais acometidos foram: Caninos – 39,22% (20/51), Animais Silvestres – 35,29% (18/51), Felinos – 19,61% (10/51), Bovinos – 3,92% (2/51) e Equinos 1,96% (1/51). No tocante a multirresistência, foi observado que 22,41% (13/58) das bactérias apresentaram a resistência a apenas um antimicrobiano, 20,69% (12/58) apresentaram a resistência a dois antimicrobianos, 17,24% (10/58) bactérias apresentaram a resistência a três antimicrobianos e apenas 1,72% (1/58) bactéria apresentou a resistência a quatro antimicrobianos. Além disso, evidencia-se que nenhuma bactéria apresentou resistência a mais de quatro antimicrobianos, 12,06% (7/58) das bactérias foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados e o teste de susceptibilidade aos antimicrobianos não foi realizado em 25,86% (15/58) dos casos. Em relação à resistência aos antimicrobianos pertencentes aos beta-lactâmicos, os resultados foram agrupados em dois grupos, as penicilinas e as cefalosporinas. Referente ao primeiro grupo, podemos observar: Penicilina G – 100% (5/5), Amoxicilina – 72,2% (13/18), Amoxicilina + Clavulanato – 16,7% (3/18) e Ampicilina + Sulbactam – 17,61% (4/17). As cefalosporinas, por sua vez, apresentaram os seguintes resultados: Cefalexina (CFE) -38,46% (5/13), Cefalotina (CFL) – 70% (14/20), Ceftriaxona (CRO) – 16,67% (2/12), Cefoxitina (FOX) – 40% (2/5), Ceftadizima (CAZ) – 33,33% (1/3), Ceftiofur (CTF) – 0% (0/2), Cefepime (CPM) – 0% (0/1) e Cefetaxima (CTX) – 0% (0/1). No tocante aos aminoglicosídeos, nota-se que: Amicacina (AMI) – 0% (0/11), Estreptomicina (EST) - 50% (2/4), Gentamicina (GEN) – 29,16% (7/24), Neomicina (NEO) – 40% (2/5) e Tobramicina (TOB) – 100% (1/1). Os percentuais elevados de resistência aos antimicrobianos ressaltam o quão preocupante é esse fenômeno. É importante ressaltar que o tratamento empírico, aquele que é realizado sem a orientação de um antibiograma, pode contribuir para a seleção de bactérias resistentes e representou 25,68% dos casos. Os antimicrobianos que são mais utilizados rotineiramente, como as penicilinas, apresentaram percentuais de resistência muito elevados, entretanto, quando associados à inibidores de beta-lactamases, tiveram a sua eficácia aumentada significativamente. Em relação às cefalosporinas e os aminoglicosídeos, com exceção da cefalotina e cefalexina, apresentaram baixas porcentagens de resistência. Entretanto, é importante que sejam utilizados de maneira consciente, a fim de preservar a sua eficácia. É importante realizar um estudo aprofundado, para identificar os genes de resistência presentes nos isolados bacterianos, com o intuito de compreender a extensão do problema e monitorar a sua evolução

    Levantamento dos principais isolados bacterianos e seus respectivos antibiogramas de amostras de urina de cães e gatos feitos no Laboratório de Microbiologia Veterinária da FAV/UnB / Survey of the main bacterial isolates and their respective antibiograms of urine samples from dogs and cats carried out at the Laboratory of Veterinary Microbiology of the FAV/UnB

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    A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma ocorrência comum na clínica de animais de companhia, principalmente em cães e gatos. A antibioticoterapia, nestes casos, pode ser um desafio devido a crescente resistência antimicrobiana. Este trabalho teve por objetivo relatar as bactérias mais frequentes isoladas de amostras de urina de cães e gatos diagnosticados com ITU e os resultados de seus respectivos antibiogramas, realizados no Laboratório de Microbiologia Veterinária da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (FAV/UnB), no período de janeiro de 2017 a fevereiro de 2020. Para a realização do levantamento foi analisado o banco de dados do laboratório. Os agentes etiológicos mais isolados na urina de cães foram Escherichia coli (30,9%), Staphylococcus spp. (27,6%), Proteus spp. (11,4%) e Enterobacter agglomerans (8,5%). Em gatos, os principais foram Escherichia coli (37,7%), Staphylococcus spp. (34,8%) e Enterobacter agglomerans (10,1%). A associação amoxicilina com ácido clavulânico foi identificado como o antibiótico que demonstrou maior eficácia frente a maioria dos isolados, porém, mesmo essa associação já possui importante porcentagem de resistência. Dentre as quinolonas, houve uma boa resposta indicando a sensibilidade da maioria de isolados bacterianos gram negativos, porém, alguns antimicrobianos, nesse grupo farmacológico, apresentaram uma quantidade considerável de resistência, como foi o caso do enrofloxacino. As tetraciclinas apresentaram menor eficácia para o controle das ITU. Outros antibióticos, como o cloranfenicol e a nitrofurantoína, se apresentaram como uma boa alternativa antimicrobiana frente alguns isolados. Com a avaliação destes dados foi possível concluir que o uso de antibióticos no tratamento de ITU deve ser feito de forma consciente e responsável, visto que a resistência antimicrobiana dificulta o tratamento das infecções e os animais de companhia podem se tornar hospedeiros de cepas bacterianas multirresistentes passiveis de disseminação para humanos, como já foi descrito para algumas cepas de Escherichia coli
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